Opiniao 11 12 2018 7366

Roraima sob intervenção federal!

Telmário Mota*

Diante do agravamento da crise na segurança pública em nosso estado, do descontrole absoluto nas finanças e dos presídios, além da tensão social, com a presença de milhares de imigrantes venezuelanos, a Presidência da República solicitou a intervenção federal integral de Roraima. 

Uma situação de caos absoluto fruto de uma sequência de governos corruptos, descomprometidos com a gestão de recursos e serviços públicos.

É uma medida drástica, que tem como objetivo garantir a dignidade e a proteção da nossa população. Fatos que, infelizmente, venho, há muito tempo, denunciando e combatendo publicamente, seja na tribuna do Senado Federal, seja diretamente para autoridades competentes, e responsáveis em garantir a segurança e a integridade dos roraimenses.

O governador eleito de Roraima, Antonio Denarium (PSL), foi escolhido pelo presidente Michel Temer para comandar este processo de intervenção, que tem prazo até o dia 31 de dezembro para terminar, e é integral, ou seja, alcança TODAS as áreas do estado. Na prática, a atual governadora Suely Campos está afastada definitivamente do cargo.

A decisão também precisa passar pelo Poder Legislativo, e terá meu apoio, mesmo sabendo que essa não é, e nem será, a solução para todos os problemas que afetam e impedem o desenvolvimento e a segurança de Roraima.

O cenário se agravou ainda mais, após a 4ª Vara da Justiça Federal ter determinado congelamento dos salários dos servidores.

Roraima foi saqueado, deixando a população em total estado de abandono e vulnerabilidade. 

O que isso significa para o cidadão roraimense?

Mesmo sob estado de intervenção federal, o cidadão roraimense não poderá ser vítima de nenhum ato de violação de direitos.

Mas, a partir de agora, o interventor passa a ter total poder para gerir a segurança pública, controlando a Polícia Civil, a Polícia Militar, os bombeiros e administração penitenciária. 

O que eu espero, defendo e fiscalizo como representante legítimo do povo de Roraima, no Senado Federal, diante dessa situação caótica, e extremamente triste, é de que a segurança pública do nosso querido e valioso estado se restabeleça. Espero que a União ampare, efetivamente, a nossa população, hoje, esquecida, amedrontada e abandonada pelo poder público.

Entre os cenários possíveis de intervenção está a necessidade de “pôr termo o grave comprometimento da ordem pública” – que é o que está sendo aplicado em Roraima.

A intervenção federal é uma medida drástica, prevista na Constituição Federal, mas, infelizmente necessária, diante da anormalidade institucional gravíssima que vivemos em nosso estado, resultado da corrupção endêmica dos nossos governantes.

*Senador da República

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Um cara inesquecível

Walber Aguiar*

“Você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos, que ama, protesta.” (Drummond)

Chegou voando no Camilo Dias. Quase na hora de dar sua aula. Ainda assim, tentava travar a roda viva do cotidiano. Dar um tempo na correria das horas, no ponteiro escravizador que ameaçava domar vontades e desejos. A fragilidade contra a estrutura perversa, a beleza da simplicidade contra a perversidade do sistema sem vida.

Assim era Mário. E Vai continuar sendo. No imaginário dos alunos, no inconsciente coletivo da rapaziada. Sorriso de menino, bicicleta, cabelo ao vento. E a figura surgia. Ele estava sempre disposto a conversar. Com a “Cult” ou “Caros amigos” debaixo do braço e dos olhos, Mário enriquecia o bate-papo com seu jeitão simples e sua cabeça carregada de memórias.

Intelectual, eclético, buscava compreender a vida pelas páginas da história. Entendeu o opressor, o oprimido, a revolução. Trouxe para os alunos a contextualização das coisas, a fim de que o dado histórico não fosse um acontecimento solto, perdido, estanque. Com a cabeça devidamente feita, Mário nunca se deixou alienar pelo poder da ilusão ou pela ilusão do poder. Pelo contrário, sempre correu atrás da verdade, ao perceber o engano, a farsa, a brecha ideológica.

