Ei, Dona Caer
Linoberg Almeida*
Uma senhora de 51 anos já deveria saber que existe uma estratégia perigosa, do “quanto pior melhor”, rolando por aí, para provocar um descontentamento geral com seus serviços prestados e te tirar da jogada. Culpa sua; não estou aqui para passar pano. Muitos desses serviços são mal prestados mesmo e já que sua fama é de “tatu”, tendo visão limitada, aguce os ouvidos e escute o que vou te dizer.
Se sua missão era promover saúde pública e bem-estar social, alguma coisa está errada. Você é a concessionária! Peço licença para chamar de você, pois me sinto dono disso tudo porque pagamos essa empresa de economia mista, que presta serviço público de água e esgoto por meio de concessão. Eu tenho nosso contrato. A concedente, chamada prefeitura, te deu direito de explorar, administrar, implantar e ampliar serviços. Mas não pode ser de qualquer jeito.
Fique atenta. Nossa relação contratual de 20 anos acaba em dezembro, e com a opinião pública vendo que essa relação está abalada, o jeito simplista de reduzir a uma questão financeira, econômica, ou até mesmo de extinção do contrato de programa, pode não deixar tempo suficiente para explicar às pessoas sua importância. Deusulivre que faltando 30 dias para a extinção o não seja retumbante, aí vem uma sabe-se lá de onde ou quem dono é, o leite derramado e perdemos a oportunidade de fazer controle social sobre bens tão valiosos.
Não vou falar que o diálogo com a prefeitura é fácil. Sei bem como é; quando ela quer destrói reputação visando seus interesses. Por isso, te alerto: o que está por trás dos memes, tuítes de agora? Essa relação não deveria ser institucional comprometida com a sociedade e meio ambiente? Tome tento. Quem avisa amigo é e fala verdades. A Mestre Albano (Asa Branca), as JT no Olímpico, Horácio Mardel, Mario Homem, Raimundo Penaforte (Cambará), a Manoel Pereira Castro (Cinturão Verde) são exemplos de que quando você passa deixa um rastro. E não caia no jogo de empurra; sei da partilha de responsabilidades, dos termos de ajuste de conduta, e vai por mim, não são suficientes.
Já vi esgoto indo para igarapé na rua Sobral (Centenário X São Bento); na Escorpião com Gêmeos (Satélite) tem situação crônica; fossão na Lourival Coimbra (Sílvio Botelho); o fedor no São Francisco… Que tal assumir seus erros; propor plano de ação; explicar detalhes a população; falar das dificuldades de financiamento; dar voz a seus técnicos competentes; apontar metas específicas, mensuráveis, atingíveis, realistas e com prazo definido? Prefeitura é parte do contrato, não faz gestão qualitativa dessa relação, e você, sem querer querendo, abre brechas para interesses nada republicanos.
Sei bem a dor de cabeça que energia elétrica é em nossas vidas, dada a menos que preço de banana. Particularmente, sou dos que defende que a iniciativa privada seja parceira da coisa pública, qualificando a prestação de serviços. No entanto, eu conheço a história. O mundo dito desenvolvido retrocedeu de suas privatizações em serviços essenciais por entender que compartilhar experiências, em vez de entregar, é mais vantajoso à sociedade.
Então, saia das cordas, Caer. Essa sua carapaça rígida serve para se e nos defender, coisa de mãe, da classe dos mamíferos, que usa das tetas para ser fonte de vida e não para dar de mamar aos que se aproveitam da coisa pública. Use sua língua comprida e pegajosa para me ajudar e reinventar a cidadania básica do tipo se sujou, limpe; se quebrou, arrume; se abriu, feche. Releia seus valores, visão, missão e não deixe que a atitude deliberada daquela, alimentada por sua displicência, seja um tiro no pé de todos nós.
*Professor e Vereador de Boa Vista
Fisioterapia para todos
Fernanda M. Cercal Eduardo*
No contexto atual, em que o acesso à saúde de forma geral não contempla todas as classes sociais, a Fisioterapia tampouco consegue se destacar como uma ferramenta de suporte substancial em classes menos abastadas.
As deficiências do sistema público de saúde e não menos deficiente, o sistema de saúde suplementar, não conseguem oferecer este serviço à população da maneira como deveria. Quase não há encaminhamentos para Fisioterapia provindos do SUS (Sistema Único de Saúde) e quando esses são feitos, o paciente deve esperar em torno de seis meses, ou atravessar toda a cidade para fazer o tratamento em uma das clínicas parceiras das prefeituras, o que acaba sendo custoso e cansativo, principalmente àqueles que necessitam do serviço justamente por terem problemas com a mobilidade ou algum tipo de dor.
Os planos de saúde têm um maior potencial para atendimento dos pacientes que necessitam do serviço e um número bem maior de encaminhamentos é feito pela saúde suplementar. Porém, ainda se apresenta muito aquém do real potencial para execução de um trabalho fisioterapêutico ideal, pois as clínicas são obrigadas a atender um número muito grande de pacientes por horário, a fim de cobrir os gastos com profissionais, estrutura e impostos diante do ínfimo valor repassado pelos planos a estas.
