Opinião

Opiniao 12826

Povos da floresta como protetores do meio ambiente

Sebastião Pereira do Nascimento*

Os problemas ambientais no Brasil remonta ao século XVI, desde quando os portugueses iniciaram, por questões econômicas, a extração em massa do pau-brasil, depois a implantação das grandes lavouras de cana-de-açúcar e mais tarde a monocultura do café. Obcecados pelas potencialidades da “nova” terra, os europeus tudo fizeram para explorar desordenadamente os recursos naturais, escrevendo a história do Brasil com o sangue dos povos nativos e a destruição do meio ambiente.

Saltando do século XVI para o século XX, particularmente a partir do golpe militar de 1964, o Brasil reaquece as mais terríveis violações dos direitos ambientais, algo programado pelo sistema ditatorial que, sem nenhuma consciência pela natureza e o país sem uma efetiva legislação de proteção ao meio ambiente, passa sofrer as consequências de uma política reacionária e corrosiva – se aprofundando numa pobreza social e ambiental –, fazendo jus a um legítimo país de terceiro mundo.

Durante os anos da ditadura militar, conhecidos como período do malfadado “milagre econômico”, alguns planos de “desenvolvimento” para Amazônia foram idealizados como pretexto de evitar a “ocupação” estrangeira da região, a qual nunca passou de meras ilações paranóicas. Partindo desta ilusão, criou-se um programa de Estado (Programa de Integração Nacional) que dizia ser preciso ocupar a Amazônia brasileira, transformando os seus espaços vazios em espaços produtivos.

Assim, foi criado o programa “Integra Para Não Entregar”, que tinha como objetivo ligar as regiões Norte e Nordeste à região Centro-Oeste do Brasil, por meio de grandes rodovias com a intenção de ligar o nada a lugar nenhum. As rodovias, além de destruir a natureza amazônica, também atingiu drasticamente as populações locais, chegando inclusive a provocar o extermínio de alguns povos indígenas até então isolados do restante do país. Sem sombra de dúvida, esse plano governamental, a despeito do povo da região, foi um dos programas mais sórdidos já construídos na Amazônia. Assim, a pretexto de aliviar a pressão agrária e diminuir a pobreza rural no Sul e Nordeste do Brasil, simplesmente o governo ampliou os problemas para a região Norte, o que resultou nos grandes embaraços ambientais que temos hoje na Amazônia.

Ainda no início da década de 1970, com intuito de barrar os crescentes danos ambientais, posto que sem muitos parâmetros científicos, surge ideia de criar unidades de conservação no Brasil, o plano consistia numa retórica de não permitir a presença humana no interior dessas unidades de conservação, o que culminou com um disparate desarranjo social, pois famílias inteiras de ribeirinhos, extrativistas, etc. eram retiradas de suas terras tradicionais, tendo que residir na periferia dos grandes centros urbanos – na prática, os operadores ambientais faziam o juízo de que era o povo da floresta que deteriorava o meio ambiente e não a sociedade urbana detentora do capital selvagem.

Pouco mais tarde, no início dos anos 1990, percebendo os conflitos sociais (relativos aos povos da floresta) provocados pelo modelo vigente de conservação ambiental, o Brasil foi obrigado a olhar de outra maneira a relação do homem tradicional com as áreas de proteção. Isso permitiu introduzir um novo conceito de conservação, tendo como exemplo as reservas extrativistas, que têm o intuito de preservar a floresta ameaçada, o uso sustentado dos recursos naturais e atenuar os conflitos sociais/agrários. Essa nova postura partiu da constatação de que os hábitos de vida das populações tradicionais não trazem prejuízos ao meio natural, ao contrário, pelo fato de levarem uma vida inteiramente orientada pela natureza trazem até benéficos. Além disso, a própria presença humana dentro das áreas de conservação, proporciona um escudo de proteção integral.

Portanto, uma eficiente política de conservação ambiental, deve passar pela participação desses grupos sociais, que têm o interesse de manter o seu ambiente íntegro para a manutenção de sua própria sobrevivência. No Brasil, um país que abriga inúmeros povos tradicionais e, particularmente na Amazônia, investir nessas populações – ou mesmo mantê-las intocadas na floresta – é antes de tudo um ato de responsabilidade com o meio ambiente e com a qualidade de vida desses povos originais, os quais são detentores de importantes conhecimentos científicos e culturais (técnicas tradicionais de manejo, conhecimentos de produtos alimentícios e medicinais, etc), algo que o homem ocidental deveria aprender como forma de evoluir e melhorar as condições de vida no planeta. Portanto, não há de fato nenhum benefício mais pujante que as boas práticas de conservação exercidas pelas populações tradicionais. Pois, onde há floresta há riqueza e exuberância.

