Opinião

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Você tem Esperado em Quem?

Debhora Gondim

Josué 1: 5 e 6

Nosso coração enganoso e orgulhoso faz com que caminhemos temerosos e ansiosos. Por diversas vezes ao longo de nossa peregrinação deixamos de avançar, alcançar e perdemos oportunidades que nos fariam crescer, por medo do que pode vir. Desistimos de sonhos, projetos e paramos de planejar e pior ainda, paramos de entrega-los a Deus. 

O coração é mais enganoso que qualquer outra coisa e sua doença é incurável. (Jeremias 17:9a)

Porém, este temor tem origem no orgulho. Ele nos faz confiar ou não confiar em nós. Faz com que, tudo gire em torno de nós, nos vemos como o centro, pensamos que algo só acontece se fizermos acontecer, mas não há poder em nós sem Cristo. A esperança acaba estando naquilo que sabemos ou não sabemos, como se tudo, até nosso futuro dependesse de nós, do nosso conhecimento ou falta dele, nos sentindo os detentores do controle de nossas vidas. Pobre de nós quando pensamos assim, somos frágeis, vulneráveis e não sabemos nem o dia de amanhã.

Quem confia em si mesmo é insensato, mas quem anda segundo a sabedoria não corre perigo. (Provérbios 28:26)

O orgulho do homem o humilha, mas o de espírito humilde obtém honra.

(Provérbios 29:23)

Para Josué foi dito: “Seja forte e corajoso.” Ele foi e, como sucessor de Moises liderou a nação de Israel no deserto e comandou a tropa que derrubou os muros de Jericó, mas o segredo não estava na sua força e coragem, não estavam em confiar e esperar em si mesmo e nas suas habilidades. Mas o segredo da sua coragem e esperança estava no verso anterior do livro de Josué, quando Deus diz: “Estarei com você, nunca o deixarei, nunca o abandonarei.”.

Ninguém conseguirá resistir a você, todos os dias da sua vida. Assim como estive com Moisés, estarei com você; nunca o deixarei, nunca o abandonarei.

“Seja forte e corajoso, porque você conduzirá esse povo para herdar a terra que prometi sob juramento aos seus antepassados.” (Josué 1: 5 e 6)

Então, da mesma forma devemos avançar, alcançar o que Deus tem para nós, sendo fortes e corajosos em Cristo. Lembrando que nossa esperança está em Deus. Por que Ele está conosco em todo tempo. Só a partir desta convicção de fé o medo dá lugar à força e a coragem para conquistar os propósitos e sonhos de Deus para nós. Assim, como Josué conquistou. A fé em Jesus e em suas promessas nos faz ter a esperança alicerçada no lugar certo.

Esta é uma afirmação fiel e digna de plena aceitação. Se trabalhamos e lutamos é porque temos colocado a nossa esperança no Deus vivo, o Salvador de todos os homens, especialmente dos que creem. (1 Timóteo 4:9,10)

Por fim, sejamos humildes em reconhecer que tudo vem de Deus, que tudo é por Ele e para Ele. Para que, não coloquemos nossa esperança em nós mesmos a ponto de ter medo do futuro e andar ansiosos. Que sejamos fortes e corajosos, na força que vem do Senhor, com a esperança de que Deus estará conosco até o fim de nossas vidas. Diante disto, minha pergunta a você é: tem Esperado em Quem?

Espere no Senhor. Seja forte! Coragem! Espere no Senhor. (Salmos 27:14)

Teóloga e Professora

As celeumas perturbadoras das redes sociais

Sebastião Pereira do Nascimento*

Na generalidade das ciências humanas, o conceito de rede social surgiu na primeira metade do século XX, aprofundando o conceito a partir da segunda metade do mesmo século. Contemporaneamente, o conjunto de ferramentas que se define como elementos da tecnologia digital, são os principais anseios da sociedade pós-moderna que, como idiossincrasia, tem a propensão de se deixar dominar pela imaginação das mídias eletrônicas. Essa propensão ganha mais força ainda, na medida em que as pessoas têm nas redes sociais a possibilidade de postar de forma exacerbada coisas próprias como elas querem que realmente fossem, no intuito de que possam causar impacto no outro. E essa impressão “perfeita” ou “certa” que as pessoas acreditam que possam para as outras, mostra o quanto a sociedade contemporânea ainda é incapaz de lidar com as tecnologias digitais.

