Opinião

Opiniao 14 04 2016 2282

Monges copistas eram brilhantes, mas sumiram – Ronaldo Mota*Os tempos contemporâneos são marcados pela profundidade e rapidez das mudanças em curso. Neste ambiente de informação plenamente acessível, instantaneamente disponibilizada e praticamente gratuita é absolutamente natural que atividades que estamos acostumados hoje sejam profundamente abaladas amanhã e que profissões que nos parecem eternas desapareçam, ou se tornem raras brevemente.Assim também foi no passado, ainda que em ritmo mais lento, quando grandes transformações se efetivaram. Uma das mais curiosas e ilustrativas diz respeito aos monges copistas. Esses monges eram totalmente dedicados à cópia de livros, os quais eram escritos à mão, utilizando penas de ganso e tinturas, decorados com pinturas e feitos sobre pergaminhos, ou seja, peles tratadas de carneiros ou cabras.Essas cópias eram preparadas com especial esmero e, consequentemente, demoravam muito e os produtos finais resultavam extremamente caros, portanto, raros. Os monges copistas na Idade Média (séculos V a XV) eram cultos e faziam parte do extremamente seleto grupo que sabia ler e escrever. Na absoluta ausência de tecnologias que fizessem este trabalho, os monges copistas acreditavam que ao copiarem os livros estariam prestando um serviço a Deus, esforço recompensado pela liberdade que tinham em ilustrar as obras. Em geral, o trabalho manual de cópia dos manuscritos na Idade Média era realizado no interior dos mosteiros, em um quarto chamado scriptorium, daí a terminologia com significado amplo da palavra escritório, tal como adotamos hoje.O século XV não trouxe boas novidades aos monges copistas. O final da Idade Média, o começo do Renascimento, as novas descobertas, o crescimento do contato com o mundo oriental e o acesso às novidades vindas da China, da Índia e do mundo árabe promoveram mudanças profundas. Entre elas, a introdução do papel, invenção chinesa barata, abundante e de fácil recorte e manuseio.Interessante observar que antes do século XV os europeus simplesmente não se interessaram por essas novidades em curso na Ásia. Esse quadro se altera no século XV. O alemão Johannes Gutenberg não inventou, mas sim “reinventou” a imprensa e é considerado o homem que aperfeiçoou, de maneira decisiva, a arte asiática, dado que ele desenvolveu os caracteres móveis de chumbo, que podiam ser utilizados indefinidamente, além de uma nova tinta de impressão e a prensa de imprimir. Com isso, mudou definitivamente o mundo dos livros, em todas as suas dimensões e consequências: política, econômica, social e religiosa. A partir de Gutenberg, uma nova história se desenvolve e os livros, antes raros, se tornaram abundantes, baratos e de muito mais fácil manuseio, seja na fabricação ou sua utilização mais direta. Por sua enorme contribuição, Gutenberg pode ser chamado de pai da tipografia e do livro moderno.Bem, e como ficaram os brilhantes e competentes monges copistas após Gutenberg? Eles foram se tornando cada vez menos necessários e praticamente desapareceram poucas gerações depois. Os tempos atuais reproduzem, à luz das tecnologias digitais, quadros muito similares e a história dos monges copistas se repetirá em escala muito maior em praticamente todas as ocupações atuais. O certo é que as atividades humanas em geral serão atingidas, umas mais rapidamente, outras perdurarão um pouco mais, mas todas as profissões, de alguma forma, serão revistas e algumas simplesmente desaparecerão.

*Reitor da Universidade Estácio de Sá e Diretor Executivo de Educação a Distância da Estácio—————————————-Bata e a porta se abrirá – Vera Sábio*Tudo que já foi dito por Jesus sempre encaixa em nossa vida, dependendo da necessidade de cada um. “Peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão; batam, e a porta será aberta para vocês.” (Mateus 7)

Nessa passagem, Jesus revela o quanto devemos confiar e entregar a vida a ele, pois sempre ele nos atende, embora sua vontade ultrapasse nossos entendimentos. É percebido que em meus textos, tento fazer as pessoas despertarem para a empatia e acordarem para a realidade presente.Porém, hoje estou mais sensível, grata e cheia de expectativas a respeito de um novo momento da minha vida, o qual gostaria de compartilhar. Deixando a dica de que tudo é possível para aquele que enxerga uma porta e não uma muralha intransponível.