Mas, apesar desses benefícios, o que assistimos na atualidade são atitudes irresponsáveis por parte dos governos estadual e federal, onde logo percebe-se que os esforços do Brasil que, até pouco tempo, eram para conter o desmatamento e melhorar as condições do meio ambiente, agora são voltados para enfraquecer as normas e os órgãos de controle ambiental, incentivar a grilagem de terras, dar fôlego às atividades ilegais de garimpo e retirada de madeira, bem como atacar os povos tradicionais. No caso da população indígena, aqui em Roraima temos diversos povos (Yanomami, Ye’kuana, Macuxi, Wapixana, entre outros), que há centenas de anos vêm mantendo seus territórios intactos (floresta e lavrado), mas que no momento sofrem violentos ataques por parte do garimpo ilegal e das grandes monoculturas, respaldados pela indiferença do Estado brasileiro.

Assim, a magnitude com que as ações da gestão Bolsonaro têm atingido as diversas regiões naturais do Brasil e, com grande profundeza, os povos tradicionais, algo que caminha gerando enormes desequilíbrios socioambientais, urge a necessidade de implantar um “novo” modelo de desenvolvimento capaz de coadunar a conservação ambiental aos princípios de vida dos povos da floresta, os quais têm como base de sustentação humana o tripé: social, econômico e ambiental.

*Consultor Ambiental, Filósofo e Escritor. Autor dos livros: “Sonhador do Absoluto” e “Recado aos Humanos”. Editora CRV. Coautor de “Vertebrados Terrestres de Roraima”, obra publicada pela revista científica BGE.

AMAR: UM NOVO MANDAMENTO Debhora Gondim

Este texto é baseado no que Deus ministrou ao meu coração durante a pregação do pastor Sergio Luiz, em uma conferência. E como foi relevante, confrontadora e encorajadora. Por este motivo, preciso trazer esta mensagem bíblica e libertadora para que, você assim como eu entenda o que é amar segundo o padrão de Deus. 

 Estamos acostumados a ouvir pregações, ler livros e ver posts nas redes sociais que nos dizem que devemos amar o próximo como a nós mesmos. O que muito é usado para justificar o amor próprio. Até na meio secular esta versículo é usado na autoajuda. Porém, esta passagem que Jesus nos deixou não é nova e sim antiga, a encontramos em levítico 19: 18, que diz: “Não te vingarás nem guardarás ira contra os filhos do teu povo; mas amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor.”. Se ela já era um mandamento no Antigo Testamento não tem como esta ser um novo mandamento. Como a ti mes
mo não pode ser o padrão definitivo para amar. Não que a prática da empatia não deva ser exercida. 

Por isso, Jesus apresenta de fato o padrão no qual devemos seguir, um novo mandamento, que se encontra em João 13:34, que diz: “Um novo mandamento lhes dou: Amem-se uns aos outros. Como eu os amei, vocês devem amar-se uns aos outros.” Cristo não só elevou o padrão, Ele deu significado ao padrão quando se entregou na cruz para nos salvar do pecado. Ele e seus atos mostraram o que é amar e como nós devemos amar. O padrão é alto, é sacrificial, é doador. 

     É caro leitor, talvez esteja lendo os parágrafos anteriores e se sentindo confrontado por não amar assim, por ter passado tanto tempo baseando seu amor ao próximo em um padrão falho, em um padrão que infla o seu ego e agora você percebe que o chamado de Jesus de negue-se a si mesmo e tome a sua cruz abrange até amar como Ele ama. Pode parecer difícil, mas ao nos remetermos a palavra mandamento, entendemos que é uma ordem inegociável, não é uma opção. Assim como, amar a Deus sobre todas as coisas também é um mandamento inegociável. 

 Amar como Jesus nos amou é decretar morte ao nosso ego, negar a nós mesmos em prol do outro, dar mais importância aos interesses e necessidades do outro, ter compaixão, ser servo, ser humilde, ser misericordioso e tratar com bondade até quem nos faz mal. Quando morremos para nós mesmos somos ressuscitados por Cristo para que, na nova vida que Ele nos dá sigamos o novo mandamento que Ele nos deixou.  Jesus é o padrão do amor (João 3:16). Amar é uma prova de que nascemos de novo em Cristo. 

