Opinião

OPINIAO 14 03 2015 736

Deus é mais…
Vera Sábio*
Há mais mistérios entre o céu e a terra, do que suponha nossa vã filosofia.  Existe um só Deus (Onipotente, Onisciente, Onipresente). No entanto, os seres humanos e falhos sentem-se no direito de julgar os outros pelos próprios parâmetros, realizados a partir de nossas crenças, costumes e ideologias.
 Agimos de acordo com nossa forma de interpretar o que é certo ou errado, nossos instintos, nossa cultura e até mesmo o divino inspirado em nós, mas que somente através de nós será possível sua atuação, conforme a nossa vontade.
 “Quem não tiver nem um ‘pecado”’que atire a primeira pedra”, disse Jesus. Porém, facilmente julgamos e, no momento em que Jesus nos pede para doar tudo aos pobres e segui-Lo, ou para dar a outra face a ser batida, ou a outra mão para ser cortada. Voltamos a nossa insignificância, e repensamos melhor, ou justificamos de outra forma o que foi lido, e por nossa conveniência deve ser diferentemente interpretado.
Hipócrita! Quer converter o outro, mas nunca chegou a ser realmente convertido, não leu nas escrituras que  “Os mornos serão vomitados”. Todavia, precisamos perdoar “7 vezes 7”, ou infinitamente, conforme as compreensões de cada um.
 É fácil pegar trechos espalhados pela Bíblia para justificar qualquer ação e formar por interesses comerciais outra religião, ou outra denominação religiosa.
 “Aceitar Jesus” é uma frase muito repetida, quando alguém quer que modificamos nossos dogmas religiosos, não refletindo o quanto somos pecadores, falhos, multáveis, sem nenhuma condição de aceitar o “santíssimo Jesus”, nosso salvador.
 Somente “Deus” pode nos aceitar se quiser, nos perdoando constantemente e sabendo que novamente iremos traí-lo, nunca ocorrendo o contrário.
 As pessoas detentoras dos dons de pregação sabem que “Muitos dirão Senhor, Senhor… mas poucos serão de Deus”. No entanto, seus interesses pessoais requerem ter cada vez mais o domínio dos “irmãos”, e trazer mais e mais fieis, que paguem o dízimo e enriqueça a igreja.
Esquecendo daquela passagem da Bíblia, a qual  relata que os primeiros pregadores confeccionavam tapetes, vivendo do trabalho e não de rendas da igreja trazidas pelos fiéis.
Doavam suas vidas, seus esforços e seu tempo para Jesus, entendendo que: “Quem amar e acolher o menor dos meus filhos, é a mim que ama (Jesus)”.
Você que luta pela igualdade, fraternidade e partilha, é capaz de dedicar-se a um doente sujo e mau vestido, a uma criança abandonada, a um idoso desprezado, a uma pessoa com deficiência ou doente mental jogado pelas ruas? Consegue doar seu tempo, seu amor e parte do seu salário, mesmo que para isto não tenha nem tanto tempo, nem tanto dinheiro e nem tanto amor a oferecer na igreja?
A oração sem ação é morta; por isto faça mais do que fale, e deixe realmente o Espírito de solidariedade agir…
*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cega CRP: 20/04509 [email protected] Cel.: 99168-7731
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Paixão, política e amor  – Jaime Brasil Filho*
A paixão, diferentemente do amor, é uma idealização da realidade, uma invenção de si mesmo, são os desejos projetados em outra pessoa ou em uma causa. Luz narcísica.
A paixão política é a mais perigosa de todas as paixões, porque o fluxo racional entorpecido fortemente pelos impulsos mais instintivos normalmente descambam para a intolerância, para a violência física, psicológica ou moral.
Mas, como nós, pessoas mais amadurecidas já sabemos, no fim, a realidade se impõe. As máscaras caem, as idealizações se consomem em expectativas frustradas. E, com ou sem a nossa satisfação, a vida segue.
