Opinião

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O foco é o céu

Hugo Henrique Amorim Batista *

Na tarde de quatorze de dezembro de 2020, em meio a tantas adversidades que ocorreram ao longo desse ano, o céu nos presenteia com uma pequena amostra de sua dança cósmica, nos trazendo o resplandecer de um eclipse solar.

De tempos em tempos, eventos astronômicos ocorrem regularmente e podem (ou não) ser observados em diversas localidades no planeta. Sendo assim, atualmente sabemos que a “dança celeste” realizada entre Sol, Terra e Lua nos trazem diversos elementos de pesquisa, como também visões fantásticas que podem ser observadas (e registradas) em diversas localidades do planeta. Na fase nova, a Lua ao longo do seu processo de translação, em intervalos próximos de 28 dias, orbita o planeta Terra e, em algum momento desse deslocamento, ocorre o alinhamento. Tais alinhamentos poderão ocorrer de duas formas: Sol, Terra e Lua, que ocorre então na Lua cheia, nos prestigia com o Eclipse Lunar, que pode ser observado em diversas localidades simultaneamente, mas o que pode ser visto na tarde de 14/12/2020, foi o alinhamento entre Sol Lua e Terra, na fase nova da Lua, onde a sobra da Lua é projetada sobra a Terra, que é conhecido como Eclipse Solar. A sua faixa de observação é muito mais restrita, comparada ao Eclipse Lunar e, na grande maioria das vezes, é observada parcialmente, com a Lua encobrindo parte do Sol, e não a sua totalidade.

Hoje, sabemos que é um fenômeno comum e que ocorre em intervalos regulares de tempo, mas dessa vez, o Sul do Brasil foi agraciado com a beleza de um eclipse parcial (a fase total ocorreu em solo argentino e chileno). Basta registrar que o último eclipse solar que ocorreu na totalidade em solo paranaense foi em 03 de novembro de 1994, onde o Oeste do Estado foi a case de estudos de Astrônomos, Astrofísicos e Biólogos, onde belas imagens e estudos biológicos podem ser observados nesses momentos, como a forma em que as aves se deslocam para o aconchego do seu lar ou como os animais caçadores ficam mediante esses momentos. Em solo brasileiro, o eclipse solar mais famoso ocorreu na cidade de Sobral, em 29 de maio de 1919, com duração máxima de 6 minutos e 51 segundos, mas que auxiliou para consolidar a veracidade da Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, porém será que sempre tivemos a dimensão do que é um Eclipse Solar?

Na verdade, não. Em épocas remotas, não havia necessariamente previsões, e tais fenômenos eram associados a religiosidade local. Por diversas vezes, ao longo da história, quando o Sol era encoberto pela Lua, era visto como um mau presságio, uma forma com a qual os deuses estavam mostrando o seu agrado/descontentamento com determinada civilização. Conforme a civilização, associavam tal fenômenos celestes a uma abundância na produção de alimentos, a ciclos de muitas chuvas, a prosperidade da civilização e, diversos desses marcos, foram observados em diversas localidades do mundo. A civilização Maia na América (com suas pirâmides com vértices nos pontos cardeais), as pirâmides egípcias na África (Quéops, Quéfren e Miquerinos, representação das “três marias” na Terra), Stonehenge na Inglaterra (Europa). Podemos perceber avanços sistemáticos nas civilizações com base em observações celestes.

