Os desafios do arquiteto – Jorge Romano Netto*Fazer arquitetura é ir além do projeto. Esse é o grande desafio do arquiteto. A arquitetura entendida como a arte de abrigar as atividades humanas, deve levar em consideração aspectos e elementos subjetivos que norteiam o movimento da sociedade, tanto no nível coletivo como no pessoal.
Para iniciar o projeto, o arquiteto se depara com desafios semelhantes ao do escritor diante da folha (ou tela) em branco. Todas as letras, formas, cores e texturas estão ali adormecidas. A pena é quem vai de forma sutil, despertar o volume e as formas. Mas para orientar essas escolhas, o arquiteto tem como premissa, o terreno e a topografia, o briefing (programa de necessidades), as leis municipais e federais (Plano Diretor, Código de Obras, Normas, etc.) e a disponibilidade financeira de quem encomenda o projeto. Estes são apenas parâmetros para nortear o processo e indicar que o uso e a ocupação adequados para a área, na qual será implantada a obra. Até aqui o desafio pode ser resolvido por meio de técnicas e metodologias específicas.
Porém, para ir além do projeto, o arquiteto tem que levar em consideração a necessidade e o sonho. A proposta escolhida deve equilibrar esses dois pólos e aproximar a obra do sonho, contemplando todas as necessidades.
Pensemos: o que é uma casa? Se acharmos que ela é apenas o edifício destinado a moradia, qualquer pessoa que domine a técnica, pode “desenhá-la”. Mas se aprofundarmos o conceito e entendermos que a casa é algo além de moradia, vamos descobrir que ela tem características subjetivas e específicas para cada pessoa ou família. Ela é o lugar para onde se vai depois de um dia de trabalho, quando o cansaço vem. Por isso tem que promover a alegria de voltar para o lar. É o espaço de repouso e descaso. Nos horários de ócio, a casa deve ser o ambiente de refrigério, encontro de amigos, familiar e lazer, enfim, ambiente propício para recarregar as baterias e encarar nova batalha no dia seguinte.
Ir além do desenho (do projeto), além de ser desafio é de grande responsabilidade. Pois a maneira de viver de cada família com as manias, hábitos, costumes, sonhos e, também, as economias estão postas diante do projetista de maneira invisível. Esses elementos são abstratos. O arquiteto se torna sonhador que sonha junto com o cliente e cria a ferramenta com a qual ele vai transformar o projeto em realidade. Deve existir relação de confiança e intimidade entre o arquiteto e o cliente para que tudo seja bem interpretado e, ao final, a casa seja a “cara” do dono.
Na prática não é bem assim. A arquitetura ainda é vista com desconfiança por grande parte da sociedade. Existem pessoas que acham que o projeto é artigo de luxo. Não sabem que projetar é pensar antes. É colocar na linha do tempo cada etapa e o quanto custará ao final. Isso possibilita ao cliente a programação físico financeira.
Além da falta de conhecimento por parte da sociedade, os profissionais sérios, sofrem concorrências desleais de sites e revistas que oferecem projetos prontos aos desavisados que os adquirem por preços aparentemente módicos e criam com isso a banalização do exercício profissional, o que contraria os princípios éticos e legais. Existem também os que procuram desenhistas, técnicos de nível médio ou estudantes que não tem consciência do papel técnico e praticam o exercício ilegal da profissão. A grande maioria não é penalizada pelos conselhos, pois escondem-se abaixo da caneta dos “caneteiros”, que são profissionais que assinam os projetos, respaldando legalmente os infratores. É como se o cirurgião se responsabilizasse por cirurgias realizada pelo técnico de enfermagem.
Ao “comprar” o projeto pronto o cliente está desperdiçando a oportunidade de personalizar o futuro lar. De fazer algo dentro da realidade sócio financeira, compatível com o terreno, integração ao entorno, dentro da legislação municipal e com ambientes bem iluminados e ventilados naturalmente, situação que contribui para a economia de energia, proporciona satisfação, prazer, sociabilidade e saúde.
Por isso a arquitetura deve ir além do projeto. Ela não é só escolha de formas bonitas, cores da moda, texturas interessantes. Ela é a materialização do sonho que revela o tempo e o espaço dos que as produzem. Ela também tem a obrigação de ser confortável, agradável e BELA.
O arquiteto é o profissional que teve no mínimo cinco anos de estudo, aprendendo a projetar. Com estudos multidisciplinares que vão de matemática; cálculo; sociologia; economia; direito urbano; planejamento urbano e conforto ambiental; estudos que passeiam por vários temas que vão da residência, passam pelo edifício comercial, industrial, hoteleiro, hospitalares, etc. Na escala urbana se estuda a residência, a quadra, o bairro e a cidade.
A escola procura desenvolver a consciência crítica e criativa no futuro profissional. Àqueles que praticam indevidamente o ofício de projetar, não passou por tudo o que foi dito até aqui. É inconfundível e incomparável o projeto do legítimo arquiteto. Até os leigos sabem diferenciar o projeto feito por arquiteto dos feitos por outro “profissional”.
Os que procuram outros profissionais, o fazem equivocadamente. Economizam no valor do projeto, porém, gastam mais na construção. E na hora de vender o imóvel, aquela “economia”, não agrega valor. Por isso e muito mais que o trabalho do arquiteto deve e tem que ser valorizado. Foram muitas noites sem dormir, fazendo os trabalhos da faculdade, os livros comprados para adquirir mais conhecimento, as viagens e toda a dedicação à profissão devem ser postos na balança.
