Opinião

Opiniao 12 02 2015 620

Uma doença pungente que atormenta cruelmente a humanidade – Francisco de Assis Campos Saraiva* No transcorrer do tempo que prossegue, tenho perdido a convivência harmoniosa de bons amigos que partiram para a eternidade, vitimados pelo mal de Alzheimer, ficando em nós a grande saudade para sempre. É um sofrimento constante que aflige a humanidade. No Brasil, há mais de 15 milhões de pessoas com idade superior a 60 anos e seis por cento delas sofrem dessa terrível doença, segundo dados da Associação Brasileira de Alzheimer (Abraz). Em todo o Universo quinze milhões de seres humanos são portadores da doença, de natureza incurável, que causa severos transtornos às vítimas. É a quarta causa de morte de idosos nos Estados Unidos, entre 75 e 80 anos, cedendo lugar, apenas, para infarto, derrame e o câncer. O Alzheimer é uma doença neuro-degenerativa, que provoca o declínio das funções intelectuais e reduz a capacidade de trabalho, relação social, interferindo no comportamento e na personalidade. Tem início com o paciente perdendo sua memória mais recente, podendo lembrar com precisão de fatos ocorridos em anos anteriores e esquece que terminou de realizar uma refeição. O Alzheimer evolui de quadro, quando aí ocasiona forte impacto na vida diária da pessoa, atingindo a capacidade de aprendizado, atenção, orientação, compreensão e linguagem. A doença faz com que a pessoa fique mais dependente da ajuda dos outros, até mesmo na rotina básica de higiene e alimentação. Uma das conseqüências do mal de Alzheimer é a diminuição de discernir, fazendo com que o doente não consiga entender a conseqüência de seus atos. Não manifesta a sua vontade e não desenvolve o raciocínio próprio em função dos bloqueios de memória, perdendo a capacidade de comunicação, impossibilitando que as pessoas o compreendam. É esta razão porque a lei o considera civilmente incapaz. A interdição é uma medida protetora do portador de Alzheimer da ação inescrupulosa de pessoas infâmias de efetuar manobras desleais, causando-lhe prejuízos de natureza moral e patrimonial, como por exemplo, a venda de um imóvel ou de um veículo, a retirada de dinheiro do banco e muitos outros. Necessita, portanto, da representação de outra pessoa, que é o curador. A causa do mal de Alzheimer é desconhecida, porém seus efeitos deixam marcas cruciais no paciente. Atinge a população de idade avançada, embora seja constatados casos de gente jovem. Um aspecto importante do Alzheimer é a manutenção do estado de alerta. A doença não reduz a consciência e o paciente responde tanto aos estímulos internos quanto aos externos. Pode responder mal ou errado, mas acompanha as pessoas no que está acontecendo em sua volta. Muitas vezes, os sintomas de perda de memória e distúrbios de comportamento estão ligados ao envelhecimento. Mesmo com aparência saudável, os portadores de Alzheimer carecem de assistência nas 24 horas do dia. O quadro evolutivo da doença é rápido, em média por um período de cinco a dez anos, quando ocorre o óbito desses pacientes. Diagnosticar alguém com Mal de Alzheimer não é tão fácil. A família imagina que seja consequente da idade avançada e não procura ajuda de um especialista. Quando nota sintomas do Alzheimer, o paciente procura escondê-los por vergonha. Daí porque requer uma vigilância acurada por parte da família do idoso. Não é porque a pessoa envelheceu que não vai mais se lembrar do que é importante. O acompanhamento médico é um requisito para que identifique exatamente a existência ou não do Alzheimer. No ano de 2002, o Ministério da Saúde publicou uma Portaria que instituiu no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) o Programa de Assistência aos Portadores da Doença de Alzheimer. O programa funciona por meio dos Centros de Referência em Assistência à Saúde do Idoso, que são responsáveis pelo diagnóstico, tratamento, acompanhamento dos