ERA UMA VEZ O EGOÍSMO HUMANO
Dolane Patrícia*
Nenhuma história humana é escrita sem a presença de uma ou duas mãos amigas que se estende em nossa direção, seja amiga, sem, contudo, ser como alguns filósofos que apontam causas e efeitos e nem sempre materializam soluções. Lembre-se: O ser humano é como uma caneta ambulante que pode escrever sua própria história, história essa, onde cada vez que você ajuda alguém, você marca um gol contra no campo de egoísmo que existe em cada um.
No entanto, às vezes, o campo de egoísmo da vida da pessoa é tão grande que não consegue ver nada além de suas próprias e exclusivas necessidades, prejudicando pessoas e situações de relevância colossal, em razão unicamente de seu egocentrismo exagerado e do medo de não ser mais considerado o centro do universo, como se o mundo fosse obrigado a girar ao seu redor.
Segundo o site https://agazetadoacre.com, egoísmo, à luz de bons dicionários, é amor excessivo ao bem próprio, sem consideração aos interesses alheios. Exclusivismo que faz o indivíduo voltar para dentro de si, num egocentrismo sem medida. O site ainda ressalta que algumas espécies do gênero animal são egoístas por instinto. Alguns seres humanos, no entanto, podem ser egoístas por presunção e patologia interior. Doença instalada nas entranhas da faculdade da alma humana. Mas ser egoístas é uma opção…
Breno Freire Dias fala que por vezes o egoísmo impede a muitos de ver além de si mesmo, não conseguindo ver o próximo por mais próximo que esteja. Nesse contexto, a essência do egoísmo se resume em transformar algo em sua propriedade particular, sem que tivesse acesso a nada que fosse beneficiar a sociedade, porque só a própria pessoa precisa ser beneficiada, ainda que isso cause prejuízos a outros.
Assim sendo, como diz Maria Izabel Mendonça Nogueira, quando Deus nos criou, nos fez incompletos… Não por relapso, por descuido ou por egoísmo. Nos fez incompletos de propósito, para que buscássemos ao longo de nossas vidas, mesmo que de forma inconsciente, pessoas que contribuíssem com os pedacinhos que nos faltam.
A escritora Maria Fernandes ainda vai mais longe, aduz que infelizmente, o egoísmo está presente na própria natureza humana, mas temos o poder de mudar tal história em benefício da nossa alma e também de amor ao próximo, pois, vivemos no coletivo, então, quanto mais fazemos o bem, a sociedade como um todo só tende a ganhar. Então, a escritora ressalta que se cada um pensar no melhor, no bem, sem a intenção de levar vantagem em tudo, consequentemente, este melhor de um refletirá no melhor da maioria.
É claro que Deus nos concedeu o livre arbítrio, com a finalidade de fazermos escolhas tanto más quanto boas, podemos escolher ser alguém que vai viver apenas para si ou alguém que vai pensar no bem coletivo, ajudar, sem levar vantagem, sem querer nada em troca, porque nem todos fazem as coisas por interesse, talvez só tenha prazer em ver as pessoas felizes.
Existe uma música que se chama: “Era uma vez”, da cantora Kell Smith, onde ela faz uma reflexão sobre o fato de termos sido crianças um dia e querermos crescer achando que a vida vai ser mais fácil, menos dolorosa até. Então, ela cresce e descobre a maldade humana, descobre que o mundo pode sim ser um lugar ruim, que as pessoas podem ser vilãs, mas já é adulta e já não é mais como na infância, onde se imagina uma coisa e no dia seguinte volta para a realidade e tudo pode voltar a ser normal.
Na vida adulta não é assim, existem pessoas más de verdade, e aí você descobre que os vilões não existem apenas nas histórias em quadrinhos, eles existem na vida real também e podem sim machucar muito as pessoas sem sentir qualquer remorso em fazer isso. Por vezes, um ser humano vive apenas para si e é incapaz de fazer algo para alguém sem exigir algo em troca, e por imaginar que todos também são assim, não conseguem refletir na possibilidade de existir alguém que possa agir de forma diferente, alguém que simplesmente é capaz de ser bom…
Isso é verdade porque no universo nada vive para si, o sol não brilha para si, as flores não exalam cheiro para si mesmas, os rios não correm para beneficiar a si próprio, mas o ser humano é a única criatura de Deus que entende que pode viver em seu mundo único, onde ninguém além de si mesmo pode ser beneficiado e as vezes não fazem ideia das renúncias que as pessoas são capazes de fazer em nome da paz e em benefício do outro.
A felicidade não é algo que se busca no final de um passeio ou após comer seu prato predileto ou fazer a viagem dos sonhos… Felicidade tem a ver com o bem estar dos outros, com o que aconteceu durante o percurso em que se buscava ser feliz.
Mas é como diz a música de Kell Smith:
Dá pra viver…
Mesmo depois de descobrir que o mundo ficou mal.
É só não permitir que a maldade do mundo te pareça normal.
Pra não perder a magia de acreditar na felicidade real.
E entender que ela mora no caminho e não no final…
*Advogada, juíza arbitral, apresentadora do programa Conhecendo Seus Direitos, escritora, Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia. Personalidade da Amazônia e Personalidade Brasileira, pós-graduada em Direito Processo Civil.
