Ser olímpico é ser grande e de qualidade – Ronaldo Mota*
Os gregos, em torno de 2.500 a.C., homenagearam Zeus, o maior dos deuses de sua mitologia, com a criação dos Jogos Olímpicos. As Olimpíadas da Grécia Antigas perduraram até 394 d.C., quando o Imperador Teodósio II, convertido ao cristianismo, proibiu todas as festas pagãs, inclusive os Jogos. As Olimpíadas renasceram somente 1.500 anos mais tarde, por iniciativa do francês Pierre de Fredy (1863-1937), o Barão de Coubertin.
Além dos Jogos Olímpicos, os gregos também são considerados os fundadores da instituição escola, tal qual a conhecemos hoje. Platão, um dos mais importantes filósofos da história, fundou em Atenas a Academia em 383 a.C., a qual é considerada um paradigma, ao menos no mundo ocidental. Assim, Olimpíadas e instituições educacionais têm em comum suas raízes fortemente fincadas na Civilização Grega e ambas inspiradas em elementos de grandeza e de qualidade.
O Rio de Janeiro foi escolhido para sediar neste ano as XXXI Olimpíadas da era moderna, sendo a primeira vez que elas ocorrem na América do Sul, quando serão disputadas 28 modalidades, duas a mais do que as Olimpíadas de 2012. É também a primeira vez que uma instituição educacional, no caso a Estácio, é parceira integral do evento e responsável direta pela capacitação de 140 mil pessoas, entre voluntários e força de trabalho envolvida na organização do evento.
Contemporaneamente, celebramos a reunificação de dois dos maiores legados dos gregos: as Olimpíadas e a escola. As instituições educacionais estão representadas neste evento pela Estácio, uma das maiores organizações educacionais privadas do país, com mais de meio milhão de alunos matriculados no ensino superior atendidos por quase nove mil professores e cinco mil colaboradores não docentes.
Entre as missões da Estácio para transformar a sociedade por meio da educação, a mais relevante delas é propiciar um ensino de qualidade para muitos. O Brasil tem provado ser um país capaz de prestar atendimentos de qualidade, desde que para poucos, ou então de atender muitos, desde que sem garantias de qualidade. Não aprendemos ainda, infelizmente, a fazer as duas coisas, qualidade e quantidade, ao mesmo tempo. Harmonizar bom nível e escala é a mais importante inovação olímpica de que o país precisa. Propiciar qualidade para poucos ou então ofertar qualidade precária para muitos não é inovar e nem ser olímpico. Inovar e ser olímpico no Brasil de hoje é romper as barreiras que inviabilizam qualidade para muitos.
Pessoas educadas são essenciais para a melhoria da qualidade de vida de todos e para o aumento da competitividade e produtividade de um país. A formação de profissionais atualizados é estratégica para as economias competitivas globais. Profissionais com pouca escolaridade desenvolvem, de um modo geral, atividades manuais simples, sendo quase impossível a adaptação deles às técnicas e aos processos de produção mais sofisticados.
Portanto, ser olímpico na educação contemporânea, sendo simultaneamente grande e de qualidade, implica na formação de cidadãos competitivos, aptos a desempenharem tarefas complexas e dispostos a enfrentarem os desafios das novas e desconhecidas demandas, por meio do uso intenso e consciente de tecnologias inovadoras.
As Olimpíadas sempre foram e continuarão sendo grandes e de qualidade e o evento Rio 2016 servirá para reforçar, uma vez mais, a sua essência. A Estácio está honrada de fazer parte desta história e se integra aos mesmos propósitos olímpicos, certa de que é parte de sua missão maior conjugar bom nível com quantidade, ofertando educação de qualidade para muitos.
*Reitor da Universidade Estácio de Sá e Diretor Executivo de Educação a Distância da Estácio—————————————-
Eleições gerais e diretas já! – Jaime Brasil Filho*
O presidente da República interino conseguiu em poucos dias desnudar, ele mesmo, a farsa de seu discurso salvacionista. Temer antes de assumir a Presidência já havia demonstrado ser um político fraco, a exemplo dos falsos vazamentos de carta e áudio para justificar a sua traição à chapa e à aliança que o levou à vice-presidência, mas não imaginávamos que ele seria tão fraco assim.
