Opinião

Opiniao 13 09 2017 4766

LÁGRIMAS DA INFÂNCIA – Dolane Patrícia*É dever da família e da sociedade assegurar à criança e ao adolescente, entre outras coisas, o direito à dignidade, a salvo de toda forma de exploração, violência e crueldade.

A violência sexual praticada contra crianças e adolescentes está entre as situações que mais geram comoção na sociedade.  Nos últimos anos, não foram poucos os casos de abuso sexual, exploração sexual, pornografia e outras violações de direitos registrados em todo o país.

Os casos mais frequentes são entre crianças até nove anos de idade, esse é o segundo principal tipo de violência, ficando pouco atrás apenas para as notificações de negligência e abandono.

É impossível ler, sem que lágrimas brotem dos nossos olhos, notícias de filhos sendo violentados pelos próprios pais. Sim, isso existe!

O site elo.com informa que, “de forma geral, a exploração sexual infantil trata-se do abuso sofrido  por uma criança a qual, por vários fatores, como situação de pobreza ou falta de assistência social e psicológica, torna-se fragilizada. Entretanto, para além das possíveis vulnerabilidades decorrentes da situação socioeconômica – estão outros aspectos, fato que explicaria uma maior vulnerabilidade das meninas, tão expostas à violência contra a mulher até mesmo no ambiente familiar. Além destes, existe o vícios das drogas e o chamado turismo sexual, o qual consiste na chegada de vários estrangeiros a regiões como o Nordeste brasileiro em busca de sexo. Todos estes são aspectos importantes para a compreensão da violência contra a criança.”

De acordo com Renato Eliseu Costa, colaborador da Agência de Notícias, “o problema da exploração e abuso sexual ainda é um dos grandes problemas relacionados à infância e juventude que precisamos enfrentar em nosso Brasil. No entanto e infelizmente, a grande maioria dos casos não chega ao conhecimento dos órgãos competentes: menos de 20% dos casos são notificados. Isso se deve, principalmente, ao fato de que a grande maioria dos casos de abuso acontece no âmbito familiar, nos quais os agressores são os próprios tios, pais e primos das vítimas, situação que gera receio em realizar a denúncia”.

Renato salienta que, “para reverter o quadro descrito acima, são necessárias políticas públicas transversais e multissetoriais, pautadas não no trabalho de um único ministério, conselho ou secretaria, mas sim na transversalidade e integração de várias áreas (como saúde, educação, justiça, cultura, entre outras), visando sempre a recuperação e reintegração social das crianças e adolescentes ao convívio familiar e comunitário”.

Infelizmente essa é uma realidade! Grande parte dos casos de abuso sexual ocorre por uma pessoa próxima da vítima ou por um próprio membro da família. O que seria possível fazer para que crianças indefesas, adolescentes, pessoas com deficiência, não fossem abusadas sexualmente. É um ato de covardia, abusar de pessoas que não tem a menor capacidade de defesa, sendo obrigadas a praticar atos contra sua vontade, sendo muitas vezes ameaçadas e coagidas. Isso interfere no seu desenvolvimento físico e psicológico. É um ato de egoísmo também, deixar de pensar no semelhante. E se fosse um filho seu? Ou uma filha sua?

O site elo.com.br traz informações alarmantes sobre o assunto: “Este é um daqueles temas que se ouve muito, mas sabe-se pouco, no entanto tem sido motivo de preocupação do mundo inteiro. A exploração sexual infantil transformou-se no terceiro mais rentável comércio mundial, atrás apenas da indústria de armas e do narcotráfico. Além de ser um dos temas mais constrangedores ao Brasil, essa verdadeira onda de pedofilia está contribuindo para criar uma geração precoce de portadores do vírus da AIDS. Dessa forma, a exploração sexual infantil constitui-se numa praga que exige medidas concretas e urgentes. Esta escravidão é inadmissível e incompreensível com a vida num mundo civilizado”.

