Ouvido amigo (parte II)
Dolane Patricia* Carine Elione**
A solidariedade não pode ser vista apenas como partilha de bens materiais, mas também como dedicação de tempo e atenção, pois, um pequeno gesto pode mudar a vida de alguém.
Desta forma, o mundo precisa de pessoas que se preocupam com o próximo, pois, muitos entendem que a felicidade pode ser alcançada, não pelo que se tem no bolso, mas sim, pelo que carrega em seu coração.
Às vezes é necessário dar uma pausa no tempo para cuidar do seu lado emocional, ou para ouvir alguém que precisa de apoio, afinal, pessoas são pesadas demais para serem levadas nos ombros, por isso é melhor levá-las no coração.
Neste sentido, o projeto Ouvido Amigo surgiu como uma iniciativa da Igreja Adventista do Sétimo Dia na América do Sul, com o objetivo de oferecer acolhimento emocional no contexto da pandemia do novo coronavírus.
A iniciativa é promovida pelo Ministério da Mulher da Igreja Adventista do Sétimo Dia, na liderança da pedagoga Euciany Areosa Saraiva, responsável por esse departamento na sede regional da igreja, a AAmaR (Associação Amazonas Roraima). O projeto chegou aos estados do Amazonas e Roraima através de uma plataforma web (ouvidoamigo.aamar.org.br), oferecendo serviços online gratuitos, de caráter temporário, com aproximadamente trinta profissionais voluntários, como psicólogos, psicopedagogos e terapeutas familiares, que atendem conforme sua disponibilidade de dias e horários.
A criação da plataforma visa facilitar o atendimento online. A ferramenta é de fácil acesso e dispõe de opção de agendamento, garantindo que todos aqueles que acessam o serviço tenham uma chance real de serem atendidos. Um dos motivos para essa iniciativa é proporcionar uma linha direta entre os que necessitam de auxílio e os voluntários que prestam atendimento, garantindo a privacidade de ambos os lados e uma melhor organização da fila de espera.
Segundo a idealizadora do projeto Euciany Saraiva: “essa foi a maneira encontrada pela igreja para dar amparo e apoiar as pessoas nesses momentos difíceis que vivemos. É um momento delicado e nós estamos prontos para servir, sendo uma ponte de esperança ao mostrar que tem uma luz no fim do túnel”.
Para o administrador da página, o Pr. Fábio Heverton “essa experiência tem sido bem consistente e tem resultado em centenas de atendimentos nesse pouco tempo de funcionamento”.
A psicóloga Lia Nápoles, uma das coordenadoras do projeto, reitera que esse período de isolamento social, tem gerado sentimentos diversos e intensos nas pessoas como: medo, ansiedade, stress e insegurança. “Estamos fazendo um trabalho para que a pessoa encare esta situação como possibilidade de cuidar da família, cuidar do corpo, desengavetar um projeto de empreendedorismo, olhar para o presente como uma oportunidade apesar das consequências da pandemia”.
Pessoas com ansiedade, depressão e stress; pensamentos negativos, dor, medo ou angústia, podem procurar ajuda acessando o site: www.ouvidoamigo.aamar.org.br para agendar com um dos profissionais voluntários que compõe a equipe. Caso não consiga acesso diretamente ao profissional clicando nos dias e horários disponíveis, o interessado pode recorrer à opção outras formas de contato – projeto Ouvido Amigo (próximo ao rodapé da página), preencher o formulário disponível e aguardar o contato.
O objetivo do projeto não é oferecer um acompanhamento psicoterápico e sim proporcionar à comunidade um acolhimento profissional, pelo menos durante o período de isolamento social.
Ouvir as pessoas, dar atenção a elas e orientá-las quanto à sua saúde emocional tem sido de grande benefício não só para essas pessoas que são atendidas, mas também para boa parte dos profissionais voluntários que oferecem atendimento.
