Opinião

Opiniao 13 09 2018 6912

Excelência no atendimento

Tom Coelho*   “A maior habilidade de um líder é desenvolver qualidades extraordinárias em pessoas comuns.” (Abraham Lincoln)

Há alguns meses eu retornava de um evento no interior de Minas Gerais, trafegando pela Rodovia Fernão Dias, quando repentinamente senti uma forte dor na região lombar

Imediatamente parei o carro no acostamento, desci para me alongar, mas de nada adiantou. Pesquisei o hospital privado mais próximo e, com muita dificuldade, quinze minutos depois estava lá. Entreguei meu documento de identidade na recepção, pois sequer era possível aguardar qualquer procedimento.

Resumidamente, fiquei naquele hospital por sete horas recebendo um péssimo atendimento. Para exemplificar, somente cheguei a ser medicado quando literalmente caí no chão de dor. Após uma série de exames foi identificado que o problema era um cálculo renal. 

Consciente de que aquele local não seria adequado, em hipótese alguma, para uma eventual cirurgia, consegui ser medicado com uma dose de morfina que me permitiu pegar a estrada e retornar a São Paulo, onde me dirigi ao Hospital 9 de Julho. Lá, tudo mudou!

A qualidade do atendimento começou já na recepção, com profissionais respeitosas e sensíveis, que tiveram a preocupação de orientar e agilizar os procedimentos. Após a liberação do quarto, fui muito bem recebido pela técnica em enfermagem Nélia e pela enfermeira Priscila. Ao ser transferido para o centro cirúrgico, fui gentilmente conduzido pelo assistente de transporte Ednei. E a cirurgia foi conduzida com excelência pelo anestesista Cássio e pelo Dr. Flávio Areas.

Em um hospital encontrei pessoas que nitidamente vão trabalhar apenas para garantir seu sustento ao final do mês. Gente preocupada em cumprir apenas o básico, em fazer o possível, à espera do horário para ir embora quando. No outro, pessoas que gostam e apreciam o que fazem interessadas em fazer o seu melhor, cientes de que um paciente, independentemente de sua condição, está ali por necessidade, motivo pelo qual procuram transmitir acolhimento e carinho para amenizar o desconforto. 

Afinal, cabe aos líderes criarem um ambiente favorável para que seus colaboradores possam atuar de maneira assertiva, cumprindo com seu propósito pessoal. Isso envolve valores corporativos legítimos capazes de unir e alinhar a equipe, treinamento e capacitação regulares e autonomia para propor mudanças em busca da melhoria contínua.

Deixo-lhe uma questão final: qual o padrão adotado pela empresa na qual você trabalha?

*Educador, palestrante em gestão de pessoas e negócios, escritor com artigos publicados em 17 países e autor de nove livros.

Os avanços na educação em Roraima   Flamarion Portela*   Na primeira semana de setembro, o Ministério da Educação divulgou a atualização do IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica), ano base 2017, em que Roraima apresentou um crescimento significativo no ensino fundamental, embora tenha tido índices inferiores no ensino médio.

De acordo com os dados divulgados pelo MEC, Roraima tem uma média atual de 5,5, superando a meta prevista para 2017, nos anos iniciais do ensino fundamental, que era de 5,4. Esse índice era de apenas 5,2 em 2015, no início da atual gestão do Executivo.

Embora tenha ficado abaixo da média nacional, de 5,8, Roraima ficou acima da média da Região Norte, que é de 4,9. Um avanço significativo, apenar de todas as dificuldades que o Governo do Estado tem enfrentado.

Nos dois anos finais do ensino fundamental, apesar de não termos atingido a meta prevista, tivemos um crescimento, passando de 3,8 em 2015 para 4,1 em 2017, o que demonstra que as ações para melhorar nossa educação estão no caminho certo.

Outro índice no qual Roraima também teve números satisfatórios foi no SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica), onde nossos alunos apresentaram ganho na aprendizagem de Português e Matemática nos anos finais do Ensino Fundamental.

Enquanto a média nacional foi de 6,0, os alunos do 9º ano do Ensino Fundamental de Roraima obtiveram ganho de aprendizagem de 6,5 no período de 2015 e 2017 em Língua Portuguesa.

Os ganhos também ocorreram em Matemática, onde nossos alunos obtiveram ganho de 2,6 pontos, acima da média nacional, que foi de 2,0.

Os resultados, muito embora não sejam os ideais, demonstram que os investimentos feitos pelo Governo do Estado em novos modelos de ensino, como a militarização e o Ensino Médio em Tempo Integral, além da atualização da base curricular, estão trazendo bons resultados.

Além disso, a reforma das escolas (mais de 200), garantindo um espaço mais adequado para nossos alunos estudarem, o enquadramento de 60% dos nossos professores da rede estadual, com ganhos significativos no salário, que está entre os melhores do País, entre outras ações afirmativas, tem trazido reflexos muito positivos para a nossa Educação.

Ainda há muito o que fazer para que consigamos atingir todas as metas propostas pelo MEC e tenhamos uma educação cada vez mais de qualidade, onde nossos alunos possam ter um aprendizado satisfatório, com nível de competitividade com qualquer outro estudante do País, que é nosso maior desejo, mas esse reflexos positivos já indicam que estamos no caminho certo.

