Opinião

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A Fadinha do skate e as características impressionantes da Geração Z: o que podemos aprender com ela?

Mariana Munis

Quem não se apaixonou pela querida Rayssa Leal, adolescente de 13 anos que trouxe a medalha de prata inédita do skate feminino para o Brasil, pode ser que esteja morando em outro planeta.

Brincadeiras à parte, comecei a observar e admirar o jeito leve da Fadinha, e, ao mesmo tempo, relembrei a discussão e rixa entre as gerações Y e Z, geradas por uma thread no Twitter no final do mês de junho, e fiquei pensando, como nós, das gerações anteriores, podemos criticar a Geração Z, sendo que a Rayssa parece “perfeita, sem defeitos”? Ela que é pura representatividade: mulher, nordestina, pioneira e a atleta mais jovem a trazer uma medalha para nosso país.

Portanto, minha intenção com esse texto é mostrar algumas características positivas da Geração Z, encontradas na maneira de agir da Rayssa (sem ser cringe, claro), e o que podemos aprender com elas, afinal, os jovens dessa geração estão invadindo o mercado de trabalho, encontram-se em peso nas turmas iniciais da graduação que leciono e começaram a consumir diversos produtos e serviços.

Geração Z e o que podemos aprender com a Fadinha

A Geração Z é composta por indivíduos nascidos a partir de 1995 até 2010 (PARMENT, 2013), ou de até 2000 até 2010 (OLIVEIRA, 2010). Por serem nativos digitais, se adaptam facilmente às novas tecnologias e velocidade na captação de conteúdo.

Esta geração é muito marcada por mudanças políticas, sociais e tecnológicas que influenciaram e alteraram as suas crenças e formas de viver. Sempre conheceram um mundo instável e estão acostumados à turbulência que os rodeia. Um marco dessa geração é a queda das Torres Gêmeas, nos Estados Unidos da América, em 2001. Logo, esses jovens encaram o mundo de uma forma mais pragmática e realista do que os seus pais. Particularmente, muitos enfrentaram a crise econômica diretamente, vendo os seus pais cortarem despesas do lar ou até a perderem os seus empregos (SILVA, 2017).

São jovens ativos, multifacetados, conseguem fazer várias coisas ao mesmo tempo. É uma geração empreendedora e inovadora, que procura deixar a sua marca pessoal em tudo que faz. Notem que a Fadinha, ao mesmo tempo que escuta suas músicas favoritas em seus treinos, também entre uma pausa e outra consegue fazer conteúdo no TikTok e conversar com seus fãs.

Além do mais, essa geração consegue facilmente ignorar aquilo que não é do seu interesse, ou seja, criam barreiras de atenção onde apenas absorvem aquilo que realmente lhes interessa.

Podemos ver essa característica no retorno de Fadinha ao nosso país: ela não quis posar para fotos ao lado de políticos de sua cidade, afinal, quando ela precisava de patrocínio e auxílio da secretaria de esportes do município, solicitados pelo seu pai, não obteve ajuda.

Destarte, essa geração está habituada a se comunicar por vídeos e imagens (vide o TikTok), reduzindo o número de palavras utilizadas, onde o segredo é simplificar a forma como se comunica com eles. Como são nativos digitais, a tecnologia já faz parte do seu dia a dia, bem como expor um pouco mais da sua vida nas mídias sociais. Além do mais, a geração Z também gosta de viver no agora e as suas necessidades têm que ser satisfeitas de imediato.

Outra característica dos indivíduos dessa geração é trabalhar com mais facilidade com a diversidade, igualdade de gênero e globalização, já que para eles não existem fronteiras geográficas e a globalização é um termo que utilizam desde a infância (SINGH, 2013). Olhem como a Rayssa se conecta genuinamente com a skatista filipina Margielyn Didal, fazendo dancinhas juntas no TikTok, além de terem um fair play impressionante e admirável na competição.

A Fadinha também dialoga sem problemas com os skatistas mais velhos e pioneiros, como por exemplo Tony Hawk (da geração Baby Boomer), seguindo seus conselhos, compartilhando os treinos e interagindo nas mídias sociais. Também se espelha e compartilha suas conquistas e vivências com Letícia Bufoni (Geração Y) e Pâmela Rosa (também da Geração Z).

Além do mais, a Geração Z também possui espírito crítico em relação aos assuntos que os rodeiam, pois convivem com mudanças em diversos âmbitos, desde que nasceram, sendo muito sensíveis aos assuntos igualdade social e às alterações climáticas (SILVA, 2017). Note que Rayssa, ao voltar para o Brasil, pede aos seguidores para não aglomerarem no aeroporto, quando ela chegasse ao Maranhão, nem quando passasse com caminhão de bombeiros por sua cidade, Imperatriz.

