Opinião

Opiniao 12 11 2015 1687

Crianças cibernéticas – Gregorio Vivanco Lopes *           Todo bebê é um ser racional. Já antes de nascer, ainda no seio de sua mãe, temos ali um ser racional.

Só que, como o botão de rosa, sua razão ainda não se abriu, nem a racionalidade está atuante. É apenas aos poucos, com o correr dos anos, que a flor da razão vai se abrindo à procura da luz intelectual, até que a criança possa ter um conhecimento suficientemente claro das coisas e, portanto, tornar-se responsável por seus atos.

Em que idade isso se dá? Pode variar de cultura para cultura e até de criança para criança. Alguns estabelecem como padrão a idade de sete anos, mas pode haver meninos ou meninas que já bem antes disso são senhores de seus atos; outros um pouco mais tarde.

De qualquer modo, é de suma importância que a criança vá recebendo uma educação que a estimule a raciocinar, a analisar as coisas que a cercam, a distinguir o verdadeiro do falso, o bem do mal, o belo do feio.

Tal educação não exige grandes esforços dos pais ou mestres, pois a criança já tem em si os pressupostos racionais para entender bem todas as coisas. É mais questão de incentivar, amparar, indicar o caminho e evitar os escolhos, que o resto ela faz.

É por isso que pode chegar a ser criminosa a atitude do adulto que condena a criança a permanecer longas horas diante de uma televisão, recebendo imagens atrás de imagens, sem desenvolver nenhum espírito crítico nem de análise. Isso equivale a uma camisa de força para a mente, pois atrofia a sua capacidade intelectual. Sem falar dos aspectos gravemente imorais.

O mesmo se dá quando, desde muito cedo, iniciamos a criança no uso torrencial da cibernética, condicionando então seu intelecto aos impulsos eletrônicos através de computadores, celulares, smartfones, tablets e o que mais haja do gênero. Pode-se chegar assim a uma escravização da mente, que só consegue pensar em conexão com a máquina e estabelecendo com ela um relacionamento de reciprocidade altamente danoso.

É claro que não estamos advogando a abstinência total do uso desses aparelhos. Postas as condições do mundo atual, e enquanto elas durarem, a utilização de tais meios de comunicação e de trabalho pode ser de utilidade. Inclusive pode-se, por meio deles, obter bons frutos, mesmo para causas nobres e elevadas.

Mas isso não impede que, usados tais aparelhos com sofreguidão e apego, podem eles viciar o intelecto e a vontade tanto ou mais que o crack ou a cocaína, produzindo um efeito devastador sobre a personalidade do viciado. É por isso que se deve ter um cuidado especial ao iniciar as crianças nesses “mistérios”, mais problemáticos que os mistérios de Osíris.As advertências médicas a esse respeito têm se multiplicado. Reportagem publicada pelo “New York Times” e reproduzida pela “Folha de S. Paulo” (8-7-15) sob o título “Uso de eletrônicos já afeta saúde e desempenho escolar de crianças”, diz:

“O uso em excesso de jogos de computador por jovens chineses parece estar causando danos alarmantes nesses adolescentes. Passam horas por dia de olho nas telas eletrônicas. Médicos do país consideram o fenômeno um transtorno clínico e criaram centros de reabilitação onde jovens ficam isolados de todos os tipos de mídia eletrônica.

“Nos EUA e em outros países ocidentais, os jovens ficam conectados por mais tempo do que o considerado saudável para o desenvolvimento normal. E a relação com a tela começa cedo, quando bebês recebem tablets e celulares para que se entretenham.

“A Academia Americana de Pediatria afirma que uma criança de oito a 10 anos de idade passa em média oito horas por dia com diferentes tipos de mídia eletrônica”. E recomenda que “antes dos dois anos de idade, as crianças não deveriam ser expostas a nenhuma mídia eletrônica, porque ‘o cérebro da criança se desenvolve rapidamente nesses primeiros anos, e crianças pequenas aprendem mais interagindo com as pessoas, não com telas’.

“O uso pesado de eletrônicos pode ter efeitos negativos no comportamento, na saúde e no desempenho escolar dos pequenos. ‘Quanto mais crianças se comunicam por meios eletrônicos, mais elas se sentem solitárias e deprimidas’, diz Kristina E. Hatch, pesquisadora da Universidade de Rhode Island (EUA). As consequências físicas incluem dores nos dedos, pulso, pescoço e nas costas.”

Da obtusão cibernética, livrai Senhor, as nossas crianças!

