Opinião

Opiniao 13 11 2015 1692

Não me abandone, sou parte de você! – Anderson Morais de Oliveira*Ontem pela manhã, eu estava resolvendo pendências pessoais em um órgão público em Boa Vista, estava em trajes civis (à paisana) na fila, aproximadamente trinta pessoas aguardavam para ser atendidas, e em todas as rodas e todas as conversas e por todo o tempo em que eu permaneci lá, o assunto era um só: as “loucuras”, “absurdos” e “insanidades” cometidas por policiais militares em Roraima nos últimos tempos (replicando os próprios termos utilizados pelos cidadãos no momento). Também muitos comentários e expressões jocosas e pejorativas, por vezes as falas saíam até em coro, sempre com ênfase no último ocorrido e mais grave destes atos, onde um policial militar, na experiência mais atroz já vivida por nossa instituição, utilizou-se da arma de fogo que lhe foi cautelada pela corporação como instrumento de defesa, para, em um ato totalmente isolado e dissociado da realidade, assassinar covardemente três pessoas inocentes.

Minuto a minuto, comentário a comentário, eu ficava cada vez mais envergonhado, com um estranho “aperto no peito”, ao perceber que provavelmente o assunto era o mesmo em “todas as filas” de “todos os órgãos públicos” naquele momento, assim percebi que nascia e crescia na população roraimense um misto de indignação, decepção, medo e revolta.

Possivelmente, o cidadão não sabe que este mesmo imbróglio de sentimentos também era vivido pelos próprios policiais militares de Roraima naquele momento. Conversei com vários colegas ao longo do dia, e vi que todos estavam passando por uma espécie de “estado de choque”, e ao mesmo tempo envidamos todos os nossos esforços em capturar o autor do monstruoso ato, tendo em vista exatamente que não poderíamos deixar sequer passar pela cabeça da população que haveria qualquer tipo de “corporativismo”, deveríamos agir de maneira exemplar e com imparcialidade, e “cortaríamos na própria carne” se preciso fosse, sob pena de perdermos totalmente a confiança da sociedade roraimense, o que seria irreversível.

“Estado de choque”! Parece exagero, mas tudo que construímos ao longo de nossa história parecia que desmoronava em questão de horas, afinal, sempre nos orgulhamos de sermos bons profissionais, de estarmos entre os mais bem qualificados do país, de conseguirmos manter regulares índices de controle da criminalidade ao possuirmos a capital menos violenta do país, de possuirmos os menores índices de corrupção policial do Brasil, de não sofrermos das “mazelas” e “desgraças” sofridas por integrantes da maioria das policias militares brasil à fora, e principalmente, sempre nos orgulhamos do nível de confiança e do respeito que a população roraimense sempre teve por nós, o cidadão roraimense sempre soube que o “ PROTEGER E SERVIR” escrito em nossas viaturas, nunca foi apenas um emblema figurativo ou um simples slogan publicitário. O roraimense sabe que esta é a expressão de um “real desejo” de cada um dos policiais militares que patrulham a capital e o interior no dia-a-dia. Trata-se de um “sentimento da tropa”.

Assim, neste exato momento, expresso uma sensação que provavelmente seja a de toda a minhacorporação, a dor latente de uma ferida aberta, que não sabemos dizer quanto tempo demorará para cicatrizar, e uma horrível sensação de impotência, por saber da nossa fragilidade ao não conseguir detectar e identificar possíveis desvios de conduta e desequilíbrios psicológicos em nosso seio a tempo de evitar tragédias.

Mas tenham certeza, apesar de fatos tristes como esses tentarem fazer supor o contrário, nós somos pagos e treinados para protegê-los e cada um de nós que enverga a farda azul petróleo é possuidor técnicas difundidas com esse fim. Nossas viaturas, quando andam rápido fazendo bastante barulho transportam a esperança e a vontade de salvar uma vida. Nossos equipamentos são ferramentas de trabalho e não instrumentos de tortura, e as armas de fogo em nossas cinturas são letais, porém não são instrumentos de morte e tão pouco objetos de violência, elas nos são dadas como último recurso no emprego da força, uma força legal, são instrumentos que devem ser empregados na preservação da vida, e que podem inclusive ser empregadas para ajudar a salvar a sua vida.

Infelizmente não tenho voz suficiente para “gritar” a toda a honrosa e respeitável sociedade roraimense, mas não abandone a sua Polícia Militar. Somos parte de você, lembre que somos imperfeitos, mas saiba que apesar de nossa imperfeição, continuaremos aptos à servi-los; continuaremos fazendo o nosso melhor. Não vamos nos entregar frente a essa dificuldade, renasceremos ainda mais fortes e continuaremos a nos capacitar ainda com mais dedicação, para prestar-lhes o melhor serviço. O serviço digno que a sociedade merece.

