Opinião

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Coaching na Família

*Dolane Patrícia        **Aline Sanz

As famílias estão ameaçadas pelos índices alarmantes de divórcios. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o número de divórcios no Brasil cresceu 75% em cinco anos. No meio do ano passado, o total de divórcios saltou para 7,4 mil apenas em julho, um aumento de 260% acima da média de meses anteriores.

Com a pandemia as famílias tiveram que conviver por mais tempo e intimamente, mas por qual razão o convívio tem prejudicado a união das famílias? O que se viu nos últimos meses é que as pessoas não estão conseguindo se relacionar e conviver amorosamente e pacificamente, e esse fato nos faz refletir sobre a saúde das nossas famílias e relacionamentos.

Antes de um casal se divorciar e uma família se romper existem diversos fatores que contribuíram para isso, como desentendimento na criação dos filhos, desacordos e dificuldades financeiras, infidelidade, falta de diálogo, falta de sexo e tempo de qualidade, interferência de parentes ou amigos na relação, violência doméstica, abuso de álcool e uso de entorpecentes, vícios em pornográfica, excesso de controle e críticas, deslealdade, dentre outros. Antes de um casal por fim em seu relacionamento e afetar a união da família, a cena da separação se desenha por diversas experiências de dor, sofrimento, mágoa, julgamento e culpa.

Ter mais tempo para família deveria ter sido um fator favorável e positivo para união familiar, mas não é isso que os números mostram. O tempo de sobra para estar em família revelou que muitas pessoas não estão preparadas para uma vida familiar ou que, de fato, não querem estar casados, assumindo os papéis que lhe cabem. O lado bom da separação, nestes casos, é que vidas infelizes foram desfeitas e agora muitas pessoas podem refazer suas vidas em busca de relacionamentos saudáveis.

De qualquer forma o Coaching para família vem como uma alternativa para os casais e famílias que queiram manter e aprimorar suas relações e para aqueles que se separaram e precisam aprender a viver a nova realidade, em busca de novos objetivos amorosos e familiares.

O papel do Coaching na vida familiar é capacitar e sustentar as relações familiares, aprimorar e resgatar relacionamentos entre pais e filhos, marido e esposa, ou entre irmãos. É ajudar cada membro a identificar a realidade da relação, trazer consciência sobre o qualidade da convivência, compreendendo os pontos fortes e os pontos de melhoria na família e nas relações.

Com as ferramentas do Coaching é possível trazer entendimento sobre a realidade da família, identificar quais comportamentos disfuncionais prejudicam o bom funcionamento da unidade familiar, os sentimentos tóxicos que estão destruindo o amor e a harmonia e quais vícios emocionais estão arruinando as relações, para então ter direcionamento de como agir para melhorar essa condição.

Mas o que é Coaching mesmo? O Coaching é uma metodologia que promove o desenvolvimento humano, orientada para o alcance metas e objetivos, voltada para ação, que auxilia a pessoa a identificar seu estado atual e seu estado desejado, e a criar um plano de ação para sair de uma realidade indesejada para a realidade desejada.

Com o processo de coaching a pessoa entra numa jornada de autoconhecimento e autoconsciência que traz clareza sobre tudo que está impedindo ela de ter uma conduta melhor na família e de como sua performance está prejudicando o bom funcionamento daquele lar. Com o processo, o indivíduo terá mais clareza sobre seus valores, objetivos e sonhos, o que facilitará nas escolhas e tomadas de decisões.

O processo de coaching é uma jornada de mudança que melhora a capacidade de aprender, evoluir e se aprimorar como pessoa, bem como de melhorar a performance, o desempenho e a produtividade. Com a metodologia a pessoa se sente mais capacitada a agir com disciplina, persistência e foco para alcançar os resultados que deseja.

O Coaching na família vem como alternativa para melhorar a comunicação, intensificar as conexões, compreender a importância de dedicar tempo em quantidade e qualidade para cada membro da família, criando memórias de pertencimento, importância, amor e limite. O Coaching promove o despertar de uma nova consciência, no sentido de encarar a verdade sobre a realidade vivida, assim como sobre a verdade sobre o que se deseja viver.

Muitas famílias se desfazem, pois seus membros não têm consciência dos seus reais problemas, suas reais dificuldades e, quando descobrem onde estão, não fazem ideia de como sair do estado de dor e sofrimento. Muitas famílias se destroem, pois não possuem valores, regras e princípios bem definidos e estabelecidos. Muitas famílias acabam, pois não têm objetivos e sonhos em comum, por não possuírem uma visão positiva de futuro.

