Opinião

Opiniao 12106

O Jamaxi e seus agravos na estrutura vertebral nas mulheres Macuxi e Yanomami

Warner Dias Fisioterapeuta

Roraima é um dos Estados da federação que ainda conta com a maior população de índios do Brasil, além da etnia Macuxi, uma das mais expressiva, conta com mais de dez etnias. Para Santilli (2001:19) “Macuxi é designação corrente para os grupos Pemon que habitam o sul da área Circum-Roraima, as vertentes meridionais do Monte Roraima e os campos ou savanas que se estendem pelas cabeceiras do rio branco e Rupunini, território politicamente partilhado entre Brasil e Guiana (…) Esses grupos dizem desconhecer qualquer significação substantiva para o termo Macuxi e parece mesmo não se preocupar com tal questão. Simplesmente se dizem Macuxi quando querem se distinguir dentre os outros povos”.

Os Macuxi são povo de filiação linguística Caribe. Esses índios, segundo o Centro de informação da Diocese de Roraima (1989:46) “Vieram do Caribe, deslocaram-se para regiões entre o Rio Branco e Rupunini, na metade do século XVI. Para isso tiveram que expulsar outros povos, entre os quais, os Wapixanas, que hoje ocupam áreas no médio Rio Branco”. Algumas tribos, nesse confronto foram extintas, como é caso do Purucotó e os Paravilhana, sendo que parte da cultura desses povos foi absorvida pelos Macuxi.

Os Yanomami são um dos maiores povos indígenas relativamente isolados da América do Sul. Eles vivem nas florestas e montanhas do norte do Brasil e sul da Venezuela. Como a maioria dos povos indígenas do continente, os Yanomami provavelmente migraram pelo Estreito de Bering entre a Ásia e a América cerca de 15.000 anos atrás, seguindo lentamente para a América do Sul. Hoje, sua população total é de cerca de 38.000 indígenas.

Com mais de 9,6 milhões de hectares, o território Yanomami no Brasil é o dobro do tamanho da Suíça. Na Venezuela, os Yanomami vivem na Reserva da Biosfera Alto Orinoco-Casiquiare, de 8,2 milhões de hectares. Juntas, essas regiões formam o maior território indígena coberto por floresta do mundo. Os Yanomami primeiramente entraram em contato direto com invasores na década de 1940 quando o governo brasileiro enviou equipes para delimitar a fronteira com a Venezuela.

Os povos Macuxi e os Yanomami, dentre diversas características compartilham também um grande problema que afeta principalmente as mulheres. Tem se observado nos relatos de atendimento realizados na CASAI-RR que as mulheres que tem como prática o uso do jamaxi para o transporte de alimentos e lenha para atender suas necessidades básicas alimentares e bem estar, que devido ao peso e sobre carga na estrutura cérvico-dosso-lombar com queixas de muitas dores nessa região, chamou atenção dos especialistas para tal fato.

Os agravos na saúde destas mulheres são nitidamente observáveis no acompanhamento no atendimento específico desta população. No entanto, é necessário que haja um estudo científico que demonstre as causas e efeitos das sintomatologias apresentas pelas mulheres.

Neste sentido, este projeto de pesquisa tem por finalidade analisar a relação da utilização do jamaxi com agravos a saúde indígena em fisioterapia, de mulheres dos povos Macuxi e Yanomami, fundamentada naquelas atendidas na Casa de Saúde indígena de Roraima – CASAI.

Os atendimentos na área de fisioterapia realizados na CASAI têm demonstrado que existe uma relação entre a utilização jamaxi e a quantidade de pacientes que apresentam artrose cervical, principalmente as mulheres das etnias Macuxi e Yanomami, que nas avaliações de fisioterapia tem como queixa principal fortes dores na região cervical.

O uso do jamaxi faz parte da cultua dos povos Macuxi e Yanomami e a modificação de tais hábitos não são benéficos para os índios. Portanto, não é pretensão deste trabalho não é a modificação, mas possíveis orientação, por meio dos agentes indígenas de saúde, de modo que haja a diminuição do peso transportado, principalmente nas crianças, considerando que nessa idade as vértebras apresentam mais fibrocartilagem, podendo acarretar desgaste prematuro.

Durante o período de seca, as trilhas nos campos e na mata ficam mais nítidas, estes trajetos passam a ser percorrido mais intensamente, quando também aproveitam para visitar os parentes, realizam festas e celebrações rituais. Os macuxi praticam agricultura de coivara, cultivando basicamente mandioca, milho, cará, inhame, batata doce etc.

