Opinião

Opiniao 14 08 2015 1328

Vivendo de aparências  – Marlene de Andrade*Um dia desses me disseram que eu usava roupas muito “barrelas” e que como médica, deveria me vestir melhor. Pelo fato de sermos profissionais liberais nada nos faz mais valorosos do que qualquer pessoa deste planeta. Ter 3º grau ou ser PhD não nos transforma em super stars. Todos vamos virar pó e não é um curso superior que nos faz diferentes de um gari, o qual é tão importante para a sociedade, quanto qualquer ser humano mais “estiloso”,  graduado, ou muito douto.

É verdade que cada ocasião exige indumentárias diferentes e não há o que se discutir a esse respeito. Não podemos ir a um casamento calçando sandálias Havaianas, ou um juiz realizar uma audiência de bermuda só porque residimos em um país tropical. Também é inconcebível alguém entrar em um órgão público em trajes de praia.

Andar de salto alto, engravatado ou usar grife nada tem de errado, contudo o uso de roupas de marcas desconhecidas também são muitas vezes elegantes e podem vestir muito bem as pessoas e elas em nada depreciam quem quer que seja.

Devemos colocar na cabeça que somos todos iguais, pois hoje alguém, por exemplo, que exerça a função de deputado, amanhã pode se tornar tão somente um cidadão comum. Nesse caso o que mudou nele não foi a sua essência e sim a sua referida função dentro da sociedade.

Não devemos julgar as pessoas apenas pela sua aparência, porém é evidente que não podemos andar de qualquer jeito, ou seja, maltrapilhos ou extravagantemente vestidos à moda esfarrapada, sujos e mal cheirosos. Usar roupas e acessórios de bom gosto faz parte das nossas vidas e é de bom tom, mas não é preciso usar grifes famosas para sermos reconhecidos na Sociedade.

Dentro desse foco de discussão, é interessante perceber que grande parte das pessoas, principalmente as das classes sociais mais baixas, gostam de imitar pessoas de maior representação social. Geralmente, as sociedades humanas criam padrões, que tendem a ser seguidos pelas pessoas, contudo muitas vezes esses padrões não passam de consumismo supérfluo.

É comum algumas pessoas escolherem um corte de cabelo, ou  roupas imitando artistas famosos e por si só, nada disso é errado. O que não podemos é criar paradigmas em cima desses estereótipos que de nada valem na nossa vida tão passageira. Sendo assim e depois desta reflexão, pergunto a mim mesma: o que é usar roupas “barrelas”? É não estar usando marcas internacionais?

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas somente a que for boa para promover edificação.” (Efésios 4:29).

*Especialista em Medicina do Trabalho/ANAMThttps://www.facebook.com/marlene.de.andrade47———————————————–A melhor sala de aula – Ronaldo Mota*O mundo aí fora é, de fato, a melhor sala de aula que existe. Ele contém todos os elementos de que o processo ensino-aprendizagem precisa para explorar e explicar todas as áreas do conhecimento. Afinal, não há melhor laboratório para ciências naturais do que o ambiente aberto. Podemos, sim, aprender ótica vendo um arco-íris, estudar reações químicas na atmosfera ou estudar biologia observando os animais e as plantas como eles efetivamente são.

Claro que há e sempre haverá espaço para as salas de aulas, sejam elas presenciais ou a distância, como locais para sistematização, exploração de modelagens e cristalização dos conhecimentos adquiridos. Porém, se educação puder ser conjugada com atividades no mundo exterior, certamente ela será mais enriquecedora e estimulante aos olhos dos educandos.

No ensino superior, uma experiência recente levou a abordagem acima às últimas consequências e tem sido acompanhada como um caso de extremo sucesso. Trata-se da Universidade Minerva, em São Francisco-USA, no Vale do Silício. Criada em 2012, ela não tem um campus tradicional, não dispõe de salas de aula, bibliotecas ou laboratórios. Ela adotou as ruas como seus campi e o fez, até aqui, com muita pertinência. Os estudantes compartilham dormitórios da instituição e as aulas, especialmente ao longo do primeiro ano comum, são videoconferências desenhadas pelos melhores tutores disponíveis na atualidade. Refiro-me a nomes como Larry Summers, ex-reitor da Universidade Harvard e ex-secretário do Tesouro americano; Bem Nelson, grande executivo com passagens pela HP, Snapfish e Disney; o conhecido neurocientista Stephen Kosslyn, uma das maiores autoridades do mundo em psicologia cognitiva, entre outros. Em suma, o desenho da trajetória desses alunos ao longo de quatro anos de graduação é fruto da contribuição de pessoas altamente capazes de interpretar o mundo contemporâneo.

Nos três anos seguintes ao primeiro ano em São Francisco, todos os alunos devem passar seis meses em seis cidades diferentes do mundo (Berlim, Buenos Aires, Seoul, Bangalore, Londres e Istambul), cumprindo o desenho previsto nos respectivos percursos, os quais foram desenhados, bem como serão acompanhados, por seus mestres. Os custos para os alunos são muito acessíveis, comparados com instituições similares, e incluem todas as despesas com acomodações e alimentação. Difícil para o aluno é ser selecionado, dado que a concorrência é altíssima, bem maior do que Harvard, Yale, MIT, Stanford etc. Obviamente que os primeiros formandos da Minerva serão disputados pelo mercado por seus diferenciais impressionantes, a começar pela experiência internacional sem precedentes no ensino superior clássico. Vale a pena acompanhar, de olhos bem abertos, esta experiência (https://www.minerva.kgi.edu/).

No Brasil, temos experiências igualmente interessantes na educação não formal. Por exemplo, o “Rolé Carioca”, iniciado por professores de história da Universidade Estácio de Sá, desenvolve passeios históricos ao ar livre por bairros do Rio, contribuindo com que os participantes se situem histórica e geograficamente de forma muito enriquecedora. Eu mesmo, novato no Rio, tenho sido aplicado aluno destas atividades que reúnem dezenas, centenas, às vezes até milhares, de animados participantes.  Há uma ênfase na descrição comentada dos conjuntos arquitetônicos, associados de forma muito criativa aos bens imateriais do ambiente, tais como personagens, acontecimento, cheiros e sabores. Para quem quiser saber mais, acessar https://www.facebook.com/RoleCarioca.  Soube que vem aí algo do tipo “Rolé Brasilis” ou mesmo “Rolé Mundo”. A conferir.

Em suma, aprender é sempre bom. Se puder ser em contato com o mundo externo fica muito mais prazeroso e eficiente.

*Reitor da Universidade Estácio de Sá e Diretor Executivo EaD Estácio——————————————

O fascínio da vida – Afonso Rodrigues de Oliveira*“Leia todos os dias alguma coisa que ninguém esteja lendo. Pense todos os dias em alguma coisa que ninguém esteja pensando. Faça todos os dias algo que ninguém teria a loucura de fazer. Não há nada pior para o espírito do que fazer sempre parte da unanimidade”. (Christofer Morley)Quando nos aliamos à unanimidade é porque não somos capazes de alimentar o próprio espírito. E o espírito necessita de se manter ativo. Se não o alimentamos ele deixa que caiamos no pantanal da insignificância e no lamaçal do negativismo. E alguém já nos disse: “Os negativos sentem-se como as pessoas na sua primeira viagem de navio: ficam enjoados o tempo todo”. Você nunca vai encontrar uma pessoa negativa e bem humorada. Ela está sempre enjoada. E tem uma facilidade impressionante de transmitir seus enjoos para os tendentes ao negativo. Procure estar sempre alegre. E o segredo é não se deixar influenciar pelo negativo. O que é difícil pra dedéu. Requer muito equilíbrio mental.

O segredo em se divertir é divertir. E difícil é levar a brincadeira a sério e não deixá-la cair na vulgaridade. E os resultados virão positiva ou negativamente de acordo com seu comportamento na brincadeira. Lembrei-me disso, falando para meu filho, Homero, sobre o episódio que vivi numa festa de despedida de solteiros, no Rio de Janeiro. Fazia poucos dias que eu trabalhava no Estaleiro Mauá e ainda não conhecia bem o pessoal. No fim de semana, eles me convidaram para a festa em Niterói. Propositadamente cheguei atrasado à farra. A mesa já estava lotada de bebidas. Não sei se você já sabe, mas nunca consegui ingerir um copo sequer, de qualquer bebida alcoólica.

Era mil novecentos e setenta e dois. A bebida espalhafatosa na época era a “Cuba-libre”. Uma mistura de Rum com Coca-Cola. Inspirei-me e chamei o garçom à parte e combinamos. Durante toda a festa, ele iria me trazer uma Cuba-libre. Só que seria só Coca-Cola e limão. O cara foi muito legal. Logo ele chegou com um copo de Coca-Cola com uma fatia de limão presa ao copo e gritou:

– Cuba-libre, quem foi que pediu?!

Levantei o braço, e ele me sorriu. Naquela noite, tomei mais Coca-Cola do que em toda minha vida. Na segunda-feira, quando cheguei ao trabalho, fui aplaudido como o maior bebedor de Cuba-libre. E o mais importante é que nunca contei isso pra nenhum deles. Vivi o respeito deles por muito tempo. E ainda hoje sinto vergonha da gorjeta que dei para o garçom. Ele merecia muito mais. Foi muito legal no seu jeito de me ajudar a ludibriar sem ofender. O problema foi o medo de ser convidado para nova despedida de solteiro. Pense nisso.

*[email protected]    99121-1460

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ESPAÇO DO LEITOR

ATRASADOUm leitor, que pediu para não ser identificado, denunciou que o salário dos servidores terceirizados da Universidade Federal de Roraima (UFRR) está atrasado há oito dias. “Amargamos esses dias sem salário com contas vencidas. Nem a empresa nem a Universidade Federal dão uma posição a respeito do atraso. E já está chegando o meio do mês”, comentou.INSEGURANÇAO internauta identificado como Jotace comentou que a situação na Penitenciária Agrícola do Monte Cristo (Pamc) está difícil. “Raros bandidos são presos. E todo dia fogem outros – acobertados – da penitenciária sem segurança”, afirmou.LAURA PINHEIRO 1“É sempre assim. Não fazem intervenção no início do problema, deixam o tempo passar e depois é que resolvem tomar as medidas que deveriam ter sido tomadas antes, o que cria um sério problema social e se esquecessem o lado político da questão. É assim em todas as cidades brasileiras. Lamentável”, comentou o internauta Walter da Costa Ferreira sobre a retirada de feirantes do bairro Pintolândia, na zona oeste de Boa Vista.LAURA PINHEIRO 2Ainda sobre os feirantes retirados do Pintolândia, o internauta Antônio Carlos de Lima Prado comentou: “Existem pessoas que, pelo fato de serem pobres, se acham no direito de passar por cima das leis”.EDUCAÇÃO“A única maneira de se chegar a algum lugar é através da educação. Mas os nossos governantes não apoiam esta bandeira. Sabe por quê? Para não ter concorrentes entre os seus filhos porque o saber seria de igual para igual. É por isso que o Brasil não vai adiante. Dá um passo à frente e dois mil passos para trás. É essa a realidade do nosso País. Vamos melhorar a vida dos nossos professores, que os alunos sairão ganhando com isso”, comentou Jamiro Alves da Silva sobre a greve dos professores da rede estadual de ensino.