Jean-Paul Sartre e o que significa ser livre
Marcos Alexandre Borges
Professor do Curso de Filosofia da UERR
Tem sido comum ouvir ou ler argumentos que apelam para uma espécie de “princípio democrático”, em que se diz algo como: “sou uma pessoa livre, portanto tenho o direito de fazer (ou de pensar, ou de dizer) o que eu quiser”. Muitas vezes, os propagadores desse tipo de discurso argumentam algo como “tudo o que eu faço (ou digo) não diz respeito a outra pessoa, portanto, eu posso fazer ou dizer”. Por um lado, esse tipo de postura soa um tanto arrogante, passa uma ideia de que o cidadão em questão pensa que pode tudo, parece acreditar ser onipotente em relação às suas escolhas. Por outro lado, pela mesma razão, transparece uma espécie de ingenuidade por acreditar tudo poder, mesmo que seja em relação a suas escolhas. Além disso, em certas ocasiões o apelo a “máximas” como essa, que pode aparecer com formulações diferentes, mas, em geral, tem significado similar, é feito para justificar algumas coisas absurdas, ou, no mínimo, questionáveis.
Mas, afinal de contas, faz sentido pensar na liberdade como algo ilimitado? É coerente acreditar que somos absolutamente livres para tomar qualquer decisão, baseando-nos apenas em nossa própria vontade? Se vivemos em uma sociedade livre, segue-se que temos o direito de agir e dizer o que queremos, independentemente de o que seja? Ou a liberdade deve ser pensada como algo que tem limites? Enfim, é possível viver e agir eticamente tendo como base a tese segundo a qual somos absolutamente livres?
Pode parecer mais prudente e razoável responder que a liberdade deve ser limitada, que não devemos acreditar que somos absolutamente livres, mais ou menos como diz outro “princípio” bastante conhecido, segundo o qual “a minha liberdade vai até onde começa a do outro”. De fato, parece problemático defender a tese da liberdade absoluta, afinal, a existência humana é cercada de determinações que independem de nossa escolha, e também de relações constantes com outras pessoas que, assim como cada um de nós, possuem as suas vontades, escolhas, e agem de acordo com elas. Devemos concluir, portanto, que não é possível defender a tese da liberdade absoluta?
Jean-Paul Sartre (1905-1980), escritor, dramaturgo e filósofo francês, é um conhecido defensor da ideia segundo a qual o ser humano é absolutamente livre. Ideia esta que sofreu muitas críticas de diferentes perspectivas, tanto de vertentes judaico-cristãs quanto de comunistas, respondidas em uma conferência proferida em 1945, e publicada no ano seguinte sob o título O existencialismo é um humanismo. Essas críticas atacavam tanto o fundamento dessa ideia, quanto as consequências que julgavam dela decorrer (embora muito interessantes, não trataremos dessas críticas nesse texto, quem sabe em um próximo!).
Mas o que Sartre pretende dizer ao afirmar que o ser humano é absolutamente livre? Para pensar a partir dessa pergunta é importante ter em conta que Sartre é um filósofo existencialista. Como ele mesmo define, o existencialismo é a linha de pensamento segundo a qual, no caso do ser humano, a existência precede a essência. Ou seja (e, explicando muito rapidamente), primeiro nós existimos, e somente depois nos definimos. E o ponto é este: nós nos definimos, nós nos construímos. Tanto que o termo empregado por Sartre para expressar aquilo que nós somos, já que não temos uma definição prévia, é projeto. Cada ser humano é um projeto: algo a ser realizado e definido ao longo de sua existência.
Segundo Sartre, o ser humano é absolutamente livre, e se define, se constrói e se realiza através de suas ações, baseadas em suas escolhas. É nesse sentido que somos absolutamente livres, e a liberdade não é algo que o ser humano possui, mas a sua própria condição. Ou seja: existimos como seres livre. Somos livres para fazer escolhas, e agir de acordo com elas. Mas, por considerar que o ser humano é absolutamente livre para fazer suas escolhas e agir de acordo com elas, essa ideia não recairia na mesma arrogância ou ingenuidade de acreditar poder escolher tudo, apontada no início do presente texto?
Para Sartre, ser absolutamente livre significa ser responsável. A propósito, segundo ele a liberdade não é possível sem a responsabilidade. Como assim? Se sou absolutamente livre para escolher, as escolhas que faço são minhas. Se as escolhas são minhas, não há outro responsável por elas, senão eu mesmo. Nesta linha, não ser responsável implica em não ser livre; a liberdade exige a responsabilidade.