Nesse universo, podemos destacar as mídias sociais e as redes sociais. De forma geral, a primeira é tudo aquilo o que é publicado na internet como: vídeos, fotos, notícias, mensagens e entre outros; já as redes sociais são locais de interação entre pessoas, ou seja, plataformas construídas para que a pessoa compartilhe e divulgue informações com os seus e outros círculos sociais. Contudo, tanto uma quanto a outra são onde as pessoas exploram a fundo esses elos de conexões agindo mais com a emoção do que a razão, a maioria das vezes levadas pela generalização da moda, que é a valorização do novo, tendo a celebração do consumo como expressão pessoal máxima cuja o meio é colonizado pelo o universo do mercado — social, cultural, político e econômico.

Considerando a expressão pessoal, é possível constatar a partir da massificação dos meios digitais, diversas inversões de valores sociais, onde o sujeito é cada vez mais distante e estranho para outro. E há quem tema que essa tendência geral possa ser uma ainda mais destrutivas socialmente, pelo fato das pessoas não se importarem com as limitações, ética e moral, quanto às exposições demasiadas nas redes sociais, muitas vezes postando imagens, fatos ou comentários sem nenhum compromisso com a verdade e sem nenhum julgamento prévio.

Também, o desejo sôfrego da pessoa querer ser o centro das atenções, querer notoriedade social a todo custo, a busca incessante da autopromoção nos meios virtuais e o apego exc
essivo aos próprios interesses, são atitudes de pessoas doentias, que sustentam algo próprio dos sociopatas, ainda mais quando essas coisas estão associadas ao desprezo pelo outro (levando a um transtorno de personalidade), onde o indivíduo passa desprezar também os valores morais e simular sentimentos histriônicos, no intuito de conseguir manipular outras pessoas, satisfazendo sua cobiça de querer ser o mais verdadeiro, o mais belo e o mais perfeito.

Em muitas ocasiões, esse tipo de comportamento pode ser ainda mais prejudicial à pessoa, quando ela divulga algo e não consegue uma resposta à altura do que esperava, com isso a pessoa pode sofrer uma grande frustração tornando a sua vida profundamente angustiante e insuportável.

Portanto, as redes sociais, levam as pessoas a um ambiente metaverso — além da realidade — imersivo no que tem de mais irreal, onde os humanos, mormente aqueles transtornados, têm a falsa impressão de que estão sendo acolhidos ou preenchidos de companhia, mas quando se distancia das redes sociais percebem que estão só, daí o desejo incomensurável pelos sucessivos acessos — muitas vezes reiterando coisas sem profundidades: idiotices, futilidades, disparates, indiferenças, etc.  — no sentido de dar vazão à impaciência e à sua triste vida. No mesmo contexto, também há aqueles que passam a disparar informações espúrias e brutais sustentadas por mentiras como forma de fazer valer suas verdades e certezas particulares.

Sobre esses brutais, no que se refere aqui no Brasil, atualmente é algo que vem sendo cada vez mais expoente, sobretudo a partir do surgimento de Jair Bolsonaro para presidente do país, o qual com suas ideias ultraconservadoras suscitou aqueles que se sentiam presos aos seus remorsos externar, por meios virtuais, seus sentimentos mais tóxicos recheados de pautas racistas, homofóbicas, misóginas, antidemocráticas, armamentistas, nazistas, etc., cujas consequências para a sociedade brasileira são nefastas, ainda mais quando essa brutalidade toma corpo além das redes sociais.

Ultrajante ainda é que essas pessoas brutais usam sistematicamente os diversos aparatos digitais para oferecer guaridas àqueles que cometem suas brutalidades, a começar pelo próprio do presidente do país, quando ele irradia suas enfermidades morais — em prejuízo a toda nação — e é apoiado por uma legião de seguidores enraivecidos. Os mesmos que tentam manter o status quo do conservadorismo aviltante, o qual há tempo a sociedade civilizada já vem negando, pois ela compreende que a diversidade e o diálogo são pontes construídas para criar uma vivência harmônica, e o conservadorismo — marcadamente antimoderno — não tolera uma vivência harmoniosa, em se tratando de uma sociedade múltipla de valores, raça, cor, cultura, gênero, credo, etc.

