Opinião

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Um 7 de setembro diferente

Dolane Patrícia*

O dia 7 de setembro de 2021 foi realmente diferente! Foi neste dia, que Dom Pedro I deu o Grito do Ipiranga. O ato simbólico colocou fim ao domínio de Portugal sobre nosso país. Por isso, a data é marcada por comemorações e desfiles, mas não em 2021.

 “Independência ou morte!”, foi o grito ecoado por D. Pedro às margens do Rio Ipiranga. Viva o Brasil, que conquistou sua liberdade tão desejada!

Mas, esse ano, que já se tornou atípico por causa de uma pandemia que assolou o mundo, teve um 7 de setembro marcado por manifestações em todo país.

Não se trata de ser ou não “bolsonarista”, trata-se de presenciar um fato histórico no dia em que se comemora a independência do Brasil.

Os três poderes, Legislativo, Executivo e Judiciário não estão se entendendo e se isso já não fosse um fato preocupante, ainda foi instaurada uma crise no STF, com ninguém menos que o próprio povo!

De um lado Bolsonaro desafiou o Ministro do STF Alexandre de Morais e colocou o País em alerta a respeito da atuação da Suprema Corte e principalmente das decisões prolatadas pelos seus ministros, de outro, a imprensa encabeçada pela Rede Globo e até mesmo algumas Redes Sociais tentavam desqualificar os atos de protesto em aberta oposição ao Presidente Jair Bolsonaro.

Mas quem está certo? Bolsonaro, O STF, Rede Globo? De que lado você está? Não vejo como ter um lado, vejo como um barco grande onde cada um quer remar para um lado, correndo o risco de todos afundarem juntos.

Que existe uma tentativa de desqualificar o Presidente Jair Bolsonaro pela imprensa quase na sua totalidade, é uma questão indiscutível, que existe uma relação ruim entre o Presidente, que é o chefe do Poder Executivo, o Legislativo e principalmente o judiciário, é inegável.

Nesse contexto, é a primeira vez que um Presidente do Brasil desafia o STF ao vivo em meio a uma multidão de brasileiros que clamam por justiça!!!!

Em meio a uma crise hídrica, alta inflação e uma popularidade oscilante, o presidente resolveu pedir o apoio do povo afirmando que o Brasil não seria mais o mesmo após esse 7 de Setembro de 2021.

Bolsonaro tem tomado decisões assertivas no seu governo? Não, em muitos aspectos, mas o certo não seria todos tentarem juntos chegar a um consenso e lutar em busca do melhor para o povo brasileiro? Em vez disso, estão tentando derrubar o presidente e buscando a todo tempo atrapalhar seu governo.

As eleições estão próximas, o que precisa levar ao povo é conhecimento, para saber que tudo tem a ver com o voto! Se já elegeu vamos tentar chegar ao próximo mandato e acertar o voto! Torcer para não termos apenas Lula e Bolsonaro como opção para presidente do Brasil nas próximas eleições.

Que a imprensa persegue Bolsonaro é um fato, mas que algumas decisões tomadas pelo mesmo trouxe consequências, não tão benéficas, é uma realidade. Não tem que bater boca no Twitter, não é uma postura adequada. Mas demonstra ser um homem honesto e íntegro, apesar de agir de forma questionável em algumas ocasiões.

Destarte, as autoridades brasileiras precisam chegar a um consenso, para que o povo não sofra com as diferenças existentes hoje entre os Três Poderes. Até aqui não se ouviu falar em desvio de dinheiro público pelo Presidente, o que é algo que aconteceu com a Presidente Dilma, o próprio Lula e Michel Temer.

Sim, o desvio de dinheiro público é o que existe de pior em se tratando de defeitos do chefe de uma nação, porque quem desvia dinheiro público é o verdadeiro responsável pelas mortes nos corredores dos hospitais, pelas crianças que continuam analfabetas, com poucas chances de ter garantida em sua vida a Dignidade da Pessoa Humana.

Ademais, nesta data tão importante para a nossa história, que possamos valorizar a nação onde vivemos, olhar para as necessidades do povo brasileiro e não ficar lutando para derrubar um governo, independente de quem seja o presidente!

Vivemos em uma nação abençoada, repleta de riquezas naturais. Temos rios, florestas e praias belíssimas.  E como diz Rui Barbosa: “O patriotismo consiste, sobretudo, no trabalho. ”Ser patriota não é só vestir a camisa da Seleção Brasileira. Até estrangeiros torcedores usam. Ser patriota é ser solidário, sem egoísmo e desprovido da vontade de sempre querer levar vantagem em tudo, defendendo apenas seus próprios interesses.” (sic) 

Que possamos lutar por um STF cada vez mais justo, um presidente menos polêmico e uma imprensa mais imparcial!!!

Precisamos ser libertos da garra daqueles que defendem apenas seus próprios interesses, para que o grito da independência do Brasil, que foi o maior protesto da história, faça sentido real na vida de cada cidadão brasileiro. Foi neste dia que o grito da independência do brasil ecoou eternizando assim, o som da liberdade!

