A quem interessa o Brasil em convulsão
Sebastião Pereira do Nascimento*
A única coisa que o governo de Jair Bolsonaro tem de diferença da “velha” política brasileira é o fato de fazer o país muito pior a partir da incompetência e da capacidade de criar conflitos. Essa díade ultrajante que conta também com a participação dos filhos, influenciou muito na escolha de ineficientes ministros e assessores, os quais ajudaram (ou vêm ajudando) a arrasar o país. Essa junta de ministros e assessores faz perfeita alusão à frase “diga-me com quem andas e eu direi quem tu és”.
Como parte da trupe ultraconservadora montada por Bolsonaro, estão os ex-ministros: Abraham Weintraub que desmoronou toda a estrutura do ministério Educação, enquanto o atual ministro, Milton Ribeiro, continua uivando ideologias ultrajantes assistindo o naufrágio da educação no país; Ernesto Araújo (Relações Exteriores), sujeito inábil e imoral que nada fazia se não destilar ódio mundo a fora; Ricardo Salles (Meio Ambiente), ser destrutivo investigado por corrupção dentro do ministério, é responsável pela boiada que desmontou a pauta ambiental e vem desmatando a amazônia; Henrique Mandetta (Saúde), outro corrupto (alvo de vários processos no seu Estado de origem) deu início ao desmonte do sistema de saúde, o qual continuou com o pulha Eduardo Pazuello e segue na mesma linha com o caudatário Marcelo Queiroga – no caso da pandemia, não fosse as intervenções de alguns governadores e prefeitos o país estaria afogado numa tragédia ainda maior; Sérgio Moro (Justiça), sujeito servil e corrupto que envergonha o país e todos aqueles que trafegam pelo caminho da justiça.
Ainda como integrantes da escumalha bolsonarista, acrescentamos a ministra Tereza Cristina (Agricultura), defensora do latifúndio e negadora da agricultura familiar, segmento rural que realmente coloca comida na mesa dos brasileiros; Damares Alves (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos), uma pastora doutrinada que vem deturpando os valores do povo brasileiro, violentando os direitos das mulheres e vilipendiando as diferenças humanas; Marcos Pontes (Ciência, Tecnologia e Inovações), sujeito inepto e oportunista que vem desmontando as instituições de C & T e os grandes projetos da ciência brasileira; Paulo Guedes (Economia), um farsante que vem impondo um plano econômico fascista, lapidando o patrimônio do Brasil, estimulando a concentração de renda e ampliando a pobreza. Ainda na mesma direção, o governo Bolsonaro sustenta outra canalhada de sujeitos bizarros e mentecaptos que vêm destruindo importantes setores da cultura brasileira como Funarte, Fundação Palmares, dentre outros setores. Muito mais, são os prosélitos deste desgoverno que o Brasil não merece.
Portanto, com esse quadro de séquitos corruptos, incompetentes e autoritários, jamais o Brasil daria certo político, econômico e socialmente, ainda assim, Bolsonaro, como o custo político elevado para a economia, perdido diante dos graves problemas arranjados por ele e seus sequazes, atribui culpa aos adversários pelos efeitos nefastos da sua desvairada política de governo.
Com inúmeras investigações de corrupção e muitas polêmicas nesses quase três anos de governo, Bolsonaro já percebeu que não será reeleito. No momento, ele se sustenta graças ao Centrão – um grupo fisiológico formado por políticos corruptos de diversos partidos que se juntam ao governo para se beneficiar de cargos e benesses à custa do erário. Todavia, à medida que a situação de Bolsonaro se complica, o apoio do centrão enfraquece e ensaia um desembarque rumo a outras candidaturas. A exemplo disso, foi a derrota sobre o voto expresso, o refrear das reformas; a trava da indicação de André Mendonça ao Supremo, as respostas do Congresso após os ataques aos ministros do STF e o arquivamento do pedido de impeachment do ministro Alexandre de Moraes.
Assim, Bolsonaro vem cada vez mais se abstendo de resolver os problemas do país, e, com nítido descontrole mental vem agindo cada dia mais violento na tentativa de cooptar apoio popular (cada vez mais escasso), encontrando guarida apenas nos braços violentos dos milicianos e de alguns setores da Polícia Militar e das Forças Armadas. Além disso, Bolsonaro vem quebrando regras democráticas (hoje com STF e amanhã com o Congresso) tentando uma conflagração pública.
