“CONSTRUINDO VIDA NO EXTREMO NORTE” – Dolane Patrícia*
“Cidade do campo, beira rio, estrela do norte do Brasil, cidade do campo entardecer Boa Vista linda de se ver. Correm rios de tempo, Águas de Pacaraima, Montes em movimentos, Coração de Roraima” é o que diz a lindíssima letra do Poeta Eliakin Rufino.
Apesar de ter nascido na Bahia, sou apaixonada por Roraima, cheguei em 1993 e me lembro como se fosse ontem, do dia em que estava dentro do avião prestes a pousar em Boa Vista. “No verde do campo vi você”… Era noite, mas dava para avistar a “Cidade do campo beira rio”.
Lembro-me também de quando percorri pela primeira vez a Avenida Ene Garcez, na época, em uma Belina Dourada. Aquelas luzes, aquela Avenida linda. Foi amor à primeira vista.
“Buriti do campo que prazer! Igarapé tão bom te conhecer”. Foi uma noite em que meus pensamentos realmente voaram sobre o Monte Roraima.
Enquanto o carro percorria as estradas de Boa Vista, cada detalhe me chamava à atenção. Estava no Extremo Norte do Brasil, conheci pessoas de todos os lugares do País, nunca vi tamanha miscigenação.
Quando meu filho Arthur na época com 4 anos se formou no SESC não pude conter as lágrimas ao ouvi-lo cantar a música “Makunaimando”, Zeca Preto e Neuber Uchôa: “Cai o sol na terra de makunaima, Boa Vista no céu, lua cheia de mel, sobe a serra de Pacaraima, eu sou de Roraima surubim, tucunaré, piramutaba sou pedra pintada, buriti, bacaba Caracaranã, farinha d’água, tucumã, curumim te espera cunhantã. Um boto cantando no rio beijo de caboco no cio parixara na roda de abril se abriu linha fina no meu jandiá carne seca, xibé, aluá jiquitaia, caxiri, taperebá”. Até hoje esses momentos passeiam por minha mente como se fosse um filme!
Boa Vista é sem dúvida uma cidade que deixa marcas. Muito interessante a sua história, começando pelo fato de ser uma cidade projetada, baseada nas ruas de Paris.
A História de Boa Vista é muito bem relatada por grandes nomes, como Aimberê Freitas e em diversos sites, numa soma de escritos diversos, onde destaca que “no século XIX, quando inúmeras fazendas estabeleceram-se ao longo dos rios que compõem a bacia do Rio Branco, teve início a formação de um pequeno povoado que se chamou Freguesia de Nossa Senhora do Carmo. O lugar teria o nome mudado mais tarde para Boa Vista do Rio Branco. Na década de 1930, uma fazenda do Império – que deu origem a um pequeno núcleo populacional formado nas terras ao redor – passou a chamar-se Boa Vista e deu nome definitivo ao lugar. Com a criação do Território Federal de Roraima, em 1940, a cidade foi escolhida para ser a Capital”.
Às margens do Rio Branco, Boa Vista imortalizou parte da história da cidade. É a única capital brasileira localizada totalmente ao norte acima da linha do Equador, ou seja, o calor incomoda “um pouco”. No entanto, não impede que seus moradores contemplem as belezas de suas arquiteturas e também as belezas naturais que a cidade nos proporciona.
Mas, as rosas, por mais belas que sejam, têm seus espinhos. O desemprego ainda é muito preocupante, o Município não possui indústrias, o comércio tem uma forte concorrência com os produtos da Venezuela e Guiana. A grande verdade é que Boa Vista passa por um momento difícil financeiramente, a maioria da população é composta por funcionários Públicos, e quem nunca ouviu aquela frase: “espera para o pagamento do Governo ou Município?”
Ademais, a saúde tem se mostrado frágil e com pouca estrutura, a violência tem aumentado muito e o custo de vida cada vez mais alto, assusta! Muitas pessoas acabam voltando para sua terra Natal em busca de uma vida melhor, enquanto que cada dia mais venezuelanos chegam em busca de uma oportunidade, os boa-vistenses já não tinham muitas, mas, quando a questão é de sobrevivência…
Outro ponto muito preocupante é o aumento do número de veículos que trafegam pela cidade, acidentes acontecem todos os dias, o que é lamentável! O número de acidentes fatais é alarmante.
