Opinião

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Cultura, turismo e economia: do picuá para o mundo

Éder Santos

O cinema e a literatura deram o tom do turismo e da economia criativa na serra do Tepequém, município de Amajari, estado de Roraima em 2021. A primeira edição da Mostra Picuá de Cinema e Literatura pode ser percebida para além de uma competente implementação dos recursos da Lei Emergencial Aldir Blanc: é um diamante sedimentado no coração da fronteira norte amazônica, sob o luar de Makunaima. Este plexo de estudantes, artistas, escritores, poetas, profissionais da comunicação, ambientalistas, professores, pequenos empresários e público seleto tem permitido a dinâmica pulsação da cultura local em uma escala global.

Com sua estrutura performática de som e imagem, própria do cinema, instalada entre a principal rua de acesso à vila e a serra do Tepequém, a sala de cinema a céu aberto contribuiu para os procedimentos de biossegurança em tempos de pandemia. O evento garimpou um festival de imagens e sentidos. Inegavelmente, um inventário sentimental, étnico-racial e de gênero proveniente de diretores de todo o Brasil. Mérito cultural para Makunaima Soluções em Turismo e aos parceiros, dentre estes, Platô Filmes, Escola de Cinema e Comunicação da Amazônia (ECCA), Sesc, Sebrae, Perin Casa & Construção e empreendedores residentes na vila.

As atividades dividiram espaço com a escola municipal Olavo Bilac. O nome da escola é simbólico, pois o prédio homenageia o príncipe dos poetas, sendo um elã-refúgio protetor das chuvas, permitindo mais exibições e performances artísticas. Atenta aos detalhes, a organização da mostra articulou materiais para restauração do prédio da escola. Um carinho com este espaço institucional definitivo na formação infantil.  

 

O sucesso repercutiu em apoio futuro. Produzir arte e cultura em um esforço monumental como visto na Mostra Picuá, é certeza de geração de renda, unida à dimensão simbólica e cidadã da cultura – três dimensões previstas na Lei brasileira. Não foi à toa, que o secretário estadual de Cultura, garantiu na noite de encerramento, a realização da segunda edição para 2022, em uma declaração emocionada, que demonstra o valor do audiovisual e da produção literária.

Como ocorre com grandes festivais e mostras em espaços de fronteira amazônica, leia-se o consagrado FestCine Amazônia (RO) ou o bioplural Festival Pachamama (AC), este incentivo governamental compensa os desafios que o público ainda enfrenta com a situação da estrada de acesso ao Tepequém, uma preocupação sempre presente, que merece o olhar cuidadoso, considerando esta relação da cultura e o turismo.

Entretanto, é preciso redimensionar os ganhos de um evento-território desta magnitude para que a sociedade entenda a importância pedagógica da cultura e seus impactos concretos na vida socioeconômica das pessoas. Foram mais de 80 filmes e mais de 80 textos inscritos de várias partes do Brasil. Os prêmios entregues aos vencedores refletiram-se em belas estatuetas produzidas pelos onipresentes artistas e irmãos Ednel e Ednelson Pereira. O público também teve a oportunidade de participar de diversas oficinas de capacitação e da IV Mostra Sesc de Cinema, panorama infanto-juvenil. Virão pela frente novas produções e, assim, novos talentos a serem descobertos.

         E os filmes premiados? O audiovisual na tela da Mostra tem o melhor do Brasil: a diversidade. O prêmio do público ficou com o curta “Mike”, dirigido por Cláudio Lavor. A biografia de Mike Guybrás permite a visibilização de artistas afro-ameríndios que lutam pela ocupação de espaços culturais negados historicamente pelo estado nacional. Revela a força crítica de raiz e resistência telúrica africana do sujeito diaspórico. 

         A animação do estado do Amazonas, intitulada “Adeus, querido Mandi”, de Bruno Villela ganhou o prêmio de melhor curta concedido pelo júri da Mostra. Um filme conectado com a teluricidade amazônica, importante para a afirmação positiva do ameríndio em sua complexa relação com a natureza. Mostra o choque de culturas, em processo de percepção reversa, como é peculiar do ameríndio em sua trajetória milenar de adequação e resistência. Didatismo com entretenimento, cultura com diversão entre-fronteiras.

 

E por quê falarmos nas homenagens póstumas? Porque estão em nossa memória cultural no sentido Bergsoniano – da duração. O artesão e poeta Francisco Galvão é parte da história do lugar. Ex-garimpeiro, foi pioneiro na produção de arte em pedra sabão no Tepequém. Um devir profissional que manteve a natureza como provedora de sustento – uma valorização do ser local. A Mostra homenageou também os artistas Ricardo Nogueira, expoente musical de Roraima e; Jaider Esbell, escritor e artista visual, ícone do movimento de arte indígena contemporânea, que infelizmente nos deixaram em 2021, mas que nos presentearam com a potência e presença de suas expressões artísticas. 

Picuá é um reservatório minúsculo cilíndrico que guarda ou esconde pequenos diamantes. No sentido bachelardiano do devaneio poético fenomenológico, o picuá – da Mostra – é uma imagem poética da proteção da riqueza, da conquista e do sonho. A mostra de cinema no Tepequém é, em termos deleuzianos, nosso picuá reterritorializado, o protetor da riqueza histórica pluridiversa. Seguimos em frente, como apontou a poesia vencedora do evento com inspiração na luta ameríndia: “sigo portando minh’alma migratória, navegando vou, numa canoa de memórias”.