Estuprar criança é algo doentio, crime de consequências infinitas deixando em suas mentes marcas profundas, que nem mesmo o tempo é capaz de apagar.

Quando se pratica crimes com tamanho requinte de violência, a pessoa perde a noção de sua própria identidade, porque às vezes crimes como estes são praticados por pessoas que possui família, filhos, mas que não pensam nestes. Se deixarem simplesmente levar por um sentimento doentio…

Tratam crianças e adolescentes como se fossem meros objetos, e estragam a vida e os sonhos de pessoas como Edvalda Pereira da Silva: “Ela tem onze anos, mas já aprendeu as manhas da profissão: não entra no motel, ou no carro, sem receber o dinheiro antes, guardado sempre por outra amiga. Não conhece o pai e sua mãe, que trabalha na zona do meretrício, não se importa com quem e onde ela dorme. Edvalda se acha igual às outras meninas que fazem programa. Com uma diferença: “eu ainda não tenho peito”. (DIMENSTEIN. 1992, p.69).*Advogada, Juíza Arbitral, mestranda em Desenvolvimento Regional da Amazônia. Acesse: dolanepatricia.com.brWhats 99111-3740

Se não usa enferruja – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Não é suficiente ter uma boa mente; o principal e usá-la bem.” (René Descartes)Os Pontos de Cultura foram, a meu ver, o movimento mais importante na cultura brasileira. Talvez eu não esteja usando minha mente devidamente. Mas quem viveu aqueles dias importantíssimos sabe o que sinto hoje. Pena que continuemos os mesmos de antes dos Pontos. Mostramos, naqueles dias, o que é ter uma mente desenvolvida, independentemente da cultura de cada um. E o que nos surpreendeu na sabedoria encontrada nos âmbitos remotos dos interiores, foi extraordinário. Na verdade não importa se sua mente e boa, o que importa é que você seja bom no uso de sua mente.

O que aprendemos em nossas vidas, mesmo antes, e muito antes, dos Pontos de Cultura, com a sabedoria interiorana, não está no gibi. O erro foi que nunca demos atenção à importância do saber nativo. E foi o que os Pontos de Cultura nos mostraram. Pena que estejamos num mundo político bem aquém do mundo que merecemos. Não sabemos, nem nos dizem, quantos dilúvios já sofremos sobre a Terra. Mas temos registros importantes, tão importantes quanto desprezados, sobre os inúmeros terremotos tão destruidores quanto os atuais. E em datas que não estão tão distantes assim.

Não seria bom se começássemos a atualizar nosso ensino? Assim nossos jovens não sofrerão, no futuro, o desastroso dilúvio do desconhecimento. Porque o que vem por aí é um verdadeiro dilúvio social. Você se lembra, ou sabe, como se iniciou a II Guerra Mundial? Não está percebendo alguma semelhança, no que está acontecendo hoje? Mas não vamos fazer alarde. O importante é que prestemos mais atenção ao que acontece dentro da modernidade. Não nos esqueçamos de que não nos lembramos mais, mas já conhecemos as citações sobre os “Deuses Astronautas”. De onde eles vieram e por que vieram.

Seria bom que acordássemos para a realidade. Assim prestaríamos mais atenção aos acontecimentos ignorados. Estamos no centro de um furacão político universal, de dimensões assustadoras. E tudo está à nossa volta e não percebemos. Nosso nível cultural está caindo aceleradamente pelas ribanceiras do desastre. Porque, queiramos ou não, não estamos sendo capazes de fazer o que deveríamos fazer, evitando o evitável. Problemas que ainda não estão sendo observados, nas mentes que se julgam desenvolvidas e não percebem que estão sendo mal usadas. Não esperemos que façam por nós o que nós mesmos devemos fazer. E vamos fazer o que devemos fazer para que nossos descendentes se orgulhem do nosso papel no palco da vida. Comecemos pelo aprimoramento da nossa Educação. Pense nisso.*[email protected]