Opinião

Opiniao 12 07 2018 6561

Nossos abençoados pais – Flamarion Portela*

Deus, que é Pai, Filho e Espírito Santo, que é Onipresente, Onisciente e Onipotente, criou o Homem e garantiu a ele a perpetuação da espécie humana. Nossa mais nobre missão no plano terrestre é criar nossos filhos. E, feliz de quem cria bem.

Hoje, vou contar uma história real, de pessoas simples, porém de elevada dignidade e responsabilidade social: um jovem se candidatou para um emprego em uma grande empresa. Ele passou pelas primeiras entrevistas e agora só precisava conhecer o diretor em uma entrevista final. O diretor viu o seu currículo e era excelente. Na entrevista, o diretor perguntou: “Você teve bolsa para financiar seus estudos?”. De pronto o jovem respondeu que não.

“Foi seu pai quem pagou pelos seus estudos?”, perguntou o diretor. “Sim”, respondeu o jovem. “Onde seu pai trabalha?”, perguntou. “Meu pai é ferreiro”, respondeu. O diretor pediu para ver as mãos do jovem. Ele mostrou as mãos macias e perfeitamente limpas. “Você já ajudou o seu pai no trabalho?”, perguntou o diretor. E o jovem respondeu: “Não. Meus pais sempre me incentivaram a estudar e a ler muitos livros”. O diretor então disse: “Eu tenho um pedido para você. Vá para casa hoje e lave as mãos do seu pai e venha me ver amanhã de manhã”.

Como ele percebeu que as chances de conseguir o emprego eram grandes, ele aceitou o pedido. Ao chegar em casa, ele perguntou ao pai se podia lavar suas mãos. O pai achou o pedido muito estranho, mas aceitou e mostrou as mãos para o filho, que lavou as mãos do pai bem devagar. Foi a primeira vez que o jovem notou como as mãos do pai eram enrugadas e cheias de cicatrizes. Alguns hematomas eram tão profundos que o pai sentia dor quando o filho tocava neles. Foi a primeira vez que o jovem percebeu o que significava para as mãos do pai o trabalho diário, para que ele pudesse pagar os seus estudos.

Depois de lavar as mãos do pai, ele saiu dali e foi direto limpar a oficina. Naquela noite, pai e filho conversaram por muito tempo. Na manhã seguinte, ele voltou ao escritório do diretor, que percebeu que o jovem estava com os olhos cheios de lágrimas e perguntou: “Você pode me dizer o que aconteceu e o que você aprendeu ontem na sua casa?”. “Eu lavei as mãos do meu pai e depois limpei a sua oficina e agora eu entendo mais ainda que, sem meus pais, eu não estaria aqui e não seria o que sou hoje. Ao ajudar meu pai, percebi o quanto é difícil e duro o que ele fez por mim. Entendi mais sobre a importância de ajudar e valorizar minha família”.

O diretor disse: “Isso é o que eu procuro na minha equipe. Quero contratar pessoas que conseguem ajudar e valorizar os outros, pessoas que reconheçam o trabalho dos companheiros e pessoas que não tenham o dinheiro como única meta de vida.

Você está contratado”.

O estudo e a leitura, como destaca o jovem, revelam a sua boa formação moral e familiar e seu caráter. Vamos, pois, respeitar e valorizar nossos pais, os verdadeiros heróis de nossas vidas.

Aos nossos jovens, digo que é importante superar cada obstáculo para atingir sua meta, portanto, esteja determinado a enfrentá-los e, em momento algum, pense que eles são intransponíveis.

Seja forte e corajoso, siga em frente que você, certamente, atingirá seu objetivo.

Que assim seja! 

*Deputado estadual e ex-governador de Roraima

No colinho da deusa Têmis – Percival Puggina*           Cada vez que, em viagem, passo pelo guichê da PF, saúdo o agente que ali está com a exclamação: “Polícia Federal, orgulho nacional!”.  Digo o que penso para expressar reconhecimento e falo alto para ser ouvido. Recolho o sorriso do policial e manifestações de aprovação ao redor.  É o mesmo conceito que tenho dos procuradores de justiça da operação Lava Jato, do juiz Sérgio Moro, do TRF4 (com a exceção que recentemente se expôs aos holofotes) e do STJ.

