Opinião
OPINIAO 12 03 2015 727
Mulher, obra-prima da criação Antonio de Souza Matos* Conforme o relato bíblico no livro de Gênesis, cujo significado é origem,Eva, a primeira mulher, foi criada da costela de Adão. Interpretando essa passagem, o Agostinho, filósofo e teólogo de Hipona que viveu entre os anos 354 e 430 da era cristã, disse o seguinte: “Deus não tirou a mulher da cabeça do homem, para que não fosse superior a ele, não a tirou dos seus pés, para que não fosse inferior a ele, mas a tirou do seu lado, de perto do seu coração, para que fosse amada e protegida por ele”. As mulheres não foram criadas para ser um simples objeto de prazer sexual, conforme a mídia insinua, tampouco escravas dos homens – cujo direito é apenas obedecer. Foram moldadas pelas mãos do Criador para ser auxiliadoras competentes. Foram forjadas, conforme disse o grande teólogo do cristianismo, para ser amadas e protegidas. Em outras palavras, foram criadas para ser tratadas com respeito, honra e dignidade. Infelizmente, por causa de uma má interpretação das Escrituras e por causa, sobretudo, da cultura machista que ainda impera em diversas partes do mundo, muitas mulheres, em pleno século 21, ainda sofrem vários tipos de discriminação. Muitas são submetidas diariamente a tratamento desumano por parte de seus próprios cônjuges ou até mesmo dos filhos. Muitas recebem metade ou menos da metade do que ganham os homens, mesmo exercendo a mesmíssima função. Graças à força, à coragem e à bravura das mulheres, sem deixar de reconhecer a intervenção divina no curso da história, elas conseguiram obter várias conquistas sociais. Hoje há mulheres ocupando cargos importantes em várias partes do mundo, como é o caso da presidente Dilma Roussef, da governadora Suely Campos e da prefeita Teresa Surita, entre outras. Mas, para que chegássemos a esse contexto, muita água rolou debaixo da ponte. Mulheres pagaram um alto preço, por exemplo, aquelas 130 tecelãs que morreram carbonizadas numa fábrica da cidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, em 8 de março de 1857, por reivindicar redução da jornada de trabalho e equiparação salarial, além de condições dignas para o exercício de suas atividades laborais. A inclusão do Dia Internacional da Mulher no calendário anual, ocorrida em 1910, na Dinamarca, e homologada em 1975 pela ONU, é o mínimo que o mundo poderia fazer para dizer o quanto as mulheres significam e representam. Embora a primeira mulher tenha saído das entranhas deum homem, todos os homens, sem exceção, de lá para cá, saem do ventre de uma delas. Se refletirmos bem, ao fazermos a análise da mesma passagem bíblica que fala da criação da mulher, como fez Agostinho no final do século terceiro e início do século quarto, chegaremos à conclusão de que Deus reservou o melhor da criação para o final. Podemos compará-lo a um pintor que dá o último retoque em sua obra, o acabamento, para torná-la mais valiosa. As mulheres, embora vistas por muitos como um simples objeto, na verdade, merecem todo o respeito e a admiração não somente no Dia Internacional da Mulher, mas também durante os trezentos e sessenta e cinco dias de cada ano. *Professor ———————————————————— O hotel psiquiátrico Roberta Almeida de Souza Cruz* Era meio do ano, quando Juliet teve sua iluminação ao espelho, nada andava bem em sua vida. Os motivos? Eram tantos que vamos apenas aos principais: uma doença psiquiátrica e o vicio descontrolado nas drogas. O que era uma amanhã para ela, se não mais um dia de delírios com drogas e excesso de remédios. Sim, mesmo com tudo contra, Juliet conseguiu se formar, conseguiu fazer seu estágio, mas o emprego de seus sonhos foi para o espaço, o espaço de uma vida divida entre ter seu sonho e uma rotina de trabalho e a extrema dificuldade de manter todo seu projeto de vida longe das drogas. Perdeu o emprego e se afundou durante dias no