Órgãos de controlem precisam verificar o que está ocorrendo com obra de asfaltamento da RR-203
Jessé Souza*
O Ministério Público precisa tomar uma atitude em relação à fiscalização da obra de recuperação do asfalto da RR-203, rodovia que atravessa todo o Município do Amajari, Norte do Estado, interligando a Vila Três Corações, no entrancamento com a BR-174, à Serra do Tepequém, numa extensão de 110 Km aproximadamente.
Conforme esta coluna já tratou, a obra apresentou graves problemas já no início, quando a rua princial da Vila Tepequém simplesmente “estourou” em menos de dois meses do asfaltamento concluído. É o chamado “asfalto sonrisal”, que se esfarela rapidamente com o fluxo de veículo devido à má qualidade da obra.
Diante do problema, representantes da empresa foram até a comunidade de Tepequém comunicar que seria refeito asfaltamento e deram explicações sobre a obra. Só que estas explicações não condizem com o que consta no processo de licitação, pois os representantes argumentaram que praticamente já concluíram o serviço por este ano.
Isto preocupa, porque não condiz com o que está no contratato, no valor de R$10 milhões, cujo prazo de conclusão da obra é de 12 meses para recuperação total da rodovia. Porém, somente alguns pequenos trechos receberam novo recapeamento e outros passaram apenas por uma operação para tapar buracos.
A maior parte da estrada continua tomada pela buraqueira, situação que só tem piorado neste período de intensas chuvas na região. Até onde houve a operação tapa-buraco as crateras ressurgiram, tornando-se um verdadeiro perigo para os condutores de veículos, não apenas turistas que não conhecem a estrada, mas para os próprios moradores, porque a cada semana novos buracos surgem e se ampliam em verdadeiras crateras.
Só o fato da grave falha na obra de asfaltamento na sede de Tepequém já é um grande motivo para os órgãos de controle agirem. No entanto, sequer o Governo de Roraima se pronunciou sobre isto, uma vez que os institucionais divulgados com a imagem do governador Antonio Denarium (sem partido) induzem a população a acreditar que a estrada estaria com um novo asfalto em perfeitas condições. E isto está longe da verdade dos fatos.
Não custa frisar que o asfalto é a principal condição para fomentar o turismo na Serra do Tepequém, única fonte de renda para quem lá mora, e contribuir para as principais atividades econômicas das demais regiões do Amajari, como a criação de peixe em cativeiro e do gado bovino. E as condições daquela rodovia são críticas, apesar das obras feitas até aqui por uma empresa de Manaus (AM), as quais mais parecem uma maquiagem.
É necessário uma resposta imediata por parte das autoridades, pois é inconcebível a situação em que se encontra uma obra de grande importância para o único ponto turismo roraimense consolidado e onde está a maior produção de pescado da Região Norte. Basta o desdém que mantiveram até hoje para aquela região.
Os órgãos de controle têm a obrigação de verificar o que realmente está ocorrendo com a execução daquela obra, uma vez que o governo não se pronuncia. O que os representantes da empresa alegaram para a comunidade de Tepequém é no mínimo espantoso, a ponto de nem valer a pena reproduzir para a opinião pública.
*Colunista