pacientes e orientação dos familiares e atendentes dos portadores de Alzheimer. Há 26 Centros de Referência cadastrados no Brasil. O Alzheimer não possui nenhuma forma de prevenção. A classe médica recomenda manter a cabeça ativa e uma boa vida social, o que permite retardar a manifestação da doença. As atividades sugeridas são de que se estimule a memória com a leitura constante, exercícios aritméticos, jogos que exigem bom raciocínio e participar em atividades de grupo. Relatos importantes do médico Dr. Arthur Rivin, que foi clínico geral e é professor emérito da Universidade da Califórnia: “Tenho Alzheimer”. Demoramos muito tempo para compreender essa doença, desde que Alois Alzheimer, médico alemão, estabeleceu os primeiros elos, no início do século 20, entre a demência e a presença de placas e emaranhados de material desconhecido. Agora se sabe que esse material é o acúmulo de uma proteína chamada beta-amiloide. A hipótese principal para o mecanismo da doença de Alzheimer é que essa proteína se acumula nas células do cérebro, provocando uma degeneração dos neurônios. Já existem alguns produtos farmacêuticos para limpar essa proteína das células. No entanto, as placas de amilóide podem ser detectadas, apenas, numa autópsia, de modo que são associadas unicamente com pessoas que desenvolveram plenamente a doença. Não sabemos se esses são os primeiros indicadores biológicos da doença. Mas há muita coisa para se aprender. Quando não conseguir lembrar-se de um nome, peça para que a pessoa o repita e então escreva. Leia livros. Faça caminhada. Dedique-se ao desenho e à pintura. Pratique jardinagem. Faça quebra-cabeças e jogos. Experimente coisas novas. Organize o seu dia. Adote uma dieta saudável, que inclua peixe duas vezes por semana, frutas, legumes e vegetais, ácidos graxos ômega 3. Não se afaste dos amigos e da sua família. É um conselho que aprendi a duras penas. Temendo que as pessoas se apiedassem de mim, procurei manter a minha doença em segredo e isso significou me afastar das pessoas que eu amava. Agora me sinto gratificado ao ver como as pessoas são tolerantes e como desejam ajudar. A doença afeta 1 a cada 8 pessoas com mais de 65 anos e quase a metade dos que têm mais de 85. A previsão é de que o número de pessoas com Alzheimer nos EUA dobre até 2030 evidencia o Dr. Arthur Rivin, Professor Emérito de Medicina da Universidade da Califórnia. Feliz do ser humano que atinge a idade senil com as funções vitais equilibradas, sóbrio, mente clarividente e uma boa saúde, vivendo alegre no seio da família junto aos entes queridos, pois isso é uma dádiva perene do Criador, a quem devemos agradecer com amor a todo o momento. Seja afável, carinhoso e bondoso com quem está carecendo de seus préstimos, da ajuda prestimosa que muito alegra ao nosso Pai Eterno. “Sede fortes, e revigore-se o vosso coração, vós todos que esperais no Senhor.” (Salmos 31.24). *Oficial R1 do Exército, empresário, titular e dir. téc. do Lab. Lobo D’Almada, membro da ALB e a ALLCHE E-mail: [email protected] ————————————- Otários e vigaristas – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Todos somos muito ignorantes. O que acontece é que nem todos ignoramos as mesmas coisas”. (Einstein) Durante minha vida bem vivida, aprendi muita coisa com pessoas que nunca imaginei que estivessem me ensinando. Nos inícios das décadas de cinquenta e sessenta, conheci delegados e vários policiais, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Na década de cinquenta, o foco das noticias nos rádios era a vigarice. O que tínhamos de vigaristas pelas ruas não dá pra acreditar. E o maior golpe que os caras aplicavam era “O conto do vigário”. O golpe mais tolo que alguém pode aplicar. Só os otários caem nele. À época, eu morava pertinho de uma delegacia, em São Miguel Paulista, em São Paulo. Foi talvez a fase mais acirrada do golpe, “o conto do vigário”. Era a maior