*Advogada, juíza arbitral, Coach, Analista de Perfil Comportamental, apresentadora de TV. Mestre em Desenvolvimento Regional da Amazônia, Personalidade da Amazônia e Brasileira. Pós graduada em Direito Processual Civil e Direito de Família, Pós Graduanda em Direito Empresarial, Direito Tributário, Neurociência e Performance Humana. Acesse: dolanepatricia.com.br. youtuber: Dolane Patricia RR. Aplicativo: Dolane Patricia. Instagram @dradolane_patricia. Whats 99111-3740.

A crise hídrica é a energia propulsora de transformações

*Ronaldo Nuzzi

  Antes fossem nuvens de chuva, as sombras que começam a escurecer e ameaçar a sociedade brasileira. Mais uma vez, vivemos o drama de possíveis apagões e racionamentos de energia, para se somarem aos desafios gerados pela pandemia. Falta, como quase sempre, inteligência em gestão.   É inegável que nossa matriz energética esteja em um processo de diversificação positiva, com o aumento de eólicas, solares e biomassa. O meio ambiente agradece. Mas ainda é pouco. Implacável, o tempo se vinga dos maus tratos causados pelo homem e se recusa a fazer chover onde precisa, já que ainda temos 60% de nossa energia dependente das hidrelétricas. A estiagem, obriga as termelétricas – mais poluentes e caras – a entrarem em cena, causando danos financeiros e ambientais ao País e ainda assim, não garantirão luz ao final do túnel.   Nesse cenário temos a tentativa de gerir uma crise que não precisava existir. A regulação do setor elétrico brasileiro tem por base a oferta de energia sempre estar preparada para a demanda. E o consumo, para a grande maioria dos clientes, sempre foi cobrado pelo volume consumido, independente da fonte ou horário: é a tarifa vezes o quilowatt-hora (kWh).   Essa estrutura de cobrança fez com que a maior parte dos consumidores passasse a apresentar hábitos ruins, concentrando o uso de aparelhos elétricos ao longo da tarde e início da noite, e não de acordo com a disponibilidade de energia.   Em boa parte das casas brasileiras a variação de consumo chega a 40% do gasto médio diário, com picos de 78.000 MWm e madrugadas em torno de 52.500 MWm. A concentração de consumo é ruim porque todo o sistema elétrico precisa ser dimensionado para suportar o pico, demandando investimentos em ativos ociosos com custos repassados na tarifa de energia.   Para o consumidor mudar seus hábitos, ele deve ser comunicado de forma clara e é preciso uma
revisão completa no modelo de tarifa de energia, com a medição ocorrendo a cada  hora. Isto é possível através da adoção de medidores inteligentes de energia. E a implementação desta tecnologia no país está atrasada. Enquanto na Ásia há mais de 700 milhões de medidores inteligentes instalados, na Europa, há mais de 120 milhões e nos Estados Unidos, mais de 100 milhões. Já no Brasil existem apenas 3 milhões em operação, e mais da metade deles sequer permite a medição de consumo a cada hora.  A maioria dos países desenvolvidos tem o objetivo de ter ao menos 80% dos consumidores atendidos com medidores inteligentes a partir deste ano. Por aqui podemos aproveitar a crise para acelerar um programa de medição inteligente para ao menos 50% do consumo em baixa tensão, iniciando pelos maiores clientes.   A visão precisa ser ampla, passando pelo processo industrial, pelas barreiras de especificações técnicas e comerciais, e pela rápida implantação de sistemas de comunicação. Com acesso aos dados o consumidor vai receber prêmio por fazer algo bom para ele e para todos. São benefícios individuais que promovem ganhos coletivos. Na busca por eficiência é primordial o estabelecimento de preços condizentes com o custo da fonte de geração de energia, que reflitam com precisão a realidade operativa, se estão sendo usadas usinas caras ou baratas. Somente assim é possível induzir comportamentos eficientes e o uso racional.  Desde janeiro de 2021, entrou em operação no Brasil a precificação individualizada por hora. O modelo proposto varia pouco dentro de um mesmo dia, de modo que ao deslocar o consumo do horário de pico para um período de preço baixo (lavar roupa de madrugada, tomar banho depois das 20 horas etc.), o benefício econômico do consumidor é pequeno. Faz-se necessárias outras vantagens.   Pesquisas recentes, divulgadas no início de agosto pela Abraceel mostram que 81% dos consumidores gostariam de escolher seus fornecedores de energia.   Cinco medidas contribuiriam para atender a esses anseio, elevando a eficiência do setor energético no país:   Medidores Inteligentes  A instalação desses equipamentos nos clientes de baixa tensão deve ser tratada como uma emergência. Os desafios de importação, fabricação, instalação, tributação etc, precisam ser encarados com um ‘amplo plano de guerra’.   Separação entre os serviços de rede e o fornecimento de energia  Toda vez que se fala em reduzir consumo, as distribuidoras entram em pânico e com razão: cerca de 60% dos investimentos realizados são recuperados de forma proporcional ao consumo de baixa tensão. Se há incentivos à redução, há perda de remuneração. Como superar este impasse?  Uma das formas é rever a estrutura tarifária, vigente desde 1970. As distribuidoras hoje possuem dois negócios: constroem a rede elétrica que conecta os consumidores, e comercializam energia de forma regulada pela ANEEL. A separação das duas atividades é urgente, e os modelos de negócio precisam ser revistos.  Modernização das tarifas  É necessário uma cobrança pelo consumo no horário de pico e outra pelo acumulado, e a remuneração das distribuidoras tem que ser vinculada à qualidade e não ao volume de investimentos. Quanto menos a empresa gastar para prestar um serviço de qualidade, melhor para ela e para os consumidores!  Liberdade aos consumidores  É preciso permitir que mesmo os menorzinhos possam migrar ao Mercado Livre. Vários dos custos extras desapareceriam com o direito de escolha. Sistemas de Armazenamento  Se o problema é de consumo no horário de pico, ele pode ser resolvido carregando-se uma bateria durante a madrugada e descarregando-a no horário de pico. O consumo total de energia seria o mesmo, mas as redes elétricas e as usinas não ficariam sobrecarregadas por algumas horas do dia.   Adicionalmente, as baterias associadas a usinas solares e eólicas podem ser carregadas em seus picos de produção e podem injetar energia na rede nos momentos de maior consumo. Essas sugestões são preliminares e precisam ser estruturadas pela Aneel e pelo MME. Mas não há mais como adiar debates e nem ações urgentes. Já cansamos  de ver os sinais nos céus de que precisamos entrar em um outro patamar de inteligência em gestão energética. A sociedade e a economia já tomaram choques demais e agora clamam por uma profunda reforma na regulação do setor elétrico nacional. *Ronaldo Nuzzi, é CEO da Thompson Management Horizons e Matemático, com MBA pelo Institut Supérieur de Gestion/Paris e pós-mestrado pela Harvard Business School. [email protected] 

