PORTUGAL DO MEU AMOR
Walber Aguiar*
Quem morre não sofre mais, mas quem parte é dor demais, é bem pior que morrer…
Antônio dos Santos Mascarenhas Barreto
O porto é sempre o lugar dos encontros e despedidas, dos começos e recomeços, dos encontros, desencontros e reencontros. Dizem que o porto é um lugar alimentado de sorrisos e lágrimas, de céu e chão, de dor e alívio. Que começamos a morrer exatamente ao nascermos, que os acenos de despedida nunca são eternos, que a figura da morte aparece a cada despedida.
Entretanto, na vida de retinas tão fatigadas, entendemos que os portos ficam pra trás e ressurgem. Que o Porto foi o lugar onde se deu o mais fascinante encontro de minha vida. Um avião, um pouso, uma espera.
Um dia pra se pensar todos os dias, todos os dias pra se sentir, todos os sentimentos pra se perceber, todas as percepções pra se tocar, todos os toques pra se sentir vivo, toda a vida pra esperar um recomeço. Aí temos o ciclo de tudo que é, do cachorro tentando morder o próprio rabo. Temos o desejo cumprido, o favor recebido, o coração entregue.
Assim acontece com quem conhece Portugal. Com quem se encanta com a geografia lusitana, com a casa de Fernando Pessoa, no velho poema em linha reta, cheio de curvas e tortuosidades da palavra poética. Assim ocorre com o romantismo de Garret, com a dramaticidade de Florbela Espanca, com a sonoridade eterna de Luís de Camões.
Assim acontece com quem se despede da paixão ibérica, das catedrais gigantescas e seus sinos que se dobram à poesia e ao sentimento, à celebração do existir e à transcendência do crer e do mirar a face de um Deus piedoso e santo, que, mesmo não habitando em templos feitos por mãos humanas, parece flutuar nas naves suntuosas que carregam obras de arte sacra, que portam mistérios feitos de concreto e concreção histórica.
Ora, não há despedida quando a alma carrega as mais profundas e significativas lembranças, não há despedidas entre o olhar e o objeto do desejo da retina, não acontece o adeus entre aqueles e aquilo que se ama. Entre arcos construídos e flechas retesadas, entre festas e brincantes, entre o que se come e o objeto da paixão gastronômica. Não se despede, pois da fé, da esperança e do amor. Não se desvencilha completamente daquilo que foi contemplado, vislumbrado, longamente visto, profundamente admirado.
Agora estou pronto pra ir, mas sem deixar, pronto pra deixar pra trás, mas sem desvincular do coração que deseja, da alma que se encanta.
Depois de Portugal a vida nunca mais será a mesma. Principalmente, porque, nesse Porto e nesses portos da dor e da distância, encontrei o amor e a proximidade.
*Advogado, historiador, poeta, professor de filosofia, conselheiro de Cultura e membro da Academia Roraimense de Letras
E-mail: wd.aguiar @gmail.com
CULTURA X VIDA
Marlene de Andrade*
“Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor.” (1ª João 4:8)
A Constituição Federal/CF garante aos índios a proteção de seus costumes e tradições e essa mesma Constituição também garante no seu Artigo 5º o direito à vida. E aí, como entender que algumas etnias, segundo é muito comentado, praticam o infanticídio sem que essas práticas perversas sejam cobradas da justiça? Não podemos permitir que as tradições ceifem vidas devido aos costumes de um povo.
É estarrecedor saber que existem índios que podem fazer tudo que dá na cabeça e nunca serem processados pelos seus atos ignóbeis. Algumas etnias podem matar um dos bebês gêmeos, matar criança que nasça com deficiência física ou mental, matar outros índios a pauladas, estuprar, abortar seus filhos porque nada disso será considerado crime para certas etnias indígenas, visto que esses costumes, nessas culturas, fazem parte de suas “tradições”, mas convenhamos, essas práticas são inconcebíveis.
E como não bastasse, uma médica foi severamente espancada em uma aldeia indígena, em Roraima porque uma criança morreu quando estava sob os seus cuidados médicos. Não acredito, que a médica tenha se omitido de tratar essa criança, mas digamos que ela tenha sido omissa, por isso teria que ser espancada e quase assassinada, ou presa em flagrante? Que absurdo é esse? Esses comportamentos nada têm a ver com os direitos humanos e sim com desumanidade e nossos legisladores têm que fazer algo que modifique esses bárbaros costumes de certas aldeias indígenas.
