Opinião

Opiniao 14048

Pautando a sociedade: políticas afirmativas para Roraima

Evandro Pereira

As políticas públicas que incluem ações afirmativas são destinadas a combater a discriminação racial, étnica e de gênero. O objetivo central destas ações é a promoção do acesso a oportunidades negadas ao longo da história do Brasil, notadamente tendo o critério racial como orientador de políticas públicas no sentido de reverter as desigualdades étnico-raciais.

No último degrau das classes excluídas no Brasil, figura a mulher, negra de baixa renda, pois o racismo estrutural no país herda os tons subjetivos escravagistas e patriarcais, resultado das marcas da violência colonial ainda presentes na sociedade. Os indígenas brasileiros, que devem ser entendidos em suas complexas sociedades existentes em todo território federal, também são atacados em seus direitos, pois a imagem construída nem sempre é positiva. Esses povos têm culturas, línguas e visão de mundo particulares. Eis parte de nossa riqueza cultural brasileira.

As políticas de ações afirmativas precisam estabelecer critérios para reconhecer as diferenças existentes entre os grupos sociais mas, sobretudo, criar condições para que haja equivalência de oportunidades e maior o acesso a serviços do estado, uma vez que parte da sociedade brasileira cultiva um pensamento de ódio ao diferente, incentivado pela mídia controlada pelas elites e, muitas vezes, até contaminando  discursos oficiais.

O Dia Internacional Contra a Discriminação Racial é comemorado em 21 de marco em todo o mundo. Neste sentido, é preciso que essa luta seja convertida em políticas públicas que interfiram no cotidiano. Assim, a sociedade civil organizada em Roraima, tem lutado em muitas frentes pela implementação do Estatuto da Igualdade Racial do estado. A aprovação de leis que combatam as intolerâncias, valorizando a defesa dos direitos humanos será uma importante conquista para nosso estado. 

A população negra e os indígenas estarão assim mais protegidos e terão maior possibilidade de avançar com seus projetos coletivos, exigindo melhores serviços públicos, em pé de igualdade, sem medo de enfrentar o racismo estrutural e o preconceito que ainda perdura em Roraima. O estado mais indígena do Brasil precisa ser também ser o estado mais atento e envolvido nessa causa. Esse avanço representa um salto do processo civilizatório na defesa dos povos afro-ameríndios de Roraima.  

 

Sociólogo, ex-coordenador da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores indígenas de Roraima e membro do Comitê Pró-cultura de Roraima.

Não espere ser ensinado, busque o conhecimento

Por Bandrui de Gergóvia, autora do livro O Maior Rei Celta

Muitas pessoas permanecem acomodadas dentro de um conhecimento limitado porque estão estudando com um bom professor ou em alguma boa escola. Ficam esperando o professor passar o conteúdo do dia e a escola conceder a nota de aprovação e o diploma ao final. Isso é muito pouco!

É por isso que acabam tendo um desempenho mediano. Medíocre significa “na média”, ou seja, nada de diferente ou excepcional. Pode não ser ruim, mas também não é bom. E por isso mesmo, quem é medíocre nunca será o melhor — porque não consegue nem ser bom o suficiente para se destacar.

Todas as pessoas bem-sucedidas têm essa característica: sentem prazer em aprender e descobrir coisas, e se aprofundar no conhecimento. Isso se deve ao fato de que o cérebro, assim como o corpo, adora exercícios.

Assim como a musculatura do corpo se acostuma com o desempenho em uma atividade física e passa a desejar mais, o cérebro — por causa dos mesmos hormônios — sente prazer quando desafiado para mais e mais aprendizados.

É muito comum ver pessoas sedentárias começarem a fazer uma atividade física leve, como uma caminhada, e depois sentirem cada vez mais vontade de praticar esportes e fazer treinamentos físicos mais intensos.

Também a pessoa que começa a estudar um idioma estrangeiro sempre sentirá vontade de aprender uma segunda
língua, e depois uma terceira, e assim por diante.

Depois que um analfabeto digital aprende a dominar seus conhecimentos básicos de computador e internet, passa a querer aprender novos aplicativos, programas e mídias.

Isso acontece porque, assim como o corpo, a mente se vicia em aprender cada vez mais. É um caminho infinito, prazeroso, ilimitável. É um caminho sem volta.

Por isso, não seja medíocre: seja acima da média. Descubra esse prazer de aprender. Não engesse suas asas… Abra espaço em sua vida para o conhecimento e o aprendizado. Liberte-se e voe alto!

Bandrui de Gergóvia é pesquisadora da cultura celta há 36 anos e autora do livro O Maior Rei Celta

 

Juro, eu tentei

Afonso Rodrigues de Oliveira

“Quando chegar o momento supremo

Em que se acha na terra a guarida

Que os aplausos cheguem ao extremo

Pelo bom papel que fiz em vida”.

(Rosilene Santos)

Continue tentando. Alguém já nos disse que “Ninguém, além de você mesmo, tem o poder de fazer você se sentir feliz ou infeliz, se você não estiver a fim”. Mesmo nas derrotas não devemos nos sentir infeliz, porque sempre há uma oportunidade de reverter o resultado. Então vá sempre em frente, seja qual for o obstáculo. Sei que é chato ficar repetindo, mas talvez você ainda não conheça o caso do escoteiro, “Lobinho”, Raimundinho. Eu estudava na Escola da Base Aérea de Natal, onde eu era escoteiro. E isso foi no finalzinho da década dos anos quarentas. No meu grupo tinha um “lobinho”, que é o escoteiro ainda na infância, dos seis ou sete anos de idade.

Naquela manhã estávamos em treinamento, quando eu perguntei ao Raimundinho:

– Raimundinho… você vai caminhando pela estrada e lá na frente tem uma árvore caída e atravessada na estrada, o que é que você faz?

Sem pestanejar, ele respondeu:

– Eu pulo pu riba.

Confesso que segurei o riso, porque percebi que ele não estava brincando. E a turma do grupo também foi sincera e respeitosa. Tantas décadas se passaram, mas nunca me esqueci da lição do Raimundinho. Tenho-a na memória e sempre que tenho oportunidade cito-a como exemplo de alta autoestima. Por que ficar coçando a cabeça porque a árvore está cortando a estrada? Ela não está impedindo, apenas dificultando. E as dificuldades são para serem vencidas.

O Bob Marley também já nos disse: “Não viva para que sua presença seja notada, mas para que sua falta seja sentida”. A maravilhosa, saudosa e querida Rosilene Santos, uma mulher extraordinária, está fazendo falta no nosso mundo cultural. Sinto saudade dos nossos momentos de conversas, em que me senti muito feliz. Ontem dei uma caminhada pelo seu livro: “ENTRE ROSAS… ESPINHOS”. Deletei-me o suficiente para me sentir muito feliz por a ter tido com amiga, que guardo no meu coração.

Vamos viver a vida com felicidade, produzindo o amor, para nossa falta ser sentida. Nada mais precioso no mundo da racionalidade, do que o amor sincero. Não tem como não ser feliz quando se ama. E o amor é um sentimento que só engrandece. Não vamos desperdiçar nossa felicidade, confundindo o amor com desvios mentais. Não há como fazer o mal, em nome do amor. Desvio de conduta que nos derrota com a irracionalidade. E como somo todos da mesma origem, viemos todos do mesmo universo racional, vamos ser felizes. E não há segredo, é só amar para que voltemos ao nosso mundo de origem. Pense nisso.

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