Opinião

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CABOCO DAS ÁGUAS II

Walber Aguiar*

Conheci um homem submerso

Que fez da água seu verso

Que fez do verso seu lar…

Sonhei que estava debaixo das ingaranas. Que estava com o caboco das águas. Uma história meio Lula, em que assombrações surgem do meio da mata e crianças choram em galhos de árvore. Que índios aparecem boiando de repente, depois de atravessar o rio de um só fôlego. Assim sonhei que estava com o caboco Dagmar, conversando sobre o futuro, sobre a vida ea morte, sobre as águas que corriam sob nossos pés.

Ele falava num grande reservatório de água. Não, não era o da CAER, onde aparece aquela gota caindo. Não era o Rio Branco, uma reserva natural. Também não podia ser a minha caixa d’água ou a sua. Era algo lendário, coisa de Lula mesmo.

Contava o caboco que em sonho lhe fora revelado o lugar das grandes águas. Assim tipo o Reino das Águas Claras, de Monteiro Lobato. Uma revelação feita somente aos defensores da natureza, àqueles que amavam a fauna, a flora, os igarapés e buritizais. Por isso fora confiado ao caboco aquele sonho, aquela revelação.

Durante o sonho, um anjo, desses que vivem deitados à sombra, apontou para uma grande serra, um lugar encantado e misterioso. Ali estava o depósito de água mais rico e denso do mundo, e que o caboco das águas seria o encarregado de guardar esse segredo até o dia em que as águas começassem a escassear de sobre a terra.

Depois falamos sobre a preciosidade que ali existia. Pedras preciosas, ouro, diamantes e o maior bem de todos: a água. Por isso o caboco vivia preocupado com a economia, com o desperdício, com o fato de muitos não terem consciência na hora de tomar um banho ou escovar os dentes com a torneira aberta. Daí o caboco e suas campanhas no decorrer de vinte anos em que trabalhou na Companhia de Águas e Esgotos de Roraima.

Ali estávamos nós. Eu, Dagmar e as ingaranas. De repente, assim do nada, seus olhos foram ficando marejados. E o volume de lágrimas foi aumentando, aumentando, até virar um enorme igarapé. O caboco das águas sumira de repente do meu sonho. A mensagem última foi o amor às águas, o desejo de mergulhar, de economizar, de viver submerso.

*Advogado, poeta, historiador, professor de filosofia e membro da Academia Roraimense de Letras

[email protected]. 99144-9150

A IGREJA HISTÓRICA PRECISA ACORDAR

Marlene de Andrade*

“Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens…” (Colossenses 3:23)

Várias crianças e adolescentes vivem hoje em situação de risco e nós cristãos estamos fazendo o que para ajuda-las? Será que as Igrejas históricas e conservadoras da Palavra de Deus, não poderiam se juntar e abrir, por exemplo, escolinhas de reforço a fim de que crianças e adolescentes passassem a metade do dia aprendendo que não nasceram por acaso e sim em 1º lugar para conhecer, adorar, louvar e servir o Senhor? E aprendendo essas verdades mudariam seus rumos, a fim de viver aqui na Terra com hombridade, buscando a estatura de varões e varoas perfeitas.  

Nas Maternidades entram muitas adolescentes grávidas ou em processo de abortamento. É a imoralidade avançando cada vez mais e nós o que estamos fazendo para socorrê-las? Tanto poderíamos fazer, mas até nós mesmos que somos cristãos, vivemos dizendo que não temos tempo e assim a vida vai passando sem nada realizarmos de concreto para levar essa camada da sociedade conhecer a Palavra de Deus.

Se as Igrejas históricas se juntassem aqui no Brasil, para começar a abrir escolas de reforço, às crianças que estão sendo massacradas pela satânica doutrinação diabólica, a qual envolve grande parte das famílias, muitos irmãos, até mesmo de outros países enviariam auxílio financeiro para que essas Igrejas pudessem empreender esse trabalho, o qual teria como meta ajudar a criançada sair do fundo desse poço. É verdade, que o mundo jaz no maligno, mas e aí? Vamos cruzar os braços?