Quanto aos infanticídios, se realmente eles existem, deveria vigorar o seguinte: se os pais não querem o filho, o entregue a uma instituição de caridade, pois o direito à vida é o mais fundamental de todos os direitos e matar quem quer que seja, fere profundamente os bons costumes, a honra, a ética e a moral da sociedade. Preservar uma cultura e tradições é justo, mas tradições, as quais permitam o assassinato de inocentes é um absurdo.
Será que essas práticas não terão fim? Há uma passagem bíblica que nos informa que Maria e José tiveram que fugir de Belém, pois a ordem do rei era matar todos os meninos e um dos faraós também deu ordem para que toda criança que nascesse do sexo masculino fosse morta. Nessa guerra, Moisés foi preservado e se tornou um grande homem de Deus, tendo inclusive escrito o Pentateuco.
A Bíblia é muito clara quando diz que “O amor é paciente, o amor é bondoso…Não maltrata, não procura seus interesses… O amor não se alegra com a injustiça…mas se alegra com a verdade. Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”.(1ª Coríntios 13:4-7).
*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT-AMB-CFM
E-mail: CRM/RR-339 RQE-431
NÃO PERCA TEMPO
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Ocupe seu tempo crescendo, desenvolvendo sua habilidade e seu talento. Só assim nãoterá tempo para criticar os outros. Não acumule fracassos e sim experiências. Tireproveito de seus problemas e não se deixe abater por eles. Tenha fé e energia, acredite.Você pode tudo o que quiser.” (Aristóteles Onassis)
Já sabemos que todo o poder de que necessitamos para vencer na vida está dentro denós. E se é assim não tem por que ficar perdendo tempo com coisas nem pensamentosnegativos. “O reino de Deus está dentro de nós.” O problema está em não acreditarnisso. E não creditaremos enquanto não formos racionais. E a racionalidade requerevolução. Então vamos evoluir. Durante todas as eternidades que já vivemos sobre estePlaneta, não conseguimos evoluir dento da racionalidade. O que tem nos custado muitocaro. Quem de nós está preparado, ou preparando a humanidade para o próximodilúvio? Ou você não acredita que ele virá?
Mas vamos ficar na nossa e deixar o tempo passar. Só que não devemos esquecer quequando ele, o tempo, passa nos leva com ele. E continuamos no eterno ir e vir, na doce etriste ilusão de que o tempo passa. E o que seria de nós, se a vida não fosse tãoembaralhada? Nunca aprenderíamos. Não perca um minuto sequer do seu temp
o comcoisas que não lhe valham. Somos todos responsáveis pelas nossas vidas. E é com elasque construímos ou destruímos. Faça sua parte como ela deve ser feita.
O Miguel Ângelo já nos disse: “Nas artes as insignificâncias causam a perfeição, e aperfeição não é uma insignificância”. Construa sua vida enquanto você vive. Cadaminuto é importante, dependendo da importância que damos às aparentesinsignificâncias à nossa volta. Viva cada minuto de sua vida, como se ele fosse oúltimo. Temos repetido, mas vamos repetir: preste mais atenção à florinha silvestre nagrama do seu jardim. Ela, a florzinha, não foi criada pela Natureza, sem umasignificância. Talvez a insignificância esteja na sua falta de atenção para a importânciada florzinha.
Nunca se deixe levar pelos aborrecimentos. Eles são inevitáveis, mas não sãopermanentes. Ame sempre. O poder do amor é incomensurável. Não há como medi-lo.Mas há como vivê-lo intensamente. A alegria apaga a sombra da tristeza. É a luz queilumina o caminho da felicidade. E você pode caminhar pelo caminho que vocêescolher. E a escolha vai depender do seu desenvolvimento racional. E as veredas estãosempre abertas. Escolha a sua. O poder está dentro de você. Use-o com racionalidade evocê será feliz. E quem é feliz não perde para a infelicidade. Simples pra dedéu. Pensenisso.
*Articulista
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