vicio, até que depois de se perceber tão idiota em idas e vindas de suas compras malditas, no espelho se olhou e viu a morte ao seu lado. Diante de seu oratório perto do espelho em que se assustava cada vez mais, ouviu uma voz que a alertou da possível possibilidade de um novo surto sem volta. Sim, Juliet teve dois surtos por sua bipolaridade e sabia o quanto doeu buscar o retorno à vida. Desesperada, rasgou seu cartão de crédito e chorou todas as suas dores e culpas, o dia inteiro. Não viu as horas passarem, ficou absorta num transe de dor, que durou até a noite. Foi quando, bem ao longe de sua mente, ouvia as vozes de seus pais. Eles entraram em seu quarto e ela, ao reconhecê- los, e os dois surpresos com talvez sua cara de espanto e dor, a olharam intrigados… Foi então, que ela, sem forças para dizer muito, ergueu os braços e chorou todo o pranto, o que os dois da mesma forma fizeram e a acolheram em seus braços. Sim! Foi sua tão desejada resposta por seus anjos de casa. Quero ser internada, mas com uma condição: a clínica de nossas escolhas, deve trabalhar com psicanálise, disse ela somente. Uma luz de esperança abrandou a todos e daquela noite em diante, começou a procura de clínicas de psicanálise na cidade onde residia seu irmão. 2012, janeiro, Juliet chega a um lugar lindo e aconchegante. Encontrou mesmo o que precisava: psicanálise e, enfim, o início de sua firme vontade de deixar o uso das drogas no passado. Todos no lugar foram amigáveis e ela teve conforto na alma. Conforto interrompido, quando ao olhar sua família, eles deram um adeus sofrível e disseram: logo, logo, voltamos. Você ficara bem, acho que em seis meses estaremos em casa! Ao vê-los indo embora, Juliet teve, enfim, medo, medo que se transformou em irritabilidade. Agredia a todos, mas como um caminho às Índias, tudo ao seu tempo foi melhorando, quer dizer, a psicanálise dói, quando não temos ainda nossas respostas. O que seriam seis meses durou dois anos, Juliet e sua luta continuaram, sem drogas, mas com sua companheira bipolaridade, que resolveu ganhar notoriedade e agir loucamente deixando a pobre Juliet um caco de alma. Sim, Juliet fez análise e, com o tempo, foi descobrindo um mundo novo e uma pergunta existencial para ela: Quem pode resignificar este vazio, a não ser você mesma? 2015, Juliet começa a ter coragem de iniciar um novo enredo, sim continua em análise e surpreendida com a mente límpida para aprender e compreender seu mundo intimo. Hoje, as vontades mudaram, assim como a certeza de seus limites. É arrependida, pois têm pesadelos e gritos, mas seus anjos ainda estão ao seu lado. Não é fácil aprender a existência, não é válido nenhum vício, mas ainda que seja agora, ela entende que para um bipolar o tempo e o espaço são bem diferentes aos das outras pessoas, jamais sendo tarde e sendo sempre possível recomeçar. Boa sorte Juliet! É o que te desejo. *Jornalista ———————————————————— Não misture o amor Afonso Rodrigues de Oliveira* “O amor é a maior experiência do homem. Ele nos coloca em comunicação com a Inteligência Infinita”. (Napoleon Hill) Só somos felizes quando amamos. E o amor está em perfeita comunhão com o sexo e as emoções trazidas pelo romance. Mas não devemos, em hipótese nenhuma, misturar as coisas. Mesmo porque só o amor nos leva ao patamar que desejamos alcançar. Não há quem vença na vida sem amor. Há até os bobos que pensam que venceram, na ilusão de mandar. Mas deixa isso pra lá e voltemos ao amor. Ele é o caminho e o guia para o sucesso. E normalmente se fracassa quando não se sabe separar o poder, do amor, com o desequilíbrio de sentimentos que pensamos vir do amor. O sexo por ser biológico está associado ao amor, mas desligado dele. É pelo amor que o sexo é a razão da vida. O ser humano sempre envelhece, faz parte da vida, mas nem todos amadurecem. E só quando amadurecemos sabemos separar o joio do trigo, quando