Opinião

OPINIAO 11957

Pedido a Deus

Walber Aguiar*

A amizade é um amor que nunca morre

Mário Quintana

Sonhei que mergulhava nas águas claras e profundas do Maranata. De repente imergiu uma pessoa, uma figura, um ser humano fantástico. Sonhei que chorava no meio das águas. Chorava a profunda solidão de Samuel Coutinho. A ausência da mais louca e sincera alegria.

O vazio do lavrado e do desejo de mergulhar nos campinhos e brincadeiras, na devocionalidade da canção, na liturgia dos pés descalços que encarnavam a liberdade dos cavalos selvagens do Maruai.

Aquele menino fora pedido a Deus, aliás, o significado do seu nome. Samuel fora pedido por tio Silas e tia Noemi; nascendo ali o primeiro fruto de um amor puro, sincero e duradouro. Duraria até a morte, até que o absurdo da morte nos roubasse a mulher meiga e simples, o anjo de cabelos brancos que pedira a Deus o primogênito da alegria, o devotado ao trabalho, o homem simples que conseguira arrebatar o coração de todos.

E ele cresceu ali, entre o sonho do querer e a vontade do realizar. A maldição do trabalho, o suor que fabricara o pão e a massa do pastel, fora transformado em um ministério abençoado e abençoador da vida de todos que passavam por ele, na calçada, no quintal, na rua, nos passeios de moto, nas piruetas de avião, na liberdade louca de voar como os pássaros mencionados por Jesus no sermão do monte.

O poeta da Galiléia cativara o coração daquele homem/menino, daquele garoto que, à semelhança de Salomão, nada negara aos seus olhos e ao seu coração, no abençoado prazer concedido a ele. Debaixo da mangueira mágica a limonada lembrava e trazia tempos de refrigério, sob a bondade do pastor do salmo 23, sob a alegria mais escandalosamente linda e sincera que já nos foi apresentada.

Ora, o recheio dos pastéis ia pra além de queijo e carne. Bondade, alegria, ternura, misericórdia e amor estavam ali, recheando as tardes quentes e chuvosas, preenchendo os interstícios da alma, o espigão do ser, a conflitividade dos nossos mais quentes afetos. Trazendo a fé e a confiança mais estranhamente deliciosa que já pudemos viver e apreciar.

Mas, a maior ausência, o grande rasgo da solidão, a lacuna mais intensa e profunda foi sentida nas águas do sonho, da quimera marcada pela umidade e pela maior amizade na fé que alguém podia perceber e desfrutar.

O homem que pilotava nas estradas da liberdade e voava com toda ousadia, também punha os pés no chão. Sim, até porque conversava não apenas com as palavras, mas olhava firmemente nos olhos de quem parasse pra ouvir dele os segredos da graça e da alegria. Com ele aprendemos a voar como os pardais, a dar asas ao riso e à imaginação.

Naquele dia sonhei que mergulhava junto com ele nas águas limpas, profundas e misteriosas do Maranata. Ele cochichou segredos da eternidade em meu ouvido, enxugou-me as lágrimas e mergulhou profundamente para nunca mais voltar. Um dia, qualquer dia desses, mergulharíamos no Maranata existencial e encontraríamos com ele. Sem pranto, sem choro, sem dor…

*Advogado, poeta, historiador, professor de filosofia e membro da Academia Roraimense de Letras

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Diabetes mellitus

Marlene de Andrade

 

“Cura-me, Senhor, e serei curado; salva-me, e serei salvo, pois tu és aquele a quem eu louvo.” (Jeremias 17:14

 

Diabetes mellitus é uma doença caracterizada pela elevação do açúcar no sangue e a isso damos o nome de hiperglicemia. E o que tem a ver a insulina com a hiperglicemia? Ela é responsável por fazer com que a glicose, a qual está na corrente sanguínea, entre nas células do nosso corpo e gere energia. 

Na falta de insulina, duas situações simultâneas ocorrem: o nível de açúcar no sangue aumenta e as células sofrem a falta de energia. Se não existe insulina, a glicose fica à vontade provocando hiperglicemia. 

O diabetes tipo 1, ocorre devido à destruição das células beta do pâncreas por um processo imunológico, ou seja, pela formação de anticorpos pelo próprio organismo contra as células do seu próprio pâncreas. Tal problema, acaba levando à deficiência de insulina. Geralmente, esse tipo de diabetes acomete crianças, mas pode, também, atingir jovens e adultos. 