Mas, a quem interessa o Brasil em convulsão? À maioria do povo brasileiro não interessa. No entanto, ao Bolsonaro e aos seus adeptos, sim. No sentido de alimentar suas mentes espúrias, desviar o foco da CPI do Senado e dos graves problemas gerados pelo seu governo – na economia, inflação, desemprego, saúde, educação, ataques aos povos originais, ao meio ambiente, aumento da pobreza, desmontes dos órgãos públicos, instabilidades institucionais, etc.
Logo, com todos esses problemas e a escalada de ameaças, Bolsonaro perde cada vez apoio da população e dos diversos setores democráticos da sociedade. Lá na frente, o que se aventa é o presidente isolado ao lado de seus milicianos, que juntos podem até criar problemas ainda maiores para o país. Mas não vão ganhar da maioria da população brasileira, a qual sustenta a democracia.
Há pouco mais de um ano das eleições, Bolsonaro não tem partido – as legendas mais influentes não o querem. A tentativa de criar sua própria legenda também não vingou, visto não conseguir sequer o mínimo de assinaturas recomendado pelo TSE, cerca de 492 mil eleitores. Segundo os organizadores do partido, em nove meses de campanha, só conseguiram 15.762 assinaturas consideradas válidas pelo TSE. Embora o órgão eleitoral diz ter recebido 139.955 fichas de apoio. Portanto, a maioria inválida. Número inexpressivo para qualquer político cantar de galo no terreiro do Brasil.
Para Bolsonaro, agora é tudo ou nada, onde “nada” significa perder as eleições e “tudo” significa convulsionar ainda mais o país com intimidações e ataques antidemocráticos e tentativa de ruptura institucional. Haja visto as ameaças prometidas para o próximo dia 07 de setembro. Mas, ainda que tenha qualquer número de apoiadores, nunca será suficiente para ganhar uma eleição lícita e democrática.
*Filósofo, Consultor Ambiental e Escritor. Autor dos livros: “Sonhador do Absoluto” e “Recado aos Humanos”. Editora CRV.
A importância de um e do outro
Afonso Rodrigues de Oliveira
“Os outros são tão importantes para eles mesmos, quanto você é para você”. (Les Giblin)
E não se iluda. Você julga os outros de acordo com o que você pensa sobre você mesmo. Preste bem atenção, que a pandemia está nos mostrando o caminho. Só não sei é se vamos caminhar corretamente, devido ao nosso despreparo. As mudanças já estão acontecendo, e continuamos reclamando, quando deveríamos prestar mais atenção. Mas vamos nos cuidar. Preparemo-nos para a nova era que iremos viver, depois do Covid-19. Afinal, ele não é o primeiro nem será o último. Então vamos nos preparar para o próximo. Ainda não somos capazes de calcular o tempo que a nova pandemia levará para chegar.
Vamos ser cautelosos. Sabemos o quanto somos frágeis. Tão frágeis que ainda não aprendemos, com a observação racional, o quanto a educação é importante para o nosso preparo. Então vamos fazer nossa parte. Comecemos aprendendo, acreditando na importância da importância que damos ao próximo. E ainda vivemos alimentados pela euforia sentimental. O que nos leva ao desequilíbrio do raciocínio. As bagunças de rua como protestos não são novidade. Elas sempre existiram e existirão enquanto não nos educarmos para saber respeitar. Simples pra dedéu.
Vamos pisar no breque. Vamos parar de gritar espernear e bagunçar. O protesto deve haver, mas com racionalidade. O que só existirá com educação. O tempo passa e nos leva. Só ainda não prestamos atenção a essa simplicidade. Nós somos imortais, nossa embalagem, apelidada de corpo, é que é mortal. Ainda não sabemos quantas eternidades já vivemos sobre esta Terra. E por isso ainda não aprendemos a nos preparar para os retornos. E isso independe do nosso sexo, nossa posição social, ou qualquer que seja o que for. Então vamos acordar e viver de olhos abertos para o nosso progresso.
Mas o que importa é que nos preparemos para a vida atual. E hoje deve ser vivido como um hoje preparativo para o amanhã. E que amanhã queremos viver se não começarmos a construí-lo hoje, a agora? E que mundo queremos construir para amanhã, destruindo o mundo de hoje? Vamos evoluir dentro da racionalidade. E esta está no preparo racional para o amanhã. E isso não significa religião, filosofia, ou coisa assim. É um processo de racionalidade, para que possamos viver como animais de origem racional. Porque é o que realmente somos.
Vamos nos educar. Um esforço de cada um de nós. Sejamos observadores sadios. E estes são os que aprendem tanto com os acertos quanto com os erros. E por isso o erro deve ser involuntário. Portanto, pare de gritar, espernear e criticar. Pense nisso.
99121-1460