Por conta da sobrecarga de informações, os Z’s procuram, de maneira corriqueira, momentos de diversão e formas de fazer mais rápido, melhor e de maneira mais divertida, as tarefas, na sua vida social, no local de trabalho ou mesmo nas suas compras. Valorizam experiências incríveis e significativas na sua vida (SILVA, 2017). Em entrevista para o Globo Esporte, após a conquista da prata nas Olimpíadas, Rayssa disse que “eu só me diverti, é o que eu mais sei fazer”.

A medalha de prata na ginástica artística geral (feminino individual), Rebeca Andrade, também da geração Z, ao falar carinhosamente sobre Simone Biles, torcia para que a ginasta voltasse a se divertir nas competições.

Por fim, sabemos que todas as gerações são compostas por suas luzes e sombras, logo, podemos aprender muitas coisas com todas. Atuando em times, considere representar cada uma delas, principalmente com a Geração Z, tão criticada nos últimos meses pelas gerações anteriores.

Que nós, das gerações baby boomer, X e Y, possamos aprender com a geração Z a saber dizer não ao que não faz parte de nosso propósito e verdade, não termos medo de pontuar o que é certo e errado para nossas vidas; que levemos em consideração trabalharmos com maior cooperação e menor competição. Também acho incrível a visão de mundo desses jovens, sua tolerância ao diferente, aceitação e maior engajamento e sensibilidade com as causas sociais e ambientais. Que possamos aprender com eles a levar a vida de uma maneira mais leve, não nos esquecendo de trazer e priorizar a diversão (sempre que possível) nos diversos âmbitos de nossa vida.

Mariana Munis é professora de Marketing e Comportamento do Consumidor da Universidade Presbiteriana Mackenzie Campinas.

“Tristeza não paga dívida”

Afonso Rodrigues de Oliveira

“A alegria é o fogo que mantém aceso o nosso objetivo, e acesa a nossa inteligência”. (Helen Keller)

A meu ver, ninguém teria mais firmeza para dizer isso do que a Helen Keller. Pelas dificuldades que ela viveu, com seus problemas físicos. E demonstrou, mostrando ao mundo o quanto somos capazes de vencer as dificuldades, sejam elas quais forem. Então vamos fazer isso. Seguir os exemplos que sempre construíram o mundo. Porque não se constrói com tristezas nem aborrecimentos. O pessimismo é o maior inimigo que você pode guardar dentro de você. Não há como ver um derrotista vencer. Simples pra dedéu.

Como anda sua saúde? O médico Nuno Cobra certa vez falou para um cliente que reclamou muito das suas doenças: “Meu amigo, você não tem doença nenhuma. O grande problema é que você não tem saúde”. E fim de papo. Sabemos que grande parte das pessoas que estão, diariamente, nos corredores dos hospitais não tem doença. Só lhes falta saúde. São as que vivem procurando doenças, o tempo todo. Até mesmo quando começam a conversar, o assunto preferido são as doenças. Constato isso todos os dias.

Vamos falar de alegria. Vamos rir das coisas à nossa volta. Mas rir de prazer e não como deboche. O riso íntimo é um remédio. E não lhe custa nada, e você pode usá-lo o tempo que quiser. O riso cura as doenças mentais. Porque todos nós temos problemas mentais. Só não lhes damos a devida atenção. E por isso eles judiam de nós. E tornam-se nosso maior inimigo oculto.

Nossa vida é um eterno ir e vir. O que garante nossa superioridade. Por que ficar triste com acontecimentos que fazem parte da vida? O amor é o escudo mais poderoso para nos defender dos males que nos torturam mentalmente. Se você estiver sofrendo por amar, acorde e reinicie sua vida. O amor nos faz sorrir, e o sorriso é um remédio. E cada um de nós tem o poder de se curar. É só acreditar em si mesmo, ou mesma. É só se valorizar e caminhar, escudado no sorriso muitas vezes explodido no riso. Sorria, ria e viva.

Não há felicidade sem amor. O que devemos é não confundir amor com desejo. Um assunto mais delicado que fica pra depois. A verdade é que quando nos amamos somos felizes. E a felicidade está em amarmos os outros como a nós mesmos. Pare de amarrar essa cara feia e sorria. Procure a felicidade nas coisas mais simples à sua volta. É na simplicidade que está a felicidade. Jogue seus aborrecimentos para o lixo do esquecimento. A alegria pode curar sua hipertensão. “Se você acha que pode, você está certo. Se acha que não pode, está igualmente certo”. (Henry Ford). A escolha é sua. O poder também. Pense nisso.

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