O amor que há em nós deve ser independente do que vem de fora, deve ser movido pelo que há dentro de nós. Nosso amor não deve ser um ato correspondente, de amar, de tratar com bondade só quem é recíproco. È um amor que não depende da pessoa amada para ser demonstrado e sim de quem ama e que habita em mim, Jesus. Amar quem é difícil, quem persegue, quem é marginalizado pela sociedade, quem não tem nada para nos dar em troca. Desta forma, estaremos demonstrando de fato que nos importamos com o próximo. Obedecendo quando Jesus mandou amar os inimigos. Afinal, eu não sou o adversário e sim o outro que se colocou neste papel. Foi assim que Jesus agiu com Judas.

 Amar como Jesus nos amou é amar quem na nossa falha visão não merece. È fazer como Ele que nos amou quando ainda éramos pecadores, quando não havíamos nos convertidos e nenhuma gota de transformação havia se manifestado em nosso ser. É amar quem o mundo rejeita, mas lembrando de que o pecado cometido ainda é pecado e ele deve ser confrontado. È acolher em amor lembrando que quem age na mudança, quem convence o homem do pecado e do juízo é o Espírito Santo. Nosso papel é imitar Jesus chamando pecadores para o segui-lo em arrependimento. 

O convite que Jesus quer fazer a todos nós neste momento é de amar como Ele amou. Tendo Ele como padrão de amor, pois Ele é amor. Quem ama o próximo mostra que Deus está em si. Chega de ser um prato que retine ou sino que ressoa. Faz barulho e não sai uma bela melodia. Só há amor em quem caminha diariamente com Jesus, pois absorve suas características. Vamos cumprir o novo mandamento? Vamos sair do estado gasoso das relações que o mundo tem vivido e andar na solidez do amor bíblico? Só amando como Jesus nos amou faremos de fato diferença na vida das pessoas. 

 Teóloga e Professora

Depende da ação

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Toda ação deve-se a uma ou outra das sete causas: acaso, natureza, compulsão, hábito, raciocínio, ira ou apetite”. (Aristóteles)

Nosso futuro depende da nossa condição de pensar e agir, de acordo com os pensamentos. Não há como não ser assim. Porque toda a força de que necessitamos para vencer na vida está em nossa mente. Ainda não aprendemos a conversar com nosso subconsciente, que é o poder que o Racional Superior nos deu para sermos o que queremos ser. E de nada adianta você ficar mandando recados para o subconsciente. O certo é você dizer para ele o que você quer. Mas também não basta dizer, é preciso saber dizer.

Nada na nossa vida vem de graça, nem cai do seu como brinde. Tudo tem seu preço. E o valor no preço, depende do que queremos. É preciso muito suor para conseguir o que queremos. É uma luta renhida. E o segredo em obter, está na fé. Porque sem fé não conseguiremos nada do que pensamos que queremos. É preciso ter fé no nosso poder de conseguir, acreditando no poder que vem do nosso subconsciente. E o importante é não ficar esperando por milagres. O subconsciente não é um santo milagreiro. Ele é um poder que tem o poder de nos dar o que realmente queremos, acreditando no nosso poder de obter.

Nunca desista dos seus sonhos. Só não espere que eles se realizem apenas por serem sonhos. O Napoleon Hill disse: “A fé é indispensável para o sucesso. Ela é induzida e fortalecida pelas instruções dadas ao subconsciente”. Porque, na verdade, você está mandando ao seu subconsciente, instruções sobre o que você quer, e não orientações de como ele deve afazer. O resultado vai depender da fé que você tem no seu poder.

Riqueza, pobreza, sucesso, fracasso, tudo está ao seu alcance. Vai depender do seu modo de pensar em relação a eles. E quando você quer riqueza não deve ficar perdendo tempo, pensando em pobreza.

Lute sempre com coragem e determinação. Nunca permita que os trancos atrapalhem sua caminhada em direção ao sucesso. Os acasos tanto podem lhe trazer sucesso quanto derrota. Seu poder está em poder corrigir, quando a coisa estiver acontecendo de maneira errada. Nunca confunda compulsão com ânimo. Mantenha sempre controle sobre seus pensamentos. Mas mantenha-os fortes e decididos. Nunca duvide da sua capacidade de realizar. Acredite sempre, e confie no poder do seu subconsciente. Ele tem o poder de lhe dar tudo que você deseja. É só você saber lhe dizer o que você realmente quer, e manter firmeza na luta contra os trancos que virão.

Bob Marley também disse: “A vida é para quem topa qualquer parada, e não para quem para em qualquer topada”. Pense nisso.

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