Opinião

Opiniao 12613

A alquimia da entrevista e o refogado da contratação

Henning Dornbusch*

 

O que colher de uma boa entrevista sempre foi fruto de uma longa discussão. Por isso, ter a visão de vários interlocutores, cada um com seu ponto de vista e com uma visão diferente da psique humana e das virtudes de cada candidato sempre enriqueceu o debate do perfil ideal. Não esquecendo que cada entrevista pode ser também fruto de uma autoanálise do entrevistador.

O filtro pode ser o currículo. Mecanismos de busca ajudam, claro. Tecnologia está aí para isso. Mas é naquele velho e bom olhar que o tabuleiro de xadrez começa a movimentar as peças. A coerência da narrativa faz mais sentido do que um currículo bem redigido. O ditado de que se preparar para uma entrevista é fundamental para o sucesso nunca foi tão verdadeiro e ainda conta com poucos adeptos. Isso serve para as duas pontas da mesa, ou da tela .. Entrevistar significa também vender uma paixão e uma oportunidade concreta de despertar no candidato o interesse em se juntar a uma fórmula vencedora. Esse link tem que existir. A conexão tem que ser estável

É nas entrelinhas que sabemos o sabor da feijoada. Conversar sobre atividades e interesses praticados fora do ambiente de trabalho podem determinar a diferença entre gostar e efetivamente se dedicar a uma causa. Qual o nível de detalhe que a paixão em nós desperta?

A dicotomia entre o tempo de Chronos e o tempo de Kayros… Mas voltando à feijoada .. Pessoalmente, gosto de conversar sobre a paixão que move cada um e ver o brilho de alguém descrevendo como gosta de cozinhar, de música, de literatura ou de qualquer atividade que desperte um profundo interesse. Já me imaginei uma vez saboreando uma feijoada, onde o candidato descreveu cada passo e cada detalhe e ponto dos ingredientes. Mesmo se eu fosse vegano acho que gostaria de ter experimentado.  Se a empresa fosse essa feijoada … quais os ingredientes que o candidato à vaga gostaria de ter?

O entrevistador passou a ser o candidato e o candidato o entrevistador? Extremos de uma tendência de equilíbrio de forças por um propósito que visa ao modelo participativo e que culmina com uma gestão saudável e colaborativa de todos. Já fiz uma provocação em uma entrevista em que, após 15 minutos de conversa, resolvi mudar as funções e mudar os papeis (Quid Pro Quo Clarice, Quid Pro Quo – para quem viu o filme o Silêncio dos Inocentes). A reação do candidato foi de perplexidade inicial, mas iniciou um outro diálogo sobre preparação. Portanto, cada uma das pontas, preparem-se para serem entrevistados e entrevistadores. Sempre um ótimo exercício.

 A feijoada tem que ser boa para quem a prepara e para quem a degusta.

 

*Henning Dornbusch é mentor de executivos, com  formação em coach e sócio proprietário na JHD Consult.

Seu dia é hoje

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Para que levar a vida tão a sério, se a vida é uma alucinante aventura da qual jamais sairemos vivos”. (Bob Marley)

Conheço uma garotinha, ainda pré-adolescente, que está cada, vez mais, ficando carrancuda. Entristece-me ver a beleza se deixando vencer pelo mau-humor. Ainda não tive oportunidade de bater um papo familiar com ela. Nem sei se isso adiantaria. Porque não sei como ela me vê, já que ela sempre me olha, com carinha de quem não gostou. E mesmo que aprendi que não devemos deixar para amanhã o que devemos fazer hoje, vou ser cauteloso. Mesmo porque não sei se meu blá-blá-blá seria proveitoso.

Se você é uma das pessoas que se deixam levar pelo mau-humor, cuidado. O mau-humor é um descontrole emocional; o descontrole emocional é um descontrole mental. E quando não somos capazes, para controlar nossa mente, não tem como nos controlar emocionalmente. E a mente é o reino de Deus que está dentro de nós. O problema é que ainda não somos capazes de entender o poder que temos dentro de nós. E por isso não conseguimos controlar nossas emoções. E no mau humor as emoções estão se balançando em redes confortáveis. Simples pra dedéu.

Cuidado com o seu mau-humor. Não permita que ele faça de você uma marionete do destino. Não permita nem deixe que os maus pensamentos invadam sua mente. Mantenha, sempre, como seu maior amigo e defensor, o seu subconsciente. Mantenha boa convivência com ele. Ele é o poder que Deus pôs dentro de você. E se é assim você tem todo o poder de dirigir sua vida com racionalidade. Você não precisa ficar pedindo a Deus o que Ele já lhe deu, depositando sem sua mente.

Não deixe que o mau-humor tome conta de você. Se você é uma mãe dominada pelo mau-humor, cuide de sua filha, orientando-a na escolha da vereda da vida. E não se esqueça de que o exemplo é a melhor didática. Liberte-se do que não interessa para o bem-estar do próximo. E sua filha é o próximo mais próximo de você.

Vamos viver a vida com amor, carinho, amizade, e muito respeito. O que é dado com amor não causa prejuízo. Ao contrário, é a semente que plantamos para a colheita do amanhã. Dê sempre o melhor com seu sorriso, sua postura, e o amor será e estará sempre presente, mesmo na sua ausência. O Bob Marley já disse: “Não viva para que sua presença seja notada, mas para que sua falta seja sentida”. Rui Barbosa também disse. “Há os que plantam a alface para o prato de hoje, e os que plantam o carvalho para a sombra de amanhã”. Veja o que você está plantando com seus filhos. Oriente-os, mas não os dirija. É na boa orientação que eles encontrarão a boa vereda para a vida. Pense nisso.

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