Profissionais da área de psicologia, psicopedagogia e terapia familiar que tiverem interesse podem colaborar com o projeto sendo um voluntário. Para isso, basta entrar em contato com a coordenação do projeto através do WhatsApp 095 99166-5202. #AmeAsPessoas
Essa é mais uma forma de auxílio às pessoas, porque a ajuda emocional é necessária, é um gesto de solidariedade, uma maneira de mostrar que não pensamos apenas em nós mesmos.
Se você está se sentindo sozinho, deprimido ou ansioso, perdeu o emprego, está com problemas financeiros ou vivendo um relacionamento nocivo, imaginando que com essa pandemia sua empresa vai sofrer um impacto grande demais para ser suportado, mas não desista!
Saiba que Jesus é especialista em recomeço e a equipe do projeto Ouvido Amigo pode lhe ajudar. Lembre-se: o segredo da vitória é demonstrado não só pela persistência, mas pela capacidade de começar de novo!
*Advogada, juíza Arbitral, apresentadora de TV, escritora, colunista, Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, pós-graduada em Direito Processual Civil, pós-graduada em Direito de Família, Personalidade da Amazônia e Personalidade Brasileira, YouTube: Dolane PatriciaRR.
Acesse dolanepatricia.com.br.
Baixe o aplicativo Dolane Patricia.
**Pedagoga, pós-graduada em psicopedagogia, pós-graduanda em Terapia Familiar e voluntária no projeto Ouvido Amigo.
No que mudamos?
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Todo povo é uma besta que se deixa levar pelo cabresto.” (Henrique IV – França)
Será que ainda somos os mesmos do Rei Henrique? Ou no que mudamos? Acho que não mudamos, absolutamente nada, em termos de política. Continuamos votando, nos que nos dão a buchada, para o prato de hoje. Desculpem-me pela grosseria aparente, nesse papo. Mas ainda reflito quando leio o pensamento do John D. Wey: “Educação não é uma questão de falar e ouvir, mas um processo ativo de construir.” Mas ainda não amadurecemos bastante para perceber que nossa educação está no fundo do poço. E ela vem caindo, numa queda desastrosa, há muitos anos. Já tivemos um “intelectual”, nos anos sessentas, que levou à televisão, que divulgou, um projeto assustador. Ele sugeria que mudássemos a letra do Hino Nacional Brasileiro, porque a letra do Hino era clássica e os jovens não entendiam. A Educação Moral e Cívica foi retirada do currículo escolar, porque estava incomodando os jovens.
Não vamos nos aprofundar nesse assunto, porque ele é nauseante. Mas mais triste é que os nossos políticos estão desfrutando dessa algazarra. Estão nem aí para mudar o rumo da história. E enquanto não nos educarem continuaremos desprezando o Hino Nacional Brasileiro e ignorando a moral e o civismo. O que estamos vivendo na nossa política é desastroso. E não estou exagerando. Ainda estamos querendo governar o País com blá-blá-blás e nhem-nhem-nens, de políticos despreparados para a política verdadeira.
Mas vamos acordar para podermos analisar a dimensão do problema que continuamos encarando. Mas primeiro temos que aprender, já que não nos ensinam, a assumir a responsabilidade pelo problema. Porque enquanto não assumirmos a responsabilidade, não seremos cidadãos. Continuaremos marionetes de maus políticos e títeres de nós mesmos. Então vamos nos posicionar como responsáveis por n
ós, para que não façam de nós, na nossa ignorância, o fruto da alimentação política dos que mascaram a política, com o nosso voto, deixando conosco a responsabilidade vã.
Vamos fazer nossa parte, mas sem bagunça de rua nem protestos vazios. Vamos nos educar para que possamos lutar pelo nosso direito ao voto facultativo. Mas só o mereceremos quando formos politicamente educados. Enquanto obrigados a votar, não seremos mais do que mandados de desonestos que entram na política para enriquecerem à nossa custa, porque sabem que não sabemos. Só quando nos educarmos é que assumiremos nossa responsabilidade pelos erros na política. Os que sabem escolher ainda são obrigados a votar em quem não votariam, porque são obrigados a votar. Pense nisso.
*Articulista
99121-1460