Opinião

Opiniao 12778

Educar com amor

Marlene de Andrade

“O Senhor disciplina a quem ama, assim como o pai faz ao filho de quem deseja o bem.” (Provérbios 3:12). 

Nem sempre acertamos tudo, às vezes, até nós adultos, mesmo sendo cristãos genuínos, erramos. Criança também erra e por isso deve ser disciplinada, porém têm pais que extrapolam chegando às raias da humilhação e do espancamento, o que é totalmente errado e cruel. 

É evidente que os filhos devem ser disciplinados, porém isso nada tem a ver com maltratos, uso de palavras rudes, chulas, violência e desonra, pois tais atitudes não são educativas e nem tampouco pedagógicas. 

Os pais devem explicar aos filhos que através dos nossos erros e fracassos poderemos alcançar vitórias mais lá na frente e aprender atingir os alvos certos, para não mais errar. Portanto, a criança precisa entender que devemos aprender com os erros e que o importante é não errar mais. Ela precisa também saber que ser humano nem sempre acerta tudo. Todavia, e indubitavelmente, os filhos devem ser treinados para procurar acertar sempre os alvos corretos a fim de não fracassar continuamente. 

A criança deve entender também que os erros na vida de qualquer pessoa devem ser corrigidos e que ela, desde pequena tem que querer acertar sempre, em vez de ficar errando de forma contumaz. A criança que receber essa instrução quando tiver cometido erros, imediatamente, vai se sentir encorajada a conversar com seus pais, ou seus líderes e lhes contar tudo que está ocorrendo com ela. 

O livro de salmos nos explica: “Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe.” (Salmos 51:5). E isto é verdade mesmo, visto que a criança aprende a pecar sem que ninguém a ensine, pois o pecado já nasce com a gente. A partir de um ano a criança começa a fazer pirraça, fica irada e até conseguir o que quer se joga no chão para chamar atenção e entre tantas outras inconsequências, espanca os irmãos e coleguinhas como se aquilo fosse algo muito natural. Isto tem a ver com a essência do ser humano que é pecaminosa.

Quem de nós precisa fazer curso para aprender a pecar? A criança aprende a praticar más ações sozinhas, ou seja, bater no coleguinha, não respeitar os pais e os professores, implicar com os irmãos e, entre outros, mentir. É evidente, que se ela é criada num ambiente hostil vai se tornar uma criança muito mais mal educada. Portanto, os filhos devem ser treinados para agir sempre corretamente e em vez de ser espancados, pois o que eles precisam é ser orientados a compartilhar com seus pais tudo que estão sentindo e fazendo no seu dia a dia.

À luz desta reflexão fica o seguinte: o melhor ensino é o bom exemplo. 

Marlene de Andrade

Médica Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT-AMB-CRM

Técnica do Trabalho/SENAI-IEL

CRM-339 RQE-341

A teologia dos amigos de Jó e os pacotes de moralidade

Walber Aguiar*

A misericórdia triunfa sobre o juízo

                                                         Tiago: 2:13

O ideal de Deus é como foi criado, homem e mulher desde o princípio. Agora, com a criação de pacotes de moralidade, queremos julgar e lançar pessoas por quem Jesus morreu, no inferno. É preciso ponderar, refletir, entender que Deus não criou nenhuma cartilha de moralidade, nenhum manual de moral; pois ele está acima disso, conforme Isaías 55:8.

Por isso, há necessidade de respeitarmos a opinião de qualquer um, pois vivemos em um espaço democrático.

O universo é regido por leis fixas, como a lei da gravidade, por exemplo. Mas os relacionamentos humanos e até com Deus não podem ser aferidos por leis fixas, medidos por pacotes da média ponderada, ou maioria moral.

Senão vejamos: a teologia dos amigos de Jó, aplicada e discutida e teologizada pelos ” homens de bem”, oprime e chega quase a enlouquecer o indivíduo que sofre com toda aquela situação inusitada, querendo que o mesmo, premido pela dor e sofrimento, “confesse” um pecado que não cometeu.

Não podemos, em nome de Deus, querer medir todas as relações e dimensões da alma e do universo, dentro de uma caixa, de um depósito de comportamentos moralizantes, sem nenhum respeito pelo ser humano amado por Jesus.

Abraão não passaria nesses testes da moral exacerbada de muitos grupos religiosos de hoje. Sim, pois o pai da fé teve uma amante e abandonou tanto ela quanto o filho Ismael, a vagar pelo mundo. Passaria Abraão nessas avaliações grupais e contextuais do moralismo criado e enformado nesses dias de julgamento sem misericórdia? Jacó, que foi amado por Deus, em detrimento de Esaú, misteriosamente, jamais passaria no crivo da conduta moralizante desses que veem pecado apenas no sexo e na dimensão da sexualidade, mas não conseguem percebê-lo na “polis”, no cidadão expropriado e oprimido pelos pecados sociais e políticos, resultado de uma ideologia que, para muitos, já sobrepujou a fé, tratando o irmão em Cristo como inimigo, pelo fato do mesmo não participar da nossa comunhão ideológica.