Mas alguns fatos persistem na memória. Lembro-me do dia que fui à inauguração da Praça das Águas, pela primeira vez. Aquelas luzes coloridas com aquelas fontes luminosas, as famílias com seus filhos andando de patins, era um espetáculo dantesco, que ainda se vê nos dias de hoje, com a vantagem do wi-fi grátis.
Ainda tem outros pontos positivos (melhor focar neles) lugares bonitos para o lazer com a família, uma vista linda e um luar incrível.
Posso afirmar que as grandes avenidas ainda me lembram o dia em que pisei na cidade pela primeira vez e cada momento que dirijo pelas ruas da capital de Roraima, me faz lembrar a letra do hino de Boa Vista: “São manhãs de luz, são novas crianças, o sol traz ao campo verdes esperanças para o povo índio, os negros e brancos que semeiam vida pelos verdes campos.”
*Advogada, Juíza Arbitral, Personalidade da Amazônia e Personalidade Brasileira. Mestranda em Desenvolvimento Regional da Amazônia Twitter: @DolanePatricia_ You Tube: DOLANEPATRICIA RR. Acesse dolanepatricia.com.br
Voando livre – Afonso Rodrigues de Oliveira*
“A mente livre é como a águia soberana que paira no ar brincando com o vento.”
Manter a mente livre não é tarefa fácil. Mas é muito simples. É só você se respeitar e se saber dono do seu destino. E para ser dono é necessário ter responsabilidade. Sem pensamentos positivos não seremos responsáveis.
Vamos pensar positivamente, não perdendo tempo com assuntos e acontecimentos negativos. Só os negativos não sabem aproveitar os erros para aprender com eles. São os que ficam eufóricos quando acertam, sem saberem que para acertar tiveram que errar. E é aí que está o valor do erro para os que sabem aprender. Nunca se aborreça com os seus erros. Aprenda com eles. A criança que nunca caiu, com certeza nunca aprendeu a se levantar. E a vida nos oferece muitas quedas pelas veredas ínvias.
No início de sua carreira no futebol, o Pelé foi criticado e chamado de puxa-saco, pelos seus colegas nos treinos. E isso porque nos finais dos treinos os outros iram embora, e ele continuava treinando. Ele não ficava treinando como fazer o próximo gol, mas verificando como errou nos que não fez. Porque é assim que aprendemos com os nossos erros. Magoar-se com alguém que enganou você é a maior tolice. Vá até o espelho, olhe-se e se pergunte: ele me enganou ou eu me enganei com ele? Foi você o tolo e não ele o vigarista.
Eu ainda era jovem, quando conheci um delegado de polícia, em São Paulo. Um dia, em conversa de fim de tarde, perguntei por que ele não dava tanta atenção aos problemas com os vigaristas. Ele sorriu e respondeu: “Não haveria vigaristas se não houvesse os otários”. Talvez a pessoa que enganou você não seja um vigarista, como você pensa. Talvez você seja o otário, por se deixar enganar. Jogue para a lixeira da vida todos os seus pensamentos negativos, e comece a aprender com seus erros valorizando-os no aprendizado. Porque é assim que os evitamos no futuro.
Alguém também já nos disse: “A melhor maneira de vencer um obstáculo é destruir a ignorância que o cerca”. E só destruímos a ignorância com o saber. E este pode estar nas ideias mais simples. E estas estão, sempre, à nossa volta. Nós é que nem sempre as percebemos, vendados pela ignorância. E sempre que descobrimos a simplicidade temos certa dificuldade em aceitá-la, porque ela é simples. E é simples pra dedéu. Não permita que sua vida continue sendo um balaio de gatos pra você. Procure ver a vida com simplicidade. E isso vai depender da sua capacidade de pensar positivamente. Mire-se sempre no seu espelho interior. É nele que você vai realmente se ver como você realmente é, no céu iluminado. Pense nisso.