A educação transforma a vida dos nossos filhos.   *Presidente do Iteraima e ex-governador de Roraima

ESCOLA MILITARIZADA SIM OU NÃO?

Ranior Almeida Viana*

O novo modelo de escola que está sendo implantado no estado de Roraima: “A Militarização Escolar” é salutar ou não para o aluno? Comparando se há algo relacionado com a pedagogia da autonomia proposta pelo célebre Paulo Freire, se o ensino neste ambiente Militarizado/Escolar propõe ao aluno maneiras ambivalente e propensão aos conteúdos escolares.

Como é feita a seleção organizacional que é usada para planejar, organizar e avaliar o conhecimento correlacionado à “Disciplina e Hierarquia” tendo em vista que elas são os pilares do militarismo?

Será que os alunos dessas escolas sentem medo ou respeito pelos policiais ali presentes? E como será a relação professor (civil) e os policiais que na escola trabalham? A respeito dessa relação ultimamente foi noticiado nas redes sociais “um conflito entre uma professora e um militar”, teria sido desacatado o militar que a deu voz de prisão. Dentro deste acontecimento é perceptível que alguém interferiu no trabalho do outro por isso houve o rompimento do ciclo. 

Dessa forma é interessante que se tenha estabelecido à relação do educador e do representante do poder “repressor” (no caso o policial), para que não haja intromissão/invasão no trabalho do outro. 

Com essa cultura de militarização no ambiente escolar da rede estadual de ensino, pode-se dizer que está sendo bem implementada? Pelos acontecimentos é visível que ainda tenha muito a melhorar.

É algo que a ideologia de repreensão é colocada à prova, como afirma Antonio Joaquim Severino tem que ser colocado à própria prova para saber se seus resultados são positivos ou negativos.

Os pais que conseguem matricular seus filhos nessas escolas têm o dever de acompanhar essa mudança de cultura escolar distinta, pois há mudança de hábitos. Numa sociedade em que cada vez mais os valores estão sendo subvertidos, é totalmente aceitável que os pais queiram ver seus filhos inseridos neste modelo de escola.

Da mesma forma como são respeitáveis aqueles que sejam contrários a este modelo escolar, devido ter a visão que o aluno não tem que ser “robotizado” e por ser divergente a disciplina militar.

Há quem diga que o modelo está colhendo frutos, devido ter diminuído com a violência no entorno das escolas militarizadas e que houve melhora no rendimento escolar e comportamental dos alunos, ou seja, então cabe ao estado melhorar e ampliar este projeto.

*Sociólogo – CRP 040/RR. E-mail: [email protected]

Cadê a educação?

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“No Brasil só há um problema nacional: a educação do povo.” (Miguel Couto)

Miguel Couto disse isso há cerca de oitenta anos. E imagina o que ele diria se estivesse assistindo à situação do Brasil, hoje. Enquanto não formos um povo educado estaremos em luta renhida contra os desmandos na política. E continuo preocupado com o resultado das próximas eleições. Pelo que vemos, continuamos votando no candidato sem nem mesmo saber por quê. Mas, finalmente estamos levando ao conhecimento geral da população, a gravidade no desmando na educação. Mas o mais grave é que, pelo tempo em que vimos remando contra a maré, não temos como corrigir isso em poucas décadas. 

O desleixe do poder público na educação vem de longe. Políticos despreparados nunca se preocuparam com a Educação. Já ouvimos um governador, aqui, em Roraima, nos dizer, numa reunião, com auditório lotado, que trazia essas garotas do sertão do nordeste, para ensinar às crianças no interior, porque para ensinar a essa crianças, o professor só precisa saber ler e escrever. Precisamos dizer mais alguma coisa? E o Brasil todo vem sofrendo esse despreparo político há muitas décadas. 

Vamos mudar o cenário. Todos nós temos esse poder, desde que sejamos educados. E quando somos, sabemos eleger. É bem verdade que está difícil escolher um político realmente político. Estamos vendo uma euforia descontrolada na propaganda política. Mas não ouvimos nada sobre a preocupação na escolha de deputados e senadores, condizentes com a competência do presidente. O que vemos, são entrevistas a candidatos à presidência, como se fossem candidatos à gerência da empresa. E as respostas sempre condizentes com as perguntas. Realmente preocupante.

Vamos nos educar e educar nossos filhos, com a visão na política. Porque sem ela não seremos cidadãos. Comece sua campanha conscientizando-se de que nunca seremos cidadãos, enquanto formos obrigados a votar. E continuaremos na obrigatoriedade, enquanto não formos suficientemente educados para o dever. Porque o cidadão vota por dever e não por obrigação. E só uma pessoa tem o poder de fazer isso por você: você mesmo, ou mesma. Então faça isso. Tenha a Educação como foco na sua votação. Não vote em candidato despreparado. Verifique o nível de conhecimento dele na política. Chega de aventureiros que veem a política como a maior fonte de enriquecimento. 

Mas, não acelere, pise no breque. A força para as mudanças está em nós. Em cada um de nós. Mas precisamos nos conscientizar disso. É com o voto calcado na Educação que venceremos a luta, sem lutar. Vamos ser responsáveis pelo nosso futuro. Pense nisso.

*Articulista [email protected] 99121-1460