Na vida política – e que não é tão diferente de uma certa parcela dos relacionamentos amorosos – as frustrações e os desencantamentos podem desencadear reações totalitárias, de negação total de qualquer esperança no ser-humano e na sociedade. Assim se consumam os crimes passionais. Assim se compõem os regimes totalitários: os frustrados em suas paixões já não podem amar, e, assim, substituem o querer-bem, a alegria espontânea, a satisfação desinteressada, a tolerância e a solidariedade, ou seja, substituem o amor pela ordem imposta, pela força do Estado, fria e intolerante sobre si e sobre os demais.
Vejamos… Este artigo está sendo publicado entre duas manifestações convocadas para esta semana em todo o Brasil. Uma foi ontem, outra marcada para o dia 15. Uma foi chamada por sindicatos e movimentos sociais mais alinhados com o Governo Federal; a outra tem sido convocada por organizações civis que mais se estabelecem por meio da internet. Na primeira manifestação, segundo consta, a sociedade é convocada para defender a Petrobrás e reivindicar reformas políticas e ações de interesse dos trabalhadores; na segunda, a sociedade é chamada para denunciar e protestar contra a corrupção e contra o Governo Dilma. No Dia 13, em tese, teríamos uma pressão à esquerda; na do dia 15, teoricamente, teríamos uma pressão à direita. 
Mas, não é tão simples assim. Vejamos. Dilma está tomando todas as medidas que jurou que não tomaria. Em resumo, segue, do ponto de vista macroeconômico o programa de Aécio. Dilma, a exemplo de Lula no primeiro mandato, atacou os direitos dos trabalhadores para sobrar dinheiro para os banqueiros. Por que, então, os trabalhadores não protestam contra Dilma? Já a turma do dia 15, chama a Dilma de comunista e diz que ela tem que sair do poder para o Brasil não se tornar uma “outra Cuba”. Só que Dilma está fazendo tudo o que Aécio disse que faria no campo econômico e o PT foi o partido que mais incrementou o capitalismo no Brasil. Não seria o caso do pessoal do dia 15, que em grande maioria defendeu o programa de Aécio, sair às ruas em defesa de Dilma?
Não deveria ser o contrário? Ou seja: a burguesia deveria apoiar Dilma e os trabalhadores teriam como meta a sua saída do Planalto, ou, no mínimo, o recuo nas medidas tomadas contra os trabalhadores?
Há duas coisas que precisam ser ditas. A primeira: Dilma já caiu. A segunda: não vai haver golpe.
Dilma já caiu politicamente, porque as tais medidas anticíclicas, de viés keynesiano, adotadas para amenizar os efeitos da crise do descontrole neoliberal de 2008 foram abandonadas, ou seja, a redução de impostos para o consumo, a diminuição de juros para financiamentos, a desoneração dos encargos trabalhistas deixaram de existir. Dilma já caiu porque, assim agindo, jogou fora o relativo, mas potencial apoio popular de que poderia gozar. A tal nova classe média é a primeira a ser atingida pela mudança de rumos na economia.
Dilma caiu porque, desde Collor até hoje, foi a corrupção que sustentou a chamada governabilidade. Política, para a maioria dos políticos, é um negócio. Só que com os escândalos envolvendo o PMDB e o próprio PT, essa “negociação” se torna muito mais difícil hoje em dia. Dilma caiu porque não sabe fazer política, e aqueles que a aconselham já se perderam há tempos nos vícios intestinos da construção artificial de maiorias parlamentares. Já se contaminaram com uma forma venal de fazer política.