A formação do arquiteto e urbanista legítimo é complexa. Não é à toa que se trabalha com arquitetura. Se a casa é bonita, o bairro é bonito, a cidade é bonita, é porque existe o trabalho do arquiteto e urbanista. Por isso a sociedade deve ser informada da relevância do trabalho desse profissional para também valorizá-lo. Porque somente o arquiteto de verdade vai além do projeto.
*Profissional arquiteto e urbanista, conselheiro suplente do Conselho e Arquitetura e Urbanismo de Roraima e cidadão———————————————O poder da opinião pública – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Há uma coisa muito mais forte do que o capricho das crueldades públicas: é a opinião pública de uma nação livre, próspera, feliz, moralizada”. (Rui Barbosa)Quando será que seremos uma nação próspera, feliz e moralizada? Somos felizes porque gostamos de carnaval. E por isso não nos sentimos incomodados, nem infelizes, com o carnaval a que estamos assistindo na nossa política nacional. E vamos continuar despreparados, desinformados e coitadinhos, enquanto não formos educados. E quem, no carnaval político, está interessado em educar quem o elegeu? Estou falando.
Vamos nos cuidar. O carnaval político está pegando fogo em Brasília, como consequência do desmando político, e a Presidente da República está voando, Brasil afora, distribuindo casas populares aos necessitados.
Vamos cuidar de nós mesmos. Vamos fazer nossa parte como ela deve ser feita. E tudo começa na educação. Algo que não está no programa dos que deveriam se educar para assumirem o poder que deve cuidar da educação. Não estou a fim de criticar os políticos. Estou apenas tentando mostrar o caminho que devemos seguir para não nos tornarmos marionetes dos do picadeiro. Vamos nos inteirar do nosso dever de cidadão. E comecemos isso nos respeitando como cidadãos. Porque, pelo que vemos, ainda não sabemos o que é realmente ser cidadão. Ainda não nos educaram para sermos o que já deveríamos ser. Repito, vamos lutar pela nossa liberdade no voto. Enquanto formos obrigados a votar seremos meros fantoches em picadeiro.
Os bons políticos sabem que ainda não estamos preparados para o voto facultativo. Os maus políticos também sabem e por isso não querem nos preparar. Eles têm medo de perder nosso voto quando formos devidamente preparados para a escolha dos bons polítícos. Eis o motivo mais importante para que nos preparemos, nós mesmos. E o mais importante é que levemos mais a sério a maneira de ver e assistir à vergonhosa demonstração de descaso ao cidadão, ocorrida no nosso Congresso Nacional. O que está parecendo, aos menos preparados, um espétáculo hilário, não é mais do que uma vergonha nacional. E a nação somos nós. Nós somos a nação. E não mereceremos respeito, enquanto não nos repeitarmos respeitando a Nação, sabendo-nos responsáveis por ela. Porque somos responsáveis pela nação que temos, quando indicamos e elegemos seus dirigentes. E só quando entendermos isso é que seremos dignos de uma política realmente digna. Os bagunceiros na Câma Federal foram para lá indicados por nós. Logo, somos os responsáveis pela bagunça que eles estão fazendo. Elegemos mal-educados. Pense nisso.
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ESPAÇO DO LEITOR ASSALTO“É estranho como a criminalidade consegue ter êxito em uma cidade pequena como Boa Vista. Onde está a estratégia de segurança para combater estes bandidos? Na manhã de quinta-feira, ao passar próximo a uma drogaria localizada na Avenida Mário Homem de Melo, percebi uma movimentação e, mais na frente, dois elementos em uma moto avançavam em alta velocidade. Ao aproximar, fui informado que havia acabado de acontecer mais uma investida contra um estabelecimento comercial na cidade. Onde está a ronda ostensiva da Polícia Militar que não vemos mais?”, questionou o leitor Raimundo Garcia.IRACEMAO leitor Gustavo Gentil escreveu que não é somente no quesito transparência que o Município de Iracema tem nota zero. “A cidade, como um todo, está abandonada, jogada às traças, não temos sequer administração municipal. O prefeito simplesmente se acomodou neste segundo mandato e está deixando o tempo passar. Enquanto isso, a população é que padece pela sua ociosidade. Nota zero para sua administração, que não se importa sequer com a população que enfrenta diversos problemas”, protestou.CARACARAÍ O internauta José Maria Lira comentou: “Governadora, ajude o Município de Caracaraí. A cidade está abandonada, as ruas são só buraco, o lixo tomou conta das avenidas e o mato não está maior por causa do verão que está forte. Está próximo do Natal e a cidade se encontra nessa situação, além das ruas estarem totalmente escuras. É uma calamidade só, nunca o município esteve nesta situação”.INVASÃO O leitor Antonio Brasil comentou que, ao passar próximo a uma área localizada perto do shopping Garden, constatou um movimento de pessoas que pareciam arquitetar uma invasão ao local. “Como aqui, em Roraima, os invasores têm o hábito de ocupar e depois rifarem os lotes por preços irrisórios, é bom os proprietários estarem atentos a esta situação”, frisou.