No que tange à atitudes brutais, que se alargam cada vez mais no Brasil e no mundo atual, é possível afirmar que esses meios de relações virtuais estão convertendo os seres humanos não só em espectadores insensíveis e celerados, mas em sujeitos ávidos em se autorrevelar, postando imagens e fatos infundados apenas para a sua satisfação. Onde o sujeito expõe o seu conteúdo virtual da forma em que ele deseja, muitas vezes transformando uma coisa insignificante em algo que para ele é extraordinário.

Na realidade, isso evidencia o quanto as pessoas estão vivendo dissociadas dos afetos humanos e amparadas pela vaidade extrema, além da bruteza colossal, onde cada um visa apenas o seu bel-prazer e sair disparando ódio no intuito de apenas machucar o outro. Não bastante, essas ações desorientadas tanto causam indignação às pessoas comprometidas com a verdade, como deterioram cada vez mais os valores ético e morais da sociedade contemporânea, salientando que sem a resistência moral, as pessoas entram em turbulência mental, e consequentemente deixam de fazer as coisas certa, não raro para satisfação própria.

* Filósofo e escritor.

Somos a nação

Afonso Rodrigues de Oliveira

“O espírito de qualquer nação não é nada mais do que a soma total dos hábitos de pensamento dominantes do seu povo”. (Napoleon Hill)

Só quando nos conscientizarmos da responsabilidade que cada um tem, para o desenvolvimento da nossa Nação, seremos desenvolvidos. Porque ainda não conhecemos, e por isso não reconhecemos, que ainda não somos cidadãos. Ainda, por conta da nossa ignorância política, somos marionetes de políticos que não são políticos. Não são mais do que espertalhões que sabem como dominar nosso desconhecimento. Nada mais poderia envergonhar o cidadão do que a malandragem na corrupção que assola a nossa Nação.

Eu não tinha intenção, mas vamos repetir o pensamento que nos mostra, com clareza, a venda que tapa nossos olhos apagados: “Somos o único caso de democracia que condenados por corrupção legislam contra os juízes que os condenaram”. E quem disse isso foi o então Ministro Joaquim Barbosa. Ninguém mais preparado para falar essa verdade. O lamaçal em que está nadando nossa política, nos envergonha. E mais triste é sabermos que somos nós, “cidadãos”, os responsáveis, sem sabermos que somos, por essa bagunça. Porque, na verdade, os que não nos educaram para que entendêssemos o problema, estão aí rindo da nossa ignorância.

Mas, tudo bem. Vamos parar de ficar berrando sem sabermos o que estamos dizendo, nem saber que não sabemos. E se você estiver magoado com as aspas na palavra cidadãos, fique frio, não estou sendo agressivo. Estou apenas lembrando que ainda não nos é dado o verdadeiro direito do cidadão: o voto facultativo. Nem nos darão. Cabe a cada um de nós buscar o saber para sabermos o que ainda somos, em termos de política. Ainda não nos atentamos para o fato de que o cidadão vota por dever de cidadania e não por obrigação. Enquanto vivermos acorrentado à obrigatoriedade no voto, não seremos cidadãos. Mas a cidadania exige educação. E por isso não nos educam.

Vá refletindo um pouco sobre isso e meditando sobre como podemos mudar o panorama da nossa política. É simples pra dedéu. O tempo da buchada já deveria ter passado. Tirá-lo da nossa lembrança já é um caminho para o progresso. Não devemos eleger em troca de benesses, mas em busca do progresso, que nunca virá, sem a educação do povo. E quem está realmente interessado nisso, dentro da política at
ual? Converse com seu candidato, e veja se pode confiar no trabalho dele. Mas, não se esqueça de que você estará elegendo um político para trabalhar para você. Para você e para todos nós, independentemente de termos ou não, votado nele. Porque isso é política. Pense com reponsabilidade. Pense nisso.

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