Opinião

Opiniao 13 11 2014 274

O amigo poeta que deixou em mim a marca da saudade para sempre – Francisco de Assis Campos Saraiva* Chorei quando recebi a notícia de sua partida. Uma amizade de três décadas de uma convivência fraterna e harmoniosa. Tinha por ele a afeição de um irmão, cuja reciprocidade era a mesma para comigo. Sempre procurei apoiá-lo nos momentos difíceis que se lhe apresentavam. EULAJOSE DIAS DE ARAÚJO era seu nome. Nasceu em João Pessoa – PB em 27/09/1932 e faleceu a 31/08/1988, prestes a completar 56 anos de idade, vítima de osteoporose. Foram 55 anos de muita luta e desprendimento. Era descendente de uma família humilde e por esta razão encontrou dificuldades de toda natureza para divulgar o trabalho poético que desenvolvia de reconhecida grandeza cultural. Com extrema pertinácia conseguiu editar os livros “Arma Poética”, “Dilúvio de Palavras” e “Maresia dos Poemas”, que tiveram o apoio valioso de muitos amigos, resultando num trabalho junto à Secretaria de Cultura do Estado da Paraíba, credenciando o Jornal “A União”, para as publicações correspondentes. Era humilde por natureza. Nem as poesias motivaram-no pra outro trabalho. Justificava que foi na profissão de barbeiro, herança de seu pai, que exerceu por 35 anos no Quartel do 1º Grupamento de Engenharia, sediado em João Pessoa, que conquistou grandes amizades e não era virtual abandoná-la em momento algum, apesar das chances valiosas que se lhe apresentavam. Nas antologias publicadas, reiterou sua gratidão aos companheiros de cultura da época: Jomard Muniz de Brito, João Manoel de Carvalho, Raimundo Nonato Batista, Sérgio de Castro Pinto, Marcos Tavares, Wellington Aguiar, Valdemar Duarte, Vanildo Brito, Edilberto Coutinho, João Ubaldo Ribeiro, Lêdo Ivo, José Honório Rodrigues e outros jovens seus contemporâneos de admirável projeção cultural no cenário Paraibano. E ainda as lembranças póstumas de Marcus Aprígio Sá e Virgínius da Gama e Melo, que, em vida, fizeram críticas valiosas ao seu Trabalho. João Manoel de Carvalho prefaciou um de seus livros, com o título de MARESIA DOS POEMAS, e Jomard Muniz de Brito fez o prefácio de DILÚVIOS DE PALAVRAS. Durante anos escreveu no jornal “O Momento” com o título “O Momento Poético”. Por um bom tempo escreveu em diversos jornais, especialmente no Jornal a União, de muita importância na divulgação de seu trabalho. Eulajose tinha a mente fértil de escrever coisas bonitas dádiva perene do Criador: “Noite, caminhos de estrelas. Estrelas paridas da eternidade. A eternidade pariu as estrelas, na tarde em que a tarde tremulava pedindo uma noite eterna. A noite ouviu. A tarde surgiu e sonolenta a noite ficou. Foi aí quando a eternidade, no sono da tarde, na cama da noite pariu as estrelas”. Eulajose deixou em nós a marca da grande saudade. Em janeiro de 1981, cheguei de férias a João Pessoa e, na ocasião, me externava o desejo de ir ao Festival de Poesia Moderna na cidade de Areia-Paraíba. Senti que muitas dificuldades lhe rodeavam no momento. Dei-lhe de presente um lindo conjunto que havia comprado em Caracas-Venezuela. Ficou feliz e com ele foi garbosamente ao Festival. Quanta alegria para mim também. Tive a felicidade de aproximar, por correspondência, o poeta Eulajose e a poetisa roraimense Rosilene Santos, minha distinta amiga. Houve entre eles boa afinidade, com a troca de material literário ao agrado dos dois. Por ironia do destino, faleceram no mesmo ano. Ela a 14/07/1988, e ele a 31/08/1988. Agora estão juntos na eternidade com a diversificação poemática de lindos versos alegrando por certo os anjos