Certo. Mas há, ainda, uma pergunta importante no início desse texto que precisa ser respondida: é possível viver e agir eticamente tendo como base essa tese que defende a liberdade absoluta? Como é possível uma ética a partir dessa ideia segundo a qual nós, humanos, somos absolutamente livres, e fazemos escolhas a partir dessa condição?
Ao dizer que o ser humano é responsável por si mesmo, Sartre não quer dizer que ele é responsável estrita e exclusivamente por sua individualidade, mas que é responsável por todos os humanos. O filósofo não se refere à responsabilidade num sentido individual, ou individualista: segundo ele, a responsabilidade envolve a humanidade como um todo. Ao dizer que o humano é livre para escolher, que escolhe por si mesmo, Sartre entende que cada um de nós escolhe por todos os humanos. Nesta medida, a pergunta que deve ser feita diante de cada situação que nos exige uma escolha é: “O que aconteceria se todos agissem do mesmo modo?”. Ignorar essa pergunta, segundo Sartre, é agir de má fé, é fugir da responsabilidade. Ou seja: o outro é a referência a partir da qual é possível uma ética, na perspectiva desse filósofo.
Enfim, de acordo com o que nos diz Jean-Paul Sartre a respeito do conceito de liberdade, não é somente possível, mas é necessário viver eticamente a partir da ideia de que somos absolutamente livres, pois: (1) ser absolutamente livre implica, necessariamente, ser responsável; (2) o ser humano não é responsável somente por sua individualidade, mas pela humanidade como um todo; (3) em cada escolha que faço devo me perguntar se todos poderiam escolher a mesma coisa. Nessa perspectiva, não é possível ser ético se não nos consideramos absolutamente livres.
Se é problema, procure ajuda
Afonso Rodrigues de Oliveira
“Crio um clima agradável no trabalho. Sei que há leis que regem o Universo e uso essas leis em todas as áreas de minha vida”. (Louise Hay)
Ser feliz no ambiente de trabalho é evolução. E só progredimos quando evoluímos. E nossa evolução está no poder que temos de criar o ambiente que desejamos para viver. E nada mais lógico e racional do que criar o ambiente em que quer ser feliz. Faça isso no seu ambiente de trabalho. Seja superior sem inferiorizar. Ou mais precisamente, sinta-se superior a você mesmo. E só conseguimos isso quando consideramos que somos todos iguais nas diferenças. E não permita que a diferença no seu colega de trabalho o torne inferior. Ele apenas está no seu nível de evolução racional.
Estamos iniciando mais uma segunda-feira que nos levará à sexta-feira. Caminhada que cabe a você vivê-la com felicidade. Porque não devemos ficar esperando que os outros façam por nós o que nós mesmos podemos e devemos fazer. Mantenha seu ambiente de trabalho num clima sadio e harmonioso. Mesmo porque “Ninguém, além de você mesmo, tem o poder de fazer você se sentir feliz ou infeliz, se você não estiver a fim”. E para ser feliz você precisa fazer com que os outros se sintam felizes com sua presença. E você tem esse poder. É só não desperdiçar seu tempo maculando sua saúde, com pensamentos negativos. E estes vêm da sua mente, quando você não a mantém saudável.
Não desperdice seu tempo preocupando-se com assuntos desagradáveis que lhe trazem pessimismo. Aproveite seu dia, hoje, levando alegria ao seu ambiente de trabalho. Não importa nem interessa saber o que você faz no trabalho. O importante é como você faz, no que faz. Vamos nos lembrar do Swami Vivecananda: “Não se mede o valor de um homem pela tarefa que ele executa, mas pela maneira de ele executá-la”. E você, mulher, não torça o nariz, porque o Vivecananda está se referindo ao ser humano, independentemente do seu sexo. Observar isso já é um passo à frente no progresso.
Vamos debulhar a espiga. O importante é que você se sinta feliz para espraiar a felicidade. Então seja feliz no seu ambiente de trabalho e transmita a felicidade a todos à sua volta. Você tem o poder de que necessita para fazer isso. É só acreditar nisso e em você. O Universo é rico e está à sua disposição. É só você parar de ficar olhando para o bico dos sapatos e olhar para o horizonte, que é lá que está o que você deseja e quer. Mas não esqueça de que o horizonte é inatingível, uma vez que a Terra é redonda. E não se esqueça de que no dia do seu aniversário você completa mais uma volta em volta do Sol. Pense nisso.
99121-1460