Quero saber agora como vão ficar as tardes bucólicas sem a sua presença. O papo solto do outro lado do rio, onde perseguíamos a liberdade. A sala de aula sem a leveza do maestro que regia. Drummond vai ficar mais tedioso, Bandeira menos lírico, Gullar menos incisivo, Augusto dos Anjos mais sorumbático, casmurro. A doçura poética ficará mais amarga, pois a metaforização se perderá na cinza das horas.

Mesmo inteligente Mário não era chato. Afeito à leitura Nietzscheana, ele dizia: “Mudei-me da casa dos eruditos e bati a porta ao sair. Por muito tempo a minha alma assentou-se faminta à sua mesa. Não sou como eles, treinados a buscar o conhecimento como especialistas em rachar fios de cabelo ao meio. Amo a liberdade. Amo o ar sobre a terra fresca. É melhor dormir em meio às vacas que em meio às suas etiquetas e respeitabilidades”.

Mário “medusa” era assim mesmo, o bicho. Nele residia o paradoxo da força e da fraqueza. Do simples e da complexidade. Era apaixonado pela vida, pelos amigos e pela banda Carolina Cascão, com o velho Avery e o imprevisível Rubinho.

Sempre levava uma mochila. Nela carregava esperança e dignidade. Despojamento e grandeza. Infelizmente, a grandeza que portava faltou aos médicos que o jogaram num canto qualquer, num hospital de Porto alegre, teoricamente um grande centro. Omissão, indiferença, infecção hospitalar. 

Foi uma porrada a notícia de sua morte. Não deu tempo de ver o camarada pela última vez.

Nem pude ir ao velório ou ao sepultamento. Pelo simples fato de não saber que ele havia morrido. Mas sempre vou fazer um poema no final da tarde. Um poema crepuscular, cheio de fogo e vida. Um poema para o grande Mário Wander. E visitar seu túmulo, onde Renato diz: agimos certo sem querer, foi só o tempo que errou, vai ser difícil sem você, porque você está comigo o tempo todo…

Era um dia como outro qualquer. Talvez nem fosse. Mário pensou na praia grande, no último papo, na última cerveja, questionou a Deus e foi dormir um pouco. Porque ninguém é de ferro…

*Poeta, historiador, professor de filosofia e membro da Academia Roraimense de Letras

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Cessacionistas ou continuístas?

Marlene de Andrade*

“E este evangelho do Reino que será pregado em todo o mundo…e então virá o fim.” (Mateus 24.14).

Alguns dos dons recebidos pelos
discípulos de Jesus cessaram, pois alguns deles foram concedidos somente por um tempo a fim de atender aos propósitos de Deus.

Hoje alguns dons não estão mais disponíveis e por quê? Deus agiu e age de forma diferente nas diversas épocas da humanidade e tanto isso é verdade que o milagre da abertura do Mar Vermelho e a do Rio Jordão não se repetiram nunca mais.

Deus é o Senhor dos senhores e Ele tem toda a história traçada nos seus planos desde a eternidade e por Ele ser soberano, age de diferentes maneiras através da história.

Alguns milagres podem ainda ocorrer, contudo, alguns deles ocorreram em um determinado período como exemplo, a ressurreição de Lázaro. Nesse contexto, questiono: hoje, há pastores ou ovelhas capacitadas a realizar esse dom de levantar cadáveres ou de curar quem quer que seja? Não! Portanto, alguns dons continuam a existir, porém outros cessaram.

O dom de profetizar é um deles que continua existindo, mas não da maneira como existia no tempo de Isaias, Jeremias e entre outros, entre os apóstolos, os quais profetizavam na linha de revelações, porém hoje Deus não revela o futuro para mais ninguém, pois o futuro da humanidade já está todo contido na Bíblia e ela foi encerrada em apocalipse por revelação ao apóstolo João. E poder de decretar algo para a vida da gente também não existe, visto que só Deus tem esse poder.