*1º-sargento da Polícia Militar, bacharel e especialista em Segurança Pública—————————————————-Mulheres – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Se vires a tarde fira, Com ar de querer chover, Lembra-te, são meus olhosQue choram para te ver”.Quando nos conhecemos éramos ainda adolescentes. Namoro de garotos, que se estendeu até o amadurecimento jovem. Namoramos, noivamos e nos casamos. O tempo passou e não passamos. Continuamos na linha equilibrada no amor equilibrado. Nos tempos ausentes nos correspondíamos através de cartas. O correio ainda era o meio mais eficiente na comunicação. E foi numa das cartas que recebi estes versos citados aí. Tenho-os na memória aliados a tantos outros que me fizeram, e me fazem, feliz.

Casamo-nos e ela me deu a família da qual me orgulho, e que me faz um homem feliz. Uma família tão numerosa quando harmoniosa. Um grupo no qual a felicidade buscou abrigo e permanece, para meu orgulho. Sorrimos sempre que nos lembramos das reuniões de família. Somos feizes. E procuramos espraiar essa felicidade com a grandeza do amor. E esta semana resolvi falar das mulheres que fazem o mundo ser mais feliz. Das que conheci e que conheço no mundo cultural e profissional, que me fazem orgulhoso em conhecê-las. Mas não poderia deixar de mencionar a mulher que mais me fez feliz por ser minha mulher, mesmo considerando-se o “minha” como uma menção ao amor indestrutível.

Hoje é dia do aniversário da dona Salete, com quem venho comemorando aniversários através dos tempos, que não marcam tempo, mas convivência. A comemoração já está padronizada, faz tempo. Ainda ontem, por exemplo, ela me perguntou, acintosamente:

– Ei… tá se lembrando de que amanhã é meu aniversário?

– Claro que sim!!

– Ah… sei…

A mulher que marcou e construiu minha vida, na construção de nossa famíla, está aniversariando. E  mesmo que você não a conheça, não deixe de lhe desejar, mesmo em silêncio e à distância, toda a felicidade que ela merece. Nosso lar, nossa família e tudo o que construímos em nossa convivência, foi fortalecido e é fruto do amor verdadeiro. Cinco décadas de convivência harmoniosa faz com que nos sintamos realizados no que decidimos realizar quando ainda éramos adolescentes. O que nos indica que nada é mais sólido do que o amor. Ele é infinito, indefinível e, sobretudo, indestrutível.

Meu recado, no meu papo dedicado esta semana à mulher, é que ela tenha em mente o quanto ela é imortante para o desenvolvimento da humanidade. Que quando ela se valoriza tudo cria valor à sua volta. Que o mundo não será o mundo que queremos, enquanto não dermos importância à importância que a mulher tem, para o desenvolvimento da humanidade. Parabéns, SALETE. você fez muito pelo mundo. Pense nisso.

*[email protected]————————————————-ESPAÇO DO LEITORFICHA LIMPAO leitor Anderson Alves Araújo comentou a respeito dos acordos políticos para 2016: “As articulações não começaram somente na Capital. Nos demais municípios, o grupo governista também já articula o lançamento de candidatos ao cargo de prefeito. No Município de São João da Baliza, o governo pretende lançar um ex-prefeito que não possui um histórico administrativo dos melhores. Esperamos que este nome seja reavaliado, caso contrário, será rejeitado nas urnas”.PUNIÇÃO “Policial que é pego principalmente em flagrante cometendo qualquer tipo de crime deveria ser preso e, em seguida, expulso da corporação. Esperamos que com este novo comando ocorram seriedade e reorganização de toda a instituição militar que estava desmotivada e sobre forte pressão. A Polícia Militar de Roraima não pode cair em decadência. Estes casos devem ser espelhos para os novos integrantes com uma punição severa e, em seguida, o desligamento total. O que a sociedade espera é que o lema de servir sempre seja honrado por homens de boa índole”, escreveu a leitora Renata Cavalcante Dias.ENERGIAO leitor Luiz Benício Lima relatou que no Município de Rorainópolis o fornecimento de energia está precário. “No período da tarde, é muito difícil ter energia para os moradores. Ainda mais nesta época de calor! Temos enfrentado inúmeros problemas, como alimentos que se estragam, queima constante de aparelhos eletrônicos, agências bancarias que funcionam de forma precária e as linhas de telefones celular e convencionais que não funcionam”, diz o e-mail enviado.SALÁRIOFuncionários da empresa terceirizada Cometa enviaram a seguinte reclamação: “Estamos há exatos quatro meses com os salários atrasados e sem previsão de pagamento. No desespero, já até procuramos a Superintendência Regional do Trabalho, formulamos, inclusive, denúncia, mas nada foi resolvido. O que queremos é receber nossos salário e honrar com nossas dívidas”.