Não basta apenas querer e ser capaz de prestar um serviço de qualidade. O fisioterapeuta, diante dessas duas realidades fica refém de um sistema falho em atender às demandas essenciais da população no quesito de diagnósticos cinéticos-funcionais, tratamento das disfunções do movimento humano, acompanhamento e reabilitação profissional. Muitos, veem-se obrigados a dispor de estrutura e conhecimento técnico-científico caros por valores inferiores a R$ 20,00, e diante de inúmeras obrigações empresariais, opta por atender vários pacientes por dia, tentando dessa forma suprir as necessidades do mercado e continuar exercendo seu papel de agente de saúde junto à população.
A Fisioterapia ideal é aquela individualizada, que consegue, através de sua valorização atender de forma completa seu paciente, prestando todo seu conhecimento e potencialidade em prol das disfunções cinéticas e funcionais orquestradas pelas inúmeras patologias que atingem os mais variados sistemas do organismo. De forma individual, o profissional pode personalizar suas ações conforme os achados específicos, obtendo um resultado infinitamente superior a tratamentos executados em grupos atendidos dentro de clínicas e serviços que atendem pelo SUS ou pelos planos de saúde.
Infelizmente, milhões de pessoas sofrem com problemas cinético-funcionais (habilitação profissional do fisioterapeuta), mas o tipo de prevenção e tratamento oferecidos atualmente pelo sistema de saúde público e suplementar são inteiramente falhos. Muitas indicações de tratamentos mais custosos tanto para o paciente quanto para o sistema ainda prevalecem em nossa sociedade e essa realidade vem sendo discutida por revistas conhecidas e prestigiadas no campo médico, como a “The Lancet”, por exemplo.
Vários artigos publicados despertam críticas aos cuidados errados oferecidos à pacientes, criticando inclusive o investimento enérgico em testes e tratamentos que oferecem alto grau de risco, enquanto a Fisioterapia, como tratamento conservador, por muitos nem é lembrada ou é levada a descrédito. O sucesso que o tratamento deveria oferecer esbarra com as dificuldades do profissional, que precisa realizar muitos atendimentos por dia e, portanto, sem a mesma qualidade. Como poderemos modificar isso
? A única forma de mudar a realidade atual é divulgando amplamente a atuação desse profissional para a população e estudantes. A Fisioterapia consiste em reunir estratégias para atender todas as classes sociais, porém de maneira única e individualizada, com qualidade, conhecimento técnico e científico.
*Fisioterapeuta, mestre em Tecnologia em Saúde e coordenadora do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Internacional Uninter
Busque sempre
*Afonso Rodrigues
“O único meio de se descobrir os limites do possível é ir além dele, alcançando o impossível.” (Arthur Clarke)
Não há impossível para quem acredita no potencial da sua mente. Quando acreditamos que podemos, podemos. O importante é que saibamos distinguir o sonhador do visionário. Quando não sonhamos ficamos presos aos limites do presente. Então não vamos limitar os nossos pensamentos. Vamos relembrar o Swami Vivecananda: “Não se mede o valor de um homem pela tarefa que ele executa, e sim pela maneira de ele executá-la.”
Só quando formos devidamente educados não necessitaremos das orientações dos que foram educados para a vida. Ser racional é saber viver a vida no seu nível de evolução. O Planeta Terra ainda está em evolução. E deveríamos observar que os dilúvios fazem parte da evolução. E pare de rir quando digo que estamos na iminência de um novo dilúvio. Que quando o último aconteceu não sabemos qual era o grau de evolução dos que foram para ao espaço, levados pelo dilúvio. Então, vamos nos preparar e cuidar da nossa evolução, mas com respeito à Natureza.
Nada de preocupações nem aborrecimentos. Vamos levar a vida como ela deve ser levada, vivendo-a como ela deve ser vivida. Com amor, respeito e muito carinho. Respeite-se no que você é. Nunca tente ser o que os outros querem que você seja. O salão de beleza de Deus está dentro de você, à sua disposição. Frequentá-lo é muito simples. E tudo de que você necessita para se embelezar está dentro de você mesmo, ou mesma. Sorria sempre. Nunca se intimide. Lute sempre, mas numa luta sem brigas nem disputas ou competições. Você pode tudo desde que acredite em você.
O pior que nós afazemos, é pisar na bola. Ou caímos ou nos machucamos. Então vamos caminhar com cautela. E é simples pra dedéu. Mas não fique preocupado, ou preocupada, com esse papo. Viva sua vida com a consciência de que está vivendo o momento de sua evolução racional. O importante é que você saiba o que, e quem você é. Porque somos todos iguais, mas nas diferenças. O que nos leva a respeitar o próximo como a nós mesmos. O que indica, também, que devemos nos respeitar para podermos respeitar o outro.
Tenha um bom dia. E tudo vai depender de você e de mais ninguém. Olhe para o horizonte da vida e veja o que vê. Seja o que for, vai fazer parte do seu dia. Se for bom ou mau, bem ou mal, não se preocupe. Você tem o poder de que necessita para encarar. Vá em frente. Não permita que o confinamento obrigatório lhe seja motivo de tristeza ou aborrecimento. As nuvens consideradas negras não são mais do que aviso de mudanças de tempo. Então, pegue o guarda-chuva e vá em frente. Pense nisso.
*Articulista
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