O primeiro registro que temos de uma precisão e, respectivo, acerto quanto a um eclipse Solar, foi por Tales de Mileto, com data aproximada de 585 a.C. Ele apresentou elementos que deram uma consistência mais científica para o fenômeno, associando os objetos celestes: Sol, Lua e Terra. Dessa forma, a movimentação astronômica foi, gradativamente, deixando de ser um fenômeno relacionado a religiosidade e foi ganhando elementos de natureza mais científica. Com o passar do tempo, foi observado que a Lua, apesar de ter o mesmo tamanho angular que o Sol, na verdade é muito menor, mas parece ter o mesmo tamanho pela sua proximidade com o planeta Terra. A primeira pessoa a realizar tal análise foi Hiparco, no ano 200 a.C. durante um eclipse total e, fazendo uso de seu conhecimento de Geometria, percebeu essa relação, a Lua é menor do que a Terra, porém está mais próxima e o Sol é muito maior, mas está muito mais longe. Uma análise mais consistente apresentava que o Sol era algo entre 62 a 74 vezes maior do que a Lua, e que a sua distância em relação a Terra era algo entre 62 a 74 vezes a distância que a Lua estava do nosso planeta. Seus dados não são muito precisos, devido a conceitos de precisão da trigonometria (associado as tábuas trigonométricas) associado à sua base de cálculo. O seu empenho foi tão intenso na área da Astronomia que até hoje, Hiparco é considerado como uma das mentes mais brilhantes da Grécia antiga em relação ao tema Sol-Terra-Lua.

Atualmente, temos uma precisão maior de dados com o mecanismo de Anticítera (conhecido como o primeiro computador do mundo). Tal instrumento foi encontrado no Mar Mediterrâneo e era de alta complexidade e de grande precisão astronômica, o que fez com que a contribuição do mundo antigo fosse ainda maior para os parâmetros científicos atuais. Atualmente, a base de dados é ampla e, em muitos casos, unificada. Telescópios terrestres e espaciais nos trazem dados e informações inimagináveis até alguns anos atrás, mas hoje a Astronomia possui mais dados de acesso comum e, tais fenômenos, como pode ser observado em 14/12/2020, ainda encantam diversas gerações com o seu belo esplendor visual.  

* Hugo Henrique Amorim Batista é tutor do curso de Bacharelado e Licenciatura em Física do Centro Universitário Internacional Uninter.

2020: o ano do desafio

Tatiana Schuchovsky Reichmann*

Sem dúvida, 2020 foi um ano desafiador para o mundo, não só no aspecto da saúde, mas também socioeconômico. De acordo com dados do Ministério da Economia, o impacto financeiro da Covid-19 no Brasil deve chegar a 8,6% do PIB (Produto Interno Bruto), ou R$ 615 bilhões. Neste contexto, o planejamento fez mais sentido do que nunca, porém sempre tendo em mente a flexibilidade para ajustes de rota quando necessário. Momentos de adversidade devem ser encarados como oportunidades únicas de aprendizado, de reinvenção e inovação. De acordo com a consultoria Russell Reynolds Associates, as maiores mudanças ocorrem em momentos de incerteza, e os melhores líderes são aqueles que enxergam oportunidades neste cenário.

Após mais de 9 meses de pandemia, algumas lições foram apreendidas e já é possível fazer um balanço de tudo que vivemos e traçar o caminho para os próximos doze meses. Na Ademicon, de janeiro a novembro de 2020, crescemos 45% em volume de créditos de consórcios em comparação ao mesmo período do ano anterior. Prestar atenção aos fatores externos ao nosso negócio foi primordial para o sucesso da companhia.

Esse olhar para o que estava acontecendo no mundo, ajudou o gestor mais atento a se antecipar e estabelecer planos de contingência, minimizando, na medida do possível, os impactos provocados pela pandemia. Segundo o pesquisador Ricardo Hausmann, diretor do Centro de Desenvolvimento Internacional de Harvard, o conhecimento só ocorrerá para aqueles países que puderem aprender com suas próprias experiências e com base na experiência de outros.

O relacionamento com o principal ativo de qualquer empresa – o capital humano – também precisou de adaptações. Cuidar do colaborador foi muito além do distanciamento social e da obrigatoriedade do uso de máscaras e álcool em gel. Rotinas de acompanhamento de processos entre equipes e gestores, mesmo à distância, serviu como ferramenta motivacional e possibilitou dividir os mesmos anseios. Manter a programação estabelecida no planejamento anual,
sem cancelar treinamentos e eventos internos, transformando-os em virtuais, transmitiu tranquilidade para os envolvidos, mostrou que o negócio permaneceu “vivo”, mas apenas em formatos diferentes.

