Foco na pessoa, tarefa do educador – Gilberto Alvarez Giusepone Jr.*
No dia 21 de março foi celebrado o Dia Internacional da Síndrome de Down e no dia 2 de abril celebrou-se o Dia Mundial do Autismo. São datas de referência que, cada qual a seu modo, promovem a valorização dos esforços inclusivos que têm se ampliado em direção às pessoas com deficiências.
Embora sejam iniciativas importantes, tais datas se referem à Síndrome de Down ou ao Autismo, e não às pessoas. Dessa maneira, opera-se, mesmo que involuntariamente, a uma despersonalização da pessoa deficiente, fazendo-se abstração de um problema real.
É importante registrar que o universo das deficiências tem sido objeto de lutas políticas na sociedade e de expressivo interesse por parte da comunidade acadêmica, cujas pesquisas vêm mostrando que esses problemas devem ser enfrentados em uma perspectiva mais ampla, além de um ponto de vista puramente médico.
Nos EUA, circulou com intensidade o argumento de um homem que nasceu sem o pé direito e que se referiu a si como alguém que nasceu com uma característica com potencial debilitante, mas que ele foi “deficientizado” quando se deparou com a primeira escada.
Já na França, inúmeras vezes foi recuperado um argumento segundo o qual a escola, com seus tempos e medidas, com suas lógicas homogeneizadoras e avaliações, é também uma grande produtora de deficiências.
É claro que há situações muito específicas que variam de caso para caso, mas é importante reconhecer que o universo das deficiências tem sido considerado quase que exclusivamente relacionado aos parâmetros médicos e clínicos de definição e encaminhamentos.
A educação inclusiva proporcionou avanços em relação aos esforços historicamente acumulados no âmbito da educação especial.
Justamente porque reconheceu que, por exemplo, a surdez tem um sentido e a experiência de ser surdo tem outro, o mesmo valendo para qualquer limitação sensorial, foi que a educação inclusiva passou a representar não somente os direitos educacionais das pessoas com deficiências, mas também a defender a mudança no foco.
A força crítica da educação inclusiva está na percepção de que as tarefas devem se adaptar às pessoas e não o contrário.
Se a educação especial acumulou méritos procurando entender o específico de cada corpo, a educação inclusiva avançou no sentido de lembrar que mesmo a mais complexa especificidade não retira de ninguém a sua universalidade humana.
Mas é importante, acima de tudo, deslocar o foco para a pessoa, tarefa primordial dos educadores.*Diretor do Cursinho da Poli e presidente da Fundação PoliSaber
A síndrome da mão ungida – Walber Aguiar*Muitos que falam em nome de Deus não têm procuração nem são autorizados para fazê-lo. DrummondEra domingo. A “igreja” (refiro-me aos arremedos comunitários que são confundidos com a Igreja, com “i” maiúsculo) estava superlotada. Disputavam espaço os sinceramente enganados, os voluntariamente ingênuos, os da teologia da prosperidade, que apenas corriam atrás de dinheiro e saúde. Também estavam os alienados, que se isolam em ostras eclesiásticas, e os espertalhões, aqueles que negociam os votos dos irmãos em troca de material de construção, linhas de crédito, espaços na TV e outros benefícios.
Aparentemente, acotovelavam-se em torno de Deus e de sua palavra. No entanto, diante de maior aproximação, percebia-se o real interesse. Um “pastor” que apascentava a si mesmo, “ungia” o povo, na tentativa de abençoar o governo situacionista com a “benção” dos votos comprados e manipulados. Agindo assim, fazia lembrar a realidade de Balaque, Balaão e sua mula.
Balaque, naquele momento, pagaria a Balão para que este profetizasse contra o povo de Deus. Aqui, o “pastor” Balão montaria nos seus milhares de “mulas” manipuladas e tentaria receber as benesses do rei. A tentação era grande. Só que, no meio de todo esse contexto Balaanesco, as “mulas” poderiam se mostrar muito mais inteligentes que todos aqueles que tentavam fazer de Deus uma espécie de cabo eleitoral.
Ora, de acordo com Romanos 13, toda autoridade é constituída por Deus. No entanto, isso não deu a Paulo, Pedro ou qualquer dos discípulos o direito de abençoar os Césares romanos que destruíam os cristãos nos coliseus da vida. Muito menos de se posicionar ao lado deles, na expectativa de, com isso, obter benefícios para a comunidade cristã.
Das catacumbas de Roma, onde celebravam uma fé comum e partiam o pão com singeleza de coração, até os dias de hoje, muita coisa mudou. Atualmente, a fé foi espalhada pelos fenômenos neopentecostais recentes como moeda de troca e objeto de prestígio. Os “reinos deste mundo” oferecidos por satanás estão sendo aceitos por “líderes” oportunistas e inescrupulosos. Infelizmente, muitos permitem que suas mãos sejam “ungidas”, renunciando qualquer vestígio de ética e cidadania. Não são mãos abençoadas; são membros da maldição anunciada, pregada por lobos e caudilhos que se estereotipam em modelos do rebanho.
Era domingo. Talvez as “mulas” se rebelassem e imprensassem o pé do “pastor” Balaão no muro. Aí, finalmente, os “animais” teriam, mais que o “profeta”, o discernimento de agir e de votar conscientemente.*Poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de [email protected]
Acidentes não existem – Marlene de Andrade*“…tema o Senhor e evite o mal. Isso dará a você saúde ao corpo e vigor aos ossos.” (Provérbios 3:7-8).