Sou servidora concursada há quase 20 anos no Tribunal de Justiça do Estado de Roraima e claro que isto, para mim, é motivo de muito orgulho. Todavia, a cegueira por vezes me colocou em trabalhos práticos que não dependem da visão, como este que assumo há 4 anos, no qual tenho a tarefa de contar e separar materiais de almoxarifado. É muito importante o que faço, no entanto, em nada cresço no que faço.

Foi com este pensamento que resolvi expor meus sentimentos ao presidente do TJ, o qual de tanto bater em sua porta, sua visão ficou mais sensível, o que permitiu enxergar neste Poder a verdadeira inclusão.

Agora irei para a Escola do Judiciário, onde poderei trabalhar em projetos de acessibilidade, trazendo aos servidores cursos e palestras diversificados, que permitam aos servidores entenderem mais a respeito de toda pessoa com deficiência, que venha a precisar da justiça.

Não há uma verdadeira justiça sem respeito e atendimento específicos a necessidade de cada um. Somos diferentes em nossas limitações, mas somos iguais em nossa condição de cidadãos.

Obrigada, desembargador Almiro, por esta oportunidade, e obrigada a Deus pela chance de ser útil, capaz e produtiva. Sabendo que não são as deficiências que nos limitam, e sim a vontade de servir que por vezes são barradas diante de uma simples situação.

*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e cegaCRP: 20/[email protected].: (95) 991687731—————————————-Ah!… Se eu soubesse – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Habitualmente as pessoas usam apenas uma pequena parte dos poderes que possuem e que poderiam usar em circunstâncias adequadas”. (William James)Realmente somos um desastre em relação a nós mesmos. Vivemos a maior parte de todas as nossas vidas desperdiçando nossas vidas. Ainda não aprendemos a ser o que realmente somos. Ainda não acreditamos em nós mesmos, preferindo acreditar em fantasias que nos dizem o que somos no que realmente não somos. E, acredite, você acredita mais no que não é; até mesmo quando apensa que é. Somos mais propensos e inclinados a acreditar no negativo do que no positivo. E é aí que está a árvore atravessada no nosso caminho. Complicamos pra dedéu. Quando na realidade tudo na vida faz parte da vida. E se é assim, tudo está ao nosso alcance. Mas preferimos ficar correndo por aí, procurando o que está em nós mesmos.

Somos todos de uma mesma origem. Viemos todos do mesmo universo. Viemos por iniciativa própria, por livre arbítrio. Ficamos porque quisemos ficar e estamos porque ainda não descobrimos o óbvio. Mas tudo tem uma explicação. O diabo é que ela é tão simples que complica nossa mente. E é aí que devemos parar e refletir com racionalidade. O que é muito difícil para um apenas animal racional. Porque é o que somos. E quando somos capazes de analisar a nossa postura, no universo pequeno em que vivemos, descobrimos que não somos animais racionais, mas animais de origem racional. E só quando descobrimos isso somos capazes de ver e viver o mundo da racionalidade.

E antes que você comece a me confundir com um pastor, padre, filósofo, vidente ou coisa assim, vamos debulhar a espiga. Todos nós, independentemente de quem somos, somos da mesma origem. Temos o mesmo poder para a nossa evolução racional. Só que não nos dizem que lá no Universo de onde viemos não há unidade de tempo. Um milhão de anos e um simples piscar de olhos é a mesma coisa. O que significa que o Racional Superior não está preocupado e nem aí com seu desenvolvimento, ou com seu retorno ao seu mundo de origem. A decisão de continuar chutando pedras por aqui, ou voltar para o seu mundo de origem, é exclusivamente sua. Você tem todo o poder de que necessita para tomar a decisão. Você acredita em milagres? Se acredita, faça o seu. Acredite em você mesmo e faça o milagre de ser o que não é, sem deixar de ser o que é. Você pode vir a ser um ser racional que viveu vinte e uma eternidades em processo de desenvolvimento racional. Ou continuar por mais eternidades, chutando o balde vazio da indiferença, no eterno ir e vir irracional. Pense nisso.

*[email protected]    99121-1460