Opinião

Opiniao 14 09 2015 1439

Administrar… Quem? Por quê? Para quê? – Tom Zé Albuquerque*O fim do poço da economia brasileira chegou ao fim? Certamente não. Mesmo os mais otimistas, mesmo os leigos que acreditam em informações superficiais e demagógicas, mesmo os abduzidos pelo Partido dos “Trabalhadores” já não têm a segurança em acreditar que a situação de nosso país seja mais uma “marolinha”.

Muitos questionamentos têm vindo à tona sobre o porquê de o Brasil ter se afundado nesse caos. As empresas privadas agonizam por falta de consumo; as ações sociais declinam deliberadamente; os projetos de infraestrutura ora não saem mais do papel, ora foram interrompidos pela corrupção ou má gestão; as áreas de educação e saúde, impreteríveis para o mínimo social necessário, são as primeiras a sofrerem cortes incicatrizantes; no campo da segurança, extrapolou o limite, sobremaneira quanto à vulnerabilidade de nossas fronteiras… e não se tira daquilo que não se tem.

Mas, insisto em recorrer, quais as causas de tanta ingerência? O que fez com que de um país próspero há pouco mais de uma década tenha se transformado neste Brasil desacreditado e afundado em dívidas externa e interna? Quais as causas que fizeram com que estejamos angustiados com um futuro próximo, de instabilidade política e, inacreditavelmente, vivenciando um orçamento deficitário? Por que os demais países emergentes – BRICs – não sofreram nem de perto o que o Brasil tem passado; e pior, inversamente proporcional, enquanto a nação brasileira cada vez se afunda no movediço status de país destroçado pela forma desastrosa de ser administrado, os demais países do bloco de ascensão já se erguem em recuperação cada vez mais prudenciada.

Uma coisa é certa, em todos os campos e esferas da gestão pública atual, a ausência ou demérito à administração heurística é patente. A desimportância que se dá ao alojamento de profissionais da Administração em áreas típicas do Administrador por formação chega a ser risível. A falta de meritocracia também, cujos nomeados, por vezes, atendem por fidelidade partidária – e pessoal – ou conchavos políticos. Perguntar o porquê de o país – e, com efeito, muitos Estados e Municípios – estar num buraco obscuro passa necessariamente pela falta de administração na… administração pública; eis aí uma dissidência cruel. É médico, pedagogo, engenheiro, biólogo, químico, advogado, nutricionista, designer… enfim, são inúmeros profissionais ocupando cargos de gestão nos campos públicos em todo o país, como se fosse normal, paralelamente, um Administrador fazer um parto, elaborar um projeto estrutural de um imóvel, prescrever dieta, e assim por diante.

Os princípios norteadores da Administração, conforme o sistema CFA/CRAs, englobam: sociedade, macroambiente, conhecimento e participação, mas, como vemos, o planejamento público neste país é mal elaborado; não há organização; padece-se de liderança; não há coordenação no que fora proposto; o controle é desvirtuado. O dogma “Administrar é para Administradores” nunca esteve tão latejante.    *Administrador——————————————–A LIBERDADE DE SER VOCÊ MESMO – Vera Sábio*Expondo um pouco sobre liberdade. Muitos a entendem como o ato de poder ir e vir onde quiser, profetizar a fé que deseja, torcer para o time que gosta, votar no candidato que acredita e mesmo pensar no que quiser e se esforçar para que os sonhos se torne realidade.

Todavia nada é tão fácil e tão livre assim. Sendo esta liberdade total utopia quando deparamos por inúmeros impostos; onde a própria palavra revela seus atos.

Somos obrigados a pagar o que nos impõe, mesmo quando não agimos desonestamente e não colaboramos diretamente para que o caos estabelecesse.

Então destorcemos a palavra liberdade; tendo ela o conceito de parceria e pagamento do preço injusto que outros desviaram, que outros votaram, que outros escolheram. Não sendo então preciso gostar de pão, para comer o pão que o diabo amassou.

A liberdade de ser você mesmo, apenas acontece, quando se é honesto, transparente e não possui cúmplice para as enormes falcatruas; chegando com seus próprios méritos, onde estiver.

Agora quando se cresce por debaixo dos panos, nunca se está realmente sozinho; e ainda que fique rico demais, poderoso demais e se sinta o grande superior entre os outros. Mesmo com toda sua esperteza, sempre terá um ou vários cúmplices que participaram da mamata, onde não há inocentes e assim todos são corruptos, arrebentando a corda do lado do mais fraco.

Não existe como culpar só uma pessoa, se esta deve favores e mais favores a tantas outras que direta ou indiretamente colaboraram com sua chegada no poder.