Não vai haver golpe porque não existe possibilidade de apoio internacional para isso. E para um governo de exceção se constituir é essencial o reconhecimento exterior. Lembremos, em 1964, em plena guerra fria, os golpes eram planejados e financiados pelos Estados Unidos como forma preventiva a evitar que surgisse uma nova revolução como a de Cuba. Hoje em dia os Estados Unidos só apoiam golpes se houver ameaça aos seus interesses econômicos ou militares. E, como já foi dito, a grande burguesia, os banqueiros e as grandes corporações estão felicíssimas com a subserviência do Brasil. Eles, os banqueiros e as grandes corporações, não querem que as regras mudem, querem apenas seguir sugando as nossas riquezas produzidas pelo trabalhador brasileiro. Outra: com um Congresso Nacional conservador como esse, para quê golpe? Golpe se difere de uma revolução na medida em que golpe serve para conservar ou restabelecer as estruturas sociais e econômicas tradicionais, já uma revolução busca destruí-las ou transformá-las. Ora, quem está ameaçando a estrutura da Casa-Grande – Senzala? Ninguém! Não vai ter golpe.
Mas, há uma coisa que agora acontece e que se assemelha a outros momentos históricos. Os golpistas, historicamente, sempre foram a bucha de canhão da burguesia plutocrática e das oligarquias políticas no Brasil. Desta vez não é diferente. Michel Temer, do PMDB, vê cada vez mais a possibilidade de ter em suas mãos a Presidência da República. O PSDB já sabe disso, tanto que não quer o impeachment. Pior é ler de forma clara o que só se suspeitava: uma importante figura do PSBD declarou nesta semana que quer sangrar a Dilma nos próximos anos. Isso indica que não há preocupação com o país, mas, sim, com as próximas eleições presidenciais. Cito: “Não quero que ela saia, quero sangrar a Dilma, não quero que o Brasil seja presidido pelo Michel Temer”. Aloysio Nunes Ferreira disse isso, ex-candidato a vice-presidente na chapa de Aécio.
Com o presidente do Senado e da Câmara dos Deputados na berlinda da corrupção, ao tempo em que eles se declaram, ainda que nos bastidores, oposição em potencial a Dilma, a governabilidade se torna impraticável.
 Não se assustem, mas, hoje em dia somente o PSDB pode salvar Dilma e dar uma certa governabilidade ao seu governo. Caso isso não aconteça, Dilma provavelmente terá dificuldade de terminar o seu mandato.
Dilma já caiu, porque tem pouca força, mas pode até ficar na Presidência até o ultimo dia de mandato. Não vai ter golpe, mas o golpe já foi dado.
Enquanto isso, Temer agradece.
Assim, aos que se deixam se apaixonar por essa política rasa e mesquinha, aos que idealizam o futuro ignorando as opções reais, advirto: cuidado. Vocês estão sendo usados, e poderão ser traídos pelas suas paixões a qualquer momento.
Essa política que está aí não tem serventia para os trabalhadores, para os que produzem a riqueza do país. É preciso que os trabalhadores construam a sua própria forma de fazer política e saiam dos marcos políticos da burguesia.
Precisamos é de mais igualdade real, mais democracia popular, mais distribuição de renda e não de migalhas para o povo. Precisamos construir uma opção realmente à esquerda, e de esquerda, e que acabe com a perniciosa estrutura social da Casa-Grande/Senzala.
Não tem mágica, nem mago: precisamos do povo no poder.
“Necessitamos governar a nós mesmos, ou sucumbiremos. Este é o nosso dilema” (Jose Pepe Mujica) 
*Defensor Público
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Sempre em frente
Afonso Rodrigues de Oliveira*
“Grandes espíritos sempre encontram violenta oposição por parte de mentes medíocres”. (Einstein) 
Você se aborrece com as críticas? Corta essa. Alguém já disse que quem se aborrece com uma crítica é porque a mereceu. Assino em baixo. O crítico, quando sabe criticar, não critica. Ele fala sempre sobre o acontecimento e não sobre o autor. A carapuça fica por conta de quem a pegar. E se errou, o mais racional é assumir e se corrigir. Não há por que se aborrecer. É fácil? Não. Não é. Mas é muito simples. É só uma questão de maturidade. Todos nós cometemos erros. Até os Santos erraram. O importante é que saibamos enfrentar as circunstâncias nos acontecimentos causados pelos erros. Simples pra dedéu. Mesmo porque nem todos nós somos capazes de reconhecer, analisar e aceitar os erros, sejam seus ou dos outros. 