boboquice. O delegado ficava irritado quando alguém chegava à delegacia para registrar queixa sobre o golpe tolo. O delegado acolhia bem o queixoso que se sentava e esperava até que o policial localizasse o vigarista. Mas, na verdade, nenhum policial saía à procura do cara. Horas depois, ele dispensava o queixoso e prometia que o vigarista seria preso. Um dia ele me disse por que se irritava com o caso: – Não existiriam vigaristas se não existissem os otários. Sinceramente, nunca fui capaz de analisar o pensamento do delegado. Não sei se ele estava certo ou errado. Mas me preocupo em ver como ainda temos muita gente caindo no golpe ridículo que apenas mudou de nome e está vindo através das redes sociais que não têm nada de social. Sessenta anos depois, assisti, ontem, pela televisão, comentários sobre a discriminação racial. Uma daquelas delegacias de que falei aí em cima, é a 21ª DP, e fica na Avenida dos Democráticos, em frente à Rua Dark de Matos, em Higienópolis, no Rio de Janeiro. Eu morava ali vizinho e conversava muito com policiais. Um dia, estava de serviço um delegado recém-chegado e negro. Não sei por que, mas naquela noite ele dormiu na delegacia. Quando acordou, pela manhã, foi até a pia para lavar as mãos. Estava lavando as mãos quando um agente em serviço gritou: – Que é que você tá fazendo aí, seu crioulo? Quem soltou você!? O delegado não se manifestou. Apenas olhou sério para o policial tolo. Outro policial gritou para o colega, chamando-lhe a atenção. O delegado afastou-se e a coisa ficou por isso mesmo. Em frente à delegacia fica um bar onde os assuntos da noite são comentados (ou pelo menos eram) e foi ali que eu soube do ocorrido. Discriminação, preconceito e vigarice existem porque nunca foram combatidos. E sabemos por que nunca foram combatidos. Pense nisso. *Articulista [email protected]     99121-1460     ———————————— ESPAÇO DO LEITOR CRÉDITO 1 A leitora Ana Sousa fez o seguinte comentário: “Pelo que parece, com o recadastramento do Crédito Social, serão beneficiadas as famílias que realmente merecem estar inseridas no programa, acabando com antigos favorecimentos a pessoas que não se enquadravam no perfil do benefício. O programa agora deve ter uma conotação de assistência, e não eleitoreiro como vinha sendo conduzido”. CRÉDITO 2 A dona de casa Maria Auxiliadora afirmou que espera que o prazo de recadastramento do Crédito Social seja ágil e que as famílias cadastradas possam receber os meses em que o benefício não foi pago. “Tomara que seja realizado de forma ágil abrangendo vários setores e que não ocorra demora como da outra vez. Mesmo assim, ainda havia pessoas que recebiam o benefício de forma indevida, deixando quem realmente necessita deste pagamento. Resta agora saber se os meses em que o benefício foi suspenso serão pagos”. AGÊNCIA O internauta Carlos Calheiros enviou o seguinte e-mail sobre a Agência Reguladora: “Essa ‘Agência’ é mais uma das excrescências do grupo PSDB/PMDB/PSB, que quase diluíram as finanças do Estado no duto da corrupção institucionalizada. Um ‘órgão’ com tamanha prerrogativa demonstra, claramente, a ineficiência das secretarias envolvidas. O governo tem a obrigação de extinguir esse mal, pois não existe necessidade da manutenção de uma Agência Reguladora de Serviços apenas para servir de cabide de emprego com salários altíssimos, assim como os institutos sem funcionalidades deixados pela gestão anterior nesses últimos seis anos que não produzem nada”. CONTRATOS   O servidor público Ribamar Oliveira comentou que há duas semanas tem recebido ligações de uma empresa que opera com créditos para empréstimos consignados oferecendo novamente a renovação do contrato. “O interessante é que há mais de três anos não tenho nenhum vínculo com o serviço público. Seria bom que os órgãos de fiscalização tomem ciência e investiguem o repasse de dados pessoais a estas operadoras de crédito”, sugeriu.