Ouvi alguém afirmar que acidentes não existem, mas ao contrário são provocados por falha humana ou mecânica. Então, não são os exames complementares de sangue, urina, fezes ou, digamos, eletroencefalograma que vão evitar acidentes de trabalho. E o interessante é que a Norma Regulamentadora-9/NR9-MTE, ou seja, Programa de Prevenção de Riscos Ambientais/PPRA não fala nada acerca de acidentes de trabalho. Então por que os empregadores devem pagar exames laboratoriais para o seu empregado que vai trabalhar, por exemplo, em alturas? E por que se esse risco não é citado no referido PPRA, os profissionais de saúde ocupacional insistem em colocá-los e ainda por cima de tudo agregando inúmeros exames laboratoriais no mesmo?
Se o trabalhador não tem sinais de doença, por que exigir do empregador exames caríssimos e que podem até dar falso positivo? O negócio está virando um comércio tão desvairado que tem “clinequetas do trabalho” querendo até vender equipamentos de proteção individual/EPI.
A propósito dessa reflexão, me lembrei que alguns militares, anos atrás, os quais estavam jogando bola dentro do Hospital das Forças Armadas/HFA, quando de repente um médico de 25 anos, começou a sentir dor no peito, pois havia infartado e faleceu sem tempo de ser socorrido. Para uma pessoa ingressar nas forças armadas deve se submeter a vários exames e entre eles, é claro, o ECG e aí, o que dizer disso?
Passei um e-mail para a Associação Nacional de Medicina do Trabalho/ANAMT, questionando tais fatos. A Diretora de Legislação dessa importante Associação me respondeu dizendo que meu pensamento estava correto e que o exame clínico, quando bem feito, vai mostrar ao médico se deve, ou não, solicitar exames complementares.
O Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário/NTEP faz o cruzamento das informações do código da Classificação Internacional de Doenças/CID-10 com o Código da Classificação Nacional de Atividade Econômica/CNAE e serve para apontar a existência de uma relação entre a lesão ou agravo e a atividade desenvolvida pelo trabalhador. Sendo assim, o NTEP estuda dados científicos fundamentados através da estatística e dos dados epidemiológicos.
Devido ao fato, podemos questionar se trabalhadores, por exemplo, beneficiadores de grãos vivem caindo dos silos e se os da construção civil infartam, ou tiveram uma convulsão em cima de um andaime, principalmente se o referido andaime estiver totalmente dentro das normas. Portanto, o que vale mesmo é o exame médico, o qual deve ser composto de anamnese e de exame físico. Ele é soberano, por tal fato, solicitar exames laboratoriais desnecessariamente é impor ao empregador um aumento de suas despesas financeiras e isso é abominável.*Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT(95) 36243445
Por que não? – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Alguns homens veem as coisas como elas são e dizem: por quê? Eu sonho com coisas que nunca foram e digo: por que não? (Bernard Shaw)
Na Universidade do Asfalto aprendemos que “nada é impossível para quem crer no possível”. E por que perguntar por quê? Tente fazer. O Thomas Edson dizia sempre que não acertava numa experiência, que não estava errando, mas aprendendo como não fazer. Os erros nos ensinam o caminho do certo. Nós é que nem sempre temos a capacidade de entender o recado. Aí continuamos errando, errando, e perdendo tempo nos preocupando com o erro. Por que ficar martelando a cabeça quando erra, em vez de aproveitar o erro e procurar nele o caminho do certo? Comece por não confundir esse papo com filosofia. É mero papo de cadeira de computador.
Sempre que estiver mirando um futuro bem distante, veja qual a extensão de sua visão. Ela está indo até o horizonte? Ótimo. Mas não esqueça que o horizonte é inatingível. E isso porque a Terra é redonda. Simples pra dedéu. O que indica que você não deve, embora possa, desistir de sua caminhada em direção ao sucesso. O que é outra coisa inatingível. Seu sucesso está no seu eu. Você nunca vai ser uma pessoa de sucesso se não for uma pessoa feliz. E os felizes nunca desistem do que buscam. E sentem a felicidade na luta renhida, mas gratificante.
Pessoas de sucesso estão constantemente na busca do sucesso. É isso que faz delas um bem-sucedido. Mas isso tem que ser feito com parcimônia. O que indica que vaidade, arrogância, empáfia não fazem parte do sucesso por mais que você pareça o dono da cocada preta. Seja sempre o que você é. Mas é sempre bom ter em mente a sugestão do Victor Hugo: “Devemos ser o que não somos, mas sem deixar de ser o que somos”. Porque o importante é que saibamos o que e quem somos, para sermos o que a humanidade precisa ter no seu crescimento. Você nunca vai ser uma pessoa feliz e próspera sem o devido respeito ao seu próximo.
Respeitar as pessoas é entendê-las como elas são e por que são. E só entenderemos isso quando entendermos que somos todos iguais nas diferenças. E as diferenças fazem parte da evolução. E é aí que devemos verificar em que estágio da evolução a outra pessoa está. Ela pode muito bem estar bem adiantada de você em determinados pontos da evolução racional. O que é muito importante nas nossas vidas. E é o que nos leva a procurar, sempre, a felicidade. E nunca vamos encontrá-la, perdendo nosso tempo com coisas ruins, desagradáveis e negativas. Ame-se e ame com muito amor e sinceridade. Respeite-se respeitando o próximo como a você mesmo, ou mesma. Pense nisso.*[email protected]