Síndrome da Tempestade – Walber Aguiar*Vivemos o mal do século, a solidão. Encastelados em nossas masmorras pessoais, vamos vivendo. Sem o vento na cara, sem as visitas surpresa que deixam os olhos arregalados, sem o cheiro do café sentido da sala, sem amigos para um sarau, sem sujar os pés de areia, sem comer resto de peixe na praia ou dormir sob a vastidão das ingaranas.Mas não é apenas a solidão que nos assalta nas tardes de terça ou nas noites de domingo. Temos agora a famosa síndrome da normalidade. O que não se dá apenas pela rotina doméstica ou profissional. A tal síndrome se percebe na conformação psicológica dos dias vividos sem aventura; se caracteriza no quadro mental que se arrasta pela poeira dos dias, sem nenhum desejo de mudança, de que o inusitado penetre no fundo da nossa conflitividade, a fim de que algo novo invada nossas narinas e tome conta de nossas retinas tão fatigadas.Tudo passa a ser encarado pela via da normalidade, a política sem ética, a ausência de paixão, de sentimento, daquilo que toca os nossos mais quentes afetos; a afirmação de que “a vida é assim mesmo”, e de que temos que viver um eterno “deixa estar pra ver como é que fica”. A normalidade é carregada de estupidez, um chiclete que perdeu o doce, mas que insiste em ser mastigado. Isso porque, ela nos engessa, nos doma, nos imbeciliza. Nos faz trilhar numa primavera niilista, onde as flores não tem cor nem perfume.
Assim é a síndrome da normalidade. Um domador que estala um chicote e nos enjaula dentro de nós mesmos. O medo é normal, o corrupto é normal, a “lei do Gérson” , que quer levar vantagem em tudo também é normal.Síndrome da normalidade é tudo que nos afasta de Deus, de nós e da verdadeira vida…Ainda há tempo de pisar a areia, brincar de roda com crianças, chupar sorvete e tirar esse gosto insosso da boca… Ainda há tempo de retomarmos a nossa anormalidade…*Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras [email protected]————————————–O uso indevido de medicamentos – Marlene de Andrade*“Mas faça-se tudo decentemente e com ordem.” (1ª Coríntias 14: 40). Apesar de todo remédio ter efeito colateral, isso não significa que vamos ter que deixar de tomá-los, mas o que não deve ser feito é o uso aleatório dos mesmos. Alguns medicamentos podem ter seus efeitos potencializados ou, às vezes, anulados, se forem ingeridos com outros remédios. Há casos em que alguns alimentos anulam o efeito dos remédios e é por isso que se faz necessária a orientação de um médico quando a pessoa está doente.Existem medicamentos que não podem ser ingeridos com outros e, após o uso de álcool etílico, é desaconselhável tomar remédios, e é por isso que tomá-los sem consultar um médico é muito arriscado e perigoso.E tem mais, tomar remédio por conta própria ou pela indicação de um leigo é também muito arriscado, pois uma eventual doença pode ser mascarada devido ao uso indiscriminado de substâncias medicamentosas. É por isso que fazer uso de medicamentos tem que ser seguindo a orientação de um médico.Portanto, o uso de remédios exige critérios. Temos que ter cuidado com certos remédios como, por exemplo, os anti-inflamatórios, pois os mesmos podem ocasionar hemorragia.O uso indiscriminado de remédios pode causar reações adversas como, por exemplo, alergias e entre outros diarreias e vômitos. Além do mais, não devemos tomar a medicação numa dose acima do permitido. E tem mais, a pessoa quando vai ao médico deve informar que remédio está tomando para que o médico possa receitar uma medicação que não vá interagir com a primeira e eventualmente, prejudicar a saúde do paciente.Quanto aos ansiolíticos é bom que se saiba que eles podem causar dependência química e se a pessoa for dependente de bebidas alcoólicas os ansiolíticos vão produzir efeitos piores à saúde, por isso todo cuidado é pouco em relação a esse tipo de medicamentos.O ideal é que todos os doentes sejam atendidos e orientados por um médico, pois o uso de medicamentos de forma aleatória é muito arriscado e pode até ocasionar danos irreversíveis à saúde das pessoas. Outra coisa errada é estocar medicamentos em casa, pois eles podem sair da validade, mas, infelizmente, o costume da automedicação, no Brasil, é muito alto. Devido a tal fato, as autoridades deveriam alertar a população a esse respeito como vem fazendo em relação ao câncer de mama, útero e de próstata, pois, dessa forma, as pessoas não sofreriam as consequências do uso incorreto dessas substâncias medicamentosas.*Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT, pós-graduada em Perícias Médicas e técnica de Segurança no Trabalho/Senai (095) 3624-3445————————————-Democracia única – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Somos o único caso de democracia que condenados por corrupção legislam contra os juízes que os condenaram”. (Ministro Joaquim Barbosa)Eu não sabia que o Ministro Joaquim Barbosa já conhecia Roraima. A menos que sua fala tenha sido mera previsão. E não é que deu certo? Confesso pra você que estou meio atônito. Mas tudo bem, vamos ver como vai continuar essa novela. Mas vamos ficar frios e fazer nossa parte no desenvolvimento da nossa cultura política. Porque já estamos calejados de levar cocorote numa de uma democracia nada democrática. Mas se você espera que isso mude, comece a mudar você, primeiro. Senão vamos continuar, ainda, por décadas a fio, assistindo a espetáculos de desrespeito que não permite que respeitemos os que deveriam merecer respeito. Surpreendi-me com o número de eleitores ausentes nas últimas eleições em Roraima. Não deixa de ser um alerta para as autoridades que ainda pensam que não somos capazes de sair da indolência; do mundo político que, afinal de contas, não está nem aí para o desenvolvimento cidadão que ainda não temos. Vamos fazer nossa parte. Vamos alertar as autoridades para a necessidade de se fazer alguma coisa para iniciarmos o desenvolvimento da nossa cultura política. E vamos iniciar na luta pelo nosso direito ao voto facultativo, sem o qual não há democracia. Chega de hipocrisia no alarde à democracia, quando os alardeadores sabem que ainda estamos muito longe de uma democracia de fato. Que inda votamos por obrigação, quando deveríamos votar por dever cidadão.Mas não nos esqueçamos de que temos que fazer nossa parte, para poder merecer o respeito dos que não têm nenhum respeito pela nossa educação cidadã. Eles sabem o que devem fazer, mas fingem que não sabem. E vamos continuar obrigados a seguir e obedecer, leis criadas por legisladores presos por corrupção. E como ainda não somos suficientemente educados não damos muita atenção ao chamado do Rui Barbosa: “Quanto mais corrompida a República, mais leis”. Mas não vamos ficar nos lamentando à toa. Repito, vamos fazer nossa parte. E vamos começar mudando esse cenário político que, de certa forma, nos envergonha. Já está na hora de começarmos a nos orgulhar do nosso poder político, no qual ainda há bons políticos, mas não há mais estadistas. E nós somos responsáveis pela formação política do País que queremos para o futuro dos nossos descendentes. Enquanto você for obrigado a votar, você não será mais do que mero títere de políticos desonestos e que não merecem seu voto. E você nunca vai merecer respeito dos políticos, enquanto vender seu voto. Pense nisso.*[email protected]