do Senhor. Sinto saudade dos dois amigos que nos deixaram faz pouco mais de duas décadas e meia. E tudo parece ter sido ontem. Em um de seus belos poemas, que deu o título de Fantasmas, faz um retrato de sua vida: “A Rua São Miguel nos fantasmas de minha infância. O cinema São Pedro, morto na sombra dos honoratos. A Ilha do Bispo e o mangue lá em baixo com caranguejos andando perto ou longe da andada. O sítio do finado Joaquim Carvalho e as mangas sazonadas e as pedradas e os cachorros latindo correria entre folhas. O Clube Esquadrilha V falindo após trágico desaparecimento do falado José Lucas, hoje esquecido, distante das memórias. O tenente da gelada na loucura dos Pessoa e sua festa cívica e seu discurso totalmente repetido… A Igreja da Conceição minha casa em frente número 250. Papai José Barbeiro eternizado de cabelos no tic-tac da tesoura no rang-rang da máquina e navalha de pobreza… O matadouro e a Praça da Pedra limítrofes desta rua… O trem interrompendo o trânsito dos automóveis na ponte no sinal encarnado dizendo ‘pare’ e o vento trazendo o trem enquanto um cheiro de bebidas de algodão e cacau desprega do Sanhauá e sobe pela cidade. A Rua São Miguel nos fantasmas de minha infância. Na distância o rio faz limite entre eu e o horizonte deixando seu arco-íris…” Quantas saudades sinto do dileto amigo Eulajose. Com ele compartilhei grandes virtudes como a humildade e a gratidão, que vêm me engrandecendo até hoje nos altares virtuosos de minha existência. Deixo a você, meu inesquecível amigo, o preito da saudade e a primazia de ter convivido com você e ter compartilhado de excelsas virtudes, que lhe projetaram como fiel amigo, bom pai, digno esposo e excelente profissional, tornando-se merecedor dos mais distintos elogios. Mais uma preciosidade de sua obra: “Estou me emoldurando, sou quase retrato. As coisas que fiz, fotografia gerou. Estou me emoldurando, sinto-me retrato. Estou na parede, sou antepassado. Meus netos me olham e me fazem brinquedo. Estou desbotado, não sou mais retrato, virei abstrato”. “O coração do homem traça o seu caminho, mas o Senhor lhe dirige os passos.” (Provérbios 16.9). Boa Vista-Roraima, 30 de outubro de 2014. *Amigo do poeta EULAJOSE DIAS DE ARAUJO ——————————————————— No rumo do sapo – Afonso Rodrigues de Oliveira* “Há duas maneiras de se governar os homens: pela força e pela farsa”. (Prozper Tomden) Fica difícil pra dedéu você ficar fora da arenga. Todos os dias, prometo, pra mim mesmo, que não falarei mais de política, por aqui. Mas sou tentado a ler comentários e matérias elegantes sobre política, como a da Vera Sábio, ontem. Fico tentado. Mas não fique pensando que entro no assunto por euforia, mas por responsabilidade. O descontrole na nossa política continua preocupante. Continuamos, na politica, seguindo a orientação do sapo da Alice: “Se você não sabe para onde quer ir, qualquer caminho serve”. Não importa em que encruzilhada você está. E nós estamos na encruzilhada do despreparo político. Ainda não conseguimos sair da encruzilhada. Continuamos alimentando o pensamento do Gaston Bouthoul: “Reconhece-se um país subdesenvolvido pelo fato de nele ser a política a maior fonte de riqueza”. Conhece algum país assim? Todos os dias, decepciono-me com administradores públicos, políticos e autoridades em geral. Mas mais decepcionante é o despreparo do cidadão para a política. Ainda pensamos que somos um país democrata com uma política democrática. Continuamos, ingenuamente, achando que tudo vai bem. Que mudamos sem nada mudar. Ainda não aprendemos a mirar no horizonte. Ainda continuamos