A escola frente à era informatizada – Izabel Sadalla Grispino *Provocar reflexões sobre as mudanças que a época vem requerendo é um passo avante para a necessária mudança de mentalidade. As instituições devem promover debates, articulando interesses tradicionais e interesses inovadores. A transformação do mundo é matéria-prima do currículo. A escola precisa trabalhar com essa transformação. Precisa reconhecer a importância da contribuição interdisciplinar, multidisciplinar, trazendo uma globalização positiva. Precisa, nos países em desenvolvimento, como é considerado o nosso Brasil, ousar para diminuir a distância, cada vez maior, que separa os países ricos dos pobres. Os debates para produzirem o efeito desejado não podem acontecer aleatoriamente; precisam ser planejados e fundamentados nas teorias subjacentes. Conhecer os princípios filosóficos, que vêm norteando a reforma do ensino, consolida o entendimento.O educando não pode mais esperar sair da escola para pôr em prática o que aprendeu, tem que relacionar o seu aprendizado com o momento de seu estudo, porque a cada 6 meses, um ano, temos renovações drásticas no conhecimento humano. Diferentemente do passado, quando o grande objetivo da escola era preparar o aluno para o futuro, entende que o futuro não se faz amanhã, se faz hoje. Estabelece com o aluno uma relação dialógica e dinâmica, deixando o sistema tradicional da transmissão mecânica dos conhecimentos prontos e acabados. A escola do momento é da pesquisa, do raciocínio, da crítica, aliados à iniciativa, à criatividade, à improvisação, à intuição, onde a decoreba não tem mais lugar. É uma escola que prima pela qualidade. Não despreza a quantidade, mas trabalha a qualidade. Quanto mais qualidade mais fácil atingir a quantidade. A quantidade será o termômetro da qualidade.Hoje, a leitura do conhecimento é uma rede. A escola é só mais um espaço, não é mais propriamente o lugar da informação, mas o lugar do que fazer da informação, que mediação o professor pode ter. Refletir, por exemplo, como é que se cria, como é que se relaciona, como é que se analisa. No fundo, o professor precisa ser capaz de gerenciar uma sociedade de conhecimento. Escola, cada vez mais, está tendo papel mais educativo que informativo.A sociedade tecnológica força a mudança do papel da escola. As universidades não são mais vistas como locais de instrução definitiva. Na sociedade tradicional, a escola era o lugar privilegiado do saber, a instituição responsável pela transmissão social e cultural. O professor era a principal fonte de onde emanava todo o conhecimento que as novas gerações precisavam adquirir. Ele era considerado como um “capital profissional”, como um “capital de saberes”. A passagem do saber do mestre aos discípulos dava-se num processo de comunicação unidirecional, o velho “magister dixit” ( o professor fala e os alunos escutam). A transmissão era basicamente oral e o que interessava era a reprodução fiel do texto. A memória humana era usada pedagogicamente para a repetição exata. Os próprios professores foram formados nesse tipo de ensino, tudo textual, sem imagens, sem cores, sem sons, sem movimentos, bem diferente do que a TV, o videocassete, o videogame e outros, produzem no comportamento das crianças, dos jovens e dos adultos de hoje. Somos da geração alfabética, da aprendizagem por meio do texto escrito, da leitura do livro. Valorizamos apenas um segmento do conhecimento: a palavra oral ou escrita, deixamos de lado a leitura das imagens, dos sons, dos movimentos. Os alunos de hoje aprendem em variadas situações, o mundo deles é polifônico e policrônico. Suas formas de raciocínio não são mais lineares: introdução, desenvolvimento e conclusão, mas envolvem aspectos globais, o físico, o afetivo, o cognitivo, o intuitivo. Comportamentos de aprendizagem mais abrangentes, diferente da lógica racional que prevalece, ainda, na aprendizagem escolar. A escola continua a mesma, não está fácil a ela abraçar essa fase de transição entre a concretude do texto impresso e a pluralidade do texto eletrônico.A escola precisa aproveitar a riqueza dos recursos externos, não para reproduzi-los em sala de aula, mas para orientar as discussões, preencher as lacunas. A proposta é de que, ao lado dos aspectos de memorização, verbalização e reprodução, que continuam existindo na docência, sejam abertos espaços para o envolvimento integral do aluno, que a aprendizagem envolva o racional e o emocional, a análise lógica ao lado do imaginário, da inventividade, da imagem e do som. Que professor e aluno reflitam juntos sobre a criação, sobre como enfrentar os desafios.A escola deve levar a TV para a sala de aula e junto com os alunos fazer uma leitura crítica da programação. Esta pode ser uma das principais armas para enfrentar esse poderoso meio de comunicação.*Supervisora de ensino aposentada———————————Cultive sempre – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Saudade é um sentimento que quando não cabe no coração escorrega pelos olhos”. (Bob Marley)E quando somos felizes sempre acumulamos saudades, sem sentimentalismo. Afinal de contas, só sente saudade quem foi feliz. O ex-governador paulista, Lauda Natel, também disse: “Saudade é a presença da ausência”. Mas vamos deixar a saudade de lado e me deem um tempinho para um abraço de parabéns, a um amigo a quem não veja faz um tempão: o Dr. Rômulo Ferreira. Recentemente encontrei-o na sua clínica. Ele ia entrando muito apressado, passou por mim, quase pisou no bico do meu tênis, mas não me viu. Sorri, porque adoro quando isso acontece. E acontece muito, devido ao meu enorme porte físico.Desde minha infância, sempre tive um relacionamento forte com a Aeronáutica. Passei maior parte de minha infância dentro daquela Base. Estudei durante três anos na Escola de Base, na Base Aérea de Natal, em Parnamirim – RN. Por isso fico feliz quando vejo alguém ser homenageado pela Aeronáutica, sobretudo quando é um amigo.Não sei o que você está colhendo, hoje. Mas seja o que for não é nada além do que você semeou ontem. Se estiver obtendo resultados materialmente positivos, ou não, não faz diferença. Os frutos das sementes que plantamos podem ser espirituais, racionais. O importante é que nos sintamos felizes na colheita. Há dias em que você acorda nadando no mar azul-rosa da saudade. E de repente, alguma coisa simples mexe com seus sentimentos, e leva você a reflexões temperadas com a saudade de tempos e coisas bem distantes. Eu estava regando as plantas, ontem pela manhã. De repente ouvi um barulho sonoro meio acirrado de um pássaro, desses que vêm roubar a ração do Sansão. O cara estava bem agitado. Verifiquei e descobri que seu filhote tinha caído do ninho e estava no chão, com movimentos lentos e desordenados. A mãezona estava super agitada. Peguei o filhote e a mãe desesperou-se. Parecia querer me agredir. Fiquei sem saber o que fazer com ele. A mãe voava e “gritava” desesperadamente. Tive que pedir socorro à dona Salete que também não sabia o que fazer. Finalmente ela me sugeriu que colocasse o filhote sobre o telhado do canil.
Obedeci e fiquei preocupado com o desespero da mãe que continuava “gritando”. Resolvi deixar que ela tomasse sua decisão. Terminei de regar as plantas, li o jornal e fiquei sem saber o que fazer com o problema da mãe desesperada. Mas percebi que ela parou de “gritar”. Será que conseguiu salvar o filhote ou o perdeu para algum inimigo? Sei não. Mas seria melhor que prestássemos mais atenção ao comportamento dos animais. Pense nisso.*[email protected] 99121-1460