Opinião

Opiniao 14 09 2018 6918

Suicídio: O ato que fere e marca a família

Flávio Melo Ribeiro*

No Brasil, mais de 11 mil pessoas tiram suas próprias vidas por ano, segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde em 2017. Diversos são os motivos que levam alguém a cometer suicídio, desde solidão, doenças graves, decepções amorosas, perdas financeiras, bullying, entre tantos outros. Porém, tem um aspecto que é comum a esse ato: a marca e o sofrimento dos familiares que continuam convivendo com essa tragédia. Muitas vezes compreendida, mas não aceita. E o que fica é um vazio e a dúvida: poderíamos ter feito algo para evitar? 

De modo geral o ato de tirar a própria vida tem como base psicológica a desesperança, uma crença que sua vida fracassou e não vai melhorar no futuro. Esse sentimento leva a pessoa para um processo de estagnação emocional, fazendo-a pensar em círculo, focando no problema e não na maneira de superá-lo. E, como emocionalmente sempre é possível ampliar o sofrimento, o resultado é o aumento dos pensamentos negativos, no qual servem de base para perpetuar a dor emocional até o ponto em que não viver passa a ser uma benção e uma possibilidade de resolver seus problemas. 

É bastante comum, a pessoa que está cogitando suicídio, acreditar que tirar sua vida vai ser benéfico para si e para quem a rodeia. No entanto, do ponto de vista dos familiares, o suicídio acaba sendo um sofrimento passivo, já que se culpam por não terem identificado os sinais que o familiar apresentava. Essa culpa abre uma ferida que, na maioria das vezes, não fecha jamais. Passam cinco, dez, quinze anos e esse assunto não sai do seio familiar. Um ato que, por mais que se identifiquem os motivos, não é aceito e abala as relações dali para frente.

O melhor caminho para enfrentar o sofrimento é a compreensão do problema e a busca de soluções. Sempre que você não enxergar uma saída, procure ajuda, pois a solidão só aumentará a aflição. A visão e a experiência do outro podem ser a chave para a saída que almeja.

Quanto à família que já convive com essa marca, é importante procurar ajuda para ressignificar o passado, não se culpar e buscar dar um novo significado para si. Que o sofrimento seja a base de uma construção melhor e não o aprisionamento na aflição. Se precisar de ajuda, ligue 188, o CVV – Centro de Valorização da Vida realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, e-mail e chat 24 horas todos os dias. 

*Psicólogo – CRP12/00449 E-mail: [email protected] Contatos: (48) 9921-8811 (48) 3223-4386

Nômades digitais: desempregados, sem-teto e felizes

Ronaldo Mota*

A revolução decorrente da onipresença das tecnologias digitais está progressivamente alterando elementos essenciais do mundo do trabalho e modificando as formas como moramos e como convivemos. Expressões dessas mudanças são os novos espaços urbanos delas decorrentes. Entre eles, surgem, com grande destaque, as experiências de coworking e de coliving. 

Coworking, de forma resumida, traduz um novo ambiente de trabalho, a partir do qual pequenas empresas e profissionais autônomos se relacionam com seus clientes, seus fornecedores e estabelecem laços entre si. São espaços democráticos compartilhados que permitem o desenvolvimento dos mais variados projetos sem as burocracias e as hierarquias dos escritórios convencionais e sem padecer do isolamento do chamado home office. 

Oferecer uma adequada infraestrutura similar aos escritórios convencionais, incluindo todas as formas de atendimento e salas para receber clientes, é somente o ponto de partida de empreendimentos como esses. Acresçam-se a isso, ambientes inspiradores, especialmente pensados para o trabalho autônomo, a possibilidade de novos relacionamentos e a garantia de oportunidade de diversão a todos.

Os coworkings crescem a olhos vistos. No Brasil, já são centenas; no mundo, milhares. A título de exemplo, a empresa We Work, fundada há somente oito anos, já é a segunda maior usuária de espaços de escritórios em Londres, perdendo apenas para o Governo Britânico. O sucesso dos coworkings não decorre somente de criatividade, mas, fundamentalmente, do fato que migramos de um modelo de desenvolvimento econômico, social e ambiental que demandava profissionais especialistas para um novo cenário onde o principal predicado é a flexibilidade. Ser flexível, em geral, passa por ter uma formação universitária que permita ao profissional encarar qualquer desafio sem o temor de decifrá-lo e cumpri-lo. Ter flexibilidade também é ter a disponibilidade de migrar de uma cidade para outra, bem como a habilidade de executar as tarefas em ambientes semelhantes aos que os espaços de coworking oferecem. 

Por sua vez, os espaços coliving representam o estado da arte do hábito humano de viver em comunidade, desde as eras mais longínquas. A convivência em tribos e clãs foi sendo, progressivamente, adaptada à vida urbana e ao aumento da densidade demográfica. Atualmente, nesta etapa da história, há uma tendência em se questionar se ainda vale a pena manter uma moradia particular, com altos gastos e pouca socialização. Surge a alternativa de derrubar paredes, enfrentando a crise da falta de espaços físicos, e questionar os ideais de individualização e a falta de racionalidade dos modelos vigentes. 

O conceito de coliving, que estimula a integração, a sustentabilidade e o espírito de colaboração, remonta ao início da década de 1970 com a experiência dinamarquesa do Cohousing Saettedammen. Tratava-se de uma comunidade com 35 famílias, na Dinamarca, onde as moradias permaneciam privadas e os demais espaços de convivência e atividades, como refeições e limpeza de ambientes eram compartilhados, com o objetivo de estimular o relacionamento entre vizinhos. Em 1988, o arquiteto norte-americano Charles Durrett adotou a mesma perspectiva sustentável em seus empreendimentos. Ainda que em outro contexto, o coliving apresenta algum nível de semelhança com as tradicionais repúblicas de estudantes, resguardadas suas diferenças de tempos e propósitos. 