Mesmo com a instabilidade econômica, houve setores que surpreenderam e registraram boa performance, como foi o caso do consórcio. De acordo com dados da Associação Brasileira das Administradoras de Consórcios, a ABAC, em outubro de 2020 a modalidade bateu o recorde de adesões, o maior número dos últimos dez anos. No acumulado dos dez primeiros meses, foram 2,48 milhões de aderências, 4,2% a mais que as 2,38 milhões dos mesmos meses de 2019. O desafio, neste caso, foi lidar com a demanda represada, dar apoio à equipe de vendas para que o processo fluísse e se transformasse em bons resultados para o setor.

A chamada segunda onda da pandemia já está entre nós e não podemos “baixar a guarda”. Lidar com a ansiedade provocada pela incerteza ainda é um obstáculo, e gestões que tenham o firme propósito de manter o colaborador sadio se destacarão. E isso não se limita só nos aspectos mental e físico, é necessário também cuidar da saúde econômica, oferecendo toda a estrutura para que eles se sintam seguros profissionalmente e reforcem a crença de que, juntos, todos sairemos dessa, muito mais fortes e unidos.

*Tatiana Schuchovsky Reichmann, CEO da Ademicon, responsável pelas marcas Ademilar Consórcio de Imóveis e Ademimotors Consórcio de Veículos.

 

Quais os principais cuidados com os idosos no Verão?

Cristiano Caveião*

Fabiana da Silva Prestes*

No período mais quente do ano, as pessoas gostam de se divertir, as praias ficam lotadas, as temperaturas elevadas chamam a atenção em várias cidades brasileiras, mas será que essa é uma época somente de diversão? Não. Existem alguns cuidados que precisam ser tomados, principalmente quando estamos falando da população idosa.

Em razão da maior fragilidade física, os idosos requerem cuidados específicos para evitar problemas e manterem uma boa saúde durante a estação. As elevadas temperaturas podem provocar problemas como a desidratação, hipotensão (quedas de pressão), hipertermia (aumento da temperatura corporal), devido ao calor excessivo. Além disso, indisposição alimentar e problemas respiratórios. Com o avançar da idade, os mecanismos de controle naturais se tornam menos eficientes, assim como os sistemas corporais começam a declinar, o que resulta em uma menor capacidade de adaptação a ambientes extremos.

A desidratação ocorre quando a eliminação de água é maior que a quantidade ingerida e se caracteriza pela baixa concentração de água e sais minerais impedindo o organismo de realizar funções que são vitais. Ela também é um dos males que mais aflige a população idosa no Verão, e vai desde casos leves aos severos, que incluem a perda de consciência, podendo até mesmo levar a morte do indivíduo.

É comum os idosos apresentarem queixa de quedas bruscas de pressão ou sintomas de infecções respiratórias, em especial por oscilações de temperatura, quando transitam de um ambiente aberto para outro refrigerado. Vale lembrar também, que os filtros de ar condicionado necessitam ser trocados periodicamente e higienizados com frequência.

Nos ambientes, as janelas devem ficar abertas para que haja circulação do ar. Outro fator muito importante é a ingestão de água, mesmo sem sede, já que os idosos também sofrem alterações dos mecanismos de regulação da sede, e beber água com frequência permitirá que o organismo funcione melhor. Sucos e vitaminas também podem complementar essa ingestão de líquidos.

A alimentação deve ser balanceada e excessos devem ser evitados, para que a digestão seja facilitada. Uma atenção maior deve ser dada ao vestuário, preferindo roupas mais leves. O protetor solar é outro aliado para evitar problemas na pele do idoso que é mais fina e delicada. O uso de qualquer medicamento para problemas apresentados nessa época do ano também requer que esteja sob prescrição médica, é importante evitar a automedicação.

Tomando todos esses cuidados, aliados as recomendações de isolamento e precaução respiratória nesse momento de pandemia, essa poderá ser uma época de diversão e alegrias e, principalmente de saúde.

*Cristiano Caveião é professor e coordenador do curso de Tecnologia em Gerontologia – Cuidado ao Idoso do Centro Universitário Internacional Uninter.

*Fabiana da Silva Prestes é professora do curso de Tecnologia em Gerontologia – Cuidado ao Idoso do Centro Universitário Internacional Uninter.