Natureza humana e os costumes da vida em sociedade Por Claudio Sipert*
Tomaremos como base para tecer o nosso comentário a obra Antropologia de um ponto de vista pragmático, do filósofo alemão Immanuel Kant (1724-1804). Trata-se de uma obra que visa o conhecimento da natureza humana com um propósito pragmático, isto é, indicar como o homem pode aplicar os seus conhecimentos às condições da natureza humana e atuar sobre si mesmo. Não se trata de uma antropologia do ponto de vista fisiológico, daquilo que é a realização da natureza no homem, mas de uma antropologia de um ponto de vista pragmático, isto é, do que o homem “faz de si mesmo, ou pode e deve fazer como ser que age livremente”. Assim, os conhecimentos empíricos da natureza humana devem ter utilidade para o cotidiano do homem como ser que precisa aprender a lidar com a própria condição empírica e aperfeiçoar a arte de viver no mundo enquanto cidadão desse mundo.
Com o interesse voltado ao homem enquanto ser que pode e deve tomar parte do mundo como agente, o comportamento humano nos indica certos mecanismos pelos quais se torna possível ao homem aprimorar-se e constituir a si próprio enquanto autor do próprio destino. Podemos dizer que o homem é um ser em formação, que tende a emancipar-se da rudez de sua animalidade e elevar-se à condição de humanidade pelo desenvolvimento das predisposições que residem em sua natureza humana. Por meio de um processo de aquisição e cultivo de hábitos torna-se possível ao homem aprimorar sua natureza humana, como um campo que pode ser lavrado e preparado para que então esteja apto a produzir bons frutos.
Em seu estágio mais primário, o ser humano tem a necessidade de desenvolver a sua faculdade técnica para satisfazer necessidades físicas relacionadas à sobrevivência, O fator inicial que desperta o processo de desenvolvimento das predisposições destinadas ao aprimoramento da natureza humana se deve à condição de adversidade em que o homem se encontra na natureza. As condições adversas da natureza exigem que ele aprenda a fazer uso de sua razão para criar e desenvolver os próprios meios na luta pela sobrevivência.
Com efeito, à medida que satisfaça as suas necessidades primárias o desejo humano suscita outras inclinações, que emergem da vida em sociedade. Para realizar as inclinações requeridas por seu desejo particular, é preciso contrapor-se à rudeza das inclinações mais imediatas dos impulsos sensíveis e desenvolver a capacidade de utilizar-se de regras para manejá-las. Impõe-se, assim, a necessidade de uma pragmática para o manejo adequado das inclinações, a fim de que não entrem em contradição e se anulem umas às outras. A habilidade de manejar suas inclinações se desenvolve ainda mais pelo interesse na sociabilidade. Para atender à inclinação à sociabilidade, depende-se de uma boa relação com os outros, fazendo-se necessário adequar o comportamento à determinadas regras de socialização. É preciso aprimorar o comportamento quanto ao modo de proceder com as inclinações e desejos nos relacionamentos com os outros segundo certas regras. Assim, por exemplo, o cultivo da propensão do ser humano de ocultar os seus pensamentos na relação com os outros colabora para o bom relacionamento, e manter seus pensamentos e sentimentos mais íntimos em privacidade evita o risco de cair-se em desapreço no juízo dos outros e sofrer pelo infortúnio que daí pode resultar. Mas, por outro lado, a tendência de ocultar os seus pensamentos precisa ser bem manejada para que não leve à maldade. As inclinações em si não são más, mas é preciso refiná-las. Por exemplo, o homem que possui um ávido desejo de prestígio também quer ser amado pelos outros, mas, para que os outros não se afastem dele, é preciso que se abstenha de satisfazer todo impulso imediato à altivez e arrogância e mantenha um relacionamento agradável com os demais. Certas regras para o comportamento servem aos homens para que se abstenham de satisfazer impulsos imediatos e momentâneos, a fim de que as inclinações possam ser atendidas numa relação sociável com os outros e servir a um proveito mútuo na sociabilidade. É essa, propriamente, a finalidade da faculdade pragmática.
