Um ABC que ensina Cidadania
João Baptista Herkenhoff*
O “ABC da Cidadania”, que tivemos a alegria de produzir e que foi editado pela Secretaria Municipal de Cidadania e Direitos Humanos de Vitória, alcançou a quarta edição.
O aparecimento de quatro edições, por iniciativa de sucessivas administrações municipais, é fato que não pode deixar de ser registrado quando se fala de um livro que se propõe a ser justamente uma cartilha que ensina Cidadania.
A primeira edição (1996) foi publicada pelo então Prefeito Paulo Hartung. O convite para a realização do trabalho partiu do Pastor Joaquim Beato que era, na época, Secretário de Cidadania. As edições seguintes tiveram a chancela dos Prefeitos Luiz Paulo Vellozo Lucas, João Carlos Coser e Luciano Rezende.
Quatro edições levadas a efeito por quatro Prefeitos, de partidos diferentes, é por si só uma lição de cidadania.
Num país em que a alternância de governos tantas vezes interrompe atividades, projetos e obras públicas, por vaidade e ciúme de administradores, é auspicioso verificar a constância com que os Prefeitos de Vitória cuidaram para que permanecesse à disposição do povo uma cartilha de cidadania.
A cartilha correu nas escolas, nos sindicatos, nas associações de moradores, nas igrejas, nas mais diversas organizações da sociedade civil.
Fomos atualizando o texto à luz das alterações havidas na Constituição Federal e na legislação federal, estadual e municipal.
Tentamos traduzir Constituição, leis e decisões judiciais em linguagem simples porque o destinatário do ABC é o povo, o leigo em Direito. Não é um livro para juristas.
Uma das maiores emoções que tive, como autor do trabalho, aconteceu quando peguei um táxi em Vitória. No final da corrida, antes de receber o pagamento respectivo, o taxista tirou do porta-luvas do carro um exemplar do ABC e me disse:
“Dr. João, deixo este livrinho no porta-luvas porque sempre que estou parado no ponto, esperando por algum passageiro, aproveito o tempo livre para ler o ABC da Cidadania”.
O depoimento desse taxista resume o que sonho deva ser o destino do pequenino ABC: um adjutório na formação da cidadania, um livrinho que, na modéstia de sua dimensão gráfica, contribua para o crescimento humano, cultural e cívico do povo.
A distribuição gratuita do “ABC da Cidadania” não garantiria, por si só, o sucesso. A cartilha, mesmo depois de distribuída, poderia ficar relegada ao abandono. Isto não aconteceu. Houve grande empenho de toda a equipe da Secretaria de Cidadania e Direitos Humanos de Vitória para que o ABC fosse discutido nas comunidades. Esta equipe de servidores é um exemplo do que deve ser a concepção ética e cidadã de serviço público.
*Magistrado aposentado (ES) e escritor. Tem proferido palestras e ministrado seminários em faculdades, seccionais da OAB, igrejas etc.
E-mail: [email protected]
Site: www.palestrantededireito.com.br
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POLÍTICA NÃO MUDA
Daniel Severino Chaves*
A política brasileira é rígida, mas paciente, não condena sem prova suficiente e ainda o perdão compartilha. No seu método de julgar o eleitor é suficiente e de forma coerente, na areia da praia ele dedilha. Do voto ele tira o veneno para que o político sofra mais. Falo hoje de qualquer candidato que no parlamento tem a simpatia de arruda, mostrando pela história, que a política não muda.
Em campanha a história do parlamentar é sempre competente, que pelo sistema trabalha coerente, sua boa conduta perfilha, mas um complô maledicente, tornando de político eficiente a uma voz delinquente. Este teve competência nas vacas magras administrando migalhas que se assemelha a poesia de Pablo Neruda, com sua saída do parlamento, verás que a política não muda.
Esse episódio é de qualquer parlamentar que sonha com outra patente, embora seja ele no momento dele pertencente. Sua coligação demonstrará ser uma grande família e muito competente. Seu trabalho será promessas de cuidar daqueles que com sua política estiver pendente, e de forma reverente, sua candidatura terá intensidade, sua proposta para a melhoria da cidade, e outro tanto, para o povo do campo. Voz que será calada pelos donos dos votos, ontem foi de grande ajuda, mas a política não muda.
Na candidatura todo nome sofre, mas por causa da democracia elaborada, de um outro político safado, seu sonho será atacado, afetando seu eleitorado. Essa política impertinente num discurso comovente apresentará ao eleitor outra planilha, afirmando o feito do mortal veneno, eliminou-o dessa conjuntura, e ainda fechará as portas, também das prefeituras. Na coligação vencedora, ouçam bem, dobrarão o orçamento, será um deus nos acuda, mas a política não muda.
Durante o início desta nova velha gestão surgirá o secretário indecente, e por ter função de absolvente feminino, rezará na cartilha do grã-fino, tentando atrapalhar a voz irreverente que não teme a alta patente. A política velha então empurrará o pleito pra frente, outra candidatura tornar-se-á ciente, já desgastada sua pastilha, o eleitor não seguirá a cartilha, e não será pego de bermuda, a política não muda.
A acusação sem pudor pesará nas costas do próprio acusador. O discurso sobressalente de uma acusação eminente não versa nem estribilha, mas o sistema insistente, embora inconveniente, queira condenar a suposta matilha, sem cão grande ou pequeno, sem rei, sem dama, sem ais, a velha política tentando seu erro abafar, e calar, a voz mais popular. Querem calar a voz potente, que com a velha política não foi conivente. Essa que hoje é veneno, eu que sou leigo condeno, não sirvo pra ajuda, mas sei que a política não muda.