se trata de amor. Confundir e misturar amor com paixão e ciúme é a mais estonteante demonstração de imaturidade. O amor é indefinível. Ele é a essência da vida. Sem ele não há como vencer nem viver plenamente. O sexo, já sabemos, é a razão da vida. A paixão, por sua vez, faz parte da convivência com o amor, mas, não é mais do que um desequilíbrio emocional. Puro desequilíbrio emocional indicador da imaturidade. Enquanto isso, o ciúme é puro e indiscutível descontrole mental. Você nunca vai encontrar uma pessoa mentalmente controlada e ciumenta. Levante a mão se você conhece alguém que seja mentalmente controlada e ciumenta. Não há. Todos os casais que se casaram verdadeiramente por amor vivem esta experiência. Depois de algum tempo de convivência a intensidade do amor vai amenizando. Mas na verdade o que vai acontecendo é o equilíbrio no amor. E é aí que a jiripoca pia. Os menos maduros começam com as cobranças que, quase sempre, levam ao desequilíbrio na união. E quando o amor foi confundido, não alimentado, apenas confundido, como amor, o desequilíbrio chega e o ciúme cresce cada vez mais. E quando ele começa a crescer não há como contê-lo. Ele cresce e, sempre leva ao desmantelo. O que hoje é considerado normal, pela normalidade nas separações entre os casais. Ame com intensidade. Mas não faça angu com os dois mais perigosos elementos que compõem o que é confundido com amor: paixão e ciúme. Quando se sentir uma pessoa ciumenta, não se orgulhe disso. Ao contrário, procure tratamento. E o maior e mais eficiente médico que há para você nesse caso, é você mesmo. É só uma questão de maturidade. Amadureça e você se curará. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460 ———————————————————— ESPAÇO DO LEITOR ATENDIMENTO A leitora Marlene Ramos enviou e-mail criticando o atendimento prestado por uma servidora do posto de saúde do bairro São Pedro. “Talvez por despreparo ou algum outro motivo, ela mesma tem prestado um péssimo atendimento quando são solicitadas informações sobre o agendamento clínico naquela unidade. Esta semana, ao ligar ao posto no telefone 3623-2200, para saber informações sobre o atendimento, tive que aguentar o mau humor e o desrespeito ao buscar o dia da consulta”, criticou. IRACEMA A internauta Mariza Lima afirmou que a situação está critica no Município de Iracema. “Estamos passando por inúmeras dificuldades em razão da forte estiagem que atinge grande parte do município. Nas vicinais, a situação ainda é pior, pois o rebanho já começa a sentir a falta d’água e o pasto que não tem mais condições de alimentar os animais. A seca é tremenda e a única solução é esperar o início das chuvas para amenizar este caos pelo qual o município está passando”, escreveu. CRIMES O morador do bairro Aeroporto, zona Norte, Ronilson Garcia, relatou: “A grande verdade é que parte da população que não dispõe de um aparato de segurança está se sentindo insegura e com medo diante da onda de crimes ocorridos nos primeiros meses de 2015. Hoje fomos surpreendidos com o caso envolvendo um assassinato com requintes de crueldade em que tocaram fogo no corpo de um homem, aqui no bairro. A sensação é de insegurança e aflição, já que, em média, duas ou mais pessoas estão sendo assassinadas por semana na Capital, coisa que não se via antes”. BARREIRA O vendedor Marcelo dos Santos enviou o seguinte comentário: “Falta uma fiscalização permanente na barreira do Município de Bonfim na fronteira com a Guiana, a exemplo da operação que é realizada na barreira do Jundiá [divisa com o Amazonas], que tem surtido um efeito positivo, onde inúmeros condenados pela Justiça já foram recapturados durante a Operação Sentinela. Esta semana, dois amigos tiveram suas motos furtadas na Capital e, apesar de toda diligência da polícia, não foi encontrada nenhuma pista, ou seja, cruzaram livremente a barreira e foram negociá-las por droga”.