Os índios iniciam o preparo das áreas de cultivo com a derrubada da mata, as árvores são derrubadas em terreno escolhido no fim da estiagem nos meses de janeiro e fevereiro. Esperam os troncos e galhos derrubados secarem por algumas semanas, e meados de fevereiro e início de março iniciam a queimada. Com a chegada do inverno, começam o plantio, normalmente no mês de abril.

Os índios também utilizam o Ajuri, para trabalhos comunitários (brocar, derrubar, queimar ou capinar). O ajuri funciona da seguinte maneira: o dono da roça interessado convida os parentes homens para trabalharem em sua roça. Para tanto, prepara bastante comida e caxiri. Além da comida e da bebida o dono da roça se compromete a dar um dia de trabalho na roça daquele parente como redistribuição.

Para Santilli Apud Barbosa (1997, p. 61) “As atividades produtivas essenciais empreendidas pelos homens e pelas mulheres Macuxi são complementares. Assim, um homem e uma mulher, formam uma parceria conjugal (…) constituindo, portanto, unidades domésticas que gozam de grande autonomia, fundadas e reproduzidas com o próprio trabalho de cada um de seus membros”.

Os estudos preliminares servem como norteador nas formas de ajudar aos agentes de saúde a repassar informações aos povos indígenas que tem como habito o uso de transporte de carga utilizando a cabeça e pescoço a manterem a cultura e preservarem a saúde, com o uso adequado do jamaxi.

Riqueza fácil

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Reconhece-se um país subdesenvolvido pelo fato de nele ser a política a maior fonte de riqueza”. (Gaston Bouthoul)

Até quando continuaremos sendo um país subdesenvolvido? Tudo vai depender de nós, eleitores. Porque enquanto não aprendermos a votar, continuaremos abrindo o mercado. E o que não falta é candidatos ao emprego. Não tenho nada contra a política. Ao contrário, adoro-a. E isso me revolta, não vendo progresso na nossa política. Continuo vendo-a como um mercado de quem quer enriquecer. Ficam fora desse rol os bons políticos que ainda temos, mas que não conseguem trabalhar. São bloqueados pelos que seguem o De Launay: “Em política, cuidamos somente das pessoas que podemos corromper”.

Aproveitemos os trancos da pandemia atual, para aprender e fazermos o melhor que pudermos fazer para nos prepararmos para a próxima, que queiramos ou não, virá. E tudo é muito simples. É só nos valorizarmos e sermos o que somos. Porque quando seguimos veredas erradas é porque não nos conhecemos. Então vamos nos conhecermos. Nada de ficar perdendo tempo com negativismo. Vamos pôr os males no lixo, e viver os bens. Mantenha seus pensamentos no melhor, e não no pior. Você já sabe que quem deve mandar em você, é você e mais ninguém. E que pra isso você precisa aprender a
governar.

Tudo bem, vamos debulhar a espiga e comer as sementes, preparando-nos para colher o melhor fruto, no futuro. Viva seu dia, hoje, como ele deve ser vivido, com amor, coragem e muito otimismo. A vida é pra ser vivida. E como vivê-la depende de cada um de nós. Não permita que ninguém influencie no seu nodo de viver. Mas isso requer segurança e responsabilidade. E você tem todo o poder para ser feliz. Então seja. A felicidade está dentro de nós, em nossos pensamentos. E estes tanto podem nos levar para o bem quanto para o mal. O que exige conhecimento e muita ação.

Tenha um bom dia e viva cada minuto do dia como ele deve ser vivido. Mantenha sua cabeça sempre erguida. Mire sempre no horizonte. É lá que está o tesouro do futuro, já que estamos e vivemos numa caminhada eterna. Vá pensando sempre no melhor para você e para as outras pessoas. É na distribuição que dizemos o que realmente somos.

Estamos nos aproximando das próximas eleições. Cuidado com quem você vai eleger para melhorar o futuro deste País: “Brasil esse colosso imenso. Gigante de coração de ouro e músculos de aço. Que poia os pés nas regiões Antárticas, e que aquece a cabeleira flamejante, na fogueira dos Trópicos. Colosso que se estendesse um pouco mais os braços, iria buscar a neve dos Andes, para com ela brincar nas praias do Atlântico”. Pense nisso.

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