A combinação do coworking com o coliving estimula que trabalho, relacionamentos e entretenimento sejam frutos de compartilhamentos sem barreiras ou fronteiras estanques. Lar, escritório e clube num pacote único somado ao fato que podemos migrar a cada mês, semestre ou ano de um ambiente para outro a milhares de quilômetros sem burocracia ou perda de tempo com novos ajustes. Considerando que a tendência nas atividades profissionais inclui não somente a diversidade de ocupações, mas também a multiplicidade de oportunidades de moradias em cidades distintas, denominou-se esta geração movida a coworkings e colivings de “nômades digitais”. 

É ainda um pouco cedo, talvez ingênuo, para termos uma opinião definitiva sobre os desdobramentos dessas novas maneiras de viver. Por enquanto, sabemos apenas que esses nômades digitais aparentam estar felizes. Quem viver verá.

*Chanceler da Estácio

Já Raiou a Inverdade

Daniel Severino Chaves*

O já perdeu tá na cadeia, muito triste e mui senil, já raiou a inverdade, é a mentira que invade, é a mentira que invade, que deixou tanta saudade na campanha do Brasil. Sua campanha está na teia, da justiça varonil, sem acordo não há acórdão, acabou a publicidade, é a mentira que invade, que deixou tanta saudade, desde que o PT partiu.

Burra gente brasileira, vai continuar sendo servil, querem ver pátria livre, nas mãos de uma bossa imbecil, querem ver pátria livre, nas mãos de uma bossa um imbecil!

Os grilhões que nos forjavam no vermelho astuto ardil, houve mão mais poderosa deram o golpe
com outro senil, houve mão mais poderosa, houve mão mais poderosa, deram o golpe com outro senil. Boa gente brasileira! Longe vá com esse ser vil, pra ficar a Pátria livre, Amoedo pele o Brasil, pra ficar a Pátria livre, Amoedo pele o Brasil.

Não temais ímpias falanges que apresentam face hostil, PCC impõe respeito, estão treinando antigos eleitos, eles são os nossos braços nas muralhas do Brasil, a política está treinando, a política está treinando, nas muralhas do Brasil. Brava gente brasileira! Longe vá com um fuzil, é mirar na Pátria livre, ou viver com o ser vil, ou mirar na Pátria livre, ou viver com o ser vil.

Param os bens, dos brasileiros! Já, com um garfo varonil, do universo entre os leões o mais guloso é o Brasil. Do universo entre os leões, do universo entre os leões, o mais guloso é o Brasil. Travam a gente brasileira, como se ela fosse um ser viril, e a lei do ventre livre, revogaram do Brasil, e a lei do ventre livre, e a lei do ventre livre, revogaram do Brasil.

*Mestre em Educação e Doutor em Juiz de Direito Eclesiástico

Preste e dê mais atenção 

Afonso Rodrigues de Oliveira*

“Em nosso mundo moderno, simplesmente não alcançaremos sucesso ou felicidade se não levarmos em consideração as outras pessoas.” (Les Giblin)

Se não prestarmos atenção à importância do nosso dever em relação às outras pessoas. Comecemos dando importância ao ensinamento que nos diz, na simplicidade, que somos todos iguais nas diferenças. E enquanto não nos atentarmos para a sabedoria dessas palavras, continuaremos lutando pela igualdade. O que é a maior tolice da paróquia. Já lhe falei várias vezes, que quem luta pela igualdade é porque se sente inferior. Por que lutar se podemos vencer com a paz? No momento em que os técnicos, de futebol, começarem a entender isso, deixaremos de cometer tantas faltas no gramado. Simples pra Dedéu. Porque o que vemos nos arrufos e insensatez não é mais do que falta de preparo com educação. Comecemos por entender que quando entramos em campo, entramos para competir, e não para disputar. E a eficiência na competição está, precisamente, no respeito que temos pelo adversário. E comecemos por entender que adversário não é inimigo. 

Mas não me sentei aqui pra falar de futebol. Mesmo porque eu entendo tanto de futebol quanto meu pai entendia de medicina. Porque ele era marceneiro. O mesmo conceito que tenho do comportamento no futebol, tenho-o em todas as profissões e cargos que ocupamos. E não tem como não levar esse comportamento ao relacionamento social. Porque onde quer que estejamos o comportamento deve ser o mesmo em relação às outras pessoas. Por que se sentir superior a alguém só porque ele não tem a mesma cor da sua pele? Um comportamento bem inferior. E se vem de você é porque você é inferior. Você está se embriagando com a inferioridade de quem você apenas considera inferior. “Você é tão rico ou tão pobre quanto o seu vizinho; senão não seria vizinho dele”. 

O que você está pensando em fazer para mudar o cenário em que estamos? Comece por se valorizar. E seu valor é você que constrói. O que mais lhe está impressionando no candidato que você está escolhendo para as eleições? E por falar nisso, lembrei-me de um problema que está crescendo no silêncio: você se lembra dos quatro advogados que se apresentaram para defender o esfaqueador? Não podemos deixar de observar tais episódios na nossa política. O importante é que não nos envolvamos com eles, nem neles. O sensato e racional é que você faça o melhor na escolha dos que irão fazer, por você, o melhor para que nos valorizemos.

Vamos repetir, mas vai valer a pena: “No Brasil só há um problema nacional: a educação do povo.” (Miguel Couto). Pense nisso. 

*Articulista [email protected] 99121-1460