Opinião

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SEJA UM DOADOR DE SANGUE

PROJETO VIDA POR VIDAS

Dolane Patrícia*

“Faça a vida fluir nas veias de quem precisa, doe sangue!”,

É o que estava escrito em um cartaz onde se pretendia salvar a vida de uma criança. Dessa forma, para quem doa são apenas alguns minutos, mas, para quem recebe, é uma vida inteira. É mais que um gesto de amor, é compartilhar a vida! Pode ser de um filho único que precisa de sangue, um idoso ou uma mãe cujos filhos não têm mais ninguém para lhe prover o sustento.

A partir de uma iniciativa voluntária promovida pelos Jovens Adventistas do 7º Dia, em 2006, nasceu o Projeto Vida por Vidas, com a proposta de contribuir com os hemocentros através do incentivo à doação de sangue na época da Páscoa.

A campanha não visa apenas doação de sangue, mas também doação de Medula Óssea e toda população poderá participar. Antes da doação, o doador faz um exame clínico para confirmar o seu bom estado de saúde.

Essa amostra passa por um exame de laboratório, chamado teste de HLA, que determina as características genéticas do possível doador. As informações são colocadas em um cadastro nacional, o REDOME, ou Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea. Quando alguém precisa de transplante, os técnicos do Redome procuram entre os possíveis doadores cadastrados.

A quantidade de medula doada é de apenas 10% da medula total. Em 15 dias ela já estará recomposta. Tudo seria muito simples e fácil, se não fosse o problema da compatibilidade entre as células do doador e do receptor. A chance de encontrar uma medula compatível é, em média, de UMA EM CADA CEM MIL!

O sangue não tem substituto. Uma única doação de sangue pode salvar várias vidas.

A ideia era comparar o sacrifício de Jesus Cristo na cruz, comemorado na Páscoa pelos cristãos, doando vida à humanidade, ao ato de doar sangue. Infelizmente ainda há um número reduzido de doadores e, por outro lado, são muitas as pessoas portadoras de determinadas doenças, que necessitam dessa ajuda.

Em Roraima o projeto conta com total participação da igreja e conta com o apoio do Hemocentro do Estado. A meta para este ano é coletar 200 bolsas de sangue durante a realização do projeto. Para a programação foi elaborado um calendário de doação dividido por Equipes (Distritos) que garante o agendamento dos doadores e evita aglomeração.

Para doar, a pessoa deve ter entre 16 (com autorização do responsável) e sozinhos 18 a 69 anos, pesar acima de 50 quilos e apresentar documento oficial com foto. O doador também precisa estar descansado (ter dormido, pelo menos, seis horas na noite anterior), não ingerir bebida alcoólica nas 12 horas anteriores, além de evitar comidas gordurosas nas quatro horas que antecedem a doação.

Os dias da campanha serão de 06 a 16 de Abril, das 07h30 às 12h e das 13h30 às 18h no Hemocentro de Roraima

Muitos não sabem que a doação de sangue ajuda não só a salvar vidas, mas também nos fornece uma lista de exames de sangue totalmente gratuitos.

Ademais, a Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, Art. 473 aduz que:

“ O empregado poderá deixar de comparecer ao serviço se prejuízo do salário; IV – por um dia, em cada 12 (doze) meses de trabalho, em caso de doação voluntária de sangue devidamente comprovada;”

Somando a isso, existem muitos concursos, onde aquele que doar sangue 03 (três) vezes no ano em 12 (doze) meses, tem isenção de taxas para fazer algumas inscrições de concurso.

O doador também tem 50% de desconto na entrada de estabelecimentos de diversão ou cultural, como também de atividades recreativas. Para ter direito aos benefícios, o indivíduo precisa possuir a carteira de identificação do doador, fornecida pelos hemocentros e bancos de sangue. A carteira tem validade de um ano.

Doar sangue e medula óssea pode ajudar na cura de várias doenças. No entanto, “a palavra cura tem duplo sentido: significa devolver a saúde a um doente, mas significa também, e principalmente, cuidar. Cuidar das pessoas é providenciar o transplante e ampará-las em todos os momentos, inclusive no momento da espera.

Muitas pessoas necessitam de sangue em todo o mundo, a vida e a felicidade de alguém pode depender de uma atitude sua, por isso, seja um doador!

Com essa atitude você poderá fazer com que esta espera seja, não desespero, mas esperança!!!

*Advogada, juíza arbitral, mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, Personalidade da Amazônia e Brasileira. Pós graduada em Direito Processual Civil e Direito de Família, Pós Graduanda em Direito Empresarial e Pós graduanda em Marketing Digital e branding. Acesse: dolanepatricia.com.br. youtube: Dolane PatriciaRR. Aplicativo: Dolane Patricia.

Precisamos falar sobre segurança hídrica

*Por Norman de Paula Arruda Filho

O Fórum Mundial da Água, que seria realizado em Dacar, no Senegal, neste último mês de março, foi transferido para 2022, mas não podemos esperar para refletir sobre o seu tema: “Segurança Hídrica para a Paz e o Desenvolvimento”. A questão da água, seja relacionada com desastres socioambientais, consequências do aquecimento global ou sua escassez, são mazelas da sociedade contemporânea. Segundo o relatório da UNICEF e OMS (2019), uma em cada três pessoas no mundo não tem acesso a água potável. A cada ano, morrem 297 mil crianças menores de 5 anos por doenças associadas a água, saneamento e higiene. Considero que a discussão e a necessidade de se achar soluções para a crise hídrica é tão importante quanto a soma de esforços para contermos a pandemia da covid-19. O debate pela segurança hídrica é interdisciplinar e envolve os campos político, social e científico.

