Afinal, o que é o certo para a mentira?
Sebastião Pereira do Nascimento*
Atualmente o Brasil se divide em dois países: o país real e o país da mentira. O país real não anda nada bem. Enquanto o outro, aos olhos do presidente e de seus apoiadores, anda às mil maravilhas, assim como pontuou na Assembleia Geral da ONU. Porém, todos, o Brasil e o mundo, sabem que o país está sendo atacado por um governo maligno, onde Bolsonaro e seus aliados, invertem a lógica da obrigação do agir correto e passam instituir, sistematicamente, avalanches de mentiras no sentido de romper com a estrutura moral e institucional do país. E mesmo diante desse instante sombrio, Bolsonaro e seus capatázios propagam que suas mentiras estão sendo postas em conformidade moral, ainda que fora da lei, e que estão agindo no caminho certo. Mas, afinal, o que é o certo para a mentira?
Será certo um país onde a família do presidente tem como meio de vida à práticas de corrupção, onde todos os filhos são investigados na justiça por diversas formas de crimes (esquemas de “rachadinhas”, propagações de notícias falsas e tráfico de influência), todos com a intenção de obter benefícios para a família e terceiros.
Será certo um país onde o governo ataca violentamente a ciência e desmantela as universidades públicas e as instituições pesquisas, fazendo com que muitos profissionais da ciência e intelectuais sejam obrigados a deixar o país para desenvolver suas habilidades em outras pátrias?
Será certo um país onde um então ministro das relações exteriores, se punha como um sujeito inábil e imoral e que nada fazia senão destilar ódio ao país; onde o ministro do meio ambiente “passava a boiada”, com interesse de desmontar os órgãos de controle e fiscalização ambiental e tornar branda as leis para permitir o desmatamento, a grilagem de terras, a violência no campo e despojar as unidades de conservação?
Será certo um país onde o ministério da educação é esfacelado pelo presidente e seus ministros, os quais renunciam da moral para pronunciar ódio aos livros e desprezo aos professores; onde o presidente e sua malta ojeriza o educador Paulo Freire (patrono da educação brasileira), apenas por ele dizer que o objetivo maior da educação é conscientizar o estudante, visto que o ser consciente não aceita juízo ou julgamento em desacordo com a realidade?
Será certo um país que tem no ministério da saúde sujeitos caudatários e corruptos que, desde o início deste governo, vêm quebrando o sistema de saúde pública em detrimento da saúde privada; onde o presidente e seus ministros trapaceiam as regras sanitárias, difundem falsas notícias, atropelam a vacinação e negam a gravidade da pandemia que já matou mais de 592 mil pessoas, algo que amanhã a história deve tratar esse flagelo como um feito genocida?
Será certo um país onde o governo ataca os direitos dos povos indígenas e sem nenhum traço de consciência expressa apoio aos espoliadores das suas terras tradicionais, favorecendo a sua apropriação por terceiros e a exploração indiscriminada das suas riquezas naturais e onde os defensores dos povos originários são vistos como inimigos do país?
Será certo um país onde o governo insiste em destruir o patrimônio cultural brasileiro; onde o presidente e seus lacaios têm visões reducionistas da cultura e a tratam com viés ideológico; onde o governo mantém como gestores da cultura, indivíduos que destilam ódio às artes e alimentam horrores à diversidade dos povos?
Será certo um país onde o presidente se refere às mulheres brasileiras como mercadorias sexuais; onde o presidente e seus comparsas guardam em si ressentimentos deteriorados pelo tempo que os levam às abomináveis declarações racistas, sexistas, homofóbicas, misóginas, preconceituosas, etc?
Será certo um país que até pouco tempo sustentava um ministro da justiça sôfrego de vaidade e praticante da ordem espúria e corrupta, o qual burlava as leis em benefícios de seus pares; onde um país sustenta um ministro da justiça servil que age esquivado do dever e da obrigação de fazer justiça?
Será certo um país onde a agenda econômica do governo segue as diretrizes do sistema neoliberal que leva reduzir o Estado a partir da privatização de empresas estatais, terceirização de serviços públicos (pagos pelos contribuintes) e a entrega do patrimônio nacional ao setor privado?
