Atividades entre estudantes é fundamental para evitar o bullying
*Por Yan Navarro
Um dos problemas mais graves que afetam as crianças e os adolescentes, prejudicando a vida escolar e a saúde mental dos jovens, é o bullying, que não deve ser tolerado pela sociedade. Ao tratarmos o assunto nas instituições de ensino, percebemos que ainda é rodeado de muitos preconceitos, levando-nos a dar uma importância menor do que o necessário. Caracterizado pela permanência das ofensas, é neste ambiente que ele deve ser abordado com frequência, de forma a gerar uma identificação entre os pares e o reconhecimento e validação das habilidades do outro.
Ao levarmos este debate para as salas de aula, é comum ouvirmos frases dos pais como ‘isso é frescura’ ou ‘no meu tempo todo mundo implicava com todo mundo e ninguém ligava’. Entretanto, as duas frases não condizem com a gravidade da situação para quem é vítima. A Lei nº 13.185 de 2015 considera o bullying como uma intimidação sistemática, ou seja, “todo ato de violência física ou psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com o objetivo de intimidá-la ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes envolvidas”. Dessa forma, para que uma ação seja considerada como tal, ela deve ser repetitiva e não apenas eventual.
As instituições de ensino possuem a obrigação legal de assegurar medidas de conscientização, prevenção, diagnose e combate à violência e à intimidação sistemática, embora muitas ainda tomam ações concretas apenas quando acontece na forma de ataques físicos, insultos pessoais, apelidos pejorativos, ameaças por quaisquer meios ou expressões preconceituosas. Na Luminova, por exemplo, o tema é abordado frequentemente e os alunos são agrupados ora por competências afins, ora pela heterogeneidade do perfil de aprendizagem. O objetivo é criar a identificação entre os pares e validar as habilidades do outro como meio de colaboração, o que é fundamental para que haja o respeito. Em casos mais severos, é investigado a origem, convocando, além da equipe pedagógica, também a família desse aluno, a fim de passar a orientação correta e fazer um acompanhamento mais próximo.
Estes, inclusive, devem ser atuantes na vida escolar e estarem atentos aos comportamentos dos jovens, pois serve tanto para identificar vítimas, quanto agressores. Se a família perceber que seu filho é o perseguido, deve recorrer à administração o quanto antes para buscar uma solução conjunta. No caso do estudante ser aquele que comete os ataques, além de buscar a ajuda da instituição, deve também orientá-lo dentro de seus valores, indicando que esse comportamento é inadequado e que pode gerar consequências nocivas para todos os envolvidos, desencadeando, em alguns casos, o suicídio.
E é preciso atenção, também, mesmo quando esses eventos extrapolam os muros ou ocorrem pela Internet, pois, o que envolve os alunos, é responsabilidade do colégio e seus gestores. O ambiente, para ser saudável para todos e livre de práticas nocivas como o bullying, deve ser construído através de projetos que envolvam toda a comunidade. Os estudantes, professores e inspetores devem se sentir seguros para denunciar os agressores, que, por sua vez, devem ser tão acolhidos quanto as vítimas, pois muitas vezes reforçam comportamentos que sofrem dentro de casa ou traumas que sofreram na primeira infância.
* Diretor da rede de Escolas Luminova, Yan Navarro é doutor em Didáticas específicas pela Universidade de Valência, na Espanha, e doutor em Geografia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
A presença na ausência
Afonso Rodrigues de Oliveira
“Não viva para que sua presença seja notada, mas para que sua falta seja sentida”. (Bob Marley)
Em todos os galhos da evolução humana a postura é fundamental. Onde quer que você esteja, onde estiver, há sempre alguém o observando. Nem sempre a observação tem interesse. Ela é mais uma questão de evolução. Não sei se os cientistas irão concordar comigo, mas isso também não me preocupa. O fato é que estamos num papo amigável e coloquial. Já tive a felicidade de viver momentos interessantes que trouxeram bons frutos, produzidos nas observações.
Ontem à tarde, numa conversa com um dos meus filhos e sua esposa, tocamos neste assunto. Falamos sobre resultados no campo profissional, que levaram pessoas ao sucesso por conta de suas posturas. Resultados vindos tanto no campo profissional quanto no familiar. Porque uma coisa está sempre ligada à outra. Não fosse assim e não seria relações humanas. Porque isso é uma ligação puramente racional. E por ser racional não permite que o negativo observado lhe traga prejuízos. Senão não seria racional.
E como somos todos de origem racional estamos no mesmo caminho. E este tanto pode levar você para o sucesso quanto para o fracasso. Por isso seja sempre um bom observador, mas sem interesses, sejam quais forem. Nunca critique um mau posicionamento. Ao contrário, aprenda com ele, numa análise natural e racional.
Sua postura não está na roupa bonita que você está usando, mas como você a usa. Já falei, por aqui, sobre uma garotinha pobre que estudava comigo, na Base Aérea de Natal, na nossa infância. Ela tinha uma postura elegante que conquistou todos os professores, na escola. Sempre fui apaixonado pelo comportamento dela. E o que mais admirávamos, era o fato de ela ser uma garotinha muito pobre, e percebíamos que os vestidos dela eram costurados a mão. Mas nunca vimos isso como fato negativo. A postura da garota era infinitamente superior à inferioridade da indumentária.
Na vida profissional testemunhei casos encantadores de pessoas que prosperaram por conta da sua postura na profissão. E só identificaremos tais comportamentos com o conhecimento do relacionamento humano. Algo que não deve ser negligenciado na convivência. O respeito é fundamental para o entrosamento humano. E não respeitaremos se não levarmos em consideração nossa igualdade nas diferenças. Ou respeitamos as diferenças ou naufragamos na inferioridade.
Observe sua postura para poder analisar a postura de outr
as pessoas. Mas nada de críticas nem desprezo. Respeite sempre, porque isso fará parte de sua postura que, certamente, está sendo observada. Pense nisso.
99121-1460