Acesse: dolanepatricia.com.br
ELES NÃO SÃO SEUS AMIGOS
Paulo Nicholas*
Pode ser um desabafo, um pileque ou uma fofoca mesmo. Por vezes é um infeliz, uma bravata ou mesmo um pensamento, uma ideia que passou pela cabeça. O fato é que frequentemente entramos em situações indesejadas ou constrangedoras por acharmos que estamos em um ambiente fechado, seguro ou cercado de pessoas que nos querem bem. Só que não!
Entenda: No mundo de hoje, e com o advento dos aplicativos de mensagens e redes sociais, conseguimos interagir com um número enorme de pessoas. Tudo o que falamos, digitamos ou postamos, por mais besta que possa parecer, pode ser usado para te desgastar. É o preço da exposição.
Ao mesmo tempo que hoje temos liberdade plena de expressão, temos a consequência disso: A obrigação de lidar com o efeito que nossos ditos e/ou feitos geram para diferentes tipos de pessoas: Nossos amigos, nossos colegas de trabalho, aqueles que não vão com a tua cara, aqueles que te odeiam, os que te invejam ou simplesmente pessoas fofoqueiras que precisam deste tipo de informação para se sentirem importantes ao transmitirem algo que vai depor contra você. É o que chamo de “Ditadura da Liberdade”. Somos livres para falar fazer o que quisermos, mas ficamos atrelados aos nossos atos e palavras.
De igual modo, as regras de convivência social mudaram radicalmente nos últimos anos. O fato de se poder conviver virtualmente com outras pessoas fez com que possamos conviver com muito mais gente do que antes, mesmo no mundo real. Podemos encontrar e reencontrar pessoas, conhecer outras e confraternizar com um número inimaginável de “amigos”. Só que…
Eles não são amigos!
E esta é a grande dificuldade de hoje em dia: Ter o cuidado de como se expressar em um mundo “politicamente correto” no falar, mas traiçoeiramente falso no conviver. Quem nunca passou por uma situação constrangedora por achar que estar entre amigos, quando de fato a situação não era esta? De minha parte, foram diversas.
Para se proteger deste tipo de contratempo é necessário seguir algumas regras básicas, vigentes desde os tempos pré-virtuais: N
ão discutir futebol, política ou religião; Não falar dos parentes dos outros; Não falar nem decidir na hora da raiva; Não se gabar de suas conquistas, etc.
Pensar e analisar o ambiente (real ou virtual) e as pessoas que ali estão é, no mundo de hoje uma decisão básica. Saber se comportar nos mais diversos ambientes, sempre foi uma questão de etiqueta. E o mais importante: Entenda que o fato de determinadas pessoas te tratarem bem, com educação e serem gentis contigo não quer dizer que são tuas amigas. Hoje, mais do que nunca, o bom convívio social é uma regra, mas não confunda isso com amizade.
Aprenda esta lição. Reavalie as situações parecidas que já aconteceram com você e tente enxergar que cordialidade não é amizade. Sua vida vai melhorar, tenho certeza!
*Advogado e escritor
PARA REALIZAR
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Para realizar grandes coisas, precisamos viver como se nunca tivéssemos de morrer” (Ernest Renan)
Nunca iremos realizar se ficarmos presos aos trancos que impossibilitam. Temos muito que fazer para viver o futuro. E não estaríamos paralisados, mentalmente, se fossemos mais atentos. E ser atentos não significa estar atento ao que não nos interessa. Vivemos, porque somos, um País com mais de duzentos milhões de habitantes. E nunca estamos preparados para o mal que nos chega com força para destruir os despreparados.
Vamos aprender com as derrotas. Não vamos nos desesperar com os acontecimentos atuais, como despreparo dos despreparados para encará-los. Não vamos deixar que o vírus seja maior nem mais forte do que nós. Sabemos que somos vulneráveis aos transtornos que vêm inesperadamente. O que nos coloca no grupo dos que ainda não estão num grau elevado de evolução racional. E não estou me referindo apenas ao Brasil, mas a todo o mundo que está vivendo o desespero atual. Vamos encarar o problema apenas como um problema.
Mesmo durante a azáfama do desespero, vamos pensar no futuro, para que, quando ele chegar, estejamos preparados para viver, e não para morrer. Vamos sair do inferno do sofrimento e viver a vida como ela deve ser vivida. Preparando-nos, hoje, para o dia de amanhã. Nosso futuro depende da nossa capacidade para prepará-lo.
Nos momentos de reflexão reflita sobre como devemos nos preparar, tanto como pessoa como ser humano de um universo de humanos. E não se esqueça de que a política tem muita importância nesse rumo. Reflita sobre isso com maturidade. Estamos nos aproximando das eleições. E vai ser nelas que vamos mostrar nosso grau de evolução, para estarmos preparados para os desmandos no futuro. Não estaríamos sofrendo o despreparo do poder público no atendimento à saúde dos cidadãos, se tivéssemos sido preparados, politicamente, para o atendimento à saúde. Vamos nos responsabilizar e agir com o dever de cidadão. Um dever não só de votar, mas de usar o voto como instrumento para o preparo do futuro.
Vamos parar de reclamar e chorar, e fazer o que devemos fazer para sermos bem atendidos na próxima chegada de novo vírus. Porque ele virá. E o importante é que estejamos preparados para que ele não nos torture, levando nossos amores. Vamos aprender a aprender com os sofrimentos para torná-los os apenas acontecimentos. E você pode, mas só se achar que pode. Confie mais em você mesmo, ou mesma, para vencer a batalha com honra e respeito à sua condição de ser, de origem racional. O que deve levar você à racionalidade. E você pode fazer isso. Pense nisso.
Articulista
95-99121-1460