Mas o que havia de tão especial no período que Jesus veio a Terra, de uma forma tão sobrenatural, para Deus conceder alguns dons e hoje não? Esse período foi o da transição entre a antiga e a nova aliança e também tem ligação com a vinda de Jesus Cristo a Terra, o qual é o próprio Deus encarnado.

Ele inaugurou os últimos dias, ou seja, o fim dos tempos, nos quais estamos vivendo há mais de dois mil anos. E a história não me deixa mentir, haja vista o que vem ocorrendo como a ideologia de gênero ensinada nas escolas de quase todo mundo, “explicando” às crianças que se elas quiserem mudar de sexo ou ser um animal estão livres para fazer essa escolha. Ninguém tem o direito de escolher o seu sexo ou a sua espécie.

Quando Jesus ascendeu aos céus o Espírito Santo de Deus foi derramado, não somente sobre os apóstolos, mas sobre todo aquele que é alcançado por Jesus e por que isso ocorre? Para que tenhamos o poder de pregar as Boas Notícias do Evangelho e a volta de Jesus, o qual virá para julgar os vivos e os mortos que ressuscitarão no último dia.

*Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT

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Há sempre uma saída

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Quem está satisfeito consigo mesmo não sobe, nunca, um único degrau acima do nível atual.” (Vernon Howard)

Até mesmo quando topamos as topadas, há sempre outras pela frente. A menos, é claro, que você esteja satisfeito com a vitória. Mas ela é apenas mais uma vitória. O que faz a pessoa inteligente, e preparada, seguir em frente para novas vitórias. Simples pra dedéu. Nunca esteja plenamente satisfeito, ou satisfeita, com os resultados. Os bons resultados podem muito bem serem tão prejudiciais quanto os maus. Eles, os bons, podem estar prendendo você num degrau que poderia, muito bem, ser superado. Sonhar grande é o incentivo para o progresso. Não sonhar é ficar preso ao passado. É quando ficamos agarrados ao passado, pensando que estamos vivendo o presente.

Os caminhos da vida são cheios de veredas. E estas estão sempre nas encruzilhadas. E estas são os tormentos de quem não sabe, porque não sonha, para onde quer ir. E acabam perguntando ao sapo da Alice. E a resposta você já conhece. Como é que você vai sair de uma encruzilhada sem saber para onde está indo? Cuidado… Você pode estar na ilusão que é uma pessoa de sucesso quando não se atenta para o perigo do pensamento vazio. Nunca esteja plenamente satisfeito com resultados. Seus sonhos devem ser sempre maiores do que os resultados obtidos.

Leve sempre em consideração as orientações dos que foram, ou são, exemplos de coragem e dinamismo. A vida deve ser vivida com racionalidade. Ela é sempre um palco onde todos nós somos atores. E o importante é que cada um viva intensamente a vida, de acordo com sua evolução racional. E o Charles Chaplin já nos deu essa lição: “A vida é uma peça de teatro que não permite ensaio. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.” Assim é nossa vida.

Não podemos parar, por maior que seja nosso sucesso atual. Sempre há muito a percorrer em direção ao horizonte. Porque é lá que está o ouro inconfundível para o sucesso. Por isso, também, não caia na esparrela de pensar que já conseguiu o extremo. E não se esqueça de que você nunca será uma pessoa realmente bem sucedida, se não estiver atenta ao sucesso das outras pessoas, sejam elas quais forem. A superioridade consiste em respeitar para ser respeitado. E só se consegue isso, respeitando-se as diferenças nos que respeitamos. Viver intensamente é saber valorizar a vida. E só conseguimos isso na caminhada para a racionalidade. Afinal, somos todos da mesma origem. Viemos todos do mundo racional. Continuar na racionalidade é dever de todos nós. Pense nisso.

*Articulista

[email protected]

99121-1460