Analise-se. Não seja rigoroso. Apenas se analise e veja em que patamar está seu comportamento diante dos erros. Mesmo porque nem todos estamos preparados para analisar erros. Sempre os vemos dentro do ângulo do nosso desenvolvimento cultural. E este sempre está enraizada na cultura em que fomos criados e formados. E nesse carrossel cultural fica difícil, pra dedéu, aceitar coisas e acontecimentos atuais. Observe em que degrau você está, no mundo atual em que os comportamentos estão mais afoitos. O que é complicado. E é nessa complicação que tanto os velhos quantos os jovens encontram dificuldade em encarar as críticas. Então, vamos acordar e observar que só os espíritos atrasados sentem-se eufóricos em criticar. E por isso vão além do chinelo. O que é motivo suficiente pra você não se aborrecer. Porque se se aborrecer estará se nivelando por baixo.
Einstein sabia disso. Sabia que os espíritos maduros não dão importância à insignificância da crítica. Mas sabia, também, que a crítica é importante no desenvolvimento cultural. E a importância está na maturidade do crítico. Nunca critique sem a certeza do que está fazendo, porque só isso leva você a criticar com maturidade, sem ofender o criticado. Nunca use a crítica como desabafo. Isto é, no mínimo, medíocre. Coloque-se na fila dos grandes espíritos e você nunca se aborrecerá com as críticas dos pobres de espírito. Se você fizer isso estará mostrando sua superioridade sem se exibir. Os realmente superiores não têm por que se exibirem. “Está na política é como ser uma dama; se precisar dizer que é não é”. Procure estar sempre ao lado e com os grandes espíritos. Estes são os que não perdem tempo com o aborrecimento. Eles sabem que são o que são no que são. Muito simples. Pense nisso.
*Articulista
99121-1460
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ESPAÇO DO LEITOR
CARACARAÍ
A leitora Edinelsa Amorim enviou o seguinte e-mail: “Ontem, nós que moramos em Caracaraí, passamos uma situação constrangedora por causa do clima de desentendimento entre a prefeitura e o governo estadual, que não chegam a um acordo sobre a administração do Hospital Irmão Aquino. Acabou sobrando para a população, que presenciou a luta dos servidores pela não retirada de equipamentos e de um veículo. É constrangedor este impasse”.
 AULAS
O leitor Armando Lima comentou: “Continuam os problemas em relação às unidades escolares da Capital. Nesta semana, flagrei os alunos da Escola 13 de Setembro em uma praça próxima à escola. Quando questionei se ainda estava acontecendo aula, a resposta foi que estava faltando professores em quatro disciplinas. Meu filho mesmo me relatou que, além da falta de professores, não existe coordenação e, desde o início das aulas, sequer teve merenda na escola”.
 RESPOSTA
Sobre a nota “Barreira”, a Secretaria de Comunicação do Governo do Estado informou que o fortalecimento das ações de segurança pública nas fronteiras de Roraima, visando maior proteção ao cidadão, é uma das propostas de trabalho da governadora Suely Campos para a Secretaria Estadual de Segurança Pública, que será implementada nos próximos meses e que, para tanto, um acordo de cooperação técnica foi assinado entre o Governo de Roraima e o Departamento da Polícia Federal.
BONFIM
Em relação ao Município de Bonfim, o Governo do Estado informou que está sendo instalado, naquela região, um Núcleo de Inteligência Policial para que ações de investigações sejam realizadas lá. Afirmou ainda, que os trabalhos de segurança estão acontecendo e que serão intensificados nos próximos dias. Informou também que está sendo firmada uma parceria com a Receita Federal para intensificar as fiscalizações na entrada e na saída daquela cidade, inclusive com vídeo monitoramento.