A corrupção não tem preconceitos no Brasil. Ela não pertence a um único grupo ou partido político. Todos os principais partidos que compuseram os governos atuais e anteriores estão tomados por estruturas de corrupção e, claro, por corruptos.
Sabemos que legalmente e formalmente Dilma não deveria ter sido afastada. Aquela conversa de “pedalada” é desculpa esfarrapada. Mas, politicamente, nem Dilma, nem Temer, nem nenhum dos atuais personagens que aspiram chegar ao poder têm condições de governar, pois a legitimidade foi exaurida pela suspeição popular diante da corrupção sistêmica revelada cotidianamente, e pela falta de credibilidade de todos eles.
Temos claro que todas as principais eleições, desde a “redemocratização” em 1985, para os cargos majoritários em todo o Brasil foram, e são, financiadas por dinheiro ilegal proveniente de empresários que sustentam os políticos para que estes os mantenham ganhando fortunas à custa da miséria do povo. Isso não foi, não pode ser e nunca será uma forma verdadeiramente democrática de eleição.
A incoerência dos argumentos que nos chegam é gritante. Antes o PT e Cia diziam que a Lava Jato era direcionada para tirar Dilma do poder, e que a Lava Jato fazia parte de um Golpe de Estado. Agora, depois das gravações de Sérgio Machado, o PT e Cia dizem que a cúpula do PMDB articulou um Golpe de Estado contra Dilma, para parar a Lava Jato. Ora, afinal, a Lava Jato fazia parte do Golpe, ou o Golpe era para parar a Lava Jato? Sinceramente!
Para justificar que o seu grupo ou partido é quem tem direito a exercer o Poder, a razão é morta e os raciocínios são interrompidos antes que cheguem a um beco sem saída.
Nem Dilma quer voltar ao poder para fazer uma administração popular, que democratize os meios de comunicação, que tire dinheiro dos muitos ricos e transfira aos muito pobres, que realmente efetive a reforma agrária e que respeite o meio-ambiente, pois nada disso foi feito nos últimos 14 anos; nem Temer quer acabar com a corrupção e levar o Brasil ao desenvolvimento, vide o magote de corruptos nos postos chaves de seu curto governo, vide o aprofundamento dos pilares e princípios do neoliberalismo mais cruento, a saber: câmbio flutuante (a base de dinheiro especulativo que entra e sai do país sem pedir licença), meta inflacionária e superávit-primário (arrocho fiscal para alimentar os especuladores com o dinheiro dos nossos impostos e sustentar o poder do real frente ao dólar).
Em resumo, esse sistema que o PT também sustentou com unhas e dentes, e que Temer quer otimizar, simplesmente transfere dinheiro do mais pobre para o mais rico em uma velocidade cada vez maior, não deixando sobrar recursos para melhorar os serviços públicos ou para investir em infraestrutura.
Ao contrário de Dilma, que havia colocado em postos chaves pessoas de quem não suspeitávamos que fossem tão corruptas, Temer vai além, coloca nos mais altos cargos pessoas sabidamente corruptas ou cercadas de acusações, alguns são investigados pela própria Lava Jato, e há também envolvidos em outros escândalos. Temer não esconde ao que veio: vale-se dos piores personagens para encaminhar uma política neoliberal completamente anacrônica, e que foi responsável pela falência de vários países no mundo.
E o que fazer? Tirar da vida política todos esses nefastos e sórdidos personagens que fazem parte desse sistema enganoso e antipopular, e impedi-los de retornar a qualquer cargo público. E não adianta criar novas lei que aumentariam o controle e a fiscalização sobre eles, pois se é claro que as instituições não são as pessoas, na prática, é também claro que as instituições dependem diretamente e incontornavelmente das pessoas que as comandam. E com essas que estão aí sabemos aonde iremos parar, porque já sabemos como chegamos até aqui.