mantendo os presos como se fossem animais encurralados. E como são seres humanos, eles continuam protestando à sua maneira. E nem poderia ser diferente. Mas ainda não nos tornamos diferentes para observar que toda a bagunça não é mais do que fruto da crise de autoridade. E continuam empacotando os frutos da empáfia e distribuindo-os aos quase cidadãos, ingênuos. Quando será que teremos políticos realmente preparados para destrinchar essa embaralhada fantasia? Porque, cá pra nós, estamos vivendo a já cansativa caminhada em busca do desenvolvimento que já deveríamos ter alcançado, se fossemos mais políticos. Mas, a responsabilidade é nossa; cidadãos que ainda não acordamos para o perigo que estamos correndo com os desmandos absurdos na nossa cidadania. Vá pensando nisso, mas com muita parcimônia. Ainda não começamos a reclamar dos políticos, sua responsabilidade com o nosso crescimento como cidadãos e não como fantoches dos seus sonhos de enriquecimentos ilícitos, à custa da nossa ignorância política. E enquanto não nos conscientizarmos disso não seremos capazes de ser um país desenvolvido e respeitado com tal. Vamos assumir nossa responsabilidade nesta luta, cuja vitória só nos enriquecerá. Até lá só seremos um pais aparentemente em desenvolvimento. Pense nisso. *Articulista [email protected]     9121-1460 ————————————————————- ESPAÇO DO LEITOR DEMORA A leitora Maria Raimunda denunciou a demora para marcação de exames no Centro de Saúde do bairro Caranã, na zona Oeste. “Meu pai tem 77 anos e vive acamado em casa há mais de cinco anos. Nesta semana, foram solicitados alguns exames clínicos para ele. Fui até o centro de saúde para marcar os exames e, para minha surpresa, consegui marca apenas para o dia 5 de janeiro do próximo ano. Falei com o diretor, mas ele disse não poderia fazer nada para me ajudar”, relatou. STF 1 Sobre a condenação de Chico das Verduras e a denúncia contra Édio Lopes feitas pelo Superior Tribunal Federal (STF), o internauta Adailton Silva Oliveira afirmou: “Vejam isto. O crime foi cometido há mais de oito anos, o que equivale a um período de dois mandatos na Câmara Federal. E ainda querem que acreditemos nas pessoas que manipulam a Justiça”. STF 2 “Essas figuras com mandato não podem sequer reclamar, pois está fresquinho na memória dos eleitores que nessa última campanha eles não falavam de outro assunto a não ser esse de combater a corrupção. Se o seu telhado não é blindado, tenha cuidado”, comentou Adailton Silva Oliveira. STF 3 O internauta identificado como Sousa também comentou o assunto: “Esses políticos (…) fazem o que querem e fica por isso mesmo. É por isso que cometem o que querem, porque tem certeza da impunidade. No final, o que vale é o dinheiro”. GID Geraldo Maia afirmou que o que o deixa mais indignado é que são mais de mil professores seletivados e que não recebem a Gratificação de Incentivo à Docência (GID). “Cumprimos a nossa carga horária conforme a lei estadual. O fato que chama a atenção é que assinamos um contrato temporário com o valor de R$2.122,00, e o Governo do Estado só pagou R$ 2.021 com desconto do INSS e IRPF. Ninguém sabe para onde foi o restante do nosso salário”, relatou. NEGROS Adailton Silva Oliveira parabenizou a iniciativa da Universidade Federal de Roraima (UFRR) em promover um workshop com a percussionista Naná Vasconcelos durante a Semana da Consciência Negra. “É isso que faz muita gente acreditar em projetos voltados para a educação e afirmação da maioria que por muito tempo foi classificada como minoria. A UFRR está de parabéns mais uma vez”, disse.