Já o STF… Ele é institucionalmente tão necessário que, durante anos, o levei a sério. Os indicados, afinal, atendiam às exigências de caráter e cultura jurídica. Eu respeitava aquele poder do Estado mesmo quando as ações penais contra inquilinos das penthouses do poder hibernavam, e veraneavam, e voltavam a hibernar entre ácaros e fungos nas suas empoeiradas prateleiras. Era um poder lento, muito lento, mas honorável. E assim foi até o advento do petismo, cujo legado acabou com a credibilidade e a dignidade do poder. O Supremo de hoje, que breve será presidido por Dias Toffoli – imaginem só! – junta o que de pior é pensado pela “esquerda do Direito” com os produtos cada vez mais numerosos da magistratura militante, a escancarado serviço de suas causas ideológicas. Como regra, estão do lado do bandido e contra a sociedade.

Se não, vejamos. Em poucos meses, a Lava Jato desmontou o esquema de corrupção organizado em torno dos negócios da Petrobras. Os inequívocos crimes começaram a ser confessados, valores foram devolvidos, as quadrilhas se desfizeram em delações e foi o que se viu. A sociedade exultou. E o STF? Aparelhado pelo PT, num crescendo de manifestações individuais que evoluiu para decisões colegiadas, passou a inibir a eficiência da operação e a proteger os bandidos. Marco Aurélio Mello (o primo de Fernando Collor) foi o primeiro a denunciar os “julgamentos de cambulhada”. Para assegurar a renovação dos mandatos dos quadrilheiros do Congresso Nacional, nada melhor do que impedir o financiamento privado das campanhas eleitorais.

Assim, mediante decisão que atropelou o poder legislativo, o STF, em nome da “ética”, preparou o caminho por onde bilhões de reais, em recursos públicos, chegarão aos corruptos para usarem de modo privado, antagonizando os anseios nacionais por renovação nos parlamentos.

Temos um STF desafinado, a proteger a bandidagem endinheirada enquanto a sociedade se exaspera em vão, impotente, vendo esvair-se a possibilidade de higienizar a cena política do país. Os grandes bandidos brasileiros estão bem cuidados, aconchegados e acarinhados no colo da deusa Têmis. E nós?

*Membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o Totalitarismo; Cuba, a Tragédia da Utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil, integrante do grupo Pensar+

Caprichos e crueldades – Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Há uma coisa muito mais forte que os caprichos das crueldades políticas: é a opinião pública de uma nação livre, próspera, feliz, moralizada”. (Rui Barbosa)

E ser uma nação com todas as qualidades de uma nação verdadeiramente Nação, depende da nossa Educação. Estou perdendo o medo de ser visto como um chato de galocha. Porque o problema está na minha preocupação em sairmos desse lamaçal político em que nos encontramos. As eleições estão chegando e não estamos preparados para elas. Eu nunca me candidataria a um cargo público, porque não sou político; embora tenha nascido no meio político e vivido e conhecido grandes políticos, desde minha infância. Mas isso não me daria direito de me tornar um político, mirando o enriquecimento. Que é o que faz a maioria dos nossos políticos.

Não estou preocupado com os
políticos, mas com os eleitores. Em quem você vai votar, e por quê? Você sabe o poder que você tem para mudar os caminhos da nossa política? Você já observou o estado de degradação em que se encontra, por exemplo, o Teatro Carlos Gomes de Boa Vista? Não se atreva a ir vê-lo, porque você vai sentir náusea. Eu senti. Você sabia que aquele prédio é seu e não do governo? E que ele é um prédio público? Que foi construído e mantido com o seu, o meu, o nosso dinheiro? Que o governo apenas o administrou, e muito mal?

Você já pensou no imposto que você paga na conta do pão que você compra para o café da manhã? É uma ninharia, mas é um imposto. E é com ele que o governo constrói os prédios que são seus e não dele. Vá pensando nisso e tomando suas decisões para melhorar a situação do Brasil. E você não precisa ir gritar nem espernear pelas ruas, como um tolo. Basta se conscientizar dos seus direitos de cidadão, e agir como um cidadão. Faça isso na escolha do seu candidato. Seu poder está no seu voto consciente. Mas você tem que se educar politicamente. Só aí você vai ter o direito ao voto facultativo que lhe dá o direito de votar, ou não; de eliminar, pacificamente, os partidos políticos que, atualmente, não são mais do que balcões de negócios.

Valorize-se para poder merecer o respeito como cidadão. Nada de truculência. Lute como um cidadão, para que possa ser respeitado pelos que você elegeu. E não se esqueça de que todo povo tem o governo que merece; o que lhe tira o direito de reclamar. Então, busque seus direitos em você mesmo. Só você tem o poder de decidir por você. Se não fosse assim, você não seria independente. E sem independência não há liberdade; sem liberdade não há cidadania. E seremos sempre, marionetes dos maus políticos. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460