Segundo o professor canadense Howard S. Wheater, 80% da população mundial está exposta a altos níveis de ameaças à segurança hídrica, e uma grave crise se mostra no horizonte até 2070. Um dos exemplos está relacionado à urbanização desordenada somada ao desmatamento ilegal e a agricultura predatória que significam poluição dos rios e ameaças a vida aquática. Além disso, podemos acrescentar à pressão sofrida pelo sistema hidrológico e a produção de alimentos para uma população em curva de crescimento ascendente. Estima-se que até 2050 a produção alimentar terá que ser incrementada em 60% para atender a projeção de 9,7 bilhões de habitantes na Terra.

Com o passar dos anos, em alguns países, ocorreu uma perigosa cisão entre o conhecimento científico produzido na academia, a gestão governamental e o conhecimento comunitário. Porém, como a pandemia nos mostrou, a gestão, seja ela da saúde, social ou ambiental, deve andar de mãos dadas com o conhecimento científico e ambos devem ‘convidar a sociedade para o jantar’. Para c
onseguirmos aplacar a severa crise hídrica que já enfrentamos e que tende a ficar insustentável nas próximas décadas, há a urgência de uma governança hídrica holística e em rede. Não há mais espaço para o negacionismo sobre como as alterações climáticas impactam os ecossistemas, a produção alimentar e o desenvolvimento socioeconômico.

Devemos promover parcerias e o intercâmbio de tecnologias e financiamentos de projetos com países mais desenvolvidos no quesito hídrico. A Arábia Saudita e outros lugares do Oriente Médio e do Norte da África, por exemplo, estão no centro de soluções como a dessalinização de água marinha que, apesar do caro processo e enorme gasto de energia, ainda é apontado como uma solução futura. Por isso, gestores, cientistas e sociedade devem olhar para os cenários futuros, compreender os impactos das alterações causadas pela ação do Homem sobre o meio ambiente e como sugere Wheater, “considerar a complexidade dos sistemas hídricos e sua interdependência em relação aos sistemas terrestres, energético e alimentar, em escalas local e mundial”.

Faço meu apelo para despertarmos enquanto indivíduos corresponsáveis pela crise hídrica e assumirmos o papel de protagonistas. Devemos facilitar o diálogo e a integração internacional, além de considerarmos as vulnerabilidades sociais para tornarmos o mundo mais resiliente perante a projeção de um cenário tão incerto e extremo relacionado a segurança hídrica mundial.

*Norman Arruda Filho é presidente do ISAE Escola de Negócios (www.isaebrasil.com.br) e membro do Comitê Brasileiro do Pacto Global das Nações Unidas.

Vamos ser gente sem deixar de ser gente

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Nem todo ser humano faz parte da humanidade”.

Os criminosos também beijam a cruz, creem em Deus e se benzem. Na medida em que o ser humano vai evoluindo na caminhada racional sem o conhecimento racional, vai ficando mais “desumano”, independentemente da religião ou credo que adota como direção. Por isso acho bom que as autoridades amadureçam e comecem a ver as coisas como elas realmente são, em razão dos acontecimentos, e não em razão de quem faz acontecer. Os positivistas dizem, porque acreditam, que só faz parte da humanidade o ser humano que contribui para o desenvolvimento da humanidade. Por outro lado a Cultura Racional nos diz que “O ser humano é o animal mais hediondo sobre a face da terra, em razão dos crimes que comete contra a natureza”. Um pensamento que parece contundente, mas não é. É a pura verdade. Somos os únicos animais que destroem o ambiente em que vivem.

Na medida em que evoluímos aparentamos perder a sensibilidade. Quando na verdade adentramos o universo da racionalidade. A dificuldade em entender isso, está na dificuldade de evoluir. Os criminosos o são porque sua evolução vai na contramão da racionalidade. Vem daí os criminosos mais aperfeiçoados no mundo do crime. Mas é uma questão de livre arbítrio. Os que acertam e os que erram, voluntariamente, estão nos seus caminhos. É questão de como escolher. Mas é uma escolha. Apoiá-la, até mesmo nos gestos mais simples é familiarizar-se. Então, muito cuidado com o alisar o cabelo.

Quando o Racional nos diz que somos animais hediondos, ele não está sendo hediondo. Está apenas nos alertando para que sejamos mais maduros e nos valorizemos no que somos. No dia em que você se der o valor que você realmente tem, vai entender isso. Pense em quantos milhões de rezes são mortas diariamente, só para alimentar os seres humanos, mesmo os que se benzem e beijam a cruz. Quando nos valorizamos como serres humanos e racionais, não perdemos tempo com os que não fazem parte da humanidade, mesmo sendo seres humanos. Os que ainda não aprenderam a ser gente sem deixar de ser gente. Preocupe-se somente com os que merecem sua preocupação. Faça o melhor que você puder fazer a cada momento de sua vida, para que o mundo se torne realmente digno de vivermos nele. Faça sua parte. Mesmo que o mundo não evolua, você terá cumprido seu dever. E sem se preocupar com os que não fazem a parte deles.Ou os que fazem o que pensam que seja a parte deles. Cada um está no seu caminho de volta ao seu mundo; mas numa caminhada de progresso a regresso. Faça sua parte como ela deve ser bem-feita. Pense nisso.

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