A necessidade de que os homens aprendam a viver civilizadamente para realizarem o seu interesse na sociabilidade conduz, por sua vez, a uma cultura moral, que começa a desenvolver-se por meio das instituições e modos de vida dos homens, em que eles dispõem de certas convenções para que possam se fazer aceitáveis e participantes do meio social. Uma vez que tendem naturalmente à sociabilidade, os homens procuram ter um comportamento social refinado e lhes convém proceder de acordo com regras de socialização, adotando um costume que ao menos cumpra com o papel de fazê-los parecer homens civilizados. Quanto mais vivem numa sociedade civilizada, mais os homens procuram aparentar simpatia, respeito pelos outros, recato etc., e, embora essa relação entre eles não seja tão sincera quanto se faz parecer, no fim das contas o papel de cumprir com a aparência da virtude acaba realmente por despertar e incorporar-se ao seu caráter. As regras engendradas pela sociabilidade em vista do bem-estar levam os homens a se adequarem a certos padrões socializados de comportamento que produzem bons costumes. Desse modo, podemos dizer que os homens tendem a desenvolver a sua faculdade moral e a se aprimorar como ser integrante da sociedade dos homens como um todo enquanto cidadãos do mundo.
*Professor do Curso de Filosofia da UERR
Viva o bom humor
Afonso Rodrigues de Oliveira
“O bom humor é contagiante: espalhe-o. Fale de coisas boas, de saúde, de sonhos, com quem você encontrar. Não se lamente, ajude as outras pessoas a perceber o que há de bom dentro de si”. (Aristóteles Onassis)
É isso aí. Por que ficar perdendo seu tempo no seu dia, com mau humor? Se se sentir mal-humorado procure ver o que há de errado em você. Então corrija-se. Há tantas coisas boas à sua volta e você fica perdendo tempo com futilidades. Nada é mais importante do que você. Mas você tem que acreditar nisso. E se já estiver em condições de acreditar, sorria. Ria sempre. Nunca se sinta incomodado no rir. Mesmo porque o sorriso não incomoda. Ao contrário, ele mostra o que você realmente é. Não permita que a futilidade que assola o mundo atualmente, atinja você, tornando-o o coitadinho da vida. Porque há muitos coitadinhos pensando que são os tais, e não vão além de coitadinhos. E isso porque não são capazes de fazer por si mesmo o que devem fazer. Caia fora desse círculo de elefantes de circo.
Sorria sempre, seja qual for o momento ou ambiente em que você se encontra. O sorriso acalma a alma. E se acalma é porque alimenta. E a alma só deve ser alimentada com sentimentos e pensamentos que tragam felicidade. Simples pra dedéu. Toda a felicidade de que você precisa e deseja, está em você. Está na sua mente, expressada nos seus pensamentos. Então não perca tempo com pensamentos negativos. E você pode fazer isso sem esforço nem dificuldade. E se é assim, deixe as dificuldades pra lá, e centre-se no simples. Bata sempre um papo com o seu subconsciente. É muito simples. É só você estar de bem com você, e estará de bem com ele. E só aí você será capaz para uma conv
ersa silenciosa. Porque é assim que você vai conseguir conversar com seu subconsciente.
Infelizmente ainda é maioria as pessoas que sorriem com essa afirmação. E é isso que dificulta o desenvolvimento da humanidade. E nosso desenvolvimento racional depende do nosso desenvolvimento mental. Porque não há como ser racional sem condições de agir racionalmente. Simples pra dedéu. Se estiver a fim de crescer mentalmente, seja simples e conhecedor de si mesmo, ou mesma. Mantenha sua mente sempre sadia. Recuse todo e qualquer pensamento negativo. E não confundo isso com religião ou coisa assim. É apenas um assunto dentro da racionalidade. Que é quando sabemos que ninguém é capaz de fazer por nós o que nós mesmos devemos fazer. E não podemos ser mal-humorados quando nos conhecemos no que somos. Mas ainda não nos conhecemos como seres de origem racional. E ser racional é conhecer-se no que realmente é. Pense nisso.
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