Beberrão e arruaceiro

Marlene de Andrade

 

“Aprendam a fazer o bem! Busquem a justiça, acabem com a opressão.”) (Isaías 1:17a) 

 

As ideias socialistas de Marx e Engels, almejando alcançar o Comunismo, são anteriores a esses pensadores, pois Platão já difundia essas ideias. Esses dois então, passaram a divulgar haver um conflito entre o Capital e o Trabalho, ou seja, entre os detentores dos meios de produção e aqueles que vendiam sua força de trabalho.  

Todavia Marx, o pai do socialismo moderno, não suportava trabalhar e por causa disso vivia à custa de Engels, seu parceiro, da mulher e do seu sogro. Esse aproveitador teve oito filhos com a mulher e um filho com a doméstica de sua casa, o qual ele rejeitou. Esse homem desalmado só gostava de viver bebendo e fazendo arruaças. Outro problema grave é que duas filhas de Marx se suicidaram e os restantes dos filhos e a esposa passavam muita fome.  

E por que ocorriam essas desgraças? Marx não gostava do Trabalho e sim do Capital, ou seja, ganhar dinheiro fácil. 

Que socialista perverso era esse, o pai do Comunismo? Neste contexto, chama atenção perceber que vale tudo para alguns professores derrotar o capitalismo e para isso trabalham muito nas escolas e universidades doutrinando os estudantes. Para alcançar seus objetivos esses militantes, em sala de aula, também combatem o excelente governo de Bolsonaro, atacando-o de forma cruel e desumana. 

A situação atual nas escolas é tão grave, que muitos estudantes conscientes e politizados, estão se rebelando contra as falácias de tais professores, os quais, além de serem contra a família, são a favor da ideologia de gênero e se posicionam abertamente pelo aborto e pelo desarmamento do cidadão de bem.    

É estarrecedor saber que muitos professores, artistas e políticos se arvoram no discurso socialista  Marxista, Lenilista e, entre outros, Maoísta, mas o fazem só  para o povo e nunca para si, pois o novo homem socialista comunista brasileiro, passa férias em repúblicas imponentes do Capitalismo e jogam na nossa cara: “Capitalismo para mim e Socialismo para vocês!”  

Precisamos entender que nos países comunistas os trabalhadores são vigiados e tratados como escravos. E aí, será que é isso que os professores querem para o Brasil, ou seja, que vivamos todos nos moldes da China, Cuba, Venezuela e Coreia do Norte? 

O comunista de Iphone gosta de viver bem, ter casa própria, possuir carro, se vestir à moda requintada, frequentar bons restaurantes e viajar mundo afora, mas, aqui fica uma pergunta: Ei comunistas caviar, por que vocês não vão morar na Venezuela? Ela é bem ali. 

 

Título de Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMT 

Pós- Graduada em Perícias Médicas/Fundação UNIMED 

Técnica de Segurança do Trabalho- SENAI/IEM 

 

CRM-339 RQE-341 

A música me revitaliza

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração escorrega pelos olhos”. (Bob Marley)

Todos nós recordamos muitas coisas através da música. Recentemente, ouvindo uma música aqui na minha coleção, lembrei-me de quando eu a cantava debaixo do chuveiro, na escola. Eu era pré-adolescente e estudava na Escola de Base, na Base Aérea de Natal-RR. Isso é muito comum para os que foram criados ouvindo música clássica. Na minha infância eu acordava todos os dias, ouvindo clássicos pela Rádio local. E isso nos faz muito bem quando alcançamos a chamada “melhor idade”.

Ontem eu estava ouvindo uma seleção musical e sorri com a lembrança. Faz pouco mais de duas décadas. Certo dia eu estava selecionando músicas no meu computador. De repente chegou uma de minhas noras. Ainda bem jovem, uma pessoa a que adoro de verdade. Ela sentou-se e ficou assistindo à coleção. Coloquei uma música da Núbia Lafayette. Já estávamos na metade da música quando me virei e assustei-me. Duas cachoeiras de lágrimas desciam dos olhos de minha nora. Assustei-me e perguntei pelo motivo. E sorrindo, ela me explicou:

– Quando eu era criança ia muito para o sítio, nos fins de semana. E lá, minhas tias ficavam o dia todo ouvindo essa música. E, como criança, eu ficava muito aborrecida e me perguntando: como é que as pessoas podem gostar de uma música chata como essa? Meu Deus… como as coisas mudam. À época eu nem imaginava como essa música é tão linda. Como ela mexeu comigo agora.

Rimos e continuamos ouvindo velhas músicas que não envelhecem. Populares que são verdadeiros clássicos que nos deleitam hoje. Minha nora é de uma família tradicional de Roraima, e como tal têm sítio no interior de Boa Vista. Ainda é para lá que eles vão, em todos os fins de semana. Não posso lhe dizer que música eles ouvem, por lá, nos fins de semana, mas garanto que a Núbia Lafayette está na coleção. Porque não devemos viver no passado. Mas não devemos esquecer do passado, momentos que possam estar se armazenando em nossa memória, para nos fazer feliz no futuro.

Todos nós já vivemos momentos que ficaram guardados, sem nem mesmo sabermos, em nossa memória. São os que provocam o derramamento de saudade em forma de lágrimas. Porque como disse o Laudo Natel, “Saudade é a presença da ausência”. Então vamos prestar mais atenção às coisas aparentemente sem importância, por serem simples. É na simplicidade que está escondida a beleza que certamente se revelará com o nosso amadurecimento. Nunca despreze o que pode lhe fazer feliz no futuro. Amadureça respeitando a beleza à sua volta, mesmo sem percebê-la. Pense nisso.

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