O quadro clínico do diabetes tipo1 se dá com os seguintes sintomas: sede intensa, diurese, fome excessiva, emagrecimento, sonolência, vômitos, cansaço, fraqueza, desidratação, dificuldades respiratórias e coma. Já o diabetes tipo 2 é o mais comum e a instalação do quadro é mais lenta, sendo os sintomas os seguintes: sede, aumento da diurese, dores nas pernas e entre outros, alterações visuais. O diabetes tipo 2 pode demorar vários anos para se manifestar. Se não for reconhecido e tratado a tempo, pode evoluir para um quadro grave de desidratação e coma. 

Ao contrário do diabetes tipo 1, no tipo 2, há, geralmente,  aumento de peso e obesidade, o qual ocorre, principalmente, em adultos a partir dos 50 anos. Contudo, observa-se, cada vez mais, o desenvolvimento desse quadro clínico em adultos jovens, adolescentes e até em crianças e tal fato, ocorre pelo aumento do consumo de gorduras, carboidratos e falta de atividade física. 

Existem outros tipos de diabetes, porém eles são mais raros e as causas, podem ser: síndrome de Cushing, hipertireoidismo, certos medicamentos, pancreatite, e entre outros, tumores pancreáticos. 

Também existe o diabetes gestacional. Esse tipo de patologia pode ser transitório ou não. As gestantes, por exemplo, que têm história diabetes gestacional com abortos ou nascimento de bebês com malformações e, se forem hipertensas, obesas ou com história familiar de diabetes, não devem esperar o 3º trimestre para se submeterem ao exame do diabetes, pois terão chance de desenvolverem essa doença. 

Prevenir é a melhor solução. 

 

Marlene de Andrade 

Médica Especialista em Medicina do Trabalho-ANAMT/AMB/CFM 

Pós-Graduada em Perícias Médicas-Fundação UNIMED 

Técnica de Segurança no Trabalho- SENAI/IEL 

CRM-RR 339 RQE-341 

Questão de compreensão

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Entender as pessoas e a natureza humana simplesmente envolve o reconhecimento das pessoas pelo que são, não o que você pensa que elas sejam nem o que você quer que elas sejam”. (Les Giblin)

Tudo muito simples. Você nunca irá entender uma pessoa se não a reconhecer no que ela é. Não há por que querer que as outras pessoas pensem como nós pensamos. Cada um está no seu grau de evolução racional. Afinal somos todos de origem racional. Quando respeitamos os pensamentos das outras pessoas estamos respeitando-as. Então façamos isso. Vamos parar de ficar esperneando contra os pensamentos dos outros. O importante é que saibamos analisar, respeitosamente, pensamentos e decisões dos outros. O que nos leva a evitar discussões.

Não há nada mais irracional do que uma discussão. Podemos e até devemos sugerir, indicar, mas nunca discordar. Quando discordar sorria levemente. Mas encerre o assunto. Nunca se deixe levar pelos pensamentos dos outros.

Primeiro analise-os e veja se estão dentro do padrão de racionalidade que você merece e quer. Mas essa análise requer conhecimento e amadurecimento. O que nos obriga a caminhar na vereda da perfeição. E a primeira coisa que devemos considerar, é que a perfeição é inatingível.

Tudo que fazemos de melhor hoje pode ser melhorado amanhã. E se pode, deve. Então vamos melhorar fazendo sempre o melhor que pudermos fazer. E esse aprimoramento está na convivência, tanto profissional quanto familiar. Vamos manter a racionalidade dentro de nós, para que possamos transmiti-la às outras pessoas.

Comece sua tarefa dentro do lar. Prepare seus filhos para que eles possam orgulhar-se de você, no futuro. E para que você se orgulhe deles. Mas lembre-se sempre, na hora de educar, da frase que li, na subcapa do meu caderno, quando eu era criança: “A educação é como a plaina: aperfeiçoa a obra, mas não melhora a madeira”.

Então, antes de começar a tarefa analise a personalidade do seu filho. Porque é assim que você vai poder orientá-lo sem dirigi-lo. Quando a criança cresce orientada dificilmente tropeça no descontrole social.

O ser humano é, segundo a Cultura Racional, o animal mais hediondo sobre a face da Terra. E embora isso lhe pareça absurdo e hediondo, é bom que preste mais atenção ao desenvolvimento do ser humano na Terra. Desde os primórdios, o ser humano vem se desenvolvendo através da violência.

E esta obscurece a racionalidade nos meios onde deveríamos caminhar para o nosso mundo racional. Vamos respeitar mais o ser humano em cada um. Façamos isso na política da igualdade: “Somos todos iguais nas diferenças”. Pense nisso.

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