Após a eleição do grupo irreverentemente de mente, no governo passará a ter patente, haverá rebeliões, é evidente, veremos cão comendo feno, haja veneno, será vida que não volta mais, será o extermínio da política sem ideais. Uma voz forte e potente me interroga e anuncia minha patente, dizendo que agora será a minha vez, ela não fará o que o outro fez. Respondendo em alto tom para o analista que exaustivamente me estuda. Política é aquela que na luz não se cala, logo não é surda nem muda, nesta sobrevivi do bote da sucuri, por issose faz de anaconda e há sombra.
*Mestre em Educação
Estudar ou fazer sucesso?
Rubens Marchioni*
Eu me sentia orgulhoso no papel de professor universitário. Estava dando a minha contribuição para formar as novas gerações de profissionais. Ensinava Criação e Redação Publicitária, no curso de Propaganda de uma importante escola particular, em São Paulo.
Chegou o dia em que um jovem e bem-sucedido global, dono de espaço exclusivo, na grade da emissora, falaria como um dos palestrantes na Semana de Comunicação. Eu fazia parte da mesa.
Relatando a sua trajetória, deteve-se no início da estrada que o levaria para a TV. Lembrou que depois de receber do pai uma boa quantia de dinheiro, também para cursar uma faculdade, talvez de Direito, pensou “Agora eu tenho de decidir: estudar ou fazer sucesso. Escolhi fazer sucesso.”
Os alunos vibraram. E voltaram para a sala de aula transformada pela declaração retumbante, Moisés apontando o rumo da Terra Prometida. O caminho, para eles, estava traçado. E decididamente não incluía nenhuma imersão nos estudos.
Talvez não tivessem se dado conta de que o emblemático Washington Olivetto – W/McCann – vive muito bem munido de conhecimentos de Psicologia, Sociologia, Antropologia etc., segundo pude constatar, degustando algumas de suas apresentações, em eventos memoráveis sobre Propaganda feita com qualidade. A coleção de Leões de Ouro trazida de Cannes e outros festivais, não foi obra do acaso. Lado a lado, Nizan Guanaes – África – antes de ser N.G., foi aluno de Administração de Empresas em nada menos que a Harvard Business School, de onde trouxe conhecimento de sobra para se transformar no presidente do poderoso Grupo ABC de Comunicação. Primeiro estudou. Depois, e só depois, fez sucesso. Afinal, nem tudo nesse mundo é Rede Globo quando o assunto é mercado de trabalho.
Existem histórias que, colocadas de cabeça pra baixo, começam a fazer sentido. Por que não?
*Palestrante, publicitário, jornalista e escritor. Autor de Criatividade e redação e A conquista.
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Desempenhe seu papel
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“A vida é uma peça de teatro que não permite ensaio. Por isso cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.” (Charles Chaplin)
Todos nós nascemos e vivemos no palco da vida. E esta depende da nossa evolução racional, para que executemos o papel que nos cabe. E cada um de nós tem o direito de escolha no papel que deve executar. Sua escolha já foi feita. Cabe a você, a partir de agora, saber que vereda deve tomar, na viagem da execução do papel. E a escolha é sua e de mais ninguém. Viva o seu feriadão como você deve viver, em função do seu viver. Suas reflexões é que vão levar você, aonde você quer chegar. E por isso, reflita sobre aonde você quer ir. Para onde você está indo foi escolha sua. É simples pra dedéu. O importante é que você se valorize. E comece pelo respeito que você deve ter para com as outras pessoas.
O Emerson já nos disse: “Você é tão pobre ou tão rico quanto o seu vizinho. Senão não seria vizinho dele.” O que significa que somos todos iguais. As diferenças estão na nossa mente. E quando ela é sadia nos mantém no patamar superior, mas sem a empáfia dos pobres de espírito. Valorize-se sempre no que você é. E você, como eu e todos os que habitam a Terra, é de origem racional. E por isso não há porque ficar nadando em águas turvas, tentando mostrar o que você não é. Porque o que você é, está em você. E por tanto, não há necessidade de exibicionismo. Mostre o que você é, com a sua presença. É só isso.
Acordei, hoje, com uma vontade imensa que parecia mais uma necessidade. A vontade de cumprimentar todos os amigos cujas presenças me deixam feliz. Não posso citá-los agora porque este espaço seria pequeno. Mas todos os que fazem parte desse time, sabem de quem estou falando. Espero que cada um de vocês, independentemente de sexo, idade, classe social, ou seja o que for, acomodem meu abraço, no desejo de que vivam um bom feriadão. Que aproveitem cada minuto desse feriadão inexplicável, como se fosse o último. Eu vou fazer isso. Vou varrer o quintal, regar as plantas, ler algo interessante e meditar muito sobre a felicidade de viver. Faça isso, seja você quem for. Saiba que, independentemente do nosso relacionamento, você está no meu rol de grandes amigos. E “amigo é coisa que a gente guarda do lado esquerdo do peito.” E é aí que você está. O coração bate forte quando nos lembramos dos momentos e coisas boas, vividos como um polimento da vida. Um abração do tamanho do bonde, para cada um dos amigos, mesmo os que não nos conhecemos. Somos todos amigos. Pense nisso.
*Articulista
99121-1460