Opinião

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Mulheres de 50 anos, o tempo de ser feliz é agora!

Por Thelma Miguel*

Se alguém ainda acredita que uma mulher de 50 anos ou mais está no declínio da sua vida anda meio desinformado.

Vivemos num mundo machista, que valoriza a juventude e beleza padronizada, “plastificada”, muitas vezes modificada por filtros e aplicativos. Porém, boa parte das mulheres com mais de 50 não se preocupa se não está enquadrada nos estereótipos endeusados por uma parcela, cada vez menor, da sociedade e vivem plenamente a melhor fase de suas vidas.

Quem não enxergar esta mudança ficará para trás! Mulheres com 50+ são bem resolvidas, economicamente produtivas, sexualmente ativas e vivem com toda plenitude.

Com os avanços da ciência, a perspectiva de vida aumentou para 80,1 anos para as mulheres e 73,1 para os homens, uma média de 31,1 anos desde 1940. Este avanço foi importante para que a sobrevida ganhasse qualidade e fez o envelhecimento ser encarado de forma diferente.

A partir das décadas de 1960 e 1970, com o advento da pílula anticoncepcional e movimentos feministas, o posicionamento social da mulher foi se modificando. Elas não aceitam mais o exclusivo papel de cuidadora do lar e da família. Este pontapé foi fundamental para que hoje as mulheres consigam ter um comportamento diferente, valorizem o momento que vivem, tomem decisões e tenham atitudes antes impensáveis pela sociedade.

Grandes formadoras de opinião encorajam as indecisas a serem protagonistas das próprias vidas. Podemos ver mulheres se libertando de comportamentos antes tidos como padrão “terceira idade” e vivenciando mudanças radicais.

Estamos vivendo um período onde a criatividade está muito elevada e elas, livres de algumas exigências e ansiedades próprios da juventude, se atiram de cabeça em busca da felicidade. Um fato curioso aconteceu durante a pandemia. Uma grande porcentagem de mulheres passou a assumir os cabelos brancos e sentem-se maravilhosas. Foi uma quebra nos padrões socialmente aceitos e libertador para muitas. O importante é que cada uma busque sua maneira de ser feliz de uma forma livre e se cuide sem se importar com a opinião de quem quer que seja, além dela própria.

Existem alguns desafios e nem tudo são flores nesta fase da vida. Problemas de saúde, financeiros e o atrelamento a uniões desgastadas podem ser geradores de estresse. O sistema de saúde ainda é precário no atendimento multidisciplinar, visando a melhoria de qualidade de vida das pacientes com mais de 50 anos. Já existem alguns programas específicos de atendimento à mulher, mas nem todas têm acesso. Não falo apenas sobre a prevenção de câncer, mas também sobre manutenção da qualidade de vida produtiva, psicológica, sexual, com acolhimento e orientação.

Hoje em dia, mulheres com mais de 50 são e fazem o que quiserem de suas vidas. O mercado de consumo deve ficar atento às suas necessidades. Elas são, muitas das vezes, ignoradas em campanhas publicitárias e não vemos produtos direcionados às suas aspirações. Marcas que não se atentarem para estes detalhes estão ignorando uma parcela importante da população. Mulheres com mais de 50 tem um poder aquisitivo mais alto e são grandes consumidoras.

O preconceito social existe, mas o empoderamento destas pessoas maravilhosas, que parecia impossível há algumas décadas começa a ser real. É importante que se perceba que envelhecer é um privilégio e que a maturidade é um dos momentos mais plenos do ser humano.

Se você é mulher tem mais de 50 e ainda não tomou as rédeas da sua vida, está esperando o quê? O tempo de ser feliz é agora!

*Thelma Miguel é médica, escritora e poetisa carioca e acaba de lançar a coletânea de poemas O Silêncio e o Grito.

Vossos filhos

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Vossos filhos não são vossos filhos. São filhos e filhas da ânsia da vida por si mesma. Eles vêm através de vós, e não de vós. Embora vivam convosco, não vos pertencem”. (Gibran Khalil Gibran)

Essa frase, aí encima, foi escrita pelo Gibran Khalil, no livro “O profeta”, no início do século XX. Uma lição que deveria ser observada, sobretudo nos dias atuais. No entanto, quase ninguém lhe dá atenção. E podemos observar isso no comportamento de crianças que não estão sendo bem orientadas pelos educadores. Estamos vivendo um período importantíssimo na evolução da humanidade. E já tivemos escolas especiais, preparadas para crianças consideradas mentalmente especiais. Quando na verdade eram, e são, crianças normais nascidas numa época em que a sociedade não está preparada para elas. Parece absurdo, mas não é. As escolas sumiram-se quando descobriram que as crianças eram normais. Nós é que não estávamos preparados para recebê-las. E muito menos para educá-las.

Lamentavelmente estamos assistindo a exemplos de pais e educadores despreparados para a evolução mental das crianças. E o preço pelo despreparo dos que deveriam preparar, está custando um preço muito alto. O que já dificulta a distinção entre preço, custo e valor. Estamos nos encantando com a evolução mental das crianças atuais. Mas o encantamento está afastando muitos pais da verdade de que a educação começa no lar.

E estou esperando que logo que terminar esse blá-blá-blá aparentemente político, comecemos a pensar e falar de educação.

Nossos filhos vêm através de nós e não de nós. O que nos leva ao dever de cuidar deles até que eles comecem a cuidar deles mesmos. O que nos responsabiliza na educação. E não há por que nos preocuparmos em saber se estamos, ou não, preparados para educar. Estamos, sim, e sempre estivemos. Só não percebíamos que estávamos, e não fizemos nosso dever, preparando os filhos para o mundo deles. E agora estamos vivendo o mundo deles, pensando que estamos no nosso. Preste mais atenção a isso. Há um número de pais que rezam para que chegue o dia do filho ir para a escola, para ser educado pelo professor.

Sem crítica, sem desrespeito. Se prestarmos bem atenção veremos que as escolas não educam, elas ensinam. E continuamos confundindo saber com educação.

O que temos de intelectuais mal-educados não está no gibi. Por outro lado, encontramos, e descobrimos isso durante a “Teia-2008” pelos interiores e sertões do Brasil, pessoas sem instrução, mas bem-educadas. É só uma questão de como vemos e aceitamos a educação.

Vamos educar os filhos para o mundo deles. Que não sabemos qual será. Pense nisso.

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