Será certo um país onde o presidente compulsivamente vocifera mentiras e enganações, deixando de cumprir sua finalidade institucional e passa a afrontar os outros poderes constituídos. Poderes estes guardiões das normalidades das leis, das condutas sociais e da democracia brasileira?
Será certo um país onde o governo oferece arma aos camponeses ao invés de oferecer incentivo à agricultura familiar, na direção de mitigar a fome de quase 30 milhões de brasileiros famintos; onde o governo subsidia o agronegócio das grandes multinacionais e celebra uma agroprodução que não mata a fome, não gera emprego e tampouco é sustentável; uma agroprodução movida ao veneno e vilã da natureza?
Será certo um país cujo seu presidente é dotado de indigência moral e cívica, o qual, junto com seus capachos, prega o patriotismo e ao mesmo tempo destrói o país com uma agenda nacionalista; um presidente que enaltece a família e o culto a Deus, mas que tem na família o histórico de violência e na religião o uso de arma como salvação humana?
Será certo um país onde o presidente é incapaz de lidar com o contraditório e que mente compulsivamente; um presidente mitômano – daí o porquê a alcunha de “mito” – que distorce informações com fins
de levar vantagem pessoal; onde o presidente é rejeitado pela imensa maioria da população e ainda ridiculariza o Brasil real diante de outras nações?
*Consultor ambiental, filósofo e escritor. Autor dos livros: “Sonhador do Absoluto” e “Recado aos Humanos”. Editora CRV.
Seja o par
Afonso Rodrigues de Oliveira
“Lembre-se de que um casamento bem-sucedido depende de duas coisas: 1- Encontrar a pessoa certa; 2- Ser a pessoa certa”. (H. Jackson Brown Jr.)
Não fique dependendo do resultado dos outros. Faça sua parte bem-feita, para poder receber o resultado que você espera. As relações no lar, na família, são fundamentais para uma convivência sadia e agradável. Este é o princípio básico das relações humanas. Para que sejamos felizes e capaz de fazer os outros se sentirem felizes, é necessário que sejamos felizes no lar. Os sentimentos que construímos no lar são o que levamos para o trabalho, por exemplo.
O Jackson tem outro recado que traduz esse saber para a convivência no lar: “Case-se com uma mulher com quem você adore conversar. Quando ficarem mais velhos, o talento dela para conversar será tão importante quanto qualquer outro”. Vá refletindo sobre isso, se você for um dos quais ficam o tempo todo reclamando da mulher, alegando que ela não sabe conversar. Atualmente as mulheres estão buscando, como você, o desenvolvimento na conversa. O que torna mais fácil a convivência. O que não justifica os descontroles nos casais atuais.
Continuamos lutando contra um inimigo, um zilhão de vezes mais poderoso do que qualquer um de nós: a deseducação. E esta está até acomodada, até mesmo nos mais educados. O arrufo, a empáfia, a arrogância, são o maior inimigo que temos, como obstáculo para o nosso desenvolvimento racional. E como somos de origem racional, devemos ser racionais. E vamos iniciar nossa caminhada não confundindo a racionalidade com religião ou coisa assim. Misturar a matéria no cadinho produz o aço duro. E não precisamos de espadas nem fuzis, para lutar pacificamente.
Vamos ser mais racionais no nosso comportamento. Não devemos esperar dos outros, mais do que podemos lhes dar. E se podemos, vamos dar. E estaremos dando educação com comportamentos educados. “O bom exemplo é e sempre será a melhor didática”. Não há como fugir dessa vereda, quando sabemos o que realmente somos. Então vamos nos conhecer para que possamos transmitir para o próximo o que queremos como retorno. Porque é dando que recebemos como troco, o que damos. Não se julgue superior, seja. Porque se for, não precisa dizer nem mostrar que é. É sua presença que vai dizer quem e o que você é. Então, cuidado com sua postura, sua fala e tudo mais que faz parte da pessoa que você realmente é. E nunca se esqueça de que a simplicidade é o esteio na construção da sua personalidade.
Olhe-se sempre no seu espelho interior. Ele irá mostrar a figura que você realmente é no que você é sendo simples e honesto. Pense nisso.
99121-1460