Muitas famílias estão se deteriorando, pois estão sendo negligenciadas e substituídas por outras áreas da vida. As pessoas que não olham para realidade da vida em família, que estão preocupadas e ocupadas com a profissão, com a busca pelo dinheiro, saúde, conhecimento ou vida social, acabam fechando os olhos para os problemas vivenciados no seio familiar.  Muitas famílias acabam, pois as pessoas não se amam e, dessa forma, não são capazes de amar os outros membros da família.

É na família que construímos quem somos, por meio dela decidimos quem queremos ser na vida, é ela que dá referência da identidade. A família é fundamental, pois ela é a base da sociedade. Por isso, olhe bem para sua família agora, veja como pode aprimorá-la, quem faz parte dela e se alguém está precisando da sua ajuda.

Boa ou ruim honre e respeite a sua família, e busque formas de desenvolvê-la, aperfeiçoá-la e protegê-la, pois isso é uma forma de valorizar a vida e de promover um mundo melhor.

*Advogada, juíza arbitral, apresentadora de TV, escritora, colunista, Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, pós graduada em Direito Processual Civil e Direito de Família, pós-graduanda em Direito Empresarial e Neurociência. Personalidade da Amazônia e Brasileira. Acesse o site dolanepatricia.com.br. Baixe o aplicativo Dolane Patrícia, WhatsApp (95) 99111-3740.

**Master Coach, Administradora, MBA em Gestão de Pessoas, escritora e pós-graduanda em Neurociência e Performance Humana. E-mail: [email protected], WhatsApp: (95) 98114-1811 Instagram: @aline_sanz

Onde está a importância?

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Enquanto a cor da pele for mais importante do que o brilho dos olhos, haverá guerra”. (Bob Marley)

A impressão que temos, é que você dá mais importância à cor da sua pele do que ao brilho dos seus olhos. Seu valor está no que você realmente é. Então seja, para ser valorizado. Os tolos sempre existiram e sempre existirão. Cabe a você mostrar o quanto eles são tolos, e não ao quanto você é importante na cor de sua pele. Simples pra dedéu.

Eu tenho uma neta, carioca, lindinha e negra. E a amo tanto quanto aos outros dezoito netos que não são negros. Ela é uma excelente atriz. Já participou de novelas da Globo, e ama o que faz, tanto quanto nos amamos, ela e eu. Ela não é de morro nem de favela, mas se fosse nos amaríamos e nos respeitaríamos da mesma maneira.

Já falei, aqui, do dia em que eu estava na varanda, quando ouvi o barulho de um movimento, na Praça da Sé. Desci e fui até lá. A Praça, em frente à Catedral, estava lotada de grupos negros. Era um protesto dos negros, contra a ridícula lei das “cotas nas faculdades”. Encantei-me com aquele movimento e, sobretudo, com os discursos feitos por negros, muitos dos quais, intelectuais. Os argumentos foram importantíssimos, sobre o quanto você está se desrespeitando, aceitando uma Cota. Aceitá-la significa que você se sente realmente inferior.

Muito tempo depois do movimento negro, ouvi, pela televisão, uma autoridade explicando que as cotas vêm porque as crianças negras e pobres, estudam em escolas de baixa qualidade. Uma justificativa ridícula. E como ficam as crianças brancas e pobres que estudam nas mesmas escolas? Faça isso não. Seu valor não está na cor da sua pele nem no formato do seu cabelo. Está em você, no que você realmente é como um ser de origem racional, igual a todos os outros, independentemente da cor da pele. “Somos todos iguais nas diferenças”.

Quem viveu o início da década dos cinquentas do século passado, ali no centrão de São Paulo, sabe o preconceito que os nordestinos sofreram, ao “invadirem” São Paulo. Os paulistanos, moradores do Centro, mudaram-se para os Bairros ricos. Os nordestinos chegaram e ficaram. Construíram a nova São Paulo e nunca precisaram usar chapéu de couro para mostrar que eram nordestinos. Você nunca vai se valorizar alimentando o preconceito e a discriminação. Vamos parar com os arrufos, para nos valorizarmos no que somos. Não somos raças coloridas, mas seres de origem racional, respeitando-nos no que somos e não no que os bobocas pensam e dizem que somos. Não sou negro, mas sou daltônico em relação à cor da pele. Vamos amar para ser amados. Pense nisso.

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