Mude nas atitudes

Afonso Rodrigues de Oliveira

“A maior descoberta de minha geração é a de poderem as criaturas humanas modificar as atitudes do espírito”. (William James)

Não haveria progresso se não houvesse mudanças. E a mudança mais importante é a do espírito. Que é quando nos equilibramos nos pensamentos. O que requer desenvolvimento racional. Então vamos evoluir desenvolvendo o nosso modo de pensar, para que possamos desenvolver nosso espírito. Simples pra dedéu.

Ontem pela manhã, assisti a um dos maiores exemplos de como ainda estamos num processo de desenvolvimento atrasado. Ainda estamos vivendo orientados pelos pensamentos dos que ainda não aprenderam a pensar. E isso está em todos os níveis sociais. Pela manhã, bem cedinho, precisei levar a dona Salete a um Posto de Saúde. Ela precisava ir ao clínico geral, para ele lhe dizer se ela estava doente. Ela entrou para o atendimento e eu fiquei lá fora, esperando-a. E foi aí que observei o melhor.

Fora do Posto estava um número grande de pessoas aguardando a chamada. Entre eles estava um senhor de idade já avançada, e com um problema numa das pernas. De repente ele tirou o chapéu, pegou um livrinho, abriu-o e começou a falar para os presentes. O assunto era religião. O cidadão falou, falou, e ninguém tomou partido. Ele citou um número considerável de capítulos bíblicos. Por fim, uma senhora bem mais moça do oque ele, começou a contestar algumas das citações. E você já sabe como as coisas correm nesses momentos. Mas, a “briga” não foi longa. Logo a senhora foi chamada para o atendimento, e o cidadão continuou fazendo sua pregação, mas sem muita atenção.

Ele falava e eu caminhava lentamente pela calçada, esperando a volta da dona Salete. E enquanto caminhava pensava em quanto ainda temos que evoluir racionalmente, para poder viver dentro de um esquema próprio. Que será
logo que começarmos a dirigir nossas vidas com os nossos pensamentos e raciocínio calcados no estado de espírito. A Salete chegou e saímos. Não quisemos chamar nosso filho para nos pegar. Preferimos uma pequena caminhada matutina, e nas conversas fazer o exercício diário. Mas não fui tolo para tocar no assunto sobre o cidadão da bíblia.

Já em casa iniciei uma reflexão sobre o assunto. Observei que o mais importante é observar esses momentos, mas sem se deixar influenciar nem pelo a favor, nem pelo contra. Cada um está agindo e atuando dentro do seu nível de desenvolvimento racional. Porque, em certas ocasiões, o desenvolvimento permanece apenas no racional, mas sem atingir o ser que pensa que o tem. E se você o tem ou não, vai depender de sua atitude diante da provocação. Pense nisso.

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