A violência virtual
*Dra. Marihá Lopes
Nunca é fácil ler ou ter conhecimento sobre alguém tirando a própria vida, mas infelizmente, há pouco tempo, o fato de um jovem de 16 anos publicar um vídeo em uma rede social foi suficiente para a avalanche de comentários negativos, violentos e homofóbicos. Com a velocidade fora do comum com que informações circulam e viralizam, em instantes, uma vida se vai. Nos últimos anos, o consumo online vem aumentando de forma exponencial e com isso temos visto um aumento também no bullying virtual, mais conhecido como cyberbullying. De acordo com a UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância), uma a cada 30 crianças e adolescentes em 30 países já foram suas vítimas e as redes sociais foram o espaço virtual com mais casos de violência. Pensando nesse excesso de vulnerabilidade que encontramos hoje, o que pode ser feito para minimizar esse tipo de situação?
Os adolescentes são impulsivos por natureza, logo o cuidado precisa ser mais presente. Fique de olho no que é consumido por eles, tente entender o que eles estão acessando, mantenha o diálogo aberto dentro de casa para debater assuntos atuais e esteja atento a mudanças comportamentais. Os adolescentes e também as crianças costumam mudar seus comportamentos quando passam por situações difíceis de serem enfrentadas. Então, se seu filho sempre foi extrovertido e do nada fica mais introspectivo ou violento, preste atenção! Pode ser que algo esteja acontecendo e ele não saiba como falar ou pedir ajuda. Por isso, a comunicação dentro de casa é fundamental. Se, mesmo com o diálogo mais próximo, seu filho ainda estiver diferente, vale a pena buscar ajuda profissional. O psicólogo e o psiquiatra podem ser bons aliados nesse momento. No atendimento psicológico, o jovem poderá se abrir e expor o que está acontecendo e, a partir disso, pode-se montar estratégias em seu cotidiano. A participação da família é um fator muito importante para implementar algumas das estratégias.
Sabemos que os jovens buscam fazer parte de grupos e serem aceitos, mas será que é preciso estar em situações de extrema exposição para passar a ser alguém no grupo? Com tantos debates sobre direitos e aceitações, vale a pena levar para roda de conversa familiar esses excessos de exposições online e buscar equilíbrio na vida desses jovens. Afinal, a vida, de verdade, acontece no offline.
*Marihá Lopes é psicóloga clínica, especialista em terapia cognitiva comportamental e Doutora em Psicologia Social.
Amor e experiência
Afonso Rodrigues de Oliveira
“O amor é a maior experiência do homem. Ele nos coloca em comunicação com a Inteligência Infinita”. (Napoleon Hill)
A conexão quádrupla sempre leva ao descontrole, quando não sabemos distingui-la. Ela é formada pelo amor, o sexo, a paixão e o ciúme. O equilíbrio e o desequilíbrio estão na nossa capacidade de colocar, ou não, cada qual em seu lugar. O amor só constrói. Nada é mais poderoso na construção da felicidade, do que o amor. Mas ele tem que ser sadio. Senão não é amor. E é aí que começamos a analisá-los. E por isso não devemos misturar o quarteto. Que é o que todos fazem quando não estão conscientes do que fazem. Não há, a meu ver, como definir o amor. Ele é único. Não há como misturá-lo. O sexo é vida. Não há como reproduzir sem ele. Há quem ache que sim, mas de outras formas. A paixão é um descontrole emocional. Quando você se apaixona é porque não está conseguindo controlar suas emoções. Já o ciúme é um descontrole mental. Quanto mais ele cresce mas leva você ao descontrole mental. E às vezes, e nem tão poucas, ao crime e outras travessuras mentais.
Realmente o amor nos coloca em comunicação com a inteligência infinita. Só com o amor alcançamos a racionalidade. Ninguém comete um ato irracional levado pelo amor. É uma desculpa esfarrapada. Uma prova do descontrole irracional. Então, vamos amar. É simples pra dedéu. É só você amar você mesmo. Só quando nos amamos somos capazes de amar os outros. E amar o próximo é uma orientação divina. Porque somos todos iguais. As diferenças que fazem e criam as ondas mentais devem ser respeitadas, em vez de discriminadas e odiadas.
Quando nos aborrecemos com os que nos parecem inferiores é porque estamos nos igualando a eles. E só isso. Somos todos iguais. O fato é que não somos inteligentes suficientemente para nos analisarmos. E quando não nos analisamos, os outros nos analisam. Naquela de onde quer que você esteja, há sempre alguém observando você. E isso não é casual. Então cuide se ser o que você é, onde quer que você esteja. Mas nada de exibicionismo. A preocupação em mostrar o que pensa que é, é uma tolice.
Iguale-se respeitando as diferenças. Nunca se esqueça de que o amor é o guia que leva você à racionalidade. E esta está no universo de onde você e todos nós viemos.
Ame, creia, acredite e viva você mesmo, vivendo a vida eterna. E nela não há unidade de tempo. Por isso não perca o tempo que você tem por aqui, neste universo ainda em evolução. Seja feliz no amor. É dando que recebemos no retorno, o que demos. Então dê o melhor que você puder dar. E isto está no amor que damos ao próximo. Pense nisso.
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