Opinião

Opiniao 11 05 2015 970

A utópica Administração Gerencial na seara Pública – Tom Zé Albuquerque* A sociedade brasileira há tempos não aguenta mais a precariedade dos serviços públicos, sobretudo quando se refere a administrar os recursos públicos: financeiros, patrimonial, material, pessoas… malgrado desde a década de 2.000 muito se fala em Administração Pública Gerencial, algo que deveria ter sido efetivada para mudar visceralmente o formato atual do modelo de gerir a coisa pública. O modelo patrimonialista vingou no Brasil desde o Estado Colonial de Portugal, pelo absolutismo, pela vontade pessoal em detrimento ao que era público e tendo como características mínimas: extensão de poder soberano, corrupção, relações intimamente pessoais, entre outras usurpações não menos nojentas. Essa realidade perdurou até a República Velha (1889-1930). A partir daí, mais precisamente em 1936, fora criado o Departamento Administrativo do Serviço Público – DASP, visando se adotar a visão organizacional com base nas tecnicalidades e em metodologia burocrática, em atenção aos fundamentos difundidos pelo sociólogo Max Weber. Acreditava-se na consolidação democrática. Mas não vingou; apenas alguns lampejos teorizados surgiram na tentativa de alterar o quadro caótico que se instava no país. Mas no final da década de 1960, sinais de um novo modelo emergiram no campo da gestão pública e no sentido de criar um modelo gerencial. Quase três décadas depois a nova gestão pública, sob a batuta de Luís Carlos Breeser Pereira, dá sinais reais de vida através do Ministério da Administração Federal e da Reforma do Estado – MARE, em prol da reestruturação da administração pública brasileira, com características muito comum em relação às empresas privadas, por exemplo: visão de resultados, planejamento e controle eficazes, eficiência nas ações, foco no cidadão-cliente, gestão de qualidade, avaliação contínua… Ocorre que até hoje, 2015, raros avanços ocorreram, cujos problemas se refletem justamente na precariedade do serviço à população. Um reflexo direto da preservação de um modelo retrógrado de gerir é quando se insiste em alojar pessoas sem nenhum tirocínio de liderança, sem tato com gestão, sem domínio de lidar com gente para assumir cargos estratégicos na administração pública. E nesse diapasão, é notório o nível de fragilidade de alguns gestores infiltrados na gestão pública, em se prenderem a ações comezinhas, a se reterem a situações secundárias abusando dum egocentrismo doentio, transpirando incompetência e fragilidade. Pior que isso só mesmo a luta insana de servidores públicos, avalizados pelos seus chefes desvairados no poder, em se manterem no seu status quo, presos em suas mesas enfeitadas, recebendo remunerações astronômicas para provocar um faz-de-conta laboral mesquinho, e sem gerar resultado algum para o Estado. São ovóides do ócio. São usurpadores que se locupletam em prol da sua indolência. A administração pública brasileira, seja qual esfera for, ainda terá que conviver muito com os prebendas. *Administrador —————————— Viver em paz – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Faça a paz consigo próprio, e o céu e a terra farão a paz com você”. (S. Isaac da Síria) Não tem dias em que você acorda bicudo, mal-humorado, e nem consegue dar um bom dia? Todos sofremos esses trancos. O importante é que não nos deixemos levar pela onda, senão ela vira tsunami e aí você se afoga. Aprenda a viver sua mente. Mas, aprenda. É simples pra dedéu. É só você estar de bem com você mesmo. Quando estamos numa boa conosco mesmo, nada nos impede de estar feliz. E quando estamos felizes, estamos de bem com o mundo. Ontem parece que fui ranzinza no meu papo, falando do problema que muitos pais têm com os filhos. Todos temos. A diferença está em se sabemos, ou não, lidar com o problema. Conviver com os