Não podemos nos esquecer de um fato importante: de que o que a Lava Jato nos revela não acontece apenas no âmbito Federal. Que em todos os Estados da Federação, no DF e na grande maioria dos Municípios, o sistema é exatamente o mesmo, ou, não é? Precisamos de “Lava-Jatos” em todos os entes da Federação. Precisamos, neste momento, de uma verdadeira revolução popular, democrática e pacífica.
Na atual quadra em que vivemos não há saída para as atuais instituições da República, nem para as novas que inventarmos, se os atores políticos e administrativos forem mesmos que estão aí.
A população, a grande maioria do povo brasileiro, que não está envolvida com esse perverso sistema político, já não acredita em nenhum desses atores torpes que vêm nos governando há tantos anos, e, para que não caiamos na catástrofe de termos uma nova fase de autoritarismo clássico no Brasil, para que os discursos salvacionistas dos intolerantes e preconceituosos conservadores de direita não ganhem espaço, precisamos de uma urgente e profunda reforma política em que os atuais personagens que assistimos mentir, confessar malfeitos próprios e delatar malfeitos alheios estejam e permaneçam longe do poder.
Qualquer um que esteja comprometido com a continuidade do atual sistema político, estará alimentando o caos e a barbárie, estará promovendo a inevitável ruptura social e política.
Eleições gerais e diretas já!
*Defensor Público———————————–Driblando com categoria – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Bendita crie que vai fazer o mundo se reestruturar. Bendita crise que traz a transformação”. (Mirna Grzich)Você já conhece a história do lobinho Raimundinho. Uma criança com seis anos de idade que me deu um exemplo de como contornar uma crise, na sua idade. E por ser simples mantenho-o na minha memória, durante tantas décadas. Raimundinho era um dos lobinhos na minha turma de Escoteiros do Ar, na Escola de Base, na Base Aérea de Natal. Foi ali que vivi um dos períodos mais importantes de minha vida. Certo dia, estávamos em exercício e perguntei pro Raimundinho o que ele faria se fosse pela estrada e, de repente, encontrasse uma árvore caída e atravessada na estrada. Sem demora, ele respondeu: “Eu pulo pu riba”.
Desculpe-me por repetir esse episódio que você já conhece. Mas ele sempre me fascinou. Para o Raimundinho, uma árvore caída e obstruindo o caminho não apresentaria crise nem dificuldade.
O tamanho da crise depende da nossa competência para resolvê-la. Ela tanto pode diminuir quanto crescer, dependendo da nossa capacidade de enfrentá-la. E quando somos capazes de encarar a crise não devemos ficar lhe dando bolas. Você, com eu e todos os que encaram a vida com otimismo e perseverança, não tem como perder tempo, martirizando-se com crises. Elas sempre fizeram e sempre farão parte do desenvolvimento da humanidade. Vivemos em permanente estado de evolução racional. Temos que nos polir no nosso dia a dia, e não conseguiremos enquanto não formos capazes de enfrentar os problemas, como devemos enfrentá-los. Todos nós nos sentimos fortalecidos depois de uma vitória. E nunca alcançaremos a vitória se não lutarmos. As crises sempre são bem vindas para os que realmente querem alcançar o sucesso. E seu sucesso pode estar na aventura mais simples, em ultrapassar a árvore caída.
“Não se mede o valor de um homem pela tarefa que ele executa e sim pela maneira de ele executá-la”. Quem disse isso foi o Swami Vivecananda. E a tarefa mais importante, para quem enfrenta uma crise é saber executar o trabalho na luta pela vitória. E você nunca irá conseguir a vitória, sentindo-se inferior ao adversário. E nunca considere a crise como um adversário que não possa ser vencido por você. Porque seu valor está no valor que você se dá. Ninguém pode medir sua superioridade a não ser você mesmo. E tudo o que você tem que fazer é saber que é, e se sentir superior. Nunca vacilar diante das dificuldades. Encarar a crise como um item na lista dos seus desafios. Não maldiga as crises. Veja-as como uma lição de vida. Porque é assim que amadurecemos. Pense nisso.
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