E o pior é que têm mães e avós que acobertam os maridos estupradores de filhos e/ou dos netos e nós Igreja de Cristo, o que estamos fazendo para ajudar essas crianças? Além do mais, o ateísmo vem avançando pouco a pouco dentro das salas de aula e nós estamos fazendo o quê para socorrê-las?  

Por esse ângulo, até mesmo pais cristãos, têm feito o que, a fim de ensinar seus filhos, os quais estão aprendendo que a diversão e inclusive o celular são o que há de melhor e que estudar não serve para nada?

E nesse ritmo, elas vão crescendo e sendo dominadas pela “atração” que o mundo traz, tornando-as consumistas, frias e desobedientes. E o pior disso tudo, é que muitos adolescentes estão se suicidando de forma espantosa e isso não se ouvia falar anos atrás e aí, a Igreja, a começar de mim, vamos ficar inertes ou vamos descruzar os braços e caminhar até os confins da terra? .   

*Médica Especialista em Medicina do Trabalho /ANAMT-AMB-CFM

LA VAI ELA…

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Bendita crise que me traz de volta a aventura de viver.” (Mirna Crzich)

Quando você se envolve com o problema ele se torna crise. E quando ele, o problema, já chega na forma de crise, aí você se perde nele. Que é o que acontece quando não somos capazes de encarar a crise. Mas, cuidado, encarar não significa desprezar ou menosprezar. O importante é saber como conviver com o problema. O que geralmente é difícil pra dedéu. Mas o mais importante é que aprendamos a viver para viver o pós-crise.

Você se lembra do Raimundinho? Éramos escoteiros, na base Aéreas de Natal. Ele era um dos Lobinhos do meu grupo. E como já falei disso por aqui, vou correr o risco de repetir. Certo dia, em treinamento, eu lhe perguntei:

– Raimundinho, o que você fará se numa caminhada você encontrar uma árvore caída, e cruzando na estrada?

Sem pestanejar, ele respondeu:

– Eu pulo pu riba.

Simples pra dedéu. Mesmo que não dê pra pular por cima, dê a volta e circule a árvore. Faça o mesmo com o problema. Sempre há uma maneira de circulá-lo sem se intimidar.

A crise atual não é maior nem mais desastrosa do que tantas outras que já assolaram o nosso planeta Terra. Na época da Gripe Espanhola e tantas outra da época, não tínhamos a população que temos hoje, sobra a Terra. Nem tínhamos a mídia espalhafatosa que temos hoje. Levávamos meses para saber quantas pessoas morreram mundo afora. Hoje sabemos quase ao vivo.

Mas o mais importante é que não relaxemos. Vamos ser cautelosos e cuidar, não só da nossa vida, mas da vida dos outros. Não se intimide, mas não negligencie. Evite o desespero e a negligência. Toda crise é passageira. O importante é que saibamos e sejamos competentes para vivermos intensamente com as experiências adquiridas com a crise. Pense positivo, seja positivo e vá em frente. Viva intensamente cada minuto de sua vida.

Somos todos da mesma origem. Viemos do mesmo Universo, para onde votaremos, queiramos sou não. Tudo vai depender da nossa capacidade de viver o tempo que permanecermos sobre este Planeta ainda em evolução. No Universo de onde viemos não há unidade de tempo. O tempo que passarmos por aqui vai depender da nossa capacidade de evoluir racionalmente. E sua capacidade está na sua capacidade de pensar pos
itivo. Afinal de contas somos o que pensamos.

Nunca se deixe levar por maus pensamentos. Eles são inevitáveis. O que indica nossa capacidade de resistir, ou não. Ou resistimos ou fracassamos. Não se esqueça de que nós não morremos. Nossa embalagem é que morre. Ela fica, mas nós vamos e voltamos, num eterno ir e vir. Então prepare-se para a nova vida. Pense nisso.

*Articulista

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