filhos é muito delicado. Mas é muito simples. É só você abrir caminho para seu filho caminhar na escolha que ele fizer para a vida dele. E se você foi um bom orientador, ele vai saber exatamente o que quer. Mesmo que você se desiluda porque não é o que você queria para ele, fique na sua e comece a orientar seu filho no caminho dele. Mas tenha muito cuidado porque poucos sabemos a diferença entre orientar e dirigir. O pecado maior está em querermos sempre dirigir nossos filhos em vez de orientá-los. Por favor, não trate seu filho como se ele fosse seu recruta militar. Mas também não afrouxe. E a paz está em saber distinguir uma coisa da outra. Você brinca com seu filho? Se não brinca, brinque. Faz algum tempo, e ainda não parei de rir, com uma brincadeira de minha netinha Melissa. Ela tinha só sete anos de idade. Ela estava debaixo do jambeiro, lendo um livro sobre o Pinóquio. Sentei-me do lado dela e comecei a brincar: – É isso aí. Crianças não devem mentir. Senão o narizinho começa a crescer e ela nem percebe. E vai mentindo, mentindo, e o narizinho crescendo. E só quando ela fica adulta é que vai perceber que o narigão cresceu tanto que mais parece um bico. A Melissa olhou de lado, para mim, pôs o dedinho indicador na ponta do meu nariz e falou: – Você deve ter mentido muito quando criança, não vô? Não tive como não disparar num riso que não consegui controlar até hoje. Sempre que me lembro daquele episódio começo a rir, esteja onde estiver. E isso me faz feliz comigo mesmo e, consequentemente, com minha família e com todos os que me rodeiam. Brinque sempre com seus filhos e netos. E se, como eu, você tiver bisnetos, brinque com eles também. Mas saiba brincar sadiamente. Porque é daí que vem o amadurecimento guiado pelos amor e paz. O respeito é a base alicerce para a paz. Deixe de lado, em todas as suas brincadeiras, a vulgaridade. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 ————————————– Fábula do esperto – Vera Sábio* Não sei se é o efeito do sol quente na cuca, ou da secura que percebemos por todo o lugar. O que sei é que está difícil de engolir.Olhem a estorinha e tirem suas conclusões. O leão, abusando do poder de rei da floresta, resolveu levar para toca tudo que encontrava pela frente, afinal, na sua ânsia de poder, acreditava que toda aquela natureza era de bens privados, ou seja, pertencia a si e a sua família. Todavia a águia, que de boba não tinha nada, de olho na roubalheira, se tornou parceira, claro se o leão dividisse o que pegasse.Assim, da mesma forma,os outros que foram descobrindo quiseram grande fatia do bolo. Acontece que o cachorro, sentia-se o guardião e ao perceber a realidade, resolveu levar às autoridades o fato e a confusão piorou.E muito.Piorou porque o leão pensava que seu poder era sublime e não haveria justiça acima dos seus atos. Piorou porque o leão estava com muitas autoridades e governantes que roubavam com ele e, pela grana que todos recebiam, acreditavam que tudo ficaria do jeito que eles queriam.Piorou porque as florestas estavam ficando vazias, as chuvas eram escassas e o ouro ajuntado não reverteria em comida para matar a fome da nação. Piorou ainda mais porque a ambição era cega e doentia e preferiam matar os que não aceitassem ser comprados para que a corrupção continuasse. E isto piorou tanto que já não consigo pensar em um final feliz como acontece em quase todas as fábulas. Quando eu era pequena, gostava muito de ouvir estorinhas de reis, de leões e muitas outras. Pensando ser esperta, sempre indagava durante os relatos para impedir que o sono viesse logo e não esperasse a próxima estória. Porém, agora já não dá mais para dormir com esta situação. Os espertos desta fábula são monstros perigosíssimos que matam em massa na saúde, que matam a criatividade e o desenvolvimento da educação, que nos arranca o fígado e outros membros