Deus rejeitou o Jacó ladrão, enganador, trapaceiro, adepto da “lei do Gérson”, que sempre quer levar vantagem em tudo, roubando do irmão a benção da primogenitura e tendo trapaças, inimizades, taras, incesto e tantas outras manifestações familiares de iniquidade?

Certam
ente, Deus nos ama e abençoa, apesar de nós , dos nossos apequenamentos, da nossa estreiteza de mente e obtusidade , no querer tratar os outros com esses pacotões de moralidade, em vez de abraçar o reino estabelecido com ética por Jesus, que andava com prostitutas, endemoninhados, ladrões, hipócritas, falsos discípulos, enfim, todos aqueles que não cabem em muitos arraiais evangélicos e outras manifestações de fé preconceituosas, e que, em nome de Deus , de um Deus misericordioso, atira pessoas no inferno em nome de uma religião falida, decadente e que se guia pelos catecismos da moralidade jamais encontrada no evangelho de Jesus.

Até a lei, que mandava apedrejar os adúlteros, é branda diante da perspectiva moralizante. Isso porque, a lei pode ser cumprida ou não; mas os manuais da teologia moral de causa e efeito, opressores de Jó e de milhões de indivíduos, engessam, oprimem, emparedam e des-individualizam o ser, fazendo com que o mesmo não seja em Deus, mas faça coro com a multidão de “amigos de Jó” , que se autojustificam em cima de códigos de conduta cheios de comportamentalismos morais e completamente esvaziados de ética, compaixão, misericórdia e graça.

Em verdade, segundo Romanos 3, somos vendidos ao pecado, pois não há um justo, nem um sequer, nenhum que faça o bem; todos se corromperam, a uma se fizeram inúteis. A boca eles a tem cheia de maldição, não há temor de Deus diante de seus olhos.

Todos pecaram e carecem da glória de Deus, por isso o Deus a quem sirvo, afirma que se meus olhos forem bons todo o meu corpo será luminoso, pois tanto o discurso quanto a prática andarão na direção da percepção de que o evangelho é para perversos, monstros e pervertidos, e não para os que batem no peito e descem, em nome de Deus e da moralidade, justificados para sua casa.

Qualquer que seja o argumento, a justiça está no bojo do amor divino, para quem a misericórdia sempre vai triunfar sobre o juízo…

Parte superior do formulário

Advogado, historiador, professor de filosofia, membro da Academia Roraimense de Letras

Fortalecendo o caráter

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Não se pode fortalecer o caráter e a coragem, desencorajando a iniciativa e a independência”. (Abraham Lincoln)

Desencorajar é levar para o fracasso. A iniciativa deve ser sempre estimulada e nunca desencorajada. Não há liberdade sem independência. O que faz com que ainda não possamos nos considerar uma nação independente. Sei que não é fácil entender isso, mas é necessário que entendamos. Senão iremos continuar sendo marionetes e títeres de manipuladores. O importante é que nunca nos sintamos dependentes. Somos responsáveis pelo nosso destino. Mas primeiro devemos nos educar, fortalecendo nosso caráter, para podermos manter e garantir nossa independência.

De acordo com grandes cientistas, o dia hoje não tem mais vinte e quatro horas. O tempo está num processo de aceleração em função da inclinação do eixo da Terra. E em vez de nos atentarmos para isso, continuamos nos apavorando com o tempo que passa rápido. Quando deveríamos observar que o tempo não está correndo por conta da azáfama do modernismo; a azáfama é que é produto da aceleração por conta da inclinação do eixo. Então vamos refletir e procurar viver com mais racionalidade.

Vamos nos acalmar e procurar viver as horas curtas, com maior preparação para o mundo em que viveremos daqui para frente. Porque não vai ser tão fácil assim. Mas tudo vai depender da evolução da nossa mente. E pelo que vemos, continuamos na estaca zero do avanço. O ser humano continua no estágio primitivo de sua evolução. Ainda não nos preocupamos com o desenvolvimento mental. Continuamos esperando que os que não sabem fazer, façam por nós o que nós mesmos deveríamos fazer.

Nunca iremos respeitar o nosso valor como seres humanos, enquanto continuarmos criando leis inúteis para exigir o respeito que deveríamos receber pelos meios civilizados. E a educação é o caminho mais eficaz para o respeito. Ninguém vai respeitar alguém porque é obrigado a respeitar, quando deveria respeitar por educação. Nenhuma pessoa educada precisa de uma lei para respeitar uma pessoa negra ou anã. Então vamos educar. E não nos esqueçamos de que a política deve fazer parte da educação. Porque se fossemos um povo educado, não estaríamos sofrendo os vexames que sofremos com a desorganização na sociedade.

Vamos nos educar para que possamos ser realmente cidadãos. Porque enquanto não formos, não seremos respeitados como tal. Vamos nos educar para podermos votar por dever, e não por obrigação, obrigados por políticos que não merecem nosso respeito. Mas para que mereçamos o voto facultativo precisamos nos educar. Vamos fazer nossa parte. Pense nisso.

[email protected]

99121-1460