*Advogado e colaborador da ABIM – Agência Boa Imprensa—————————————————Boa Vista – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Boa Vista + Repouso sereno + Morada da paz + Conquista grandiosa +

És linda e formosa + amo-te demais + como singela flor + como bela menina + como a brisa que anima + chamo-te amor + símbolo da cor +

Pela bela vista + cenário colorido + natureza ardente + chama de vida +

Boa Vista + sorrindo sempre + alegria constante + teus poetas não mentem + muitos são os teus amantes + muitos são os olhos que + se embriagam de ti + muitos são os cantos dedicados a tí + Boa Vista + teu nome é expressão de tudo o que és”. (Rosilene Santos)Dando uma sapeada pela minha estante, ontem, lembrei-me de falar um pouco de mulheres que marcam minha vida. Admiro-as profundamente. Elas fazem parte de um universo que faz com que o mundo faça apenas uma parte no universo. Muitas delas as admiro pelo que elas são, cada uma na sua esfera. Artistas, mães, companheiras, batalhadoras, em fim, verdadeiras amazonas num universo enfervecente. Por fim, são mulheres, o que já faz delas a razão do nosso viver. Porque sem elas nem existiríamos.

Puxei o livro da prateleira. Era o “Entre Rosas… espinhos”, da minha queridíssima e saudosíssima Rosilene Santos. Uma das maiores amizades que tive aqui, em Boa Vista. Faleceu bem jovem e nos deixou muita saudade. E como diz o Bob Marley: “Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração, escorrega pelos olhos”. Senti saudade da Rosilene. Vai daqui meu abraço enorme pra ela, onde quer que ela esteja. Mesmo porque ela nos deixou um legado maravilhoso, com seu livro, numa poesia com característica eminentemente feminina. Um abração Rosilene.

Você pode até achar que estou num deramamento de sentimentos. Até pode ser. E se não fosse assim que graça que ia ter? A vida é um corrossel onde nos divertimos a todo instante. E quem não sabe se divertir não sabe viver. E quem não vive a felicidade, não pode viver o sentimento de sentir a saudade escorrer pelos olhos, quando sobeja no coração. Mesmo porque só sente saudade quem foi feliz. Quando amamos nosso próximo é porque nos amamos. O afeto, o carinho e o respeito são os ingredientes da felicidade. Quem não ama não é feliz. E quem não é feliz não pode sentir saudade. Pode até fingir, quando confunde a saudade com mera lembrança. Ame as pessoas à sua volta para que um dia você sinta saudade delas. A saudade anula as distâncias. O importante é que não façamos dela um rasgo de sofrimento. É na saudade que sentimos a presença dos ausentes. O Ludo Natel disse: “A saudade é a presença da ausência”. Cuide para que a saudade não faça você sofrer. Viva-a como se ela fosse o presente. Pense nisso.

*[email protected]    99121-1460

———————————————–ESPAÇO DO LEITOR FUGAS 1A respeito da matéria sobre fugas de presos, o leitor Claybson Cesar Alcântara comentou: “Parece até brincadeira uma situação como esta. O governo sequer tem condições de manter bandidos de alta periculosidade na tranca, e ficamos sujeitos a ação destes delinquentes que, quando saem, a primeira coisa que fazem é assaltar para comprar droga. Estas fugas já viraram chacota nas redes sociais e, do jeito que está, é mais fácil fugir de um presídio de Roraima do que de uma escola na hora do recreio”.FUGAS 2O leitor Thiago Castro também fez comentário sobre o mesmo assunto: “É melhor deixar as portas abertas, seria menos humilhante do que divulgar fugas todo dia. Nunca vi um presídio com tantas falhas. Do jeito que está, sai quem quer. E o pior disso tudo é que eles saem com o intuito de cometer diversos crimes e aterrorizar as famílias. Esperamos que ocorram melhorias pontuais no sistema prisional”.LIMINAR“Até que em fim uma ação conjunta dos parlamentares federais beneficia a população estadual. É bom que fique esclarecido que, neste caso, não teve nenhum ‘articulador’. Esta decisão, suspendendo a aplicação deste aumento, teve o envolvimento dos oito parlamentares que integram a bancada estadual. Esperamos que esta união prevaleça e os interesses de Roraima sejam sempre superiores às divergências políticas e individuais”, escreveu a internauta Anne Sales.IGREJASA leitora Alcinda Magalhães Lima relatou: “O alvo dos moradores de rua e usuários de entorpecentes está sendo as igrejas que realizam missas aos domingos e celebrações de novenas. Na semana passada, durante um batizado na Igreja Matriz, um cidadão estava abordando as pessoas pedindo dinheiro de forma exaltada. Na Igreja de São Francisco, durante a realização da tradicional novena de terça-feira, no horário de 11h, uma senhora invadiu a celebração e, aos gritos, solicitava dinheiro dos presentes. O problema é sério e o poder público precisa agir de forma imediata contra o avanço das drogas no Estado”.