na hora de pagarmos as contas cada vez mais altas no final do mês. As fábulas dos espertos da política contam a estória de vacas com tuberculose, de porcos jogando sujeiras nos outros, de águias cegas, de cachorros contaminados, de rios secos e de tanto bicho desviado e modificado que eu nem sei mais por onde começar e como isto vai acabar. Assim durmo… durmo e acordo cansada. *Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega [email protected] cel. 991687731 ———————————— Está resolvido – Rubens Marchioni* Resoluções são contratos assinados com a própria vida, para que a existência seja feita de uma felicidade maior e mais feliz. Além de nós mesmos, eles não carecem nem exigem testemunha. Uma cláusula deixou de ser obedecida durante a sua vigência? Somos o nosso próprio tribunal. O julgamento será rigoroso. Sêneca, importante escritor e filósofo do Império Romano, lembra que “Nenhum culpado se livra do castigo”. O que nos induz a esse crime inconsciente, sem a intenção de matar? O hábito de colocar a agenda pessoal de pernas para o ar. Ou de cabeça pra baixo. Traduzindo para a prática: com o melhor do nosso vigor matutino, físico e mental, esforçamo-nos, sem descanso, para realizar tarefas apenas acidentais, que podem esperar. Depois, damos algo de nós para fazer o que é importante. E por fim, quando nossas energias vivem o seu crepúsculo, empenhamo-nos no que é essencial, prontos para adiar o trabalho. E isso nada tem de inteligente ou sensato. Em geral, a pena prevista é a prisão ao sentimento de derrota, com seu poder silencioso de punir e ensinar. Um estado de encarceramento que não se resolve por meio de habeas corpus. Afinal, para todos os efeitos, ele nem sequer existe. Será essa uma explicação razoável para a nossa constante resistência em assumir compromissos quanto ao que vamos ver, pensar, sentir ou fazer? Talvez. *Publicitário, jornalista e escritor [email protected] http://rubensmarchioni.wordpress.com ———————————— ESPAÇO DO LEITOR SUJEIRA “Mesmo após denúncias, a escola Ayrton Senna continua sem limpeza. Sou professor no Estado há sete anos e essa é a primeira vez que vejo essa situação. Os banheiros já deixaram de ser utilizados, pois o mau cheiro e a imundice são intoleráveis. Baratas e ratos começaram a aparecer pelos corredores devido a tanta sujeira e resto de alimentos, copos descartáveis, papéis jogados. Não sabemos até quando iremos suportar trabalhar num ambiente insalubre como este”, afirmou o internauta João Pereira. AFASTAMENTO 1 Sobre a decisão da Câmara Municipal de Iracema de manter no cargo o prefeito Raryson Nakayama, o internauta Francival Costa comentou: “O povo tem os políticos que merece. Iracema está se tornando uma cidade fantasma, assolada pela corrupção e os órgãos de controle são uma utopia”. AFASTAMENTO 2 “Esses vereadores também devem ser afastados, pois estão sendo coniventes com o roubo em Iracema”, afirmou o internauta Joanes de Brito Cunha sobre a manutenção de Raryson Nakayama no cargo de prefeito. LIMINAR O internauta Adailton Silva Oliveira disse não acreditar na justiça após a decisão liminar, em favor do juiz César Henrique Alves, que suspende a aposentadoria compulsória dele. “Fatos como este só me fazem mais descrente desse emaranhado que nos leva a pensar: Será que eles têm mesmo a capacidade de me julgar? Eu continuo acreditando em pessoas que, dentro desse emaranhado, tentam fazer com que a reparação do dano seja em favor de quem merece mais”, afirmou. CONCURSO Sobre a recomendação do Tribunal de Contas do Estado para que a Prefeitura de Mucajaí realize concurso público em 180 dias, o internauta Francival Costa comentou: “As leis são uma utopia. Essa decisão é mais uma sem efeito, como a do município de Iracema, porque, na prática, nada muda. Esse país vive da farra de recursos e as leis só são aplicadas para pobres”.