Dessa forma, os setores, cargos de confianças, secretarias e ministérios são preenchidos por indivíduos sem afinidades, responsabilidade e competência, mas tão somente por necessidade de que fiquem calados. Deixando a sujeira permanecer embaixo do tapete.

Isto é apenas uma pequena demonstração do quanto estamos prisioneiros de um sistema desgovernado, onde nossa liberdade nem de longe é a preocupação dos que administram, pois a liberdade deles também está por um fio, uma denúncia e alguém que reconheça a justiça divina e com a dignidade que há em sua essência, dê a cara a tapa e quebre o elo da corrente da corrupção.

Pois enquanto não tivermos liberdade de sermos nós mesmos; pensarmos a partir dos nossos princípios, não dependermos de cargos comissionados, de vendermos nosso voto; mas sim, conquistar nosso espaço com boa educação, sermos concursados, honestos, autônomos e principalmente corajosos para abrirmos os olhos e vermos além das aparências, das idolatrias, dos favorecimentos, das crendices, etc…

Somente quando tivermos coragem de reconhecermos falhos e iludidos e fazermos diferente de tudo que até agora fizemos; poderemos ter esperança e construir dias melhores para nossos descendentes.

“Não há como fazer omelete sem quebrar os ovos”.*Psicóloga, palestrante, servidora pública, esposa, mãe e [email protected]. 991687731——————————————–AUXÍLIOS OU ESMOLAS? – João Silvino*De que forma os programas Fome Zero, Bolsa Escola, Bolsa Família, Auxílio Gás e outros assistencialismos tais, ajudam na melhoria deste país? O prazer de viver, unido ao trabalho com salários decentes, afastam do homem a depressão, o ócio e tantas atitudes que consequentemente possam ocasionar desgraças. O prazer da conquista honesta por menor que seja, faz com que sejamos cidadãos e cidadãs de bem. E por que não tornar tudo isso em realidade, ao invés de paliativos? O povo não quer esmola, quer sobreviver e ir à escola. O povo não quer subvenção, quer emprego e salário digno, por sua dedicação. O povo não quer somente perimetral, quer sua própria moradia, seu sonho habitacional. O povo quer mais do que esperança, quer saúde de qualidade, quer de volta a segurança. O povo não quer eventos, que só agrade a estrangeiro, quer esporte, cultura e lazer, quer a honra de ser brasileiro. A conquista não é um donativo.

Com tantos assistencialismos, muita gente se acomoda. Por exemplo, os auxílios que o governo oferece aos chamados de mais necessitados é apenas amenizador e não resolutivos. Será que não existe um grande projeto social a não ser o de oferecer esmola? Quem criou tais auxílios, certamente não conhece fila de banco, da saúde pública, de ônibus lotados, lugares onde se ouve de tudo, até conselhos para burlar regras. Outro dia, no interior de um ônibus, uma pessoa comentara que iria conversar com algum político da cidade, para tentar conseguir um cartão auxílio. Como explicar isso? E as tantas necessitadas pessoas, que jamais conseguem os tais auxílios, por conta da falta de instrução ou da burocracia? Como explicar isso? Portanto, é preciso operação pente fino nos auxílios oferecidos pelo governo federal, para detectar quem realmente esteja necessitando.*Síndico – SantaRosa/Guarujá/SP ——————————————- Zecapretando – Afonso Rodrigues de Oliveira“Há os que plantam a alface para o prato de hoje, e os que plantam o carvalho para a sombra de amanhã”. (Rui Barbosa)Você se lembra, Zeca, do Zecapretando? Há momentos na vida da gente, dos quais nunca nos esquecemos. O carinho com que escrevi aquela crônica, há trinta anos, não foi maior do que o que sinto neste momento, batendo este papo com você, depois de três décadas. Como me senti feliz vendo você, pela televisão, sendo agraciado pela importância da grandeza do seu trabalho. E, você sabe que é meu hábito, enquadrei você na moldura dos grandes pensadores da história, nossa atual, e da passada, da qual também fazemos parte. E o coloquei no pensamento do Emerson: “Se um homem é capaz de escrever um livro melhor, pregar um sermão melhor, ou construir uma ratoeira melhor que a do seu vizinho, mesmo que ele faça sua casa no meio da floresta, o mundo abrirá caminho até chegar à sua porta”. Seu livro, Zeca, seu sermão, sua ratoeira, estão na sua música superior. E foi aí que encaixei você no pensamento do SwamiVivecananda: “Não se mede o valor de um homem pela tarefa que ele executa, e sim pela maneira de ele executá-la”.

Sabe de uma coisa, Zeca Preto? Você nem imagina a emoção que senti quando soube que “Roraimeira” oficializou-se como tradução de Roraima. Sabe qual foi o motivo que acendeu minha emoção, Zeca? Num dia qualquer de um mês qualquer, do ano de 2013, eu estava em São Paulo. Depois do café da manhã, ficamos, o Alexandre e eu, batendo papo à mesa e, claro, o assunto era Roraima; sua cultura e seus representantes. E de repente o Alexandre Magno falou:

– Sabe, pai… Eu adoro a música, “Roraimeira”. E acho até, pai… que ela deveria ser o hino de Roraima.

Não sei, Zeca, se você conhece o Alexandre Magno, ou se se lembra dele. Ele é aquele cara que participou, comigo, ativamente, no Festival de 1984, momento que consolidou nosso respeito a você e aos artistas roraimenses participantes do evento. Sei que o Alexandre, a essa altura já deve ter lido a FOLHA e está tão feliz quanto você e eu, com a honra merecida que você recebe. Ainda não falei com o Alexandre, Zeca, porque estou escrevendo este papo no sábado pela manhã. Mas o mais importante é que você saiba o quanto amamos Roraima e todos os seus representantes no palco da arte em todos os seus ramais. E você é, sem dúvida, um dos mais importantes representantes da música de Roraima, e é nosso maior orgulho. Parabéns, cara. E receba esta declaração com um abraço quebra-costelas e do tamanho do mundo. E transmita nosso respeito e admiração a toda a classe artística roraimense. Pense nisso.*[email protected]   —————————————–Mudança cultural para um novo Brasil  – Juan Quirós* Fala-se muito, com justificadas razões, nas chamadas reformas estruturais, principalmente a política, a previdenciária, a tributária e a trabalhista. Sem dúvida, elas são mesmo necessárias para adequar o arcabouço legal brasileiro às realidades mais contemporâneas dos cenários mundiais. No entanto, teriam efeito limitado como fator de estímulo e crescimento econômico se o País não empreender uma ampla transformação cultural, focada no desenvolvimento.

Esse processo, no qual já estamos atrasados a esta altura da segunda década do Século XXI, assenta-se sobre três vertentes essenciais: a postura da classe política; a atitude dos empresários; e, atrelado a ambas, um consistente choque de produtividade.

No primeiro caso, é preciso que os ocupantes de cargos eletivos no Poder Executivo e no Legislativo coloquem cada vez mais os interesses do Brasil acima das questões partidárias. O debate nos anos eleitorais, como este 2014, os embates programáticos e filosóficos, a permanente vigilância das oposições e a retórica são enriquecedores para a democracia.

No entanto, governantes e parlamentares não podem nortear sua gestão e seu trabalho tendo como parâmetro a próxima eleição, como se o cotidiano nacional fosse uma novela voltada a conquistar pontos de audiência. A prioridade é a solução dos problemas, a expansão do PIB, a qualidade do ensino e da saúde, os investimentos públicos e a gestão eficaz. Quanto à oposição, não deve ficar torcendo pelo caos para ter mais argumentos de crítica contra a situação e tentar vencê-la nas urnas. Encerrada cada eleição, a classe política deve trabalhar em favor e não contra o País.

Quanto aos empresários, a mudança cultural que deles se espera transcende à sua já decisiva e importante missão de empreender, investir, criar empregos, gerar riquezas e pagar impostos. É necessário que se engajem de modo mais efetivo na política, na mobilização cidadã da sociedade, no debate dos grandes temas e na proposição de mudanças positivas. Sua experiência, capacidade de gestão e olhar pragmático do mundo são elementos essenciais para o aperfeiçoamento do setor público e o avanço do Brasil.

A terceira grande mudança cultural diz respeito ao choque de produtividade, de modo a se atender às exigências e expectativas dos grandes investidores: recursos humanos qualificados e eficientes; logística eficaz; e inovação. O nosso fantástico mercado de 200 milhões de habitantes não é mais suficiente para atrair investimentos produtivos, que miram nossos consumidores, mas podem conquistá-los, neste mundo globalizado, com produtos fabricados em qualquer lugar do Planeta. O capital para ampliar e erguer novas fábricas e empresas da área de serviços somente ficará e virá para o Brasil se tivermos alta produtividade em todo o sistema econômico.

Sem essas três mudanças culturais, continuaremos por muito tempo a ser uma economia de renda média e dificilmente alcançaremos os padrões das nações desenvolvidas. Seguiremos com baixo crescimento do PIB, discutindo medidas pontuais para a correção de rumos e priorizando as urgências, em detrimento das estratégias. Enquanto isso, assistimos a numerosas outras nações, com potencial muito menor do que o nosso, decolarem para um futuro de prosperidade!*Vice-presidente da FIESP.