Opinião
Opiniao 12 11 2014 269
Constrói-se barragem na Rua Ademário Santos – Antonio de Souza Matos* Uma firma que presta serviços ao governo estadual ou municipal cavou uma vala para fazer uma rede de esgoto numa rua que corta a Rua Ademário Santos, Bairro Caimbé, entre a Avenida Carlos Pereira de Melo e a Avenida Princesa Isabel, bem próximo da minha casa. Na hora de tapar o buraco, não nivelaram corretamente a pista. Resultado: criaram uma barragem. Depois daquela última chuva, quando cheguei à casa ao meio-dia, voltando do trabalho, a vizinhança estava agitada. Ninguém conseguia sair de casa nem entrar, sem molhar os pés – havia-se formado uma represa em frente de nossas residências. Um vizinho mais afoito estava com uma picareta na mão e se dirigia para rasgar o trecho que impedia a passagem da água. Mas foi dissuadido por outro, que sugeriu que alguém chamasse a TV. Antes do serviço, para não dizer presente de grego, aquele trecho da Rua Ademário Santos – que fica no primeiro quarteirão entre a Avenida Carlos Pereira e a primeira rua transversal –, onde resido há mais de doze anos, nunca tinha ficado assim, mesmo depois de uma forte chuva como aquela. As águas rapidamente escoavam na direção da Avenida Princesa Isabel e, antes de ali chegarem, caíam numa galeria. Entretanto, a chuva não durou nem um dia inteiro, e seus efeitos já se faziam sentir por todos nós que moramos naquelas imediações. As águas estavam bem no limite dos nossos quintais. Só não haviam se mantido dentro porque os terrenos são aterrados. Para entrar em casa, já que não tenho portão elétrico, tive de meter os pés na lama. Sim, na lama, porque meu vizinho do lado direito havia posto uma carrada de barro na frente de sua casa, com o intuito de fazer uma calçada, e este se misturou com a água da chuva. Imaginem a sujeira! Passaram-se uns dois ou três dias para que as águas desaparecessem, evaporadas pelo sol. Enquanto isso, eu e meus vizinhos não tivemos alternativa, senão encarar a água e a lama. Aqueles dias foram uma eternidade. Já se passou um mês, ou pouco mais, desde o dia em que descobrimos que haviam construído uma barragem na nossa rua. Até agora nem a TV apareceu ali nem o governo (estadual ou municipal), para nos dar uma satisfação sobre o que será feito para corrigir o grave problema. O receio de todos nós é que, de repente, aconteça uma chuva mais forte do que a outra, e as águas não somente fiquem represadas na rua, conforme ocorreu da última vez, mas também entrem em nossas casas, causando, além do prejuízo emocional, danos físicos, por conta da proliferação de doenças, e financeiros. Será que vamos ter de, no próximo inverno, pedir ao pessoal da Defesa Civil que nos arranje um abrigo, já que não poderemos ficar em nossas casas? Ou será que vamos ter de, munidos de picaretas, quebrar a barragem construída em nossa rua? *Professor. E-mail:[email protected] —————————————————– Como não escrever sobre política? – Vera Sábio* Ai de mim se me calar, ser conivente, omissa e mesmo favorável a tantos desmando que por vezes mata em massa o crescimento, desenvolvimento, progresso e vidas de toda nossa população. Minha consciência não permite esta apatia, não deixando-me calada após a denúncia do Tribunal de Contas e Ministério Público contra a Companhia de Desenvolvimento de Roraima (Codesaima). Não consigo escrever sobre poesia, amor, sucesso etc. ao verificar quantas atrocidades foram cometidas neste Estado, em prol do poder, da continuação do poder e da permanência no poder a qualquer custo. É inadmissível observar crianças padecendo nos corredores do hospital infantil; adultos morrendo nos corredores do hospital geral; alunos sem transporte escolar, sem climatização, sem acessibilidade e até sem água potável nas escolas que teimam cair em suas cabeças. Esgotos jogados no nosso rio enquanto pagamos a taxa de água bem alta para termos a água que muitas vezes não sai na torneira e quando sai, é de péssima qualidade. Temos toda falta de acessibilidade nas ruas e calçadas e o transito fazendo mais vítimas a cada dia. Fora o perigo constante pela falta de segurança que deixa solto bandidos perigosos, por muitas vezes mais privilegiados do que os cidadãos de bem. Nesta realidade é impossível aceitar que um local denominado como Companhia de Desenvolvimento servindo quase que somente para servidores fantasmas, no desvio de mais de 400 mil por mês, dinheiro este que nada trás de “desenvolvimento”, e sim só aumenta a corrupção e o atraso do Estado, possa continuar impune. Dinheiro que chega em bolsos inadequados, enquanto muitos não dormem direito de tanto estudar para passarem em concursos cada vez mais difíceis. A Justiça precisa acontecer para termos ânimo em continuar acreditando que o bem vence o mal, na certeza que o futuro será bem melhor. Estou pedindo a Deus que, como foi propagado na campanha da nova governadora, realmente o povo possa com ela governar nosso Estado, diminuindo e iluminando estes desvios, devolvendo aos cidadãos de bem a saúde, a educação, a segurança e a dignidade que merecemos. *Psicóloga, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/04509 [email protected] cel. 991687731 ————————————————————— Não somos iguais – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Vossos filhos não são vossos filhos. São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma. Vêm através de vós, mas não de vós. Embora vivam convosco não vos pertencem”. (Gibran Khalil Gibran) A importância da música no desenvolvimento mental e intelectual da criança é indiscutível. Mas é mais importante levar em consideração a qualidade da música. A influência da música deve começar mesmo antes de a criança nascer. Com certeza, os pais que costumam ouvir boa música no ambiente calmo e tranquilo têm uma influencia muito grande no desenvolvimento do filho. Sobretudo quando o processo de ouvir a música é durante a gestação. Um dos hábitos mais importantes no desenvolvimento da criança é criar o hábito de ela adormecer, à noite ou durante o dia, ouvindo uma música de qualidade, e em volume bem baixinho. Você não imagina o bem que isso faz à criança e, naturalmente, aos pais. Você que está gestante, faça esse exercício. Antes de dormir ouça uma música bem suave, de preferência um clássico bem ameno. Vou lhe dar duas sugestões: “Pour Elise”, do Beethoven, e “Summertime”. Do George Gershwin. Duas obras-primas, além de tantas outras. Summertime é, além de tudo, uma canção de ninar. Logo apropriada para uma criança, mesmo que ainda na gestação. Recentemente falei de um garoto de rua, numa Rua de São Paulo, que me emocionou. Eu ia pela rua e ele na meinha frente, caminhando, maneirosamente com um gingado gosto. Quando me aproximei verifiquei que ele ia assobiando, no gingado, a música “Pour Elise”. Reduzi o passo e o acompanhei por minutos, deleitando-me com a simplicidade. Quem era aquele garoto não sei. Mas sei que a música de qualidade tinha influência sobre ele. A influência da música sobre mim veio na minha infância. Não tenho tempo pra falar disso agora. Fica pra depois. Mas a influência não veio de dentro de casa, mas da rua. É uma história bonita. Há dois pensamentos que podem levar você a discordar de mim, baseado nas diferenças. Tudo bem. Concordo. As distorções existem e as devemos levar em consideração. Gibran Khalil nos alerta para isso. Nossos filhos não vêm de nós, mas através de nós. Podem ter mentes diferentes das nossas. Senão não viveríamos num processo de evolução racional. Mas não devemos ignorar nem menosprezar o valor e a importância que a música de qualidade tem na formação dos nossos filhos, mesmo que eles tomem rumos diferentes dos nossos. Mas sempre assobiarão a música, mesmo no meio da rua. “A educação é como a plaina, aperfeiçoa a obra, mas não melhora a madeira”. Mas a obra será aperfeiçoada. Pense nisso. *Articulista [email protected] 9121-1460 ———————————————- ESPAÇO DO LEITOR PRISIONAL “O Governo de Roraima trouxe a Força Nacional de Segurança Pública para evitar as fugas na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo e não adiantou. Pode trazer até o Exército dos Estados Unidos que não vai adiantar enquanto o governo tratar os presos como animais, pois a comida é uma porcaria e o único escape que eles têm é a visita dos familiares, que levam alguma coisa para eles comerem. O governo também nega o direito ao banho de sol, que é importante para o ser humano. Isso é uma vergonha para a Força Nacional e, principalmente, para o Governo do Estado”, comentou um leitor que pediu para não ser identificado. TRANSIÇÃO 1 “O processo de transição é a forma democrática que um governante, em final de mandato, realiza com aquele que irá assumir o governo. O Estado sofreu, nesses seis anos, com a irresponsabilidade, má gestão e descompromisso daqueles que estavam à frente do Palácio Senador Hélio Campos. O endividamento é a grande marca deste governo, que ‘unidos’ levaram Roraima à bancarrota”, comentou o internauta Carlos Calheiros. TRANSIÇÃO 2 Para Calheiros, o governo de Suely Campos “terá muito que trabalhar para reconstruir tudo que foi desmoronado pela irresponsabilidade dos gestores que se encontravam à frente das diversas pastas administrativas”. “Saber, realmente, o tamanho do rombo é estabelecer uma nova forma de administrar e conduzir as finanças estaduais. Logo, urge a necessidade de que a caixa preta seja aberta e estudada, para que a nova gestão estadual tenha os quantitativos financeiros a serem aplicados na educação, saúde, segurança, infraestrutura e o tão abandonado sistema prisional”, complementou. FISIOTERAPEUTA Uma leitora, que pediu para não ser identificada, denunciou a precariedade no Hospital da Criança Santo Antônio. “Existe só um fisioterapeuta incumbido de atender a todos os pacientes durante a semana e nos finais de semana. É humanamente impossível apenas um profissional atender a toda demanda. Assim fica exposta a deficiência do atendimento, que é lento e insatisfatório”, disse ao pedir providências. INFRAESTRUTURA “Quero fazer uma reclamação em relação à Rodoviária Internacional, localizada no bairro 13 de Setembro. Há pouco mais de um mês que está tudo escuro na frente da rodoviária. É até perigoso andar por ali à noite. Gostaria de pedir uma solução para o problema”, escreveu uma leitora que pediu para não ser identificada.