Opinião

Opiniao 12 05 2015 975

Meninos para viver – Walber Aguiar* E há tempos o encanto está ausente E há ferrugem nos sorrisos… Renato Russo Era inverno. Tempo de reflexão e muita água acumulada acima de nossas cabeças. Também era o momento de correr na chuva, de observar o voo camicase dos insetos na direção da vida e da morte. Meninos e meninas se lambuzavam na rua encharcada, na tentativa de extrair qualquer coisa nova dos dias apressados. Ironicamente, naqueles dias rolavam comentários acerca do céu e da terra, da liberdade e da prisão, do pântano e das flores no lavrado. Falava-se muito de uma tal de redução da maioridade penal. Seria isso uma forma de absolver os homens e condenar os meninos? Ou uma espécie de inveja dos mais jovens? Ora, onde está a educação de meninos e meninas? Falo de uma educação de qualidade, não de escolas com professores mal remunerados, desanimados e sem a estrutura mínima para desempenhar suas funções. Falo de exemplos a serem dados, conduta ilibada, profundidade ética de homens públicos que querem devorar sem dar preparo, que querem vigiar sem amar, que querem punir sem usar a consciência e julgamento próprios. Assim, a grade maioria dos jovens de dezesseis a dezoito anos, sem falar nos mais novos, carregam sobre si mesmos o devido castigo. A dor de pais desestruturados, a pobreza hereditária, o esfacelamento da conjugalidade, a falta de geração de emprego e renda. Ainda pesa sobre eles o fato de ter nascido num país que foi colonizado pela exploração, pelo saque, pelas propinas, por um jogo político sujo e venal, que, no entender de Rui Barbosa, faria com que o homem sentisse vergonha de ser honesto. Ora, esse é uma dos argumentos contrários à redução da maioridade penal. Muitos outros ainda serão desfraldados nos textos que se seguirem a este. Os “homens” públicos que defendem a redução da maioridade penal pensariam diferente, se seus filhos e netos fossem os punidos, os infratores, os dejetos que a sociedade empurra para debaixo do  tapete. Numa sociedade composta por uma elite burra e vazia, os frutos ruins precisam ser curados. É muito fácil espremer etransformar em suco o subproduto de um pomar cheio de fungos morais e bactérias aéticas. Era inverno. Meninos e meninas queriam apenas florescer e dar bons frutos…. *Advogado, poeta, professor de filosofia, historiador e membro da Academia Roraimense de Letras [email protected] ———————————–   Ressurreição ou reencarnação? – Marlene de Andrade* Ao morrermos temos dois destinos, ou vamos para o céu, ou para o abismo cheio de aflições eternas. Não existe purgatório e nem tampouco reencarnação, pois isso não tem embasamento bíblico. A Bíblia ensina que morremos só uma vez. Se precisássemos morrer muitas vezes, para que serviria o sacrifício de Jesus? Teria Ele também que morrer muitas vezes, para nos salvar? Jesus pagou com Seu Sangue o resgate de nossas almas e não há mais o que discutir. Todos nós seremos julgados e separados, sendo assim os pecadores justificados e redimidos por Jesus irão morar no paraíso celestial onde gozarão as alegrias da vida eterna junto com Deus. Já os pecadores não redimidos terão um destino diferente, pois ficarão para sempre separados do Senhor.  Deus não faz nada igual e tudo que Ele cria é personalizado e único. Ele não coloca uma personalidade dentro de outro corpo com impressão digital diferente daquela que a pessoa tinha antes de falecer. Um cacho de flores de caju, por exemplo, não possui flores idênticas. A onça e a zebra são outros exemplos, pois não existe nem um desses animais que possua o pelo igual ao outro. Como então acreditar que Antônio se transformou em Mateus com outra impressão digital? Jamais isso acontecerá. Além do mais, nada consegue aperfeiçoar a nossa vida a não ser a Graça de Deus. Infelizmente o mundo só caminha para o caos, sendo assim ninguém está sendo aperfeiçoado na terra. Estaríamos perdidos se Jesus não tivesse morrido na cruz para nos salvar. Portanto, retornar à vida aqui na terra aperfeiçoados em consecutivas vidas é totalmente utópico, pois o mundo caminha exclusivamente para o caos. A Palavra de Deus neste contexto explica: “Pois vocês são salvos pela graça, por meio da fé, e isto não vem de vocês, é dom de Deus;  não por obras, para que ninguém se glorie.” (Efésios 2:8-9). Portanto,quando morremos, voltamos para Deus. Somos salvos pela Graça de Deus e não através de subsequentes encarnações. Quando a gente planta uma semente de qualquer vegetal ela apodrece literalmente e dali nasce um brotinho daquela semente, mas primeiro a referida semente morre para depois ressurgir. Assim  ocorre conosco, ou seja, morreremos, porém, no juízo final ressuscitaremos. Nosso espírito não volta para ser aperfeiçoado em outros corpos. No último dia, portanto, haverá a ressurreição  dos mortos e a Bíblia deixa isso muito claro: “E, assim como aos homens está ordenado morrerem uma só vez, vindo, depois disto, o juízo, assim também Cristo, tendo-se oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o aguardam para a salvação.” (Hebreus 9:27-28). *Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT https://www.facebook.com/marlene.de.andrade47 ———————————– A 12 de maio lá na França – Afonso Rodrigues de Oliveira* “O Brasil saúda a França, a bordo do dirigível PAX”. (Augusto Severo) Há momentos inesquecíveis na vida da gente. Minutos dos quais nunca nos esqueceremos. Sentei-me aqui pra conversar com você, sobre os problemas que as mulheres enfrentam e não deveriam enfrentar se não estivessem a fim. Comecei o papo e procurei salvá-lo, mas, estou sem calendário. Gritei:  –  Tinha… qui dia é amanhã?  – Doze de maio!!! A resposta me bateu no ouvido exatamente como o tapa que aquele cara no meu ombro esquerdo me dá sempre. Quase caí da cadeira. Aí gritei pra mim mesmo: puxa vida… é dia do Augusto Severo. Todos os anos sinto vontade de falar do encanto que Augusto Severo de Albuquerque Maranhão implantou na minha alma, em minha adolescência. Mas quando me lembro, a data já passou. Obrigado, Tinha. Foi logo depois do término da Segunda Guerra Mundial que a Base Aérea, em Natal, criou a Escola de Base. Onde estudei três anos. E todos os anos, no dia 12 de maio, íamos comemorar a data, com um desfile, em Natal. Antes da comemoração, recebíamos um prospecto: “O Brasil saúda a França, a bordo do dirigível PAX”. Segundo a história, tais dizeres foram lançado sobre Paris, pelo dirigível Pax, durante seu voo. Momentos muito felizes. Parávamos e ficávamos brincando em frente à casa do Folclorista e escritor Câmara Cascudo, e do Teatro Municipal. Augusto Severo nasceu na cidade de Macaíba, no interior de Natal, em 11/01/1864. Faleceu no desastre com o Dirigível Pax, em 12/05/1902, na França. Mas não estou a fim de escrever a história do Augusto Severo. Mas me incomoda o descaso que a Cultura e a Educação brasileiras têm pelo evento que marcou um episódio importantíssimo para a história da aviação. A Base Aérea de Natal, em Parnamirim, com a Escola de Base, me ensinou muito sobre tais capítulos da nossa história. Foram momentos, os quais nunca esqueci nem esquecerei. E viva Augusto Severo, e viva Santos Dumont. E o que eu ia falar mesmo, da mulher? Era sobre uma homenagem que o poeta Ferreira Goulart fez à cantora Nara Leão. E na homenagem ele escreve: “Quando ela canta me lembra um pássaro. Não um pássaro cantando, mas um pássaro voando”. E quando a dona Salete falou do doze de maio, associei o Ferreira Goulart a Augusto Severo. Uma mistura que me fez muito bem. Então, viva Augusto Severo, Santos Dumont, Ferreira Goular e Nara Leão. Um pássaro que canta e três que voam. E é com eles que nós, não pássaros, voamos no encantamento dos que voam. E é nessa estante que acomodamos nossos pensamentos e sentimentos. Vez por outra é bom consultá-los. Pense nisso. *Articulista [email protected] 99121-1460     ——————————– ESPAÇO DO LEITOR LIMPEZA 1 Servidores estaduais enviaram denúncia relatando sobre a situação da limpeza nas secretarias, informando que a maioria delas está sem a contratação de trabalhadores para fazerem a manutenção dos prédios. “Chegamos ao ponto de escalar servidores para a limpeza dos banheiros e, em outra pasta, sequer o pátio e as salas são limpas, acumulando lixo por toda parte. Não sabemos ao certo a razão da não contratação destes trabalhadores de apoio”, relatou um servidor. LIMPEZA 2 Os alunos da Escola Estadual Ayrton Senna reclamam da situação em que se encontra aquela unidade de ensino. “Chegamos ao extremo. As salas estão em condições péssimas, não oferecendo condições mínimas para assistirmos aula, principalmente no turno vespertino, quando acumula toda a sujeira da manhã. Na unidade escolar não existem servidores para realizar a limpeza externa e interna. É algo a ser resolvido com urgência”, protestou um estudante. PRODUÇÃO O produtor José Nonato fez o seguinte relato: “Os produtores do Bom Intento estão apreensivos quanto à conclusão das obras de recuperação da vicinal, que não foram concluídas. Agora, com o início do inverno, a situação pode piorar e comprometer o escoamento dos produtos que semanalmente trazemos para ser comercializado na Capital. No local produzimos desde ovos de codorna a melancia, maracujá, manga e outras espécies de frutas. Caso não seja dada continuidade às obras, ficaremos no prejuízo”. ASSALTOS  “Quando a Justiça concede autorização para que os presos recebam benefícios da saída temporária em datas comemorativas, aumenta consideravelmente o número de roubos e assaltos na Capital. Recentemente, um vizinho próximo a nossa residência, no bairro Buritis, em frente a casa dele, foi surpreendido por assaltantes armados com um revólver. Ao se aproximarem, já solicitaram a carteira dele e o celular. Seria prudente que fosse concedido este benefício a pessoas que tenham um histórico de bom comportamento